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sábado, 25 de agosto de 2018

A consciência da gratidão



No nível ainda do não entendimento das razões de estarmos vivenciando uma experiência de dificuldades, de desentendimentos, condições insalubres, estes, aparentemente, são só obstáculos a serem transpostos e na maior parte das vezes à custa de dores e sofrimentos.

No entanto, quando começamos a perceber o quanto temos a nosso favor nessa jornada terrena; a tomar consciência do quanto temos de oportunidades que nos trazem alegrias, bem-estar, realizações nobres; passamos a identificar experiências pelas quais deveremos ser gratos. São pequenas ou mesmo grandes coisas.

A própria vida física é algo pelo qual devemos ser profundamente gratos. Oportunidade de vivenciar aprendizados, conhecimentos que nos levam a melhor refletir sobre nós mesmos, nosso processo evolutivo. Propicia a nós buscar virtudes que virão a fazer brilhar a nossa verdadeira essência, o nosso Eu verdadeiro, o Espírito.

O corpo físico que vem a sofrer as ações das intempéries, desgasta-se ao longo da jornada terrena, desgastes estes inerentes a qualquer matéria física, efêmera, impermanente. Este corpo é só um instrumento de que nos valemos para sedimentar aprendizados, experienciar valores adquiridos, exercitar provas.

Sejamos gratos por tê-lo conosco, abrigando-nos temporariamente, a nós Espíritos, para que venhamos a galgar novos páramos em direção à luz.

Sejamos gratos por tudo o que promove a nós oportunidades de elevação moral. Mesmo que por vezes venhamos a nos perder pelo caminho, novas oportunidades surgem, novas frentes de vivências e despertares.

Sejamos gratos, pois podemos recomeçar ou até mesmo retomarmos de algum ponto nosso processo evolutivo, algo ou alguém toca a nossa sensibilidade e nos faz despertar e abrir nossos olhos para novos horizontes.

Sejamos gratos por nos percebermos não mais um ser individualista e sim um Ser que é plural. É quando cada um de nós não mais se percebe como Eu… percebe-se em todos os seres. É quando vê um mundo em que estamos juntos, aprendendo juntos, alegrando-nos juntos e só sendo felizes se o formos todos nós.
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Ubuntu 



MENSAGEM DO ESE:
 II – Missão dos Espíritas


ERASTO

Paris, 1863

4 – Não percebeis desde já a formação da tempestade que deve assolar o Velho Mundo, e reduzir a nada a soma das iniqüidades terrenas? Ah, bendizei o Senhor, vós que tendes fé na sua soberana justiça, e que, novos apóstolos da crença revelada pelas vozes proféticas superiores, ides pregar o dogma novo da reencarnação e da elevação dos Espíritos, segundo o bom ou mau desempenho de suas missões e a maneira porque suportaram as suas provas terrenas. Deixai de temores! As línguas de fogo estão sobre as vossas cabeças. Oh, verdadeiros adeptos do Espiritismo: vós sois os eleitos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que devem sacrificar os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas futilidades, à sua propagação. Ide e pregai: os Espíritos elevados estão convosco. Falareis, certamente, a pessoas que não quererão escutar a palavra de Deus, porque essa palavra os convida incessantemente ao sacrifício.

Pregareis o desinteresse aos avarentos, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos e aos déspotas: palavras perdidas, bem sabem, mas que importa! É necessário regar com o vosso suor o terreno em que deveis semear, porque ele não frutificará, não produzirá, senão sob os esforços incessantes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai!

Sim, vós todos, homens de boa-fé, que tendes consciência de vossa inferioridade, ao contemplar no infinito os mundos espaciais, parti em cruzada contra a injustiça e a iniqüidade. Ide e aniquilai o culto do bezerro de ouro, que dia a dia mais se expande. Ide, que Deus vos conduz! Homens simples e ignorantes, vossas línguas se soltarão, e falareis como nenhum orador sabe falar. Ide e pregai, que as populações atentas receberão com alegria as vossas palavras de consolação, de fraternidade, de esperança e de paz.

Que importam as ciladas que armarem no vosso caminho? Somente os lobos caem nas armadilhas de lobos, pois o pastor saberá defender as suas ovelhas contra os carrascos imoladores.

Ide, homens que sois grandes perante Deus, e que, mais felizes do que Tomé, credes sem querer ver e aceitais os fatos da mediunidade, mesmo quando nada conseguistes obter por vós mesmos. Ide: o Espírito de Deus vos guia!

Marcha, pois, para frente, grandiosa falange da fé! E os pesados batalhões dos incrédulos se desvanecerão diante de ti, como as névoas da manhã aos primeiros raios de Sol.

A fé é a virtude que transporta montanhas, disse Jesus. Mas, ainda mais pesadas que as maiores montanhas, são as jazidas da impureza e de todos os vícios da impureza, no coração humano. Parti, pois, cheios de coragem, para remover essas montanhas de iniqüidades que as gerações futuras não devem conhecer, senão como pertencentes à idade das lendas, da mesma maneira como só imperfeitamente conheceis os períodos anteriores à civilização pagã.

Sim, as revoluções morais e filosóficas vão eclodir em todos os pontos do globo. Aproxima-se a hora em que a luz divina brilhará sobre os dois mundos.

Ide, pois, levando a palavra divina aos grandes, que a desdenharão; aos sábios, que desejarão prová-la; e aos simples e pequeninos, que a aceitarão, pois principalmente entre os mártires do trabalho, nesta expiação terrena, encontrareis entusiasmo e fé. Ide, que estes receberão jubilosos, agradecendo e louvando a Deus, a consolação divina que lhes oferecerdes; e, baixando a fronte, renderão graças pelas aflições que a Terra lhes reservou.

Arme-se de decisão e coragem a vossa falange! Mãos à obra! O arado está pronto, a terra preparada: arai! 

Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que vos concedeu. Mas, cuidado, que entre os chamados para o Espiritismo, muitos se desviaram da senda! Atentai, pois, no vosso caminho, e buscai a verdade.

Perguntareis, então: Se entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram, como reconhecer os que se acham no bom caminho?

Responderemos: Podeis reconhecê-los pelos ensinos e a prática dos verdadeiros princípios da caridade; pela consolação que distribuírem aos aflitos; pelo amor que dedicarem ao próximo; pela sua abnegação e o seu altruísmo. Podeis reconhecê-los, finalmente, pela vitória dos seus princípios, porque Deus quer que a sua lei triunfe, e os que a seguem são os escolhidos, que vencerão. Os que, porém, falseiam o espírito dessa lei, para satisfazerem sua vaidade e sua ambição, esses serão destruídos.
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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO 

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Como saber se tem espíritos perto de mim?
Muitas pessoas acreditam que a presença de um espírito se trata de um fenômeno paranormal e que é muito raro, mas isso não é verdade. O aparecimento de uma alma na verdade é muito comum e acontece bem mais vezes do que você pensa. Já se perguntou se ficou perto de alguma alma? E como fazer para ter certeza? Não? Como saber se tem espíritos perto de mim?
A todo momento temos espíritos próximos de nós. O que acontece é que não prestamos atenção aos vestígios que eles nos dão e a sua presença passa despercebida. Esses sinais podem vir na forma de um bocejo excessivo, de olhos lacrimejando ou até um arrepio. Inclusive, tentar se manter mais atenta a esses sinais é uma boa maneira para perceber a presença de uma alma.
Sinais de como saber se tem espíritos perto de mim
Sentir-se observado
– Provavelmente esse é o sinal mais comum e mais recorrente de todos. Sabe quando você está sozinho e começa a sentir que tem alguém te olhando e quando se vira não tem nada? Então, esse é um dos sinais mais fortes para saber que tem uma alma por perto;
Sentir-se tocado
– Apesar de ser um sinal estranho, é um dos mais comuns de se acontecer. Às vezes ocorre de maneira bem sutil (apenas como se sentisse a presença de alguém), ou até de forma mais concreta como sentir um toque no ombro ou um passar de mãos nos cabelos;
Vultos
– Quando você se pergunta “como saber se tem espíritos perto de mim?”, o sinal de que está vendo vultos é um dos que merece maior atenção. Essa pode ser uma prova mais concreta dessa presença;
Pontos frios
– Quando na sua casa ou no seu ambiente de trabalho um cômodo está muito mais frio do que outros, é um sinal da presença de espíritos;
Ouvindo vozes
– Quando você ouviu alguém chamando o seu nome, mas não há ninguém por perto, ou quando você ouve uma conversa abafada com a impressão de que quem está conversado está longe, ou até mesmo ao ouvir risadas.
Como saber se tem espírito de um ente querido perto de mim
Ao nos perguntarmos “como saber se tem espíritos perto de mim”, acaba muitas vezes surgindo quando perdemos alguém querido e tentamos descobrir se de alguma forma eles estão próximos de nós. Esteja certa de que em algum momento esse contato acontecerá, e em alguns casos pode vir a acontecer rotineiramente.
Os sinais mais comuns que pessoas queridas que desencarnadas dão para nos mostrar que estão próximas são odores inexplicáveis e sonhos com a pessoas querida. Eles costumam usar a nossa memória olfativa para sinalizar a sua presença fazendo com que sintamos o seu cheiro.
Os sonhos costumam ser a maneira mais comum de comunicação e sinalização da presença. Apesar da confusão entre uma mensagem do além e saudade, ser bem comum, é importante entender que quando estamos dormindo nossa mente e nossa alma estão muito mais abertas a outros planos espirituais. O que pode possibilitar um contato entre os dois mundos.
Quando nos perguntamos como saber se tem espíritos perto de mim se você tiver pensamentos incomuns e desaparecimento de objetos significa que pode ter uma alma por perto sim. Apesar destes sinais serem os menos comuns de acontecer, eles ainda assim são provas de um possível contato entre você e um conhecido. 
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Fonte: astrocentro 

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

HUMILDE

  

Alguém houve na Terra que nascido na palha não desesperou da pobreza a que o mundo lhe relegara a existência, transformando o berço apagado em poema inesquecível.
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Assinalado por uma estrela em sua primeira hora humana, nunca se lembrou disso em meio das criaturas.
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Com a sabedoria dos anjos, falava a linguagem dos homens, entretendo-se à beira de um lago em desconforto, com as criancinhas desamparadas.
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Trazendo os tesouros da imortalidade no espírito, vivia sem disputar uma pedra onde repousar a cabeça e dispondo da autoridade maior escolhia servir, ao invés de mandar, levantando os doentes e amparando aos aflitos.
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Em permanente contato com o Céu, ninguém lhe ouviu qualquer palavra em torno dessa prerrogativa e podendo deslumbrar o cérebro de seu tempo, preferia buscar o coração dos simples para esculpir na alma do povo as virtudes do amor no apoio recíproco.
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Esquecido, não se descurava do dever de auxiliar sempre; insultado, perdoava; traído, socorria aos verdugos, soerguendo-lhes o espírito através da própria humildade.
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Golpeado em suas esperanças mais belas, desculpava sem condições a quantos lhe feriam a alma Angélica.
Amparando sem paga, ninguém lhe escutou a mais leve queixa contra os beneficiários sem memória a lhe zurzirem a vida e o nome com as farpas da ingratidão.
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Vendido por um dos companheiros que mais amava, recebeu-lhe, sereno, o beijo suspeitoso.
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 Encarcerado e sentenciado, à morte sem culpa, não recorreu à justiça por amor àqueles que lhe escarravam na face, deixando-se sacrificar com o silêncio da paz e o verbo do perdão.
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E ainda mesmo depois do túmulo, ei-lo que volta à Terra estendendo as mãos aos amigos que o mal segregara na deserção, reunindo-os de novo em seus braços de luz.
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Esse alguém era humilde.
Esse alguém é Jesus.
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EMMANUEL
CHICO XAVIER 



MENSAGE DO ESE:
O Suicídio e a Loucura

14 – A calma e a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e do suicídio. Com efeito, a maior parte dos casos de loucura são provocados pelas vicissitudes que o homem não tem forças de suportar. Se, portanto, graças à maneira por que o Espiritismo o faz encarar as coisas mundanas, ele recebe com indiferença, e até mesmo com alegria, os revezes e as decepções que em outras circunstâncias o levariam ao desespero, é evidente que essa força, que o eleva acima dos acontecimentos, preserva a sua razão dos abalos que o poderiam perturbar.

15 – O mesmo se dá com o suicídio. Se excetuarmos os que se verificam por força da embriaguez e da loucura, e que podemos chamar de inconscientes, é certo que, sejam quais forem os motivos particulares, a causa geral é sempre o descontentamento. Ora, aquele que está certo de ser infeliz apenas um dia, e de se encontrar melhor nos dias seguintes, facilmente adquire paciência. Ele só se desespera se não ver um termo para os seus sofrimentos. E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas aquele que não crê na eternidade, que pensa tudo acabar com a vida, que se deixa abater pelo desgosto e o infortúnio, só vê na morte o fim dos seus pesares. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar as suas misérias pelo suicídio.

16 – A incredulidade, a simples dúvida quanto ao futuro, as idéias materialistas, em uma palavra, são os maiores incentivadores do suicídio: elas produzem a frouxidão moral. Quando vemos, pois, homens de ciência, que se apóiam na autoridade do seu saber, esforçarem-se para provar aos seus ouvintes ou aos seus leitores, que eles nada têm a esperar depois da morte, não o vemos tentando convencê-los de que, se são infelizes, o melhor que podem fazer é matar-se? Que poderiam dizer para afastá-los dessa idéia? Que compensação poderão oferecer-lhes? Que esperanças poderão propor-lhes? Nada além do nada! De onde é forçoso concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva possível, mais vale atirar-se logo a ele, do que deixar para mais tarde, aumentando assim o sofrimento.

A propagação das idéias materialistas é, portanto, o veneno que inocula em muitos a idéia do suicídio, e os que se fazem seus apóstolos assumem uma terrível responsabilidade. Com o Espiritismo, a dúvida não sendo mais permitida, modifica-se a visão da vida. O crente sabe que a vida se prolonga indefinidamente para além do túmulo, mas em condições inteiramente novas. Daí a paciência e a resignação, que muito naturalmente afastam a idéia do suicídio. Daí, numa palavra, a coragem moral.

17 – O Espiritismo tem ainda, a esse respeito, outro resultado igualmente positivo, e talvez mais decisivo. Ele nos mostra os próprios suicidas revelando a sua situação infeliz, e prova que ninguém pode violar impunemente a lei de Deus, que proíbe ao homem abreviar a sua vida. Entre os suicidas, o sofrimento temporário, em lugar do eterno, nem por isso é menos terrível, e sua natureza dá o que pensar a quem quer que seja tentado a deixar este mundo antes da ordem de Deus. O espírita tem, portanto, para opor à idéia do suicídio, muitas razões: a certeza de uma vida futura, na qual ele sabe que será tanto mais feliz quanto mais infeliz e mais resignado tiver sido na Terra; a certeza de que, abreviando sua vida, chega a um resultado inteiramente contrário ao que esperava; que foge de um mal para cair noutro ainda pior, mais demorado e mais terrível; que se engana ao pensar que, ao se matar, irá mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo à reunião, no outro mundo, com as pessoas de sua afeição, que lá espera encontrar. De tudo isso resulta que o suicídio, só lhe oferecendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses. Por isso, o número de suicídios que o Espiritismo impede é considerável, e podemos concluir que, quando todos forem espíritas, não haverá mais suicídios conscientes. Comparando, pois, os resultados das doutrinas materialistas e espírita, sob o ponto de vista do suicídio, vemos que a lógica de uma conduz a ele, enquanto a lógica de outra o evita, o que é confirmado pela experiência.

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

EM LOUVOR DA ORAÇÃO


Pediste em oração a cura de doentes amados e a morte apagou-lhes as pupilas, regelando-te o coração; solicitaste o afastamento da prova e o acidente ocorreu, esmagando-te as esperanças; suplicaste a sustação da moléstia e a doença chegou a infligir-te deformidade completa; imploraste suprimentos materiais e a carência te bate à porta.

Mas se não abandonares a prece, aliado ao exercício das boas obras, granjearás paciência e serenidade, entendendo, por fim, que a desencarnação foi socorro providencial, impedindo sofrimentos insuportáveis; que o desastre se constituiu em medida de emergência para evitar calamidade contra quedas morais de soerguimento difícil e que as dificuldades da penúria são lições da vida, a fim de que a finança demasiada não se faça veneno ou explosivo nas tuas mãos.

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Da mesma forma quando suplicamos perdão das próprias faltas à Eterna Justiça, não bastam o pranto de compunção e a postura de reverência. Após o reconhecimento dos compromissos que nos são debitados no livro do espírito, continuamos tão aflitos e tão desditosos quanto antes. Contudo, se perseveramos na prece, com o serviço das boas ações que nos atestam a corrigenda, a breve trecho perceberemos que a Lei nos restitui a tranquilidade e a libertação, com o ensejo de apagar as consequências de nossos erros, reintegrando-nos no respeito e na estima de todos aqueles que erigimos à condição de credores e adversários.

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Se guardas esse ou aquele problema de consciência, depois de haver rogado perdão à Divina Bondade, sob o pretexto de continuar no fogo invisível da inquietação, não te afastes da prece mesmo assim.

Prossegue orando, fiel ao bem que te revele o espírito renovado.

A prece forma o campo do pensamento puro e toda construção respeitável começa na ideia nobre.

Realmente, sem trabalho que o efetive, o mais belo plano é sempre um belo plano a perder-se.

Não vale prometer sem cumprir.

A oração dentro da alma comprometida em lutas na sombra, assemelha-se à lâmpada que se acende numa casa desarranjada: a presença da luz não altera a situação do ambiente desajustado e nem remove os detritos acumulados no recinto doméstico, entretanto, mostra sem alarde o serviço que se deve fazer.
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Emmanuel
Chico Xavier 



MENSAGEM DO ESE
II – A Virtude


FRANÇOIS-NICOLAS-MADELEINE
Paris, 1863

8 – A virtude, no seu grau mais elevado, abrange o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, são as qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, são quase sempre acompanhadas de pequenas falhas morais, que as deslustram e enfraquecem. Aquele que faz alarde de sua virtude não é virtuoso, pois lhe falta a principal qualidade: a modéstia, e sobra-lhe o vício mais oposto: o orgulho. A virtude realmente digna desse nome não gosta de exibir-se. Temos de adivinhá-la, mas ela se esconde na sombra, foge à admiração das multidões. São Vicente de Paulo era virtuoso. O digno Cura de Ars era virtuoso. E assim muitos outros, pouco conhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que eram virtuosos. Deixavam-se levar pela corrente das suas santas inspirações, e praticavam o bem com absoluto desinteresse completo esquecimento de si mesmos.

É para essa virtude, assim compreendida e praticada, que eu vos convido, meus filhos. Para essa virtude realmente cristã e verdadeiramente espírita, que eu vos convido a consagrar-vos. Mas afastai de vossos corações o sentimento do orgulho, da vaidade, do amor próprio, que deslustram sempre as mais belas qualidades. Não imiteis esse homem que se apresenta como modelo e se gaba das próprias qualidades, para todos os ouvidos tolerantes. Essa virtude de ostentação esconde, quase sempre, uma infinidade de pequenas torpezas e odiosas fraquezas.

O homem que se exalta a si mesmo, que eleva estátuas à sua própria virtude, em princípio aniquila, por essa única razão, todos os méritos que efetivamente podia ter. E que direi daquele cujo valor se reduz a parecer o que não é? Compreendo perfeitamente que aquele que faz o bem sente uma satisfação íntima, no fundo do coração. Mas desde o momento em que essa satisfação se exterioriza, para provocar elogios, degenera em amor- próprio.

Oh, vós todos, a quem a fé espírita reanimou os seus raios, e que sabeis quanto o homem se encontra longe da perfeição, jamais vos entregueis a essa estultícia! A virtude é uma graça, que desejo para todos os espíritas sinceros, mas com esta advertência: Mais vale menos virtude na modéstia, do que muitas no orgulho. Foi pelo orgulho que as humanidades se perderam sucessivamente. É pela humildade que elas um dia deverão redimir-se.

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

domingo, 19 de agosto de 2018

Respostas


Para compreender certas Respostas Celestiais às rogativas terrestres, vejamos algumas das respostas humanas aos anseios da natureza.

  Quando a terra desejou melhorar-se para produzir em regime de educação, o lavrador rasgou-lhe o seio para exaltá-la, feliz.

  Quando a semente anelou servir à mesa, foi arrojada pelo cultivador à cova fria e escura para que se lhe atendesse à generosa destinação.

 Quando a argila desejou brilhar no santuário, em forma de vaso nobre, foi constrangida pelas mãos do oleiro a sofrer a tensão do forno.

  Quando o minério anelou elevar-se do serro bruto à bênção da utilidade, foi conduzido pelo artífice ao calor ardente da forja, para que se lhe imprimisse nova feição.

  Quando o animal aspirou a companhia do homem, a fim de respirar-lhe o ambiente doméstico, foi obrigado a esquecer a vida livre para suportar o açoite e a cangalha, o laço e o ferrão.

  Pelas respostas do homem aos seres e às coisas simples dos reinos inferiores à condição em que ele ainda estagia, podemos observar que as respostas dos anjos às nossas próprias súplicas nem sempre podem ser confortantes e lisonjeiras, no sentido imediatista do mundo, de vez que, sem a dor e sem a renúncia, sem a disciplina e sem o sacrifício, ninguém se habilita à ascensão da sombra para a luz.

  Assim, se te consagras à prece, como recurso de purificação e melhoria, roga, antes de tudo, não a materialização de teus transitórios e quase sempre injustificáveis desejos mas, sim, o cumprimento da Vontade do Senhor a teu respeito, porquanto, pelas lições constringentes e pelos duros aguilhões que hoje te cercam prepararás, no trabalho e na esperança, embora fatigado e suarento, a colheita de paz e felicidade que te coroara o porvir.
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Emmanuel 
Chico Xavier




MENSAGEM DO ESE:
A Candeia Debaixo Do Alqueire – Porque Fala Jesus Por Parábolas


1 – Nem os que acendem uma luzerna a metem debaixo do alqueire, mas põem-na sobre o candeeiro, a fim de que ela dê luz a todos os que estão na casa. (Mateus, V: 15).

2 – Ninguém, pois, acende uma luzerna e a cobre com alguma vasilha, ou a põe debaixo da cama; põe-na, sim, sobre um candeeiro, para que vejam a luz os que entram. Porque não há coisa encoberta, que não haja de ser manifestada; nem escondida, que não haja de saber-se e fazer-se pública. (Lucas, VIII: 16-17).

3 – E chegando-se a ele os discípulos lhe disseram: Por que razão lhes falas tu por parábola? Ele, respondendo, lhes disse: Porque a vós outro vos é dado saber os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não lhes é concedido. Porque ao que tem, se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso é que eu lhes falo em parábolas; porque eles vendo, não vêem, e ouvindo não ouvem, nem entendem. De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Vós ouvireis com os ouvidos, e não escutareis; e olhareis com os olhos, e não vereis. Porque o coração deste povo se fez pesado, e os seus ouvidos se fizeram tardos, e eles fecharam os seus olhos; para não suceder que vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e entendam no coração, e se convertam, e eu os sare. (Mateus, XIII: 10-15)

4 – Causa estranheza ouvir Jesus dizer que não se deve por a luz debaixo do alqueire, ao mesmo tempo em que esconde a toda hora o sentido das suas palavras sob o véu da alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, entretanto, dizendo aos apóstolos: Eu lhes falo em parábolas, porque eles não estão em condições de compreender certas coisas; eles vêem, olham, ouvem e não compreendem; assim, dizer-lhes tudo, ao menos agora seria inútil; mas a vós o digo, porque já vos é dado compreender esses mistérios. Ele procedia, portanto, para com o povo, como se faz com as crianças, cujas idéias ainda não se encontram desenvolvidas. Dessa maneira, indica-nos o verdadeiro sentido da máxima: “Não se deve por a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entram possam vê-la”. Ela não diz que tenhamos de revelar inconsideravelmente todas as coisas, pois, todo ensinamento deve ser proporcional à inteligência de quem o recebe, e porque há pessoas que uma luz muito viva pode ofuscar sem esclarecer.

Acontece com os homens, em geral, o mesmo que com os indivíduos. As gerações passam também pela infância, pela juventude e pela madureza. Cada coisa deve vir a seu tempo, pois a sementeira lançada a terra, fora de tempo, não produz. Mas aquilo que a prudência manda calar momentaneamente, cedo ou tarde deve ser descoberto, porque chegando a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; a obscuridade lhes pesa. Como Deus lhes deu a inteligência para compreenderem e se guiarem, entre as coisas da Terra e do céu, eles querem racionalizar a sua fé. É então que não se deve por a candeia debaixo do alqueire, pois sem a luz da razão, a fé se enfraquece. (Ver cap. XIX, nº 7).

5 – Se a Providência, portanto, na sua prudente sabedoria, não revela a verdade senão gradualmente,é que a vai sempre desvelando, à medida que a Humanidade amadurece para recebê-la. Ela mantém a luz em reserva, e não debaixo do alqueire. Mas os homens que a possuem, em geral, só a ocultam do vulgo com a intenção de dominá-lo. São esses os que põem verdadeiramente a luz debaixo do alqueire. É assim que todas as religiões sempre tiveram os seus mistérios, cujo exame proíbem. Mas enquanto essas religiões se atrasavam, a ciência e a inteligência avançaram e romperam o véu misterioso. O povo que se tornou adulto pode assim penetrar o fundo das coisas, e então rejeitou na sua fé o que se mostrava contrário à observação. 

Não podem substituir mistérios absolutos nesse terreno, e Jesus está com a razão quando afirma que não há nada secreto que não deva ser conhecido. Tudo o que está oculto será descoberto um dia, e o que o homem ainda não pode compreender sobre a Terra, lhe será progressivamente revelado nos mundos mais adiantados, na proporção em que ele se purificar. Aqui na Terra, ainda se perde no nevoeiro.

6 – Pergunta-se que proveito o povo poderia tirar dessa infinidade de parábolas,cujo sentido estava oculto para ele. Deve notar-se que Jesus só se exprimiu em parábolas sobre as questões, de alguma maneira abstrata, da sua doutrina. Mas, tendo feito da caridade e da humildade a condição expressa da salvação, tudo o que disse a esse respeito é perfeitamente claro, explícito e sem nenhuma ambigüidade. Assim, devia ser, porque se tratava de regra de conduta, regra que todos deviam compreender, para poderem observar. Era isso o essencial para a multidão ignorante, à qual se limitava a dizer: Eis o que é necessário para se ganhar o Reino dos Céus. Sobre outras questões, só desenvolvia os seus pensamentos para os discípulos. Estando eles mais adiantado, moral e intelectualmente, Jesus podia iniciá-los nos princípios mais abstratos. Foi por isso que disse: Ao que já tem, ainda mais se dará, e terá em abundância. (Ver cap. XVIII, nº 15).

Não obstante, mesmo com os apóstolos, tratou de modo vago sobre muitos pontos, cuja inteligência completa estava reservada aos tempos futuros. Foram esses os pontos que deram lugar a diversas interpretações, até que a Ciência, de um lado, e o Espiritismo, de outro, vieram revelar as novas leis da natureza, que tornaram compreensível o seu verdadeiro sentido.

7 – O Espiritismo vem atualmente lançar a sua luz sobre uma porção de pontos obscuros, mas não o faz inconsideravelmente. Os Espíritos procedem, nas suas instruções, com admirável prudência. É sucessiva e gradualmente que eles têm abordado as diversas partes já conhecidas da doutrina, e é assim que as demais partes serão reveladas no futuro, à medida que chegue o momento de fazê-las sair da obscuridade. Se a houvessem apresentado completa desde o início, ela não teria sido acessível senão a um pequeno número e teria mesmo assustado aqueles que não se achavam preparados, o que seria prejudicial à sua propagação. Se os Espíritos, portanto, ainda não dizem tudo ostensivamente, não é porque a doutrina possua mistérios reservados aos privilegiados, nem que eles ponham a candeia debaixo do alqueire, mas por que cada coisa deve vir no tempo oportuno. Eles dão a cada idéia o tempo de amadurecer e se propagar, antes de apresentarem outra, e aos acontecimentos,o tempo de lhes preparar a aceitação.
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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO