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sábado, 24 de fevereiro de 2018

Sobras

 

A sobra em todas as situações é o agente aferidor do nosso ajustamento à Lei Eterna que estatui sejam os recursos do Criador divididos justificadamente por todas as criaturas, a começar pela bênção vivificante do Sol.

  É assim que o leite a desperdiçar-se, na mesa, é a migalha de alimento que sonegas à criancinha órfã de pão, tanto quanto a roupa a emalar-se, desnecessária, no recanto doméstico, é o agasalho que deves à nudez que a noite fria vergasta.

  Por isso mesmo, é pelo supérfluo acumulado em vão que começam todos os nossos desacertos perante a Bênção Divina.

  Formações miasmáticas invadem-te o lar pelos frutos apodrecidos que recusas à fome dos semelhantes; prolifera a traça na moradia, pelo vestuário que segregas a distância de quem sofre a intempérie;   multiplicam-se víboras e espinheiros na gleba que guardas, inútil;   arma-te a inveja ciladas soezes, ao pé de patrimônios materiais que reténs, sem qualquer benefício para a necessidade dos outros,   e, sobretudo, os expoentes da criminalidade e do vício senhoreiam-te a vida, nas horas vagas em que te refestelas nos braços da ilusão, exaltando a leviandade e a preguiça.

  Não olvides, assim, que toda sobra desaproveitada nos bens que desfrutas, por efeito de empréstimo da Providência Maior, se converte em cadeia de retaguarda, situando-te pensamentos e aspirações na cidadela da sombra. E, repartindo com o próximo as vantagens que te enriquecem os dias, seguirás, desde a Terra, pelos investimentos do amor puro e incessante, em direitura à Plenitude Celestial. ***********************
Emmanuel
Chico Xavier



MENSAGEM DO ESE:
A indulgência (II)


Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações e o Senhor usará de indulgência para convosco, como de indulgência houverdes usado para com os outros.

Sustentai os fortes: animai-os à perseverança. Fortalecei os fracos, mostrando-lhes a bondade de Deus, que leva em conta o menor arrependimento; mostrai a todos o anjo da penitência estendendo suas brancas asas sobre as faltas dos humanos e velando-as assim aos olhares daquele que não pode tolerar o que é impuro. Compreendei todos a misericórdia infinita de vosso Pai e não esqueçais nunca de lhe dizer, pelos pensamentos, mas, sobretudo, pelos atos: “Perdoai as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos hão ofendido.” Compreendei bem o valor destas sublimes palavras, nas quais não somente a letra é admirável, mas principalmente o ensino que ela veste.

Que é o que pedis ao Senhor, quando implorais para vós o seu perdão? Será unicamente o olvido das vossas ofensas? Olvido que vos deixaria no nada, porquanto, se Deus se limitasse a esquecer as vossas faltas, Ele não puniria, é exato, mas tampouco recompensaria. A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis é o favor de suas graças, para não reincidirdes neles, é a força de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submissão e do amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a reparação.

Quando perdoardes aos vossos irmãos, não vos contenteis com o estender o véu do esquecimento sobre suas faltas, porquanto, as mais das vezes, muito transparente é esse véu para os olhares vossos. Levai-lhes simultaneamente, com o perdão, o amor; fazei por eles o que pediríeis fizesse o vosso Pai celestial por vós. Substitui a cólera que conspurca, pelo amor que purifica. Pregai, exemplificando, essa caridade ativa, infatigável, que Jesus vos ensinou; pregai-a, como ele o fez durante todo o tempo em que esteve na Terra, visível aos olhos corporais e como ainda a prega incessantemente, desde que se tornou visível tão-somente aos olhos do Espírito. Segui esse modelo divino; caminhai em suas pegadas; elas vos conduzirão ao refúgio onde encontrareis o repouso após a luta. Como ele, carregai todos vós as vossas cruzes e subi penosamente, mas com coragem, o vosso calvário, em cujo cimo está a glorificação. — João, bispo de Bordéus. (1862.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 17.)

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Renascimento


 

Não aguardes o lance da morte para atender, em ti mesmo, à grande renovação.

  Se a chama de tuas esperanças mais caras surge agora reduzida a pó e cinza, aproveita os resíduos dos sonhos mortos por adubo à nova sementeira de fé e caminha para diante, sem descrer da felicidade.

  Muitos desertam do quadro escabroso em que o Céu lhes permite a quitação com as Leis Divinas, deitando-lhe insultos, como se se retirassem de província infernal, mas voltarão a ele, em momento oportuno, com lágrimas de tardio arrependimento, para reajustar suas disposições, quando poupariam larga quota de tempo se lhe buscassem compreender as lições ocultas.

  Outros muitos fogem de entes amados, reprochando-lhes a conduta e anatematizando-lhes a existência, qual se se ausentassem de desapiedados verdugos; no entanto, voltarão, igualmente mais tarde, a tributar-lhes paciência e carinho, a fim de curar-lhes as chagas de ignorância e ajudá-los no pagamento de débitos escabrosos, entendendo, por fim, que teriam adquirido enorme tesouro de experiência se lhes houvessem doado apoio e entendimento, perdão e auxílio justo, no instante difícil em que se mostravam desmemoriados e inconscientes.

  Não deixes, assim, para amanhã o trabalho bendito da caridade que te pede ação ainda hoje.

 O caminho de angústia e a mão do insensato despontam do pretérito, cujas dívidas precisamos solver.

  Desse modo, se te não é lícito possuir esse ou aquele patrimônio que te parece adequado à realização do mais alto ideal, faze da tela escura em que estagias a escola da própria sublimação, e, se não podes receber, em determinada condição, a alma que amas, no mundo, consagra-lhe mesmo assim o melhor de teu culto, estendendo-lhe a bondade silenciosa, na bênção da simpatia.

  Não encomendes, pois, embaraços e aversões à loja do futuro, porque, a favor de nossa própria renovação, concede-nos o Senhor, cada manhã, o Sol renascente de cada dia. ************************
Emmanuel
Chico Xavier





MENSAGEM DO ESE:
A fé: mãe da esperança e da caridade


Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.
A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?

Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.

A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma, ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida.

Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do um que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé. — José, Espírito protetor. (Bordéus, 1862.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 11.)

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Examina a própria aflição
Examina a própria aflição para que não se converta a tua Inquietude em arrasadora tempestade emotiva.
Todas as aflições se caracterizam por tipos e nomes especiais.
A aflição do egoísmo chama-se egolatria.
A aflição do vício chama-se delinquência.
A aflição da agressividade chama-se cólera.
A aflição do crime chama-se remorso.
A aflição do fanatismo chama-se intolerância.
A aflição da fuga chama-se covardia.
A aflição da inveja chama-se despeito.
A aflição da leviandade chama-se insensatez.
A aflição da indisciplina chama-se desordem.
A aflição da brutalidade chama-se violência.
A aflição da preguiça chama-se rebeldia.
A aflição da vaidade chama-se loucura.
A aflição do relaxamento chama-se evasiva.
A aflição da indiferença chama-se desânimo.
A aflição da inutilidade chama-se queixa.
A aflição do crime chama-se desespero.
A aflição da impaciência chama-se intemperança.
A aflição da sovinice chama-se miséria.
A aflição da injustiça chama-se crueldade.
Cada criatura tem a aflição que lhe é própria.
A aflição do reino doméstico e da esfera profissional, do raciocínio e do sentimento...
Os corações unidos ao Sumo Bem, contudo, sabem que suportar as aflições menores da estrada é evitar as aflições maiores da vida e, por isso, apenas eles, anônimos heróis da luta cotidiana, conseguem receber e acumular em si mesmos os talentos de amor e paz reservados por Jesus aos sofredores da Terra, quando pronunciou ao monte a divina promessa:
– “Bem-aventurados os aflitos!”
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Emmanuel
Chico Xavier

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

APELO ESPÍRITA


Irmãos! Faze:

De cada ensinamento que recebes uma instrução do Plano Superior;
De cada tarefa, por mínima que seja, uma realização em que deixes os melhores sinais de
tua presença;
De cada conversação, um entendimento construtivo;
De cada conversação, um mensageiro de tua cooperação, no levantamento da felicidade
geral;
De cada relação nova, uma sementeira de bênçãos;
De cada necessitado, um irmão que te espera o auxílio, em nome da Divina Paternidade;
De cada desapontamento, um teste de compreensão;
De cada hora, uma oportunidade de servir... 

Companheiro da Terra és o viajor em trânsito na hospedaria do mundo!... 
Guarda o coração e a consciência, na prática do bem, de tal modo, que possas receber, com o despertar de cada manhã, um novo renascimento na casa física e, no descanso de cada noite, um ensino de regresso tranquilo ao teu lar verdadeiro, na Vida Espiritual. 
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Albino Teixeira
Chico Xavier




MENSAGEM DO ESE:
Eficácia da prece


Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes. (S. MARCOS, cap. XI, v. 24.)

Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas. E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.

Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, vai grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do que instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera ter procurado desviar o raio. Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.

Desta máxima: “Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece”, fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.


(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 5 a 7.)



quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Cadinho



Muitas vezes, na Terra, na posição de cultores da delinquência, conseguimos escapar das sentinelas da punição.

  Faltas não previstas na legislação terrestre, como sejam certos atos de crueldade e muitos crimes da ingratidão, muros a dentro de nossa vida particular, quase sempre acarretam a queda e a perturbação, a enfermidade e a morte de criaturas que a Divina Bondade nos põe no caminho.

  De outra feita, quando positivamente enodoados com o ferrete da culpa, conseguimos aligeirar nossas penas ou delas nos exonerar, subornando consciências dolosas, no recinto dos tribunais.

  Todavia, a reta justiça nos espera, infalível, e além da morte, ainda mesmo quando tenhamos legado ao mundo vastas parcelas de cultura e benemerência, eis que as marcas de ignomínia se nos destacam do ser, então expostas à Grande Luz.

  Nessa crise inesperada, imploramos nós mesmos retorno e readmissão nos cursos de trabalho em que se nos desmandaram a deserção e a falência, a fim de ressarcirmos os débitos que os homens não conheceram, mas que vibram, obcecantes, no imo de nossas almas.

  É assim que voltamos ao cadinho fervente da purgação, retomando nos fios da consanguinidade a presença daqueles que mais ferimos, para devolver-lhes em ternura e devotamento os patrimônios dilapidados, rearticulando os elos da harmonia que nos ligam a todos, na universalidade da vida, perante a Lei.

  Reverenciemos, desse modo, no lar humano, não apenas o templo de carinho em que se nos reabastecem as forças, no exercício do bem eterno, mas igualmente a rude escola da regeneração, em que retomamos o convívio dos velhos adversários que nós mesmos criamos, a ressurgirem na forma de aversões instintivas e desafetos ocultos, que nos constrangem cada hora à lição da renúncia e à mensagem do sacrifício.

  E por mais inquietante se nos afigure a experiência no educandário doméstico, guardemos, dentro dele, extrema devoção ao dever, perdoando e ajudando, compreendendo e amparando sem descansar, pois somente aquele que se engrandeceu, entre as quatro paredes da própria casa, é que pode, em verdade, servir à obra de Deus no campo vasto do mundo.
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 Emmanuel 
Chico Xavier



MENSAGEM DO ESE:
Limites da encarnação
Quais os limites da encarnação?  

A bem dizer, a encarnação carece de limites precisamente traçados, se tivermos em vista apenas o envoltório que constitui o corpo do Espírito, dado que a materialidade desse envoltório diminui à proporção que o Espírito se purifica. Em certos mundos mais adiantados do que a Terra, já ele é menos compacto, menos pesado e menos grosseiro e, por conseguinte, menos sujeito a vicissitudes. Em grau mais elevado, é diáfano e quase fluídico. Vai desmaterializando-se de grau em grau e acaba por se confundir com o perispírito. Conforme o mundo em que é levado a viver, o Espírito reveste o invólucro apropriado à natureza desse mundo.

O próprio perispírito passa por transformações sucessivas. Torna-se cada vez mais etéreo, até à depuração completa, que é a condição dos puros Espíritos. Se mundos especiais são destinados a Espíritos de grande adiantamento, estes últimos não lhes ficam presos, como nos mundos inferiores. O estado de desprendimento em que se encontram lhes permite ir a toda parte onde os chamem as missões que lhes estejam confiadas.

Se se considerar do ponto de vista material a encarnação, tal como se verifica na Terra, poder-se-á dizer que ela se limita aos mundos inferiores. Depende, portanto, de o Espírito libertar-se dela mais ou menos rapidamente, trabalhando pela sua purificação.

Deve também considerar-se que no estado de desencarnado, isto é, no intervalo das existências corporais, a situação do Espírito guarda relação com a natureza do mundo a que o liga o grau do seu adiantamento. Assim, na erraticidade, é ele mais ou menos ditoso, livre e esclarecido, conforme está mais ou menos desmaterializado. – São Luís. (Paris, 1859.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, item 24.)



terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Na hora da doença





"E tudo o que pedirdes em oração, acreditando, recebereis."
(Mateus 21:22)

O que pode ser mais preocupante e triste que a doença, em uma família?

Uma família pode desestruturar, emocionalmente e também financeiramente, com a chegada de uma doença, especialmente quando é grave.

Porém, tudo pode ser contornado e até superado, quando existe harmonia no lar e respeito entre os familiares, quando todos se unem, se ajudam e vencem as dificuldades.

Até a aceitação e a resignação se tornam mais fáceis com a união e o respeito entre os familiares.

Podemos estar certos de que o que agrava as situações, que normalmente já são difíceis no lar, é o desentendimento, as acusações e a cobrança de um para o outro. Isso gera vibrações negativas que aumentam a desarmonia e até impedem a cura e o bem-estar do doente.

A doença deve ser motivo para reflexão, recolhimento íntimo, aproximação entre os familiares e Deus. A religião pode ajudar muito.

A doença nos mostra o quanto somos impotentes perante Deus. Ela nos prova que, nessas horas, de nada valem o dinheiro, a posição social, ou mesmo a força física.

A solução foge completamente do nosso controle.

Essa é a hora de exercitarmos a humildade, a submissão e principalmente a fé.

Independentemente de todo tratamento médico, é preciso unir-se através da prece. A prece reforça qualquer tratamento. Através dela contribuímos muito para o bem-estar e a cura do doente. Assim como, para a harmonização de todos.

Temos de estar conscientes de que todo sofrimento é lição que, se bem aproveitada, acelera nossa evolução espiritual.

A doença pode ser um grande passo, não só para o doente, mas para toda a família, quando é aceita e tratada com carinho e amor.
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“Na hora exata" — uma lição para cada situação”, de Maria Cotroni Valenti  


MENSAGEM DO ESE:
O de que precisa o Espírito para ser salvo. Parábola do bom samaritano.


Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á no trono de sua glória; — reunidas diante dele todas as nações, separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas, — e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos foi preparado desde o princípio do mundo; — porquanto, tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; careci de teto e me hospedastes; — estive nu e me vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes ver.

Então, responder-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? — Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? — E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? — O Rei lhes responderá:
Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes.
Dirá em seguida aos que estiverem à sua esquerda: Afastai-vos de mim, malditos; ide para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e seus anjos; — porquanto, tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber; precisei de teto e não me agasalhastes; estive sem roupa e não me vestistes; estive doente e no cárcere e não me visitastes.

Também eles replicarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e não te demos de comer, com sede e não te demos de beber, sem teto ou sem roupa, doente ou preso e não te assistimos? — Ele então lhes responderá: Em verdade vos digo: todas a vezes que faltastes com a assistência a um destes mais pequenos, deixastes de tê-la para comigo mesmo. E esses irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna. (S. MATEUS, cap. XXV, vv. 31 a 46.)
Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para o tentar: Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna? — Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? Que é o que lês nela? — Ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de todo o teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo. — Disse-lhe Jesus: Respondeste muito bem; faze isso e viverás. Mas, o homem, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus: Quem é o meu próximo?

Jesus, tomando a palavra, lhe diz: Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto. — Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. — Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante. — Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. — Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. — No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar.

Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? — O doutor respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele. — Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo. (S. LUCAS, cap. X, vv. 25 a 37.)
Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade:
Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura.

No quadro que traçou do juízo final, deve-se, como em muitas outras coisas, separar o que é apenas figura, alegoria. A homens como os a quem falava, ainda incapazes de compreender as questões puramente espirituais, tinha ele de apresentar imagens materiais chocantes e próprias a impressionar. Para melhor apreenderem o que dizia, tinha mesmo de não se afastar muito das idéias correntes, quanto à forma, reservando sempre ao porvir a verdadeira interpretação de suas palavras e dos pontos sobre os quais não podia explicar-se claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro, há uma idéia dominante: a da felicidade reservada ao justo e da infelicidade que espera o mau.

Naquele julgamento supremo, quais os considerandos da sentença? Sobre que se baseia o libelo? Pergunta, porventura, o juiz se o inquirido preencheu tal ou qual formalidade, se observou mais ou menos tal ou qual prática exterior? Não; inquire tão-somente de uma coisa: se a caridade foi praticada, e se pronuncia assim: Passai à direita, vós que assististes os vossos irmãos; passai à esquerda, vós que fostes duros para com eles. Informa-se, por acaso, da ortodoxia da fé? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modo e o que crê de outro? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor do próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas como a condição única. Se outras houvesse a serem preenchidas, ele as teria declinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV, itens 1 a 3.)



segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Otimismo sempre




Você já deve ter se deparado com a ideia figurada do copo com água pela metade e a velha pergunta: O copo está meio cheio ou meio vazio?
As conclusões em torno dessa recorrente metáfora são a respeito de como vemos o mundo, as situações, as ocorrências em nossa vida.
Avaliam muitos que ver o copo meio cheio é muito mais otimista do que vê-lo como meio vazio.
Porém a pergunta é: Vale a pena ser otimista? Ou ainda, o que é ser otimista?
São vários os estudos médicos que trazem indicativos a respeito da vantagem de ser otimista.
Esses apontam uma maior longevidade, melhor qualidade de vida, saúde mais estável.
Se alguns se fazem otimistas por sua própria natureza, por seu posicionamento perante a vida, como se constrói o otimismo naqueles de nós que parecemos sempre ver o copo meio vazio?
Como entender o mundo com otimismo?
Talvez um bom caminho seja começar com o entendimento da existência de Deus.
Um Universo milimetricamente organizado, da intimidade nanométrica de um cromossomo às grandezas infinitas celestiais, não é obra do acaso.
Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. Logo, Deus existe.
Da existência de Deus, chega-se à conclusão de que suas ações, atitudes e essência são de amor.
Como sintetizou João, o Evangelista: Deus é amor.
Fruto do Seu amor são todas as coisas que nos cercam.
O simples fato de termos nascido, o corpo que usufruímos, as condições de vida de que dispomos, tudo isso é o toque e o reflexo do amor de Deus sobre nós.
É verdade que muitas vezes não gostaríamos de ter um corpo mutilado, limitado, adoentado.
Tantas vezes anelamos condições melhores para nossa vida, sejam de caráter econômico, social ou emocional.
Porém, como um Pai amoroso e ciente, Deus nos oferece aquilo de que precisamos, e não aquilo que, muitas vezes, infantilmente, desejamos.
Assim, a doença, as dificuldades, as limitações físicas, são lições que a Providência Divina nos oferta para nossa aprendizagem.
Os embates da vida, a família difícil, os perrengues naturais do cotidiano, são oportunidades de aprendizado que ainda nos cabe completar.
Porque somos Espíritos destinados à perfeição, muito temos a aprender, sendo a vida a escola por excelência.
Assim, tudo que nos acontece deve ser entendido como lição.
Mesmo as consequências de nossas atitudes insensatas, são lições que nos aconselham a não repeti-las para mais não sofrer.
Tudo se encontra sob os auspícios da Divindade.
Como Deus nos ama infinitamente, sempre nos ocorre o que seja melhor para nossa vida.
Lembremos, portanto, que ser otimista é guardar a certeza de que somos filhos de Deus, herdeiros do Universo.
É entender que cada dia Deus provê nossas necessidades, como nos ensinou Jesus.
Finalmente, compreender que esse entendimento, misto de otimismo e gratidão, nos faz melhores, mais felizes, mais plenos e em harmonia perante tudo o que nos cerca.
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Redação do Momento Espírita



MENSAGEM DO ESE:
Fora da caridade não há salvação


Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si. Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar-lhe o sentido profundo e as conseqüências, a descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.

Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. — Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV, item 10.)




domingo, 18 de fevereiro de 2018

Mediunidade a desenvolver


Mediunidade a desenvolver: tema constante nas atividades espíritas.

Para explicar, no entanto, o que vem a ser isso, enfileiremos o mínimo de palavras, recorrendo aos esclarecimentos vivos do trabalho e do estudo.


  Alguém chega à oficina, pedindo emprego.

Precisa garantir a subsistência.

Obtém lugar e acolhida.

  Mas se espera, durante dias e dias, que os diretores da organização lhe arrebatem a cabeça e as mãos, movimentando-as à força, para o dever que lhe cabe, sem a menor iniciativa, seja no transporte de fardo humilde ou no manejo da escova para auxiliar na limpeza, acabará sempre sob as vistas dos orientadores da obra que encontrarão motivos para agradecer-lhe a presença e conferir-lhe substituto.

  Isso porque ninguém entesoura competência, através de expectativa.


  Alguém chega à escola, pedindo instrução.

Precisa desvencilhar-se da ignorância.

Obtém admissão e valimento.

  Mas se espera, durante meses e meses, que os professores lhe arrebatem a cabeça e as mãos, movimentando-as à força para o dever que lhe cabe, sem a menor iniciativa, seja na pontualidade às lições ou na consulta espontânea a esse ou aquele volume, a fim de se esclarecer, em matéria determinada, acabará sempre sob as vistas dos examinadores de ensino, que lhe situarão as necessidades na estaca da repetência.

  Isso porque ninguém entesoura cultura por osmose.


  Desenvolvimento mediúnico é igualmente assim. Partindo da sinceridade do médium, todo aperfeiçoamento das forças espirituais deve apoiar-se no estudo que ilumina o campo da vida e no trabalho que se converte em lavoura do bem.

  Raciocínio e sentimento em ação. Caridade e conhecimento.

  Fora disso, estaremos reafirmando, invariavelmente, que possuímos mediunidade a desenvolver, e falamos certo, ao indicar semelhante realização para o futuro indeterminado, porque eficiência mediúnica é comparável à competência e à cultura que ninguém alcançará sem adquirir.
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 Emmanuel
(Psicografia de Francisco C. Xavier) 



MENSAGEM DO ESE:
Causas anteriores das aflições (II)


Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a conseqüência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros. Se foi duro e desumano, poderá ser a seu turno tratado duramente e com desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer em humilhante condição; se foi avaro, egoísta, ou se fez mau uso de suas riquezas, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer pelo procedimento de seus filhos, etc.
Assim se explicam pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre os bons e os maus neste planeta. Semelhante anomalia, contudo, só existe na aparência, porque considerada tão-só do ponto de vista da vida presente. Aquele que se elevar, pelo pensamento, de maneira a apreender toda uma série de existências, verá que a cada um é atribuída a parte que lhe compete, sem prejuízo da que lhe tocará no mundo dos Espíritos, e verá que a justiça de Deus nunca se interrompe.
Jamais deve o homem olvidar que se acha num mundo inferior, ao qual somente as suas imperfeições o conservam preso. A cada vicissitude, cumpre-lhe lembrar-se de que, se pertencesse a um mundo mais adiantado, isso não se daria e que só de si depende não voltar a este, trabalhando por se melhorar.
As tribulações podem ser impostas a Espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os Espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de proceder melhor, esses as escolhem livremente. Tal o caso de um que, havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de seu trabalho. As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas preparam. Rendamos graças a Deus, que, em sua bondade, faculta ao homem reparar seus erros e não o condena irrevogavelmente por uma primeira falta.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, itens 7 e 8.)