Senhor Jesus, concedeste-nos o abençoado caminho da união contigo, desde a manjedoura iluminada até a ressurreição divina, com passagem pela cruz do trabalho e da renunciação, da fé viva e do testemunho santificante.
Viajores que somos na estrada redentora que a tua misericórdia nos desdobra, no campo da vida eterna, rogamos-te, ainda, luz para as nossas sombras, certeza para as nossas dúvidas, esclarecimento às nossas hesitações!
Auxilia-nos a aceitar o roteiro que teu amor infinito nos traça a benefício da paz e da felicidade de nós mesmos...
Que o sacrifício seja para nós uma bênção, a luta uma escola de aperfeiçoamento sublime, o serviço a oportunidade salvadora, o obstáculo o ensinamento maior, o sofrimento um mestre sábio e eficaz; que as nossas dores sejam emissárias de alegrias, que os espinhos da estrada permaneçam adornados de flores para os nossos corações e que os percalços e lágrimas da senda constituam renovadas esperanças para nossa alma sequiosa de tua luz!...
Assim te suplicamos, porque a nossa união é alegria para os tristes, vitória para os vencidos, consolo para os desesperados, sementeira de imperecível ventura para quantos prosseguem à retaguarda, aspirando a um mundo melhor!...
Desse modo, Senhor, agradecendo-te a caridade divina da paz com que nos felicitas a alma, neste dia de abençoada luz, esperamos que o teu amor viva em nós infinitamente e que a tua misericórdia nos acompanhe, em todos os passos da redenção espiritual, convictos, quanto estamos, de que em ti encontramos o Caminho, a Verdade e a Vida com eterna libertação. Cumpra-se em nós a tu vontade, hoje e sempre.
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pelo Espírito Emmanuel -
Do livro: Cartas do Coração,
Médium: Francisco Cândido Xavier
MENSAGEM DO ESE:
Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras
Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.
Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.
Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.
É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?
Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.
Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu.
— Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 21.)