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sábado, 15 de abril de 2017

O IDEAL DE CADA UM



“Cada qual de nós, seja de onde for, está sempre construindo a vida que deseja.

Existência é a soma de tudo o que fizemos de nós até hoje.

Toda melhoria que realizarmos em nós, é melhoria na estrada que somos chamados a percorrer.

Toda a ideia que você venha a aceitar influenciará seu espírito; escolha os pensamentos do bem para orientar-lhe o caminho e o bem transformará sua vida numa cachoeira de bênçãos.

Se você cometeu algum erro não se detenha para lamentar-se; racione sobre o assunto e retifique a falha havida porque somente assim, a existência lhe converterá o erro em lição.

Muito difícil viver bem se não aprendermos a conviver.

A vida por fora de nós é a imagem daquilo que somos por dentro.

Viver é a lei da natureza, mas a vida pessoal é a obra de cada um.

Toda vez que criticamos a experiência dos outros, estamos apontando em nós mesmos os pontos fracos que precisamos emendar em nossas próprias existências.

Seu ideal é o seu caminho, tanto quanto seu trabalho é você." 
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André Luiz 
Chico Xavier


sexta-feira, 14 de abril de 2017

O significado da cruz para nós espíritas





Nos dois planos da vida não há conquista sem esforço. Assim, para nós, encarnados, a cruz é qualquer dificuldade que nos aprimore o espírito. Seja uma doença, um relacionamento difícil ou qualquer obstáculo que nos faça privilegiar as coisas do espírito. Já para os desencarnados são os vícios não superados, os resgates não realizados, os deveres descumpridos, a culpa, o remorso pelas dificuldades não enfrentadas ou mal sofridas, enquanto militavam no corpo carnal.

Se buscamos, portanto, a nossa redenção, o caminho é único: tomarmos a nossa cruz e seguir o Mestre Jesus. Foi este o ensinamento que Ele nos deixou para alcançarmos a libertação almejada, a paz.

Fomos exortados a nos alegrar quando fôssemos odiados e perseguidos por causa de Jesus, pela nossa fé, porque seríamos compensados no Céu. Significa que devemos suportar com coragem as dificuldades que se nos apresentam em virtude de nossa fé, pois só assim seremos reconhecidos pelo Pai; caso optemos pelas coisas materiais seremos tidos como já recompensados na vida terrena.

Paulo (I, Coríntios, 1:18) nos ensina que Cristo usou o episódio da crucificação entre ladrões, para nos ensinar o caminho da vida eterna que jamais nos levará a Deus sem o aprimoramento e sem a sublimação de nós próprios. Por isso, Ele nos advertiu: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mateus, 16:24).

Fica claro que Jesus não desencarnou na cruz para redimir o pecado dos homens, mas para dar exemplo. A nossa cruz é pessoal e intransferível. Noutra oportunidade ensinou o Mestre que “cada um será recompensado, segundo as suas obras”, logo, todos temos que carregar a nossa própria cruz, ou seja, as nossas dificuldades. Não vamos nos livrar de nossas responsabilidades pelo sacrifício de outros, muito menos de Jesus que veio nos mostrar a Justiça Divina. Por esta Justiça Maior sabemos que a razão de ser de nossa existência é o aperfeiçoamento moral. Não teria sentido, portanto, que Jesus, de repente, abdicasse de seus ensinamentos e nos “perdoasse as faltas”, à custa do Seu sacrifício.

Paulo Alves Godoy em “O Evangelho por Dentro” pondera: “O pecado não se perdoa, não se lava, não se apaga. Ele é resgatado em nossas vidas terrenas, na pauta da lei justa e eqüitativa das vidas sucessivas das reencarnações”.
Mas estejamos atentos, como nos ensina Emmanuel em “Livro da Esperança”, Lição 80, pois Jesus ao conclamar-nos à renúncia de nós mesmos para segui-Lo, espera que tal renúncia não seja uma omissão ou fuga, mas que “demonstre rendimento de valores espirituais, em nosso favor e a benefício daqueles que nos cercam, ensinando-nos o desapego ao bem próprio pelo bem de todos”.

Portanto, as cruzes são todas as realidades terrenas que nos convidam a “esquecer-nos na construção da felicidade geral”. Isto nos causa, muitas vezes, separações difíceis, desilusões, provações familiares, aflições de toda sorte, abandonos, compromissos em nome da harmonia, caminhadas solitárias, lembrando-nos o Calvário do Cristo transportando “o madeiro que a nossa ignorância lhe atribuiu”.

Vinícius, no livro “Em Torno do Mestre”, nos lembra que o interesse próprio e a causa do Cristo são incompatíveis. Sempre haverá necessidade de renúncias, pois sem cruz, ou seja, sem dificuldades e sacrifícios, não há Cristianismo. Se não renunciamos, cedemos ao egoísmo, logo não podemos vacilar. O Enviado de Deus não impôs aos homens a sua autoridade; “conquistou-a na cruz”

Jesus ensinou: “Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder (renunciar) a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salva-la-á”. Quando entendermos, pois, que a cruz nos redime para o Cristo, teremos, finalmente, salvado as nossas vidas.

A cruz para nós espíritas significa, portanto, o instrumento de realização do que almejamos ou o resgate de nossos débitos para termos paz. Tão logo tenhamos consciência de que o que buscamos é a paz, por igual, descobriremos a cruz que nos levará ao aperfeiçoamento íntimo e à conquista desta grande meta.
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Autoria: Marilene Ferreira Moraes 


quinta-feira, 13 de abril de 2017

A PERDA IRREPARÁVEL



A frente dos candidatos à nova experiência na carne, o instrutor espiritual esclarecia, paternalmente :

– Não percam a tranquilidade em momento algum, na reconstrução do destino. Em plena atividade terrestre, é imprescindível valorizar a corrigenda. O erro não pode constituir motivo para o desânimo absoluto. O desengano vale por advertência da vida e, com a certeza do Infinito Bem, que neutraliza todo mal, após aproveitar-lhe a cooperação em forma de sofrimento, o espírito pode alcançar culminâncias sublimes.
O Pai somente concede a retificação aos filhos que já se apropriaram do entendimento. Usem, pois, a compreensão legítima, em face de qualquer provação mais difícil.
A queda verdadeiramente perigosa é aquela era que nos comprazemos, entorpecidos e estacionários.

Reerguer-se, por recuperar a estrada perdida, será sempre a não meritória da alma, que o Tesouro Celeste premiará com o descortino de oportunidades santificantes.
 A serenidade deve presidir aos mínimos impulsos de vocês na tarefa próxima.
Seria as fontes da ponderação individual, o rio da paz jamais fertilizará os continentes da obra combativa. É indispensável, por isso, recordar o caráter precário de toda posse na ordem material.
O tempo, que é fixador da glória dos valores eternos, é corrosivo de todas as organizações passageiras, na Terra e noutros mundos. Todas as formas, com base na substância variável, perecerão no que se refere à máscara transitória, dentro dos jogos da expressão.

Conservando-se atentos aos imperativos de marcha pacífica, não se esqueçam, sobretudo, de que todo o equipamento de recursos humanos é substituível. Todos os quadros que vocês integrarão se destinam ao processo educativo da alma. Em breve, estarão soterrados nos séculos, como todos os espetáculos de que participamos nas paisagens que se foram...

A lei de substituição funciona diariamente para nós todos.

Cada testemunho incompleto, cada lição imperfeita, serão repetidos tantas vezes quantas forem necessárias.

A própria Natureza, na Crosta do Mundo, instruí-los-á diferentemente ao vaivém das situações e das coisas.

Primavera e inverno renovam-se para a comunidade dos seres terrestres, nos diversos reinos, há milhares de anos. As influências lunares se rearticulam, de semana a semana, difundindo o magnetismo diferente da luz polarizada. Nos círculos planetários, infância, juventude e velhice dos corpos funcionam igualmente para todos.

Qual ocorre na zona das formas temporárias, prepondera a substituição na ordem espiritual.

Quem não dispõe de parentes consanguíneos, com boa vontade encontrará família maior nos laços humanos. Se vocês não puderem suportar o clima de uma bigorna, encontrarão acesso à carpintaria e, em qualquer casa de ação edificante, desde que se inspirem no ideal de servir, serão aquinhoados com as possibilidades de realizar intensivamente, na sementeira e na seara do Bem.

Nas artes e nas ciências, receberão todos vocês a bênção de aprender e reaprender, de experimentar e recapitular incessantemente.

Nas circunstâncias, aparentemente mais duras, ninguém entregue o espírito ao desespero. Tal qual a alvorada que faz a luz resplandecer além das trevas, a oportunidade de reajustamento, reabilitação e ascensão brilhará sempre sobre os abismos nos quais nos precipitemos, desavisados e incautos... 
Guardem a paz inalterável, porquanto, ao longo do problema esclarecido e do caminho trilhado pelos seres mortais, tudo será reformado e substituído...

O orientador mostrou diferente brilho nos olhos e acrescentou:

– Há, porém, no decurso de nossas atividades uma perda irreparável. Com exceção dos valores prevalecentes na jornada evolutiva, é esse prejuízo a medida que define a distância entre o bom e o mau, entre o rico e o pobre, entre o ignorante e o sábio, entre o demônio e o santo. Semelhante lacuna é impreenchível. Deus dispôs a Lei de tal modo que nem mesmo a justiça d’Ele consegue remediá-la, em benefício dos homens ou dos anjos. 
Ante a expectação dos ouvintes, o instrutor esclareceu:

– Trata-se da perda do dia de serviço útil, que representa ônus definitivo, por distanciar-nos de todos os companheiros que se eximem a essa falha.

E enquanto os aprendizes se entreolhavam, admirados, o mentor paternal concluiu:

– Ajudando-nos na preservação da paz, Jesus: recomendou-nos: “contemplai os lírios do campo!”

Entretanto, para que não zombemos do profundo valor das horas, foi Ele mesmo quem nos advertiu:

“Caminhai enquanto tendes luz!”
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Irmão X
Chico Xavier





quarta-feira, 12 de abril de 2017

Na Garantia do Bem

 
Se podes e quanto possas, auxilia aos Mensageiros do Bem, entretecendo o clima espiritual necessário à execução do Bem. 

Em muitos lances da vida, mormente no Plano Físico, rogamos o amparo das Forças Superiores, a fim de atravessar determinadas crises de existência, mas, em muitas ocasiões, comportamo-nos à feição do enfermo em estado grave que recebesse o oxigênio longamente esperado para a garantia da própria sobrevivência, incendiando-o, porém, antes de aproveitá-lo. 

Prevenção e azedume, cólera e desânimo são obstáculos a desfazerem qualquer possibilidade de auxílio. 

Se te propões a colaborar com aqueles que se empenham a servir, abençoa sempre. 

Alguns minutos de tolerância, uma frase de compreensão, um gesto espontâneo de fraternidade, a gentileza natural ou a espera sem reclamação operam prodígios. 

A Terra ainda está repleta de pessoas que desconhecem a importância das reações em cadeia. 

Por vezes, a delinquência está avançando, de vibração a vibração. Para o impacto do crime; no entanto, essa ou aquela pequenina manifestação de bondade ou entendimento é capaz de sopitar-lhe a marcha, tanto quanto leve intervenção no estopim aceso pode sustar o fogo, antes que o fogo alcance a bomba. 

Sê o silêncio onde o tumulto ameace perturbação, a palavra de bênção onde o ódio esteja lançando condenações, a paz no lugar em que a discórdia apareça e, sobretudo, a paciência em qualquer parte onde as nuvens da incompreensão prenunciem a tempestade do desequilíbrio. 

Recorda: em qualquer necessidade ou sofrimento é imprescindível podar a inquietude e o desânimo, fatores desencadeantes de excitação ou de gelo que dificultam a oportunidade de auxiliar ou receber auxílio. 

Em qualquer circunstância, capacita-te de que Deus é amor para todas as criaturas e que, no esquema da justiça, basta mantenhamos a disposição de ajudar ao próximo para que nos tornemos suportes da Divina Providência, em favor dos nossos irmãos de experiência e caminho. De vez que sem a coragem de servir e sem esforço de compreender, a nossa compaixão pelos outros, em qualquer caso, não passará de mais um problema sobre os problemas que pretendamos solucionar. 
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Emmanuel 
Chico Xavier 
Obra: Momentos de ouro 





terça-feira, 11 de abril de 2017

Todos os Dias


Não te digas sem a inspiração de Jesus para adotar rumo certo.

A atualidade terrestre mostra cientificamente que a comunhão espiritual não depende do espaço ou do tempo.

Podes fitar um orientador da comunidade e colher-lhe a palavra, a longa distância, através da televisão...

Conversar com um amigo, de um continente a outro, com o auxílio do telefone...

Escutar o cantor predileto, que atua de longe, por intermédio do rádio...

Recolher a mensagem de alguém, na tira de um telegrama...

Acompanhar, nas colunas da imprensa, o cronista simpático que nunca viste em pessoa...

Assim também, nossas ligações com o Cristo de Deus.

Jesus não é o mestre ausente ou símbolo morto. Ainda e sempre, é para nós, os que declaramos aceitar-lhe a governança, o mentor vigilante e o exemplo vivo.

Basta recapitular-lhe as lições para refleti-lo. E, ao retrata-lo em nós, segundo as nossas acanhadas concepções, receberemos dele a ideia ou o socorro de que careçamos, a fim de escolher com acerto e agir com justiça. Prometeu-nos o Mestre, ao falar aos discípulos:

- “Eis que eu estou convosco, todos os dias, até à consumação dos séculos.”

Como é fácil de perceber, o Senhor está conosco, esperando, porém, que estejamos com Ele.
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Emmanuel – Palavras de Vida Eterna – CAP 149
Chico Xavier  


segunda-feira, 10 de abril de 2017

Todos Erramos


Tolera as falhas alheias e não as apresentes no festival de fofocas.

Todos erramos.

Sábio é aquele que, no erro, aprende a agir com correção.

Quando vejas alguém caído, dá-lhe a mão, ao invés de te comprazeres em censurá-lo.

Ninguém tomba por querer.

E se tal ocorre, nele predomina a ignorância, que é um cruel inimigo do homem.

Ainda assim, o equivocado merece mais socorro do que reprimenda.
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Joanna de Ângelis 
Divaldo Franco
Obra: Vida feliz 





domingo, 9 de abril de 2017

CONDUTA CONSIGO MESMO



Referimo-nos aos esforços íntimos em relação aos hábitos, costumes, necessidades e outros aspectos da vida moral do indivíduo, destinados a mudar os seus sentimentos negativos, vencer vícios e defeitos, dominar paixões inferiores e conquistar virtudes espirituais, isto é, a reforma íntima.

Para isso torna-se necessário:

Higiene do corpo físico - Uso diário de banhos de água, totais ou parciais; de ar, de luz e de sol, cada um agindo, é claro, de acordo com seus próprios  recursos e possibilidades, inclusive de tempo; vestimentas apropriadas, de acordo com o tempo, o clima e as estações do ano.


Alimentação - Racional e sóbria, contendo os princípios alimentares básicos que são: proteínas (alimentos que mantêm os músculos); carboidratos e gorduras (alimentos que fornecem energia e calor), sais minerais e vitaminas.

Todos estes elementos são encontrados nos alimentos comuns, sendo, todavia, necessário saber combiná-los e utilizá-los sem faltas ou excessos.

Para isso convém consultar instruções apropriadas, quase sempre encontradas em livros e publicações que tratam do assunto.

Lentamente, e tanto quanto possível (segundo os recursos, profissão e temperamento de cada um) diminuir a carne como alimento base, visto ser desaconselhável do ponto de vista espiritual. Os princípios alimentares que ela contém, sobretudo proteínas, são encontrados com facilidade em outros alimentos de uso comum, como, por exemplo: queijo, feijão, soja, leite, etc.

Por outro lado, para alimentar nosso corpo não há necessidade de sacrificar vidas de animais úteis e pacíficos onde Espíritos, ainda embrionários, realizam sua evolução, quando podemos fazê-lo com inúmeros outros alimentos mais simples.

Neste assunto, que é de controvérsia, cada um deve seguir seus próprios impulsos e inspirações que corresponderão, Justamente, ao grau de compreensão ou de evolução que lhes forem próprios.
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Repouso - Dormir o tempo que for exigido pelo próprio organismo, segundo a idade, a profissão e o temperamento de cada um.

Nunca sacrificar esta necessidade fundamental em benefício de certas distrações ou atividades dispensáveis, porque são sempre lamentáveis as consequências que a falta de sono acarreta para o sistema nervoso, principalmente daqueles para os quais esta necessidade se torna mais acentuada.

O normal do período de repouso para os adultos é de 8 horas, tempo esse que vai diminuindo à medida que aumenta a idade; na velhice essa necessidade fica reduzida para pouco mais de 3 a 5 horas, substituída a diferença por uma apatia natural, certa sonolência.

A insônia nos adultos e nos adolescentes, mas sobretudo nas crianças, sempre denota moléstia orgânica ou perturbação de natureza psíquica que requerem cuidados especiais, porém nunca o uso de tranquilizantes ou hipnóticos que podem provocar dependência, além de produzirem profundas depressões.
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Distrações - Também fazem parte dos recursos necessários à mantença do equilíbrio orgânico, como reflexos vindos do campo da vida psíquica.

São derivativos para as pressões exercidas, nas lutas da vida, pelas inquietações, temores, cansaço, tristeza, desânimo, etc., que tão perniciosas influências exercem sobre o Espírito, com a agravante, ainda, de abrirem portas às influenciações do plano invisível.

Todavia, não são todas as distrações que servem ao espírita interessado no seu problema de renovação moral. Há distrações benéficas como as há extremamente perniciosas; estas são as que despertam ou alimentam os instintos inferiores do personalismo, da brutalidade, da violência, da crueldade, como o boxe, as lutas de arena, as touradas, etc.; as que levam a desgarres da sensualidade, como certos espetáculos, danças e folguedos; tudo isso deve ser eliminado do programa do espírita esclarecido e sensato.

As diversões aconselháveis e úteis são as de aspecto construtivo e elevado, como passeios ao campo. parques e jardins, excursões, visitas a museus e obras de arte, reuniões culturais, concertos musicais, conferências sobre assuntos instrutivos, enfim, tudo quanto dignifique, esclareça e levante o indivíduo para esferas de vida e de sentimentos mais elevados.

Muito importam, também, à mantença do equilíbrio orgânico e à harmonia interna do santuário do Espírito, o combate aos vícios, defeitos morais e paixões, próprias do homem encarnado nestes graus inferiores da escala evolutiva, dos quais o nosso orbe faz parte.

Do mesmo citado livro transcrevemos mais os seguintes períodos referentes a estes pontos de relevantes interesses.
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Os vícios - Para a defesa e purificação do organismo, é necessário combater rigorosamente os vícios, começando pelos mais comuns que são o fumo, o álcool, a gula e os tóxicos (maconha, éter, ópio, morfina, etc.)

Atualmente, estes vícios se alastram de forma alarmante, envolvendo milhões de pessoas, em sua maioria jovens inexperientes que a vida social moderna, com seus costumes licenciosos e cínicos, empurra para caminhos de perdição.


Jovens de ambos os sexos, nas reuniões de sociedades, fazem alarde ou exibição dos vícios que possuem, como se tal coisa os engrandecesse.

Na sua inconsciência, chafurdam na lama e se vangloriam disso.

O fumo, por exemplo, considerado o mais inocente desses vícios, está sendo adotado pela maioria das mulheres, sendo fabuloso o seu consumo no mundo inteiro e seu uso produz terríveis males, mormente no aparelho nervoso vegetativo (simpático e vago), dando margem a perturbações tanto mais intensas e profundas quanto mais sensíveis forem as pessoas. Ultimamente, severas advertências vêm sendo feitas por cientistas de todos os países sobre a influência do fumo na produção do câncer. Segundo estatísticas oficiais, em cada quatro pessoas que fumam, uma possui indícios de câncer.

As consequências do fumo afetam também fortemente o perispírito, produzindo uma espécie de entorpecimento psíquico, que continua até mesmo após o desencarne, prolongando o período de inconsciência que, na maioria dos casos, ocorre depois da chamada morte física, como também afeta a cortina de proteção e isolamento existente entre o corpo físico e o perispírito.

E coisas ainda piores sucedem em relação ao vício do álcool, responsável pela degradação moral de milhões de pessoas, em todas as partes do mundo, obrigando governos esclarecidos (como, por exemplo, o da França, ultimamente) a decretar legislação coercitiva a fabricação e uso imoderado do álcool em seu território.

Julgamos completamente desnecessário qualquer comentário a respeito destes vícios e de suas diferentes sintomatologias, que oscilam entre a euforia e o coma, visto ser assunto por demais conhecido.

Não importa o que digam uns e outros, inclusive pessoas de ciência, defendendo estes vícios, alegando não serem tão perniciosos como parecem: os que os defendem são também viciados em maior ou menor grau e, portanto, suspeitos no caso.

Os espíritas, se realmente desejam evoluir e, já que a evolução não se conquista sem pureza de corpo e de espírito, devem combater e eliminar de si mesmos estes vícios, libertando-se deles definitivamente. Não pode haver pureza de corpo ou de sentimentos em pessoas que se entregam a vícios repugnantes e perniciosos, praticando, assim, um suicídio lento, na mais lamentável negligência moral.

Por outro lado, é preciso não esquecer que o viciado é assediado e dominado por Espíritos inferiores desencarnados, mesmo quando não maléficos mas, da mesma forma, viciados e que, não possuindo mais o corpo físico, atuam sobre eles e, por seu intermédio, se satisfazem, inalando a fumaça dos cigarros ou aspirando, deliciados, os vapores do álcool.

Há milhões de pessoas, no mundo inteiro, que vivem assim escravizadas pelos Espíritos inferiores e utilizadas por estes como instrumentos passivos, submissos e cegos de seus próprios vícios e paixões.

André Luiz, em sua obra Nos Domínios da Mediunidade, descreve uma cena de botequim, mostrando como alguns Espíritos desencarnados, junto de fumantes e bebedores, com triste feição, se demoravam expectantes.

Alguns sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento.

Outros aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes. 
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Defeitos morais e paixões - A batalha moral contra os defeitos e as paixões deve ser igualmente encetada pelos espíritas sem vacilações e temores, sendo certo que desde os primeiros passos, serão fortemente apoiados pelos benfeitores espirituais, que sempre estão atentos, aguardando que tão salutares e imperiosas resoluções surjam e tomem consistência no Espírito dos seus protegidos, entes amados que eles, os benfeitores, assumiram o compromisso de assistir e proteger durante a encarnação.

Antes de encetar a luta contra os defeitos e as paixões tão comuns ao homem inferior (como sejam, o orgulho, o egoísmo, a sensualidade, a hipocrisia, a avareza, a crueldade, e outros) é necessário que cada um faça um programa individual de ação, examine a influência que cada defeito ou paixão exerce sobre si mesmo e em seguida inicie a repressão com confiança e disposição de lutar sem desfalecimentos, até o fim; assim procedendo, logo aos primeiros passos, verá que o apoio recebido do Alto é muito importante e que a vitória está desde o princípio, em suas próprias mãos.
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Edgard Armond - Passes e Radiações - pág. 21