De aparência frágil, ingressam no mundo, carregando consigo um toque muito especial de Deus.
Se acuadas, podem ter a força de um leão. Conseguem tirar riso e esperança da dor.
Varam muitas noites em vigília e vencem o desgaste para enfrentar os dias, sempre com zelo e amor.
Se doentes, têm o ânimo de se erguer a favor daqueles que julgam necessitar do seu cuidado.
Sabem como ninguém, curar feridas de dedos pequeninos com um suave toque de seus lábios.
Conseguem transformar uma minúscula porção de comida na refeição de aparência farta que alimenta uma família inteira.
Têm um jeito especial de balsamizar corações feridos pela desilusão.
Têm um magnífico dom de ver e calar a fim de não constranger.
Mesmo analfabetas, são portadoras de imensa sabedoria, quando precisam usar de suas palavras para confortar e orientar.
Vemo-las em toda parte:
Nos trajetos das guerras, enquanto rugem os canhões, são as únicas capazes de se ajoelhar e orar pelos seus filhos, mas também pelos inimigos, filhos de outras mães.
Vencem, impávidas, o frio das madrugadas atrás dos filhos desgarrados, muitas vezes perdidos em antros de vícios e criminalidade, sem temer o confronto com os adversários.
Nas portas das escolas, ansiosas, aguardam os preciosos tesouros de suas almas, estreitando-os em seu peito amorável.
Nos hospitais, velam às cabeceiras onde a esperança desistiu de permanecer, lutando contra a morte que, insistentemente, tenta lhes arrebatar o filho.
Nas penitenciárias, em dor profunda, não abandonam a prece, rogando por aqueles Espíritos que Deus lhes confiou aos sublimes cuidados e que, penetrando no crime, vivem a condenação, sem serem reeducados pela sociedade.
A Divindade deu a todas, pobres ouriças, cultas ou ignorantes, um tesouro de igual valor e, junto com ele, reafirmou a Sua confiança na humanidade.
Esses anjos tutelares, pequenas grandes mulheres que se igualam ao infinito do céu, co-criadoras de Deus, trabalham a favor do bem e da dignidade de todas as almas, sofrendo e servindo sempre em nome de um amor incomparável.
Têm, como roteiro de jornada, a mais sublime de todas as mães, Maria de Nazaré, que sobre todas espraia suas bênçãos iluminadas de amor.
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Maria do Rosário del Pilar / Eulália Bueno