Já se sabe que as emoções
impactam de maneira expressiva nosso sistema imunológico. Pensamentos
bons, atitudes dignas, emoções de suavidade fazem bem à saúde e o
oposto, como agressividade ou revolta nos gestos e sentimentos
prejudicam a saúde.
Isso em linhas gerais, pois o assunto
comporta desdobramentos inesgotáveis. Ficar bravo, triste, enciumado,
magoado é humano, portanto, natural. A questão toda está na manutenção
desses sentimentos por semanas, meses e até anos. Num período de alguns
dias é normal, natural, mesmo porque precisamos “mastigar” o assunto,
entendê-lo para procurar caminhos de superação.
Basta pensar que uma tristeza mantida durante muito tempo faz cair a resistência imunológica, sujeitando-nos às doenças.
Usaremos,
todavia, um exemplo simples para ampliar o assunto. Um jogador de
futebol não gosta do banco de reserva; um militar que não é enviado ao
campo de batalha igualmente sente-se incompleto ou o profissional de
qualquer categoria deseja exercitar o que saber, demonstrando sua
capacidade e seu poder criativo nas situações que se apresentem, onde
sua inteligência e gosto pela atividade escolhida o fazem crescer
profissionalmente.
Assim também com as angústias e aflições
próprias desse mundo, qualquer que seja o nome com que a classifiquemos:
desemprego, ofensa, enfermidade, humilhação, carência de qualquer tipo,
solidão, medo, condicionamentos ou qualquer outro tipo de limitação
exige de seus protagonistas um primeiro passo de superação: coragem!
Sim,
o desencorajamento diante das adversidades, sejam quais forem, é um
veneno que mina nossas forças interiores. Portanto, é preciso erguer-se
com coragem e determinação das angústias e aflições de nossa condição e
prosseguir, sem medo.
É o que se pode chamar de bem e mal
sofrer. Sofrer todos sofrem, de um jeito ou de outro. Agora, o
importante é saber sofrer. E saber sofrer é enfrentar a dificuldade,
esforçar-se para super a adversidade apresentada para posteriormente
dizer: eu fui mais forte e venci!
O mal sofrer é a revolta, a
reclamação, a acomodação. Quem luta, apesar das limitações todas que
possa encontrar, enquadra-se no time daqueles que têm oportunidade de
provar sua firmeza, sua determinação, sua perseverança.
No bem
sofrer, de resignação ativa, conquistamos amadurecimento, aprendemos a
superar obstáculos e avançamos nos degraus do conhecimento e da moral.
Por
essas reflexões todas, o bem sofrer, ou seja, o saber tirar do
sofrimento o aprendizado que precisamos, é comportamento preventivo
contra o câncer, porque entregar-se à tristeza, à revolta, à
inconformação, mina nossas defesas orgânicas, sujeitando-nos às
infecções e enfermidades. A mágoa, por exemplo, guardada e alimentada, é
detonadora de processos de AVC, é destruidora de cédulas, é acionadora
de mecanismos que resultarão em infartos e outras complicações de saúde.
Melhor,
pois, optar pela coragem, pela alegria de viver, pela perseverança no
bem e pela determinação de superar obstáculos em atitudes de confiança e
otimismo. Tais comportamentos protegem a saúde, reforçam o sistema
imunológico e nos fazem mais saudáveis.
Se a tristeza chegar,
convide-a à alegria através de uma boa música, de uma boa leitura ou da
convivência com amigos animados. Veja um bom filme de Chaplin ou saia
caminhar. Há vários caminhos para superar nossas limitações. O
importante é não nos permitirmos dias seguidos de tristeza, solidão ou
mágoas. Perdoar e prosseguir, eis a senha de saúde, com bom ânimo, boa
vontade e bom humor no comportamento. Se o ciúme ou a inveja, o rancor
ou a vingança nos convidar à ação, expulse-os de sua vida. Não
precisamos deles. Contamine-se antes, de alegria e entusiasmo. Você,
como eu, como qualquer outra pessoa, guardamos um tesouro dentro de nós:
a capacidade de viver, de ser criativo, de superar medos e obstáculos!
Prossigamos, pois! É preciso!
Para ampliar o assunto, sugerimos
pesquisa no item 18 do capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo,
onde a monumental mensagem assinada pelo Espírito Lacordaire inspira
refletir sobre a questão.
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Orson Peter Carrara