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sábado, 26 de maio de 2018

CAMINHO

  

Mostremos o caminho, ensinemos a caminhar, mas não obriguemos ninguém a seguir sobre os nossos passos.

Cada espírito tem a sua própria trajetória na conquista das experiências que lhe dizem respeito.

Não nos aflijamos porque observemos aqueles que mais amamos se distanciando de nós, ao enveredarem por perigosos atalhos.

Em essência, esteja onde estiver, cada qual estará buscando a sua realização pessoal.

O anseio da descoberta é apanágio de todos os espíritos.

As palavras, por mais fiéis, nunca transmitem as lições que somente a experiência conseguirá, na linguagem inarticulada da dor.

Para seguirmos juntos não teremos necessariamente que caminhar lado a lado; os caminhos paralelos acabam por se convergirem adiante…

Palmilhemos a senda que nos diz respeito, estendendo, além de seus limites, as nossas mãos em auxílio aos que avançam pelas veredas que elegeram para si.

Afirmando ser o Caminho, Jesus não exigiu que ninguém o seguisse!

Compreendamos, assim, os companheiros que se afastam de nós e oremos a Deus pela sua felicidade, renunciando à alegria de tê-los conosco na jornada que empreendemos.

Quanto a nós, perseveremos no cumprimento do dever que abraçamos, longe do qual estaremos sempre desnorteados em nós mesmos, em completo desencontro com a Vida.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli – do livro “Lições da Vida”)


MENSAGEM DO ESE:
Mundos regeneradores


Entre as estrelas que cintilam na abóbada azul do firmamento, quantos mundos não haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação! Mas, também os há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem denominar de regeneradores. Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exílio, de provas, de regeneração e de felicidade. Já se vos há falado de mundos onde a alma recém-nascida é colocada, quando ainda ignorante do bem e do mal, mas com a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse do livre-arbítrio. Já também se vos revelou de que amplas faculdades é dotada a alma para praticar o bem. Mas, ah! há as que sucumbem, e Deus, que não as quer aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora destinada.
Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita equidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.
Nesses mundos, todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos só se acham os seres completamente desmaterializados. Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles representam a calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel. Contudo, menos absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro; compreende a existência de outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se mostrem dignos, quando a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes outorgar a verdadeira vida. Então, liberta, a alma pairará acima de todos os horizontes. Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de um perispírito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam.
Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam.
Contemplai, pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das inúmeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que conduzem a Deus e pedi-lhe que um mundo regenerador vos abra seu seio, após a expiação na Terra. — Santo Agostinho. (Paris, 1862.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 16 a 18.)
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“Nos momentos difíceis da vida, na hora das provações, quando perderdes um ente amado, ou quando esperanças de há muito acariciadas vierem a desfazer-se, quando ficardes sem saúde e sentirdes que a vida se vai enfraquecendo aos poucos e aproximando-se o derradeiro minuto, aquele em que tereis de deixar a Terra; se, nesses instantes, a incerteza ou a angústia vos constrangerem o coração, lembrai-vos da voz que hoje vos clama: Sim, há um Além! sim, há outras vidas! Dos nossos sofrimentos, trabalhos e lágrimas nada se perde. Nenhuma provação é inútil, nenhum labor sem proveito, nenhuma dor sem compensação... Tende confiança em vós mesmos, confiança nas forças interiores que possuís, confiança no futuro sem-fim que vos está reservado. Tende a certeza de que há no Universo uma Potência soberana e paternal, que tudo dispôs com ordem, justiça, sabedoria e amor. Essas ideias vos inspirarão mais segurança na vida, mais coragem na prova, mais fé em vossos destinos. E avançareis como passo firme pela estrada infinita que se abre diante de vós.”
LÉON DENIS
(O Além e a Sobrevivência do Ser)



sexta-feira, 25 de maio de 2018

Os ingratos


Não te preocupes com os ingratos dos teus caminhos de amor.

Prossegue, ofertando luz, sem te inquietares com a teimosia da treva.

Onde acendas uma lâmpada, a claridade aí derramará dádivas.

Recordarão das tuas atitudes e buscarão passar adiante o que de ti receberam.

Não é, portanto, importante, o tratamento que te deem em retribuição, mas sim, o
que prossigas fazendo por eles.
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Joanna de Ângelis








MENSAGEM DO ESE:

Desprendimento dos bens terrenos


Venho, meus irmãos, meus amigos, trazer-vos o meu óbolo, a fim de vos ajudar a avançar, desassombradamente, pela senda do aperfeiçoamento em que entrastes. Nós nos devemos uns aos outros; somente pela união sincera e fraternal entre os Espíritos e os encarnados será possível a regeneração.
O amor aos bens terrenos constitui um dos mais fortes óbices ao vosso adiantamento moral e espiritual. Pelo apego à posse de tais bens, destruís as vossas faculdades de amar, com as aplicardes todas às coisas materiais. Sede sinceros: proporciona a riqueza uma felicidade sem mescla? Quando tendes cheios os cofres, não há sempre um vazio no vosso coração? No fundo dessa cesta de flores não há sempre oculto um réptil? Compreendo a satisfação, bem justa, aliás, que experimenta o homem que, por meio de trabalho honrado e assíduo, ganhou uma fortuna; mas, dessa satisfação, muito natural e que Deus aprova, a um apego que absorve todos os outros sentimentos e paralisa os impulsos do coração vai grande distância, tão grande quanto a que separa da prodigalidade exagerada a sórdida avareza, dois vícios entre os quais colocou Deus a caridade, santa e salutar virtude que ensina o rico a dar sem ostentação, para que o pobre receba sem baixeza.
Quer a fortuna vos tenha vindo da vossa família, quer a tenhais ganho com o vosso trabalho, há uma coisa que não deveis esquecer nunca: é que tudo promana de Deus, tudo retorna a Deus. Nada vos pertence na Terra, nem sequer o vosso pobre corpo: a morte vos despoja dele, como de todos os bens materiais. Sois depositários e não proprietários, não vos iludais. Deus vo-los emprestou, tendes de lhos restituir; e ele empresta sob a condição de que o supérfluo, pelo menos, caiba aos que carecem do necessário.
Um dos vossos amigos vos empresta certa quantia. Por pouco honesto que sejais, fazeis questão de lha restituirdes escrupulosamente e lhe ficais agradecido. Pois bem: essa a posição de todo homem rico. Deus é o amigo celestial, que lhe emprestou a riqueza, não querendo para si mais do que o amor e o reconhecimento do rico. Exige deste, porém, que a seu turno dê aos pobres, que são, tanto quanto ele, seus filhos.
Ardente e desvairada cobiça despertam nos vossos corações os bens que Deus vos confiou. Já pensastes, quando vos deixais apegar imoderadamente a uma riqueza perecível e passageira como vós mesmos, que um dia tereis de prestar contas ao Senhor daquilo que vos veio dEle? Olvidais que, pela riqueza, vos revestistes do caráter sagrado de ministros da caridade na Terra, para serdes da aludida riqueza dispensadores inteligentes? Portanto, quando somente em vosso proveito usais do que se vos confiou, que sois, senão depositários infiéis? Que resulta desse esquecimento voluntário dos vossos deveres? A morte, inflexível, inexorável, rasga o véu sob que vos ocultáveis e vos força a prestar contas ao Amigo que vos favorecera e que nesse momento enverga diante de vós a toga de juiz. – Lacordaire. (Constantina, 1863.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 14.)

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Auxílio do Invisível



"E, depois de passarem a primeira e segunda guarda, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua e logo o anjo se apartou dele." - (ATOS, 12:10.)

Os homens esperam sempre ansiosamente o auxílio do plano espiritual. Não importa o nome pelo qual se designe esse amparo. Na essência é invariavelmente o mesmo, embora seja conhecido entre os espiritistas por "proteção dos guias" e nos círculos protestantes por "manifestações do Espírito Santo".

As denominações apresentam interesse secundário. Essencial é considerarmos que semelhante colaboração constitui elemento vital nas atividades do crente sincero.

No entanto, a contribuição recebida por Pedro, no cárcere, representa lição para todos.

Sob cadeias pesadíssimas, o pescador de Cafarnaum vê aproximar-se o anjo do Senhor, que o liberta, atravessa em sua companhia os primeiros perigos na prisão, caminha ao lado do mensageiro, ao longo de uma rua; contudo o emissário afasta-se deixando-o novamente entregue à própria liberdade, de maneira a não desvalorizar-se as iniciativas.

Essa exemplificação é típica.

Os auxílios do invisível são incontestáveis e jamais falham em suas multiformes expressões, no momento oportuno; mas é imprescindível não se vicie o crente com essa espécie de cooperação, aprendendo a caminhar sozinho, usando a independência e a vontade no que é justo e útil, convicto de que se encontra no mundo para aprender, não lhe sendo permitido reclamar dos instrutores a solução de problemas necessários à sua condição de aluno.
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Emmanuel
Chico Xavier 



MENSAGEM DO ESE:
Observai os pássaros do céu

Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; — acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; — porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração.

Eis por que vos digo: Não vos inquieteis por saber onde achareis o que comer para sustento da vossa vida, nem de onde tirareis vestes para cobrir o vosso corpo. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes?

Observai os pássaros do céu: não semeiam, não ceifam, nada guardam em celeiros; mas, vosso Pai celestial os alimenta. Não sois muito mais do que eles? — e qual, dentre vós, o que pode, com todos os seus esforços, aumentar de um côvado a sua estatura?

Por que, também, vos inquietais pelo vestuário? Observai como crescem os lírios dos campos: não trabalham, nem fiam; — entretanto, eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. — Ora, se Deus tem o cuidado de vestir dessa maneira a erva dos campos, que existe hoje e amanhã será lançada na fornalha, quanto maior cuidado não terá em vos vestir, ó homens de pouca fé!

Não vos inquieteis, pois, dizendo: Que comeremos? ou: que beberemos? ou: de que nos vestiremos? — como fazem os pagãos, que andam à procura de todas essas coisas; porque vosso Pai sabe que tendes necessidades delas.

Buscai primeiramente o reino de Deus e a sua justiça, que todas essas coisas vos serão dadas de acréscimo. — Assim, pois, não vos ponhais inquietos pelo dia de amanhã, porquanto o amanhã cuidará de si. A cada dia basta o seu mal. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 19 a 21 e 25 a 34.)
Interpretadas à letra, essas palavras seriam a negação de toda previdência, de todo trabalho e, conseguintemente, de todo progresso. Com semelhante princípio, o homem limitar-se-ia a esperar passivamente. Suas forças físicas e intelectuais conservar-se-iam inativas. Se tal fora a sua condição normal na Terra, jamais houvera ele saído do estado primitivo e, se dessa condição fizesse ele a sua lei para a atualidade, só lhe caberia viver sem fazer coisa alguma. Não pode ter sido esse o pensamento de Jesus, pois estaria em contradição com o que disse de outras vezes, com as próprias leis da Natureza. Deus criou o homem sem vestes e sem abrigo, mas deu-lhe a inteligência para fabricá-los.

Não se deve, portanto, ver, nessas palavras, mais do que uma poética alegoria da Providência, que nunca deixa ao abandono os que nela confiam, querendo, todavia, que esses, por seu lado, trabalhem. Se ela nem sempre acode com um auxílio material, inspira as idéias com que se encontram os meios de sair da dificuldade.

Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessário. O homem, porém, insaciável nos seus desejos, nem sempre sabe contentar-se com o que tem: o necessário não lhe basta; reclama o supérfluo. A Providência, então, o deixa entregue a si mesmo. Freqüentemente, ele se torna infeliz por culpa sua e por haver desatendido à voz que por intermédio da consciência o advertia. Nesses casos, Deus fá-lo sofrer as conseqüências, a fim de que lhe sirvam de lição para o futuro.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 6 e 7.)



quarta-feira, 23 de maio de 2018

PARENTES E COMPANHEIROS


Por mais nos queixemos de familiares ou amigos deficientes que nos causam prejuízo ou decepção, amargura ou desalento, somos forçados a perceber que possuímos neles os reflexos de nós próprios.

Quando afastados da experiência física, por força da desencarnação, encontramos, além do mundo, os resultados de nossos erros, permeando-nos os acertos.

Raramente qualquer de nós encerra o balanço de uma existência terrestre com todos os compromissos equacionados. Desse modo, somos recorporificados no berço humano para retomar o curso dos problemas que desencadeamos no caminho dos outros, a fim de resolvê-los.

Aceita os parentes-enigmas e os companheiros-testes, à feição dos credores com que a Justiça Divina te promove o aperfeiçoamento e a tranquilidade.

A perda do corpo físico não exonera o espírito imortal das obrigações que haja contraído, tanto quanto o desgaste da veste não apaga a dívida de um homem, dívida que ele assume em plenitude de responsabilidade individual.

A esposa ou a filha desajustadas, via de regra, são as irmãs que, um dia, atiraste ao desrespeito de si próprias e o marido ou o filho que te retalham a alma, a rigor, são aqueles mesmos companheiros que lançaste ao malogro das esperanças mais caras.

A penúria de hoje é a consequência da cobiça de ontem.

A doença de agora vem do excesso de antes.

Renteando com qualquer pessoa que te faça sofrer, exerce paciência e compreensão, auxílio e bondade.

Nós mesmos somos induzidos pela própria consciência, sequiosa de felicidade e elevação, a extirpar os espinhos que semeamos no solo bendito do tempo e da vida.

Todo débito tem sistema de resgate e todo resgate solicita execução na forma prevista de pagamento.

Isso é justo.
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Emmanuel
Chico Xavier 



MENSAGEM DO ESE:
O homem no mundo


Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as vistas do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos. Purificai, pois, os vossos corações; não consintais que neles demore qualquer pensamento mundano ou fútil. Elevai o vosso espírito àqueles por quem chamais, a fim de que, encontrando em vós as necessárias disposições, possam lançar em profusão a semente que é preciso germine em vossas almas e dê frutos de caridade e justiça.
Não julgueis, todavia, que, exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental, pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver. Não; vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens. Sacrificai às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa santificar.
Sois chamados a estar em contacto com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Sede joviais, sede ditosos, mas seja a vossa jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança.
Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu; basta que, quando começardes ou acabardes uma obra, eleveis o pensamento a esse Criador e lhe peçais, num arroubo d'alma, ou a sua proteção para que obtenhais êxito, ou a sua bênção para ela, se a concluístes. Em tudo o que fizerdes, remontai à Fonte de todas as coisas, para que nenhuma de vossas ações deixe de ser purificada e santificada pela lembrança de Deus.
A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas, os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior. Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contacto com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta.
Não imagineis, portanto, que, para viverdes em comunicação constante conosco, para viverdes sob as vistas do Senhor, seja preciso vos cilicieis e cubrais de cinzas. Não, não, ainda uma vez vos dizemos. Ditosos sede, segundo as necessidades da Humanidade; mas, que jamais na vossa felicidade entre um pensamento ou um ato que o possa ofender, ou fazer se vele o semblante dos que vos amam e dirigem. Deus é amor, e aqueles que amam santamente ele os abençoa. - Um Espírito Protetor. (Bordéus, 1863.)

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 10.)

terça-feira, 22 de maio de 2018

EDUCAÇÃO NO LAR


“Vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 8, versículo 38.)
Preconiza-se na atualidade do mundo uma educação pela liberdade plena dos instintos do homem, olvidando-se, pouco a pouco, os antigos ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, porém, cedo ou tarde, será compelida a reajustar seus propósitos.

Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa, decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora. A tarefa doméstica nunca será uma válvula para gozos improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus. O homem ou a mulher que desejam ao mesmo tempo ser pais e gozadores da vida terrestre, estão cegos e terminarão seus loucos esforços, espiritualmente falando, na vala comum da inutilidade.

Debalde se improvisarão sociólogos para substituir a educação no lar por sucedâneos abstrusos que envenenam a alma. Só um espírito que haja compreendido a paternidade de Deus, acima de tudo, consegue escapar à lei pela qual os filhos sempre imitarão os pais, ainda quando estes sejam perversos.

Ouçamos a palavra do Cristo e, se tendes filhos na Terra, guardai a declaração do Mestre, como advertência.
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EMMANUEL
(psic. Chico Xavier – do livro “Caminho, Verdade e Vida”)





MENSAGEM DO ESE:
Perdão das ofensas

Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-eis, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem percutir a inteligência e mais alto falar ao coração. Confrontai essas palavras de misericórdia com a oração tão simples, tão resumida e tão grande em suas aspirações, que ensinou a seus discípulos, e o mesmo pensamento se vos deparará sempre. Ele, o justo por excelência, responde a Pedro: perdoarás, mas ilimitadamente; perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias; serás brando e humilde de coração, sem medir a tua mansuetude; farás, enfim, o que desejas que o Pai celestial por ti faça. Não está ele a te perdoar freqüentemente? Conta porventura as vezes que o seu perdão desce a te apagar as faltas?
Prestai, pois, ouvidos a essa resposta de Jesus e, como Pedro, aplicai-a a vós mesmos. Perdoai, usai de indulgência, sede caridosos, generosos, pródigos até do vosso amor. Dai, que o Senhor vos restituirá; perdoai, que o Senhor vos perdoará; abaixai-vos, que o Senhor vos elevará; humilhai-vos, que o Senhor fará vos assenteis à sua direita.
Ide, meus bem-amados, estudai e comentai estas palavras que vos dirijo da parte dAquele que, do alto dos esplendores celestes, vos tem sempre sob as suas vistas e prossegue com amor na tarefa ingrata a que deu começo, faz dezoito séculos. Perdoai aos vossos irmãos, como precisais que se vos perdoe.
Se seus atos pessoalmente vos prejudicaram, mais um motivo aí tendes para serdes indulgentes, porquanto o mérito do perdão é proporcionado à gravidade do mal. Nenhum merecimento teríeis em relevar os agravos dos vossos irmãos, desde que não passassem de simples arranhões.
Espíritas, jamais vos esqueçais de que, tanto por palavras, como por atos, o perdão das injúrias não deve ser um termo vão. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o. Olvidai o mal que vos hajam feito e não penseis senão numa coisa: no bem que podeis fazer. Aquele que enveredou por esse caminho não tem que se afastar daí, ainda que por pensamento, uma vez que sois responsáveis pelos vossos pensamentos, os quais todos Deus conhece. Cuidai, portanto, de os expungir de todo sentimento de rancor. Deus sabe o que demora no fundo do coração de cada um de seus filhos. Feliz, pois, daquele que pode todas as noites adormecer, dizendo: Nada tenho contra o meu próximo. — Simeão. (Bordéus, 1862.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 14.)
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PRECE POR LUZ 
Senhor!…

No limiar deste livro,   estamos em oração, rogando-te mais luz por acréscimo de misericórdia.

  Clareia-nos o entendimento, a fim de que conheçamos em suas consequências os caminhos já trilhados por nós; entretanto, faze-nos essa concessão mais particularmente para descobrirmos, sem enganos, onde as estradas mais retas que nos conduzam à integração com os teus propósitos.

  Alteia-nos o pensamento, não somente para identificarmos a essência de nossos próprios desejos, mas sobretudo para que aprendamos a saber quais os planos que traçaste a nosso respeito.

  Ilumina-nos a memória, não só de modo a recordarmos com segurança as lições de ontem, e sim, mais especialmente, a fim de que nos detenhamos no dia de hoje, aproveitando-lhe as bênçãos em trabalho e renovação.

  Auxilia-nos a reconhecer as nossas disponibilidades; todavia, concede-nos semelhante amparo, a fim de que saibamos realizar com ele o melhor ao nosso alcance.

  Inspira-nos, ensinando-nos a valorizar os amigos que nos enviaste; no entanto, mais notadamente, ajuda-nos a aceitá-los como são, sem exigir-lhes espetáculos de grandeza ou impostos de reconhecimento.

  Amplia-nos a visão para que vejamos em nossos entes queridos não apenas pessoas capazes de auxiliar-nos, fornecendo-nos apoio e companhia, mas, acima de tudo, na condição de criaturas que nos confiaste ao amor, para que venhamos a encaminhá-los na direção do bem.

  Ensina-nos a encontrar a paz na luta construtiva, o repouso no trabalho edificante, o socorro na dificuldade e o bem nos supostos males da vida.

  Senhor!…

Abençoa-nos e estende-nos as mãos compassivas, em tua infinita bondade, para que te possamos perceber em espírito na realidade das nossas tarefas e experiências de cada dia, hoje e sempre.

Assim seja.
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Emmanuel  
Chico Xavier



segunda-feira, 21 de maio de 2018

SEJA FELIZ HOJE

 Hoje é o melhor dia para ser feliz.

Não projete a felicidade para o amanhã, pois se você não for feliz hoje é quase certo que não o será também amanhã.

Felicidade não é um acontecimento, mas um estado de espírito. Se você for feliz no seu mundo Íntimo, nada do mundo externo será capaz de lhe proporcionar felicidade.

As pessoas verdadeiramente felizes são otimistas, gratas, alegres, dinâmicas, toleram as suas e as imperfeições dos outros, amam a vida e sentem-se mais felizes quando trabalham pela felicidade do próximo. Você poderá pensar que elas são felizes porque sua vida caminha bem. Não. Sua vida caminha bem porque elas primeiramente são felizes.

Você já reparou que a felicidade gosta das pessoas felizes? Que a prosperidade procura os prósperos? Que a saúde anda de mãos dadas com os sãos? Que coisas boas ocorrem para aqueles que pensam bem? Eis aí o resultado da lei de atração.

Se quiser se sentir feliz agora mesmo, pare um minuto para contar as bênçãos recebidas, as vantagens de que você já dispõe, os episódios felizes que já viveu, as pessoas que o amam e as infinitas possibilidades que ainda o aguardam a partir de agora. Mas se você quiser voltar a pensar no que ainda lhe falta, saiba que a ingratidão é a grande prisioneira da sua felicidade.

Viva o dia de hoje como se fosse o derradeiro dia da sua passagem pela vida terrena. Viva cada encontro como se fosse a última vez que você estará com aquela pessoa. Faça o seu trabalho como se você não tivesse mais a possibilidade de corrigi-lo.

Se você estiver disposto a viver este dia com a intensidade do último momento, pode ter certeza de que não terá tempo para ser infeliz.
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JOSÉ CARLOS DE LUCCA




MENSAGEM DO ESE:
O sacrifício mais agradável a Deus


Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, — deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la. — (S. MATEUS, cap. V, vv. 23 e 24.)
Quando diz: “Ide reconciliar-vos com o vosso irmão, antes de depordes a vossa oferenda no altar”, Jesus ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento; que, antes de se apresentar para ser por ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o agravo que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então a sua oferenda será bem aceita, porque virá de um coração expungido de todo e qualquer pensamento mau. Ele materializou o preceito, porque os judeus ofereciam sacrifícios materiais; cumpria--lhe conformar suas palavras aos usos ainda em voga. O cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício. Com isso, porém, o preceito ainda mais força ganha. Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada. Entrando no templo do Senhor, deve ele deixar fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão. Só então os anjos levarão sua prece aos pés do Eterno. Eis aí o que ensina Jesus por estas palavras: “Deixai a vossa oferenda junto do altar e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, se quiserdes ser agradável ao Senhor.”
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 7 e 8.)



domingo, 20 de maio de 2018

PODIA SER


A velhinha que vimos, vergada ao peso do sofrimento, não é aquela benfeitora que nos ofertou o berço na Terra, no entanto, podia ser.  

O trabalhador abatido que passou esmagado de angústia, não é aquele amigo respeitável que nos serviu de pai no mundo, mas, em verdade, podia ser. 

A criança desditosa, que renteou conosco na via pública, estendendo mãos à caridade, não é nosso filhinho, contudo, podia ser. 

O mendigo cansado de abandono, relegado à incerteza da rua, não é a pessoa de nossa casa, entretanto, podia ser. 

O doente caído em desamparo e cujo martírio orgânico nos inclina a pensar na desventura dos que vagam sem teto, não é nosso parente consanguíneo, todavia, podia ser. 

Diante dos que choram e sofrem coloquemo-nos, de imediato, em lugar deles, e saberemos compreender que toda migalha de bondade e alegria é talento de luz. 

Caridade é a bênção de Deus em movimento constante. 
Hoje é a nossa hora de dar, amanhã será o nosso dia de receber.
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André Luiz
Chico Xavier



MENSAGEM DO ESE:
Causas anteriores das aflições (II)


Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a conseqüência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros. Se foi duro e desumano, poderá ser a seu turno tratado duramente e com desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer em humilhante condição; se foi avaro, egoísta, ou se fez mau uso de suas riquezas, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer pelo procedimento de seus filhos, etc.
Assim se explicam pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre os bons e os maus neste planeta. Semelhante anomalia, contudo, só existe na aparência, porque considerada tão-só do ponto de vista da vida presente. Aquele que se elevar, pelo pensamento, de maneira a apreender toda uma série de existências, verá que a cada um é atribuída a parte que lhe compete, sem prejuízo da que lhe tocará no mundo dos Espíritos, e verá que a justiça de Deus nunca se interrompe.
Jamais deve o homem olvidar que se acha num mundo inferior, ao qual somente as suas imperfeições o conservam preso. A cada vicissitude, cumpre-lhe lembrar-se de que, se pertencesse a um mundo mais adiantado, isso não se daria e que só de si depende não voltar a este, trabalhando por se melhorar.
As tribulações podem ser impostas a Espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os Espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de proceder melhor, esses as escolhem livremente. Tal o caso de um que, havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de seu trabalho. As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas preparam. Rendamos graças a Deus, que, em sua bondade, faculta ao homem reparar seus erros e não o condena irrevogavelmente por uma primeira falta.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, itens 7 e 8.)