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sexta-feira, 8 de junho de 2012

VIDA SADIA




Os equipamentos mentais necessitam de lubrificantes especiais, a fim de funcionarem em ritmo de equilíbrio, sob impulsos de ordem.
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Areje, desse modo, a sua casa mental, com as ondas de otimismo, em contínuo processo de renovação de ideias para o Bem.
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 A ferrugem do pessimismo é de danosa consequência, quando se exterioriza nos delicados implementos fomentadores das aspirações nobres.
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 O ácido corrosivo da amargura, derramados nos sutis veículos da vida pensante, desarticula toda a maquinaria do emocionante desafio que é a Vida.
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 Os petardos da cólera sistemática bombardeiam as células nervosas encarregados dos mecanismos físicos e psíquicos, arruinando-as sem qualquer oportunidade de refazimento.
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Reestude o seu programa de ação e expulse, em definitivo, a poeira acumulada das paixões dominantes, nas peças da emoção, que desarvoram o ritmo das suas ações.
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Respire a esperança e revigore as complexas equipagens da sua cerebração, a fim de que a sua mente lhe proporcione paz.
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Ninguém ascende no rumo de Deus, sem o esforço sacrificial de si mesmo.
A marcha evolutiva é de todos, mas a opção da estrada é de cada um.
Sua mente – sua vida.
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Não somatize imperfeições morais. Antes, subtraia delas as conquistas do Espírito, armazenando alegrias.
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Viver bem, em clima de harmonia, embora o tumulto e as situações surpreendentes da convivência com pessoas difíceis e perturbadas, é a meta que você deve alcançar, mediante a remoção do mal e a fixação do bem.
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 Se, todavia, os problemas se lhe fizerem mais desafiadores e sem aparente solução, busque a bênção da prece, e, no intercâmbio com Deus você haurirá o fluido lubrificador para manter o equilíbrio das engrenagens mentais que passarão, ajustadas, a produzir os estímulos da felicidade para uma vida sadia. 
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Marco Prisco
Divaldo Pereira






 

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Tomadas de Força



Partindo da certeza de que toda atitude é suscetível de ser imitada, compreendamos que o contágio da violência, em muitos casos, pode ser evitado, se não lhe oferecermos determinados pontos de ligação.
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Os pontos a que nos referimos são de caracteres diversos, tais quais sejam:

 Gritos inúteis.
Brincadeiras de mau gosto.
Reclamações agressivas.
Ideias de ódio.
Intolerância em casa.
Descortesias na rua.
Gestos de vingança.
Comentários infelizes.
Respostas deprimentes.
Perguntas sem necessidade.
Críticas.
Palavrões.
Ironias.
Azedume.
Cólera.
Impaciência.
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Observamos que a energia elétrica, quase sempre, se aplica através de tomadas e
convençam-nos de que a força mental funciona, também, assim. 
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Emmanuel 
Chico Xavier





 

MENSAGEM DO ESE:

A paciência

A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu.

Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.

A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.

Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. 
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— Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 7.)










quarta-feira, 6 de junho de 2012

COMO DESTRUIR O MAL?



O homem precisa saber identificar-se.

Conhecer seus pontos frágeis...

E procurar fortalecer-se.

Opor, dentro de si, pacífica resistência ao mal.

Dialogar com ele...

Jamais permitir-se dominar totalmente pelas suas inclinações infelizes.

Compreender, por outro lado, que com elas conviverá por tempo mais ou menos longo...

Não pretender, de um salto, a santidade.

Quem a si mesmo doutrina, lentamente exorciza os seus próprios fantasmas...

Faceia-se sem subterfúgios e se admite em constante peleja para dobrar-se em suas tendências.

Dialogar com o mal é destruí-lo através do poder das palavras...

Das palavras que constituem o espírito da ação...

Da ação cujo poder transformador ninguém contesta.

Não é um diálogo insano, imaginário...

É um diálogo de quem busca identificar-se, na identificação do mal que se lhe oculta nos refolhos da alma.
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Irmão José
Carlos A. Baccelli





terça-feira, 5 de junho de 2012

PROBLEMAS DA MORTE


Milhares de criaturas regressam do templo da carne, cada dia, no mundo, aos planos da Vida Espiritual.
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Raras, porém, abandonam a Terra, com o título do trabalhador que atendeu ao cumprimento das próprias obrigações.
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Quase todas deixam o corpo denso pelo suicídio indireto.
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Em todos os lugares do Planeta, vemos quem se envenena, metodicamente, pelos raios desvairados da cólera.
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Destacamos quem elimine a vida do estômago, superlotando o aparelho gástrico de viandas excitantes ou corrosivas.
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Reconhecemos quem se confia a vícios multiformes, criando monstruosos vermes mentais que se encarregam de aniquilar as possibilidades orgânicas.
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Identificamos quem anestesia as próprias forças, enregelando-se pela ociosidade sistemática.
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Encontramos quem arme laços fatais aos próprios pés, movimentando ambições inferiores nas quais se conduz na luta de cada hora.
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Vemos quem se asfixia ao calor das próprias paixões desenfreadas.
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Observamos quem se sufoca no pântano dos próprios pensamentos delituosos e escuros.
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Preservai o corpo, como quem reconhece no santuário da carne, o mais alto tesouro que o mundo é suscetível de oferecer.
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A experiência na Terra não é conferida em vão.
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Cada vida possui uma diretriz, um programa, uma finalidade.
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Aquele que se ajusta à Divina Vontade incorpora a sua tarefa à obra incessante do Bem Infinito.
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Se tendes de doar as próprias energias, sem receio da morte, aprendamos com Cristo a ciência do sacrifício pessoal pelo bem de todos.
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Auxiliar constantemente, velar pelos que sofrem, amparar os que se transviam, extinguir as trevas da ignorância e balsamizar as feridas do próximo constituem esforço de renunciação que nos leva ao Plano Superior.
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Muitos se matam na Terra.

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Poucos morreram para que outros possam viver dignamente.

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Não nos esqueçamos de que enquanto Pilatos, com aparente tranquilidade, comprava o remorso que o conduziria ao suicídio direto, através da justiça mal aplicada, Jesus expirava no madeiro, entre angústia do próprio coração e o sarcasmo dos que assistiam, adquirindo, porém, a glória da ressurreição que acendeu no mundo a luz da imortalidade para todos os séculos terrestres.
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Emmanuel
Francisco Cândido Xavier







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(...)Suicídios indiretos ou inconscientes, que podem ser provocados pelos seguintes fatores:
a) excessos e vícios: fumo, álcool, drogas, remédios (para emagrecer, dormir, calmantes),
elementos em demasia, abusos orgânicos de toda ordem. Lembremo-nos de que aqui estamos falando dos excessos.

b) descuido com a saúde física: o indivíduo sente que não está bem, porém não “encontra”
tempo para ir ao médico, tem preguiça de se tratar ou acha que pode se curar sozinho.

c) desequilíbrio das faculdades mentais: o indivíduo não tem consciência do que faz.

d) indução por obsessores: o indivíduo esquece-se do “orai e vigiai”, e a sua fraqueza acaba
abrindo terreno para a ação dos obsessores (encarnados ou desencarnados).

e) por ato não premeditado: num momento de total desequilíbrio emocional do indivíduo.

f) acidental: falta de cuidado ou de conhecimento dos perigos que está correndo (disparar uma arma, ingerir um medicamento errado).

Entre o suicídio voluntário consciente premeditado e o involuntário indireto, inconsciente há muitas atenuantes e agravantes que têm pesos diferentes perante a lei de Deus. Cada caso é um caso, mas o suicídio é sempre um atentado contra a vida.
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Suicídio, Eutanásia e Pena de Morte", por Seara Bendita Casa Espírita

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Autojulgamento


 
Se te decidires a praticar compreensão, adiantar-te ás, consideravelmente, no caminho do amor, em direção à paz que se te fará suporte à felicidade.

Para isso, é imperioso te situes no lugar dos outros; de modo a que não percas tempo, com qualquer julgamento leviano, capaz de arrojar-te em complicações e enganos, por vezes, de lastimável e longa duração.
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Se te observares na condição do agressor, imagina quão valioso se te faria o perdão daqueles a quem houvesse ferido, após reconheceres que te desmandaste num momento de desequilíbrio e loucura.
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Fosses a pessoa encarcerada em penúria e doença e saberias agradecer os gestos espontâneos de quem te doasse alguns minutos de reconforto ou leves migalhas de auxílio.
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 Caso te visses no lugar da pessoa caída em tentação, reflete se poderias haver resistido, com mais eficiência, ao assédio das sugestões infelizes.
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 Estivesses na posição daqueles que controlam a fortuna ou o poder, a influência ou a autoridades e examina, por ti mesmo, qual seria o teu comportamento.
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 Colocando-te na situação dos companheiros em lágrimas que viram partir entes amados, sob a neblina da morte, mentaliza a extensão do sofrimento que te dilapidaria o coração ao perder a companhia daqueles que mais amas.
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 De quando a quando, sujeita-te, no silêncio, aos testes dessa natureza, dialogando intimamente de ti para contigo e descobrirás em ti as fontes de renovação espiritual a te nutrirem os sentimentos com novos princípios de tolerância e humanidade.
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 Realmente, advertiu-nos Jesus:
 - “Não julgues para não serdes julgados.”

O Divino Mestre, entretanto, não nos proclamou impedidos de julgar a nós próprios, de modo a revisarmos nossos ideais e atitudes, colocando-nos finalmente a caminho da própria sublimação.
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Emmanuel
Chico Xavier









domingo, 3 de junho de 2012

ALCOOLISTA e DESCUBRA SE VOCÊ É ALCOÓLATRA


GEBALDO JOSÉ DE SOUSA


Alcoolista há muitos anos.

Quando ébrio — e era esse seu estado natural —, não possuía consciência do tempo, dos fatos, da vida. Não chegou a essa situação de uma hora para outra. Começou bebendo socialmente com os “amigos”, que nessa fase ainda existem. Pouco a pouco, foi aumentando a sede, as doses e a periodicidade dos tragos foi encurtando. Os “amigos” foram sumindo, a pouco e pouco.

Deixava uma garrafa aqui, outra ali, sempre à mão, meio escondidas, pela consciência, pela certeza do erro que cometia. Sofria a família: a mulher, os filhos, os pais, os irmãos e os verdadeiros amigos.

Mas ele não percebia isso. E negava, quando lhe diziam que estava bebendo demais. Ele, um alcoólatra? De jeito nenhum! Sabia beber. Bebia socialmente. Hoje bem sabe que “Alcoolismo é também doença da negação”. O alcoolista não admite que é dependente do vício que, por isso, o domina e maltrata, submetendo-o às consequências que dele advem, para si e para seus dependentes. Mas, ao contrário do que dizia, excedia-se e ficava agressivo, verbal e fisicamente, ironizando os demais, agredindo-os, humilhando-os, menosprezando-os.

Assim agindo, afastava a todos. Foi ficando cada vez mais só. Nova desculpa para beber mais e mais.

Perdera muitos empregos e agora era impossível obter outro. Sua postura e seu hálito desaconselhavam qualquer contratação, não obstante ser profissional competente, quando sóbrio. 

Um acidente de trabalho levara-lhe dois dedos da mão direita, ao operar simples máquina. A saúde já não era a mesma. Tremiam-lhe as mãos, estava pálido, abatido e precocemente envelhecido. Não possuía mais carro. Estava livre de provocar acidentes por suas mãos. Mas várias vezes fora acidentado, ao atravessar ruas. Lesões, fraturas e internações, eram, amiúde, o resultado. 

O primeiro casamento fora destruído. As privações que impunha à família, os maus tratos, a má conduta, a desonra, as humilhações e o embrutecimento próprio tornaram-lhes insuportável sua companhia. 

Ainda bem que os filhos não lhe seguiram os maus exemplos, reconhece hoje!
Internado várias vezes em clínicas, inutilmente. Tornara-se peso para a família e para a sociedade. A segunda esposa desistira de recuperá-lo. Nem ligava para sua vida; ao que fizesse ou deixasse de fazer. Quando tinha problemas mais sérios com ele, chamava seu filho mais velho, que vivia em outra parte. Uma noite, acorda caído no chão, dentro de casa, e o filho estava lá — amava e ama esse filho, que o olhava com um misto de amor, angústia e impotência. Não esquecerá jamais aquele olhar, que lhe pesou na alma, tocando-o no íntimo do ser.

Para sair daquela posição incômoda, no chão, inventou que havia escorregado. Com vergonha, mentira. Vergonha imensa. Queria sumir. Em realidade, levantou-se e foi beber mais. Mas conseguiu, um dia, parar.

E foi aquele incidente — aquele olhar de compaixão e dor, do filho, ao vê-lo caído no chão — que despertou nele a necessidade de mudar; que o levou a admitir que era um alcoólico, dependente do vício,
enfermo, gravemente enfermo, carente de auxílio. Levado por um amigo, compareceu, alcoolizado, sem escutar e sem entender muita coisa, à sua primeira reunião nos Alcoólicos Anônimos. Mas fez planos de sair dali e ir beber mais, imediatamente. Deixaria de beber no dia seguinte.

Outro incidente, ocorrido naquela primeira reunião, foi fundamental para sua recuperação. Um baixinho feio, pobre, desdentado, desafiou-o, até de forma antifraterna — o que é incomum no A.A., onde todos são tratados com absoluto respeito e muito amor —, afirmando-lhe:

 — Você é ou não é homem para ficar sem beber 24 horas?

Para mostrar-lhe, àquele pilantra, de que era capaz, por vaidade, afinal, desde então não mais bebeu. Isto há vários anos. Recuperou-se com a ajuda de Alcoólicos Anônimos. Agradece a Deus, ao filho e àquele “baixinho” que o libertaram do vício. Hoje, tem o amor dos filhos; o respeito deles e por eles.
 Amor e respeito que são fatores fundamentais, sublimes, para recuperar quem se acha caído.

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Publicado no Reformador de agosto/02, p. 16
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  Por Cristina A. Marques

O que destingue quem bebe socialmente, de quem está se tornando alcoólatra e de quem já é alcoólatra?

Segundo o doutor Winfred Overholser, superintendente do St. Elizabeth’s Hospital, em Washington, “…as linhas que separam os que bebem socialmente daqueles que estão se tornando alcoólatras e os que já são alcoólatras é difícel de ser definido pois o mecanismo biológico do alcoolismo ainda é incerto. O que sabemos com segurança é que está interrelacionado com questões pessoais de predisposição genética, saúde emocional e ambiente social. No entanto, em termos genericos, podemos afirmar, com pouca margem de erro, que:

a) O bebedor social - bebe ocasionalmente; não procura motivos para beber; para de beber quando sente que já atingiu seu limite; às vezes vai a alguma evento social e não bebe nada – mesmo com muitos bebendo em sua volta; etc.

b) O provável futuro alcoólatra – bebe com frequência (seja diária ou mesmo só em finais de semanas); procura motivos para beber; têm dificuldade de parar depois do primeiro gole; acredita que pode parar de beber quando desejar; se irrita quando dizem que estar bebendo muito; ocasionalmente diz para si mesmo que vai parar de beber, mas volta a beber na primeira ocasião; troca de bebida (!?); costuma dizer que não é bom misturar bebidas (!?); procura beber depois das 12:00 Horas, mas ocasionalmente bebe antes do almoço; começa a faltar ou chegar atrasado no trabalho por causa de ressacas; iniciar a ter apagões (se lembrando ou não do que ocorreu antes; ocasionalmente esconde bebidas; etc.

c) O alcoólatra – bebe com frequência (independente de horas, locais ou motivações); não luta mais contra o vício; acha que alcoolismo não é doença; bebe tudo que contém álcool; apaga com frequência, nada lembrando ou lembrando-se pouco do que ocorreu antes; etc.



Como saber se você é alcoólatra?


O questionário guia utilizado pelo Alcoólicas Anônimos (organização internacional com mais de 2 milhões de membros – alcoólicas em recuperação – em mais 157 países), quando aplicado por especialistas da saúde ou mesmo se respondido com sinceridade quando auto-aplicado, nos mostra em que ponto do caminho do alcoolismo nos encontramos.

Apesar da simplicidade os 12 pontos abordados neste questionário possui margem de acerto superior a 97,8%. Vale a pena conferir:

1. Já tentou parar de beber por uma semana (ou mais), sem conseguir atingir seu objetivo?

Muitos de nós “largamos a bebida” muitas vezes antes de procurar ajuda. Fizemos sérias promessas aos nossos familiares e empregadores. Fizemos juramentos solenes. Nada funcionou. Agora não lutamos mais. Não prometemos nada a ninguém, nem a nós mesmos. Simplesmente esforçamo-nos para não tomar o primeiro gole hoje. Mantemo-nos sóbrios um dia de cada vez.

2. Ressente-se com os conselhos dos outros que tentam fazê-lo parar de beber?

Muitas pessoas tentam ajudar bebedores – problema. Porém, a maioria dos alcoólicos ressente-se com os “bons conselhos” que lhes dão. (não impomos esse tipo de conselho a ninguém. Mas, se solicitados, contaríamos nossa experiência e daríamos algumas sugestões práticas sobre como viver sem o álcool).

3. Já tentou controlar sua tendência de beber demais, trocando uma bebida alcoólica por outra?

Sempre procurávamos uma fórmula “salvadora” de beber. Passamos das bebidas destiladas para o vinho e a cerveja. Ou confiamos na água para “diluir” a bebida. Ou, então, tomamos nossos goles sem misturá-los. Tentamos ainda beber somente em determinadas horas. Porém, seja qual for a fórmula adotada, invariavelmente acabamos embriagados.

4. Tomou algum trago pela manhã nos últimos doze meses?

Estamos convencidos (por experiência própria) de que a resposta a esta pergunta fornece uma chave quase infalível sobre se uma pessoa está ou não a caminho do alcoolismo, ou já se encontra no limite da “normalidade” no beber.

5. Inveja as pessoas que podem beber sem criar problemas?

É óbvio que milhões de pessoas podem beber (às vezes muito) em seus contatos sociais sem causar danos sérios a si mesmos, ou a outros. Você parou alguma vez para perguntar-se por que, no seu caso, o álcool é, tão frequentemente, um convite ao desastre?

6. Seu problema de bebida vem se tornando cada vez mais sério nos últimos doze meses?

Todos os fatos médicos conhecidos indicam que o alcoolismo é uma doença progressiva. Uma vez que a pessoa perde o controle da bebida, o problema torna-se pior, nunca desaparece. O alcoólico só tem, ao fim, três alternativas: beber até morrer, ser internado num manicômio ou afastar-se do álcool em todas as suas formas. A escolha é simples.

7. A bebida já criou problemas no seu lar?

Muitos de nós dizíamos que bebíamos por causa das situações desagradáveis no lar. Raramente nos ocorria que problemas deste tipo são agravados, em vez de resolvidos, pelo nosso descontrole no beber.

8. Nas reuniões sociais onde as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses extras?

Quando tínhamos de participar de reuniões deste tipo, ou nos “fortificávamos” antes de chegar, ou conseguíamos geralmente ir além da parte que nos cabia. E, frequentemente, continuávamos a beber depois.

9. Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que bebe e para quando quer?

Iludir a si mesmo parece ser próprio do bebedor problema. A maioria de nós que hoje nos encontramos., tentou parar de beber repetidas vezes sem ajuda de fora. Mas não conseguimos.

10. Faltou ao serviço, durante os últimos doze meses, por causa da bebida?

Quando bebíamos e perdíamos dias de trabalho na fábrica ou no escritório, frequentemente procurávamos justificar nossa “doença”. Apelamos para vários males para desculpar nossas ausências. Na verdade, enganávamos somente a nós mesmos.

11. Já experimentou alguma vez ‘apagamento’ durante uma bebedeira?

Os chamados “apagamentos” (em que continuamos funcionando sem contudo poder lembrar mais tarde do que aconteceu) parecem ser um denominador comum nos casos de muitos de nós que hoje admitimos ser alcoólicos. Agora sabemos muito bem quais os problemas que tivemos nesse estado “apagado” e irresponsável.

12. Já pensou alguma vez que poderia aproveitar muito mais a vida, se não bebesse?

Não podemos resolver todos os seus problemas. Porém, no que se refere ao alcoolismo, podemos mostrar-lhe como viver sem os “apagamentos”, as ressacas, o remorso ou o desconsolo que acompanham as bebedeiras desenfreadas. Uma vez alcoólico sempre alcoólico. Portanto, evitamos o “primeiro gole”. Quando se faz isto, a vida se torna mais simples, mais promissora e muitíssimo mais feliz.

Resultado

Se respondeu SIM a quatro ou mais questões, sinto dizer-lhe, mas ou você já é um alcoólatra ou brevemente o será! Esta categórica afirmação não é mera teoria, mas resultado de milhares de estudos, observações e experiências realizadas com alcoólicos recuperados.