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sábado, 17 de março de 2018

Conversar



A palavra é um fio de sons carregados por nossos sentimentos; em razão disso, aquilo que sentimos é o remoinho vibratório que nos conduzirá a palavra ao lugar certo que nos propomos atingir.

Quando falamos, cada qual de nós apresenta o próprio retrato espiritual passado a limpo.

Conversando, dialogamos; dialogando, aprendemos.

Quem condena atira uma pedra que voltará sempre ao ponto de origem.

As artes são canais de expressão derivados do verbo: a escultura é a palavra coagulada, a pintura é a palavra colorida, a dança é a palavra em movimento, a música é a palavra em harmonia; mas a palavra, em si, é a própria vida.

Quando haja de reclamar isso ou aquilo, espere que as emoções se mostrem pacificadas; um grito de cólera, às vezes, tem a força de um punhal.

Sempre que possa e quanto possa, abstenha-se de comentar o mal; a palavra cria a imagem e a imagem atrai a influência que lhe diz respeito.

Você falou, começou a fazer.

Não fale na treva para que a treva não comece a caminhar por sua conta.

Abençoadas serão as suas palavras sempre que você fale situando-se na posição dos ausentes ou no lugar dos que lhe ouvem a voz.
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Emmanuel
Chico Xavier


MENSAGEM DO ESE:
Salvação dos ricos

Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon. (S. LUCAS, cap. XVI, v. 13.)
Então, aproximou-se dele um mancebo e disse: Bom mestre, que bem devo fazer para adquirir a vida eterna? — Respondeu Jesus: Por que me chamas bom? Bom, só Deus o é. Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos. — Que mandamentos? retrucou o mancebo. Disse Jesus: Não matarás; não cometerás adultério; não furtarás; não darás testemunho falso. — Honra a teu pai e a tua mãe e ama a teu próximo como a ti mesmo.
O moço lhe replicou: Tenho guardado todos esses mandamentos desde que cheguei à mocidade. Que é o que ainda me falta? — Disse Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.
Ouvindo essas palavras, o moço se foi todo tristonho, porque possuía grandes haveres. — Jesus disse então a seus discípulos: Digo-vos em verdade que bem difícil é que um rico entre no reino dos céus. — Ainda uma vez vos digo: É mais fácil que um camelo passe pelo buraco de uma agulha, do que entrar um rico no reino dos céus. (S. MATEUS, cap. XIX, vv. 16 a 24. — S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 18 a 25. — S. MARCOS, cap. X, vv. 17 a 25.)

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, itens 1 e 2.)

sexta-feira, 16 de março de 2018

Antes do berço

Antes do berço, na Espiritualidade, examinando suas próprias necessidades de aperfeiçoamento terá você pedido:

- a deficiência corpórea que induza à elevação de sentimentos;

- a enfermidade de longa duração, capaz de educar-lhe os impulsos;

- essa ou aquela lesão física que favoreça os exercícios de disciplina;

- determinada mutilação que lhe iniba o arrastamento à agressividade exagerada;

- o complexo psicológico que lhe renove as ideias;

- o lar amargo onde possa aprender quanto vale a afeição;

- o traço de prova que lhe impõe obstáculos no grupo social, a fim de esquecer inquietações de orgulho;

- o reencontro com os adversários do passado, então na forma de parentes difíceis, atendendo resgate de antigos débitos;

- a impossibilidade temporária para a obtenção de um título acadêmico, de modo a frenar-se contra desmandos intelectuais;

- internação passageira em ambiente de pauperismo, de maneira a desenvolver a própria habilitação no trabalho pessoal.

Aceite as dificuldades e desafios da existência, porque, na maioria das circunstâncias, são respostas da Providência Divina aos nossos anseios de reajuste e sublimação.
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André Luíz
Chico Xavier




MENSAGEM DO ESE:
 Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?

– Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. 
Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?

Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? 
Não pode ele conduzir o homem até à borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha? 
Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões? 

Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.

O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. — São Luís. (Paris, 1860.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 28.)


quinta-feira, 15 de março de 2018

Reconhecer-se


Não se menospreze. Eduque-se.
Não se marginalize. Trabalhe.
Não apenas administre. Obedeça.
Não apenas mande. Faça.
Não condene. Abençoe.
Não reclame. Desculpe.
Não desprimore. Dignifique.
Não ignore. Estude.
Não desajuste. Harmonize.
Não rebaixe. Eleve.
Não escravize. Liberte.
Não ensombre. Ilumine.
Não se lastime. Avance.
Não complique. Simplifique.
Não fuja. Permaneça.
Não dispute. Conquiste.
Não estacione. Renove.
Não se exceda. Domine-se. 

Lembre-se: todos nós em tudo, dependemos de Deus, mas os empresários de nosso êxito, em qualquer ocasião, seremos sempre nós mesmos. 
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Emmanuel 
Chico Xavier



MENSAGEM DO ESE:
Causas atuais das aflições (II)


A lei humana atinge certas faltas e as pune. Pode, então, o condenado reconhecer que sofre a conseqüência do que fez. Mas a lei não atinge, nem pode atingir todas as faltas; incide especialmente sobre as que trazem prejuízo à sociedade e não sobre as que só prejudicam os que as cometem, Deus, porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa impune qualquer desvio do caminho reto. Não há falta alguma, por mais leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete forçosas e inevitáveis conseqüências, mais ou menos deploráveis. Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal. Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença existente entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras; sem o que, motivo não haveria para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria seu avanço e, conseqüentemente, a sua felicidade futura.

Entretanto, a experiência, algumas vezes, chega um pouco tarde: quando a vida já foi desperdiçada e turbada; quando as forças já estão gastas e sem remédio o mal. Põe-se então o homem a dizer: “Se no começo dos meus dias eu soubera o que sei hoje, quantos passos em falso teria evitado! Se houvesse de recomeçar, conduzir-me-ia de outra maneira. No entanto, já não há mais tempo!” Como o obreiro preguiçoso, que diz: “Perdi o meu dia”, também ele diz: “Perdi a minha vida”. Contudo, assim como para o obreiro o Sol se levanta no dia seguinte, permitindo-lhe neste reparar o tempo perdido, também para o homem, após a noite do túmulo, brilhará o Sol de uma nova vida, em que lhe será possível aproveitar a experiência do passado e suas boas resoluções para o futuro.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 5.)

quarta-feira, 14 de março de 2018

A Missão dos Pais, segundo o Espiritismo



Em diversos lugares de “O Livro dos Espíritos” e do “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec e os Espíritos da Codificação falam da responsabilidade dos pais pela educação dos filhos.

Na questão 208 de “O Livro dos Espíritos”, está escrito que: o Espírito dos pais tem a missão de desenvolver o dos filhos pela educação; isso é para ele uma tarefa. Se nela falhar, será culpado.

Na questão 582, lemos igualmente que este dever implica, mais do que o homem pensa, sua responsabilidade para o futuro.
Em todos os momentos em que este assunto é trazido à baila, ressalta a seriedade do compromisso espiritual assumido pelos pais e mães, de possibilitar a um Espírito a chance de encarnar naquele núcleo familiar.

O segundo trecho citado, fala numa responsabilidade maior do que o homem pensa. O que pensamos hoje em dia a esse respeito? Isto merece uma reflexão à luz do Espiritismo. Seriam os filhos resultado de um descuido com os métodos contraceptivos? Não, pois os filhos não são frutos do acaso, apesar de surgirem em nossas vidas aparentemente fora de hora.

O acaso não existe, o que existe é o cumprimento de uma lei de amor e justiça. No momento propício, as almas se reúnem sob laços de família para colaborarem uns com os outros na superação de problemas e na conquista da harmonia e da felicidade. Seriam os filhos meios de prender o parceiro num relacionamento? Não, pois os Espíritos cumprem uma trajetória de evolução individual, para melhorar intelectual e moralmente. Buscam, na encarnação, os meios de realizar seu progresso, necessitando para isso do cuidado e da orientação dos pais. Suas vidas têm um propósito maior em si mesmas, e não podem nem devem ser usadas para fins egoísticos.

A vida na Terra é um projeto educacional, onde a lei divina dá ao Espírito a oportunidade do renascimento junto a seres que têm condições de ajudá-lo a realizar seu aprimoramento. Recebe ele, para isso, um organismo físico apropriado às experiências que necessita atravessar e um grupo familiar inserido num meio material e social com características que o estimularão a exercitar as capacidades e os sentimentos que veio treinar.

Os pais cumprem o papel de protegê-lo em sua fragilidade dos primeiros anos e de despertar sua consciência para o amor ao bem e à verdade: isto é o que brota claramente dos livros da Codificação.

Contudo, não estão os pais sozinhos diante de um desafio tão complexo. Contam na Terra com a família, com os professores, com especialistas de muitas áreas, com ótimas publicações (livros, revistas e websites), além da indispensável inspiração dos Amigos Espirituais e dos Anjos Guardiões. A prece e o recolhimento são instrumentos ao seu alcance a qualquer momento. Embora grande seja a sua responsabilidade, muitas são as portas a se bater em busca de auxílio.

Afinal, Deus também é Pai que nos educa e supre nossas reais necessidades. Verificamos hoje os grandes males emocionais e sociais resultantes da negligência de muitos pais e mães para com sua missão. O nosso mundo e os nossos filhos solicitam que eles abracem com amor e determinação a tarefa de educar.
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Texto de: Rita Foelker
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582. Pode-se considerar como missão a paternidade?

“É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua
responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de aprumar as árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do que de formar o caráter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que ele avançasse na estrada do bem.” 
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Livro dos Espíritos


MENSAGEM DO ESE:
Piedade Filial
 
          1 Sabes os mandamentos: não cometas adultérios; não mates; não furtes; não digas falso testemunho; não cometais fraudes; honra a teu pai e a tua mãe (Marcos, X: 19; Lucas, XVIII: 20; Mateus, XIX: 19).
            2 – Honra a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a Terra que o Senhor teu Deus te há de dar. (Decálogo, Êxodo, XX: 12)

PIEDADE FILIAL

            3 – O mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe”, é uma conseqüência da lei geral da caridade e do amor ao próximo, porque não se pode amar ao próximo sem amar aos pais; mas o imperativo honra implica um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Deus quis demonstrar, assim, que o amor é necessário juntar o respeito, a estima, a obediência e a condescendência, o que implica a obrigação de cumprir para com eles, de maneira mais rigorosa, tudo o que a caridade determina em relação ao próximo. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que se encontram no lugar dos pais, e cujo mérito é tanto maior, quanto o devotamento é para elas menos obrigatório. Deus pune sempre de maneira rigorosa toda violação desse mandamento.

            Honrar ao pai e à mãe não é somente respeitá-los, mas também assisti-los nas suas necessidades; proporcionando-lhes o repouso na velhice; cercá-los de solicitude, como eles fizeram por nós na infância.

            É sobretudo para com os pais sem recursos que se demonstra a verdadeira piedade filial. Satisfariam a esse mandamento os que julgam fazer muito, aos lhes darem o estritamente necessário para que não morram de fome, enquanto eles mesmos de nada se privam? Relegando-os aos piores cômodos da casa, apenas para não deixá-los na rua, e reservando para si mesmos os melhores aposentos, os mais confortáveis? E ainda bem quando tudo isso não é feito de má vontade, sendo os pais obrigados a pagar o que lhes resta da vida com a carga dos serviços domésticos! É então justo que pais velhos e fracos tenham de servir a filhos jovens e fortes? A mãe lhe teria cobrado o leite, quando ainda estavam no berço? Teria, por acaso, contado as suas noites de vigília, quando eles ficavam doentes, os seus passos para proporcionar-lhes o cuidado necessário? Não, não é só o estritamente necessário que os filhos devem aos pais pobres, mas também, tanto quanto puderem, as pequenas alegrias do supérfluo, as amabilidades, os cuidados carinhosos, que são apenas os juros do que receberam, o pagamento de uma dívida sagrada. Essa, somente, é a piedade filial aceita por Deus. 

            Infeliz, portanto, aquele que se esquece da sua dívida para os que o sustentaram na infância, os que, com a vida material, lhe deram também a vida moral,  que freqüentemente se impuseram duras privações para lhe assegurar o bem-estar! Ai do ingrato, porque ele será punido pela ingratidão e o abandono; será ferido nas suas mais caras afeições, às vezes desde a vida presente, mas de maneira certa noutra existência, em que terás de sofrer o que fez os outros sofrerem!

            Certos pais, é verdade, descuidam dos seus deveres, e não são para os filhos o que deviam ser. Mas é a Deus que compete puni-los, e não aos filhos. Não cabe a estes censurá-los, pois que talvez eles mesmos fizeram por merecê-los assim. Se a caridade estabelece como lei que devemos pagar o mal com o bem, ser indulgentes para as imperfeições alheias, não maldizer do próximo, esquecer e perdoar as ofensas, e amar até mesmo os inimigos, quanto essa obrigação se faz ainda maior em relação aos pais! Os filhos, devem, por isso mesmo, tomar como regra de conduta para com os pais todos os preceitos de Jesus referentes ao próximo, e lembrar que todo procedimento condenável em relação aos estranhos, mais condenável se torna para com os pais. Devem lembrar que aquilo que no primeiro caso seria apenas uma falta, pode tornar-se um crime no segundo, porque, neste, à falta de caridade se junta à ingratidão.

            4 – Deus disse: “Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a Terra que o Senhor teu Deus te há de dar”. Mas por que promete como recompensa a vida terrena e não a celeste? A explicação se encontra nestas palavras: “Que Deus vos dará”, suprimidas na forma moderna do decálogo, o que lhe desfigura o sentido. Para compreendermos essas palavras, temos de nos reportar à situação e às idéias dos hebreus, na época em que elas foram pronunciadas. Eles ainda não compreendiam a vida futura. Sua visão não se estendia além dos limites da vida física. Por isso, deviam ser mais fortemente tocados pelas coisas que viam, do que pelas invisíveis. Eis o motivo porque Deus lhes fala numa linguagem ao seu alcance, e, como as crianças, lhes apresentam como perspectiva aquilo que poderia satisfazê-los. Eles estavam então no deserto. A Terra que Deus lhes dará é a Terra da Promissão, alvo de suas aspirações. Nada mais desejavam e Deus lhes diz que viverão nela por longo tempo, o que significa que a possuirão por longo tempo, se observarem os seus mandamentos.

            Mas, ao advento de Jesus, suas idéias estavam mais desenvolvidas. Tendo chegado o momento de lhes ser dado um alimento menos grosseiro, Jesus os inicia na vida espiritual, ao dizer: “Meu Reino não é deste mundo; é nele, e não sobre a Terra, que recebereis a recompensa das vossas boas obras”. Com estas palavras, a Terra da Promissão material se transforma numa pátria celeste. Da mesma maneira, quando lhes recorda a necessidade de observação do mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe”, já não é mais a Terra que lhes promete, mas o céu. (Caps. II e III)
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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

terça-feira, 13 de março de 2018

Paciência e serviço


Paciência não é inatividade.

Será um estado de compreensão, já que não dispomos de palavras para defini-la. Compreensão com espírito de serviço, capaz de aceitar as dificuldades da existência, com o dever de cooperar para que desapareçam.

A vida nos propõe variados desafios, com a finalidade de descobrir as nossas qualidades potenciais e desenvolvê-las para que venhamos a realizar o melhor, em benefício dos outros. Isso ocorre porque auxiliar aos que nos compartilhem da estrada é sempre angariar apoio a nós mesmos. 

“Tenhamos paciência”: duas palavras que não nos indicam a indiferença, e sim, nos procuram o ânimo para colaborar sem alarde na extinção dos tropeços com que sejamos defrontados. 

Se te encontras à frente de provações inevitáveis,  aceita-as por amor a ti mesmo, a fim de que não se ampliem em detrimento de tua própria paz. 

Quanto se te faça possível, não te revoltes, nem te encolerizes, ante os entraves do caminho. 

O parente difícil, a doença em família ou no próprio corpo, o prejuízo inesperado, a pessoa querida 
que se afasta de nós, a incompreensão alheia ou o trabalho dobrado, são testes para a superação dos 
limites espirituais em que estejamos vivendo.

Segue na estrada que a vida te traçou, sem marginalizar-te em desânimo ou rebeldia.

A paciência não é almofada para que nos entreguemos ao sono da inércia, e sim, uma escora segura para que aprendamos a caminhar.
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Emmanuel
Chico Xavier



MENSAGEM DO ESE:
O divórcio


O divórcio é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato, está separado. Não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens hão feito e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a lei divina. Se fosse contrario a essa lei, a própria Igreja seria obrigada a considerar prevaricadores aqueles de seus chefes que, por autoridade própria e em nome da religião, hão imposto o divórcio em mais de uma ocasião. E dupla seria aí a prevaricação, porque, nesses casos, o divórcio há objetivado unicamente interesses materiais e não a satisfação da lei de amor.

Mas, nem mesmo Jesus consagrou a indissolubilidade absoluta do casamento. Não disse ele: “Foi por causa da dureza dos vossos corações que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres?” Isso significa que, já ao tempo de Moisés, não sendo a afeição mútua a única determinante do casamento, a separação podia tornar-se necessária. Acrescenta, porém: “no princípio, não foi assim”, isto é, na origem da Humanidade, quando os homens ainda não estavam pervertidos pelo egoísmo e pelo orgulho e viviam segundo a lei de Deus, as uniões, derivando da simpatia, e não da vaidade ou da ambição, nenhum ensejo davam ao repúdio.

Vai mais longe: especifica o caso em que pode dar-se o repúdio, o de adultério. Ora, não existe adultério onde reina sincera afeição recíproca. É verdade que ele proíbe ao homem desposar a mulher repudiada; mas, cumpre se tenham em vista os costumes e o caráter dos homens daquela época. A lei mosaica, nesse caso, prescrevia a lapidação. Querendo abolir um uso bárbaro, precisou de uma penalidade que o substituísse e a encontrou no opróbrio que adviria da proibição de um segundo casamento. Era, de certo modo, uma lei civil substituída por outra lei civil, mas que, como todas as leis dessa natureza, tinha de passar pela prova do tempo.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXII, item 5.)

segunda-feira, 12 de março de 2018

SOCORRO PARA A FAMÍLIA



Tenha um pouco mais de paciência com os seus familiares.

Geralmente no lar os nossos limites de tolerância são bem mais curtos.

Se você se uniu a determinada pessoa pelos laços do amor, lembre-se de que o cônjuge não é nenhum anjo encarnado, tanto quanto você também ainda não tem asas para voar às esferas celestiais.

Ao voltar para casa hoje, desarme sua cara amarrada experimente sorrir.

Você verá que um simples sorriso é capaz de milagres que sermão algum conseguirá realizar.

Nem os animais gostam de açoites.

Dentro do lar, você quer ser temido ou amado? Em nome da união conjugal, não destrua os sonhos do seu cônjuge.

Recorde que antes de se casar com você, ele é um espírito eterno e que não nasceu exclusivamente para servi-lo.

Se você quer uma união feliz, faça o seu cônjuge feliz.

Quanto mais liberdade você der ao seu cônjuge, mais ele estará perto de você. Quanto menos você implicar com ele, menos ele encrencará com você.

Precisamos decidir: queremos paz ou guerra dentro do lar? Sempre teremos a opção por um ou outro caminho.

Não deixe que a rotina familiar sufoque o amor entre o casal. Vocês não se uniram para pagar contas, comprar uma casa, criar filhos e ir ao supermercado.

Vocês se uniram pelo amor e para continuar a experiência do amor pelo restante de suas vidas.

Encontre todos os dias um momento de celebração desse amor.

Uma palavra de estímulo, um telefonema de saudade, um olhar de ternura, um silêncio de cumplicidade, um gesto de carinho, um presente inesperado revigoram a união e fortalecem o casal diante de quaisquer obstáculos.
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José Carlos de Lucca



MENSAGEM DO ESE:
Necessidade da caridade, segundo S. Paulo


Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; — ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse a fé possível, até o ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. — E, quando houver distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria. 

A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; — não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. 

Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, cap. XIII, vv. 1 a 7 e 13.)
De tal modo compreendeu S. Paulo essa grande verdade, que disse: Quando mesmo eu tivesse a linguagem dos anjos; quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios; quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou.  
Dentre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade. Coloca assim, sem equívoco, a caridade acima até da fé. É que a caridade está ao alcance de toda gente: do ignorante, como do sábio, do rico, como do pobre, e independe de qualquer crença particular.
Faz mais: define a verdadeira caridade, mostra-a não só na beneficência, como também no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV, itens 6 e 7.)

domingo, 11 de março de 2018

Respostas no caminho


Trazendo sua consciência tranquila, nos deveres que a vida lhe deu a cumprir, você pode e deve viver a sua vida tranquila, sem qualquer necessidade de ser infeliz.

Auxilie os outros sem afligir-se demasiado com os problemas que apresentem, porque eles mesmos desejam solucioná-los por si próprios.

Não se fixe tão fortemente nos aspectos exteriores dos acontecimentos e sim coloque sua visão interna nos fatos em curso, a fim de que a compreensão lhe clareie os raciocínios.

Dedique-se ao seu trabalho com todos os recursos disponíveis, reconhecendo que se houver alguma necessidade de modificação em suas atitudes, a sua própria tarefa lhe fará sentir isso sem palavras.

Se você experimentou algum fracasso na execução dos seus ideais, não culpe disso senão a você mesmo, refletindo na melhor maneira de efetuar o reajuste.

Se você realizar corretamente seu trabalho, os seus clientes ou beneficiários virão de longe procurar o valor de sua experiência e de seu concurso.

Em qualquer indecisão valorize os pareceres dos amigos que lhe falem do assunto, mas conserve a convicção de que a decisão será sempre de você mesmo.

Uma atitude de simpatia para com o próximo é sempre uma porta aberta em seu auxílio agora e no futuro.

Mesmo nas horas mais aflitivas procure agir com serenidade e discernimento, porque de tudo quanto fizemos, colheremos sempre.

A desculpa ante as faltas de que você tenha sido vítima, invariavelmente, é ação em seu próprio favor.

Quando provações e dificuldades lhe pareçam aumentadas, guarde paciência e otimismo, trabalhando e servindo na certeza de que Deus faz sempre o melhor.
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André Luiz
Francisco Cândido Xavier 




MENSAGEM DO ESE:
Injúrias e violências


Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. MATEUS, cap. V, v. 4.)
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Id., v. 9.)
Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. — Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno. (Id., vv. 21 e 22.)

Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes. Raca, entre os hebreus, era um termo desdenhoso que significava homem que não vale nada, e se pronunciava cuspindo e virando para o lado a cabeça. Vai mesmo mais longe, pois que ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.

Evidente se torna que aqui, como em todas as circunstâncias, a intenção agrava ou atenua a falta; mas, em que pode uma simples palavra revestir-se de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação? É que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade que entretém o ódio e a animosidade; é, enfim, que, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei primeira de todo cristão.

Mas, que queria Jesus dizer por estas palavras: “Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra”, tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do céu?

Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância do que aos primeiros.

Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.

 (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, itens 1 a 5.)