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sábado, 23 de outubro de 2021

Aquilo que damos


Procure corrigir com calma aqueles que erram, e saiba relevar as imperfeições dos outros, da mesma forma que espera a compreensão dos outros para os seus erros.

 A vida é um intercâmbio de boa vontade mútua, em que recebemos aquilo que damos. 

Dê tolerância, e receberá compreensão e amor, tornando-se sua vida um paraíso sem dores nem sofrimentos.
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Carlos Pastorino
Minutos de Sabedoria
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MENSAGEM DO ESE:

Os Bons Espíritas

4 – O Espiritismo bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, conduz forçosamente aos resultados acima, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o verdadeiro cristão, pois um e outro são a mesma coisa. O Espiritismo não cria uma nova moral, mas facilita aos homens a compreensão e a prática da moral do Cristo, ao dar uma fé sólida e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.

Muitos, porém, dos que crêem na realidade das manifestações, não compreendem as suas conseqüências nem o seu alcance moral, ou, se os compreendem, não os aplicam a si mesmos. Por que acontece isso? Será por uma falta de precisão da doutrina? Não, porque ela não contém alegorias, nem figuras que possam dar lugar a falsas interpretações. A clareza é a sua própria essência, e é isso que lhe dá força, para que atinja, diretamente a inteligência. Nada tem de mistérios, e seus iniciados não possuem nenhum segredo que seja oculto ao povo.

Seria necessária, então, para compreendê-la, uma inteligência fora do comum? Não, pois vêem-se homens de notória capacidade, que não a compreendem, enquanto inteligências vulgares, até mesmo de jovens que mal saíram da adolescência, apreendem com admirável justeza as suas mais delicadas nuanças. Isso acontece porque a parte, de qualquer maneira, material da ciência, não requer mais do que os olhos para ser observada, enquanto a parte essencial exige um certo grau de sensibilidade, que podemos chamar de maturidade do senso moral, maturidade essa independente da idade e o grau de instrução, porque é inerente ao desenvolvimento, num sentido especial, do espírito encarnado.

Em algumas pessoas, os laços materiais são ainda muito fortes, para que o espírito se desprenda das coisas terrenas. O nevoeiro que as envolve impede-lhes a visão do infinito. Eis por que não conseguem romper facilmente com os seus gostos e os seus hábitos, não compreendendo que possa haver nada melhor do que aquilo que possuem. A crença nos Espíritos é para elas um simples fato, que não modifica pouco ou nada as suas tendências instintivas. Numa palavra, não vêem mais do que um raio de luz, insuficiente para orientá-las e dar-lhes uma aspiração profunda, capaz de modificar-lhes as tendências. Apegam-se mais aos fenômenos do que à moral, que lhes parece banal e monótona. Pedem aos Espíritos que incessantemente as iniciem em novos mistérios, sem indagarem se tornaram dignas de penetrar os segredos do Criador. São, afinal, os espíritas imperfeitos, alguns dos quais estacionam no caminho ou se distanciam dos seus irmãos de crença, porque recuam ante a obrigação de se reformarem, ou porque preferem a companhia dos que participam das suas fraquezas ou das suas prevenções. Não obstante, a simples aceitação da doutrina em princípio é um primeiro passo, que lhes facilitará o segundo, numa outra existência.

Aquele que podemos,com razão, qualificar de verdadeiro e sincero espírita, encontra-se num grau superior de adiantamento moral. O Espírito já domina mais completamente a matéria e lhe dá uma percepção mais clara do futuro; os princípios da doutrina fazem vibrar-lhe as fibras, que nos outros permanecem mudas; numa palavra: foi tocado no coração, e por isso a sua fé é inabalável. Um é como o músico que se comove com os acordes; o outro, apenas ouve os sons. Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações. Enquanto um se compraz no seu horizonte limitado, o outro, que compreende a existência de alguma coisa melhor, esforça-se para se libertar, e sempre o consegue, quando dispõe de uma vontade firme.

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

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ESPÍRITA DE FATO


"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações." - "O Evangelho Segundo o Espiritismo" - Cap. XVII, item 4.

O espírita consciente de sua responsabilidade é aquele que, mesmo ainda não sendo o que precisa, esforça-se para ser, a cada dia, melhor do que na véspera...

É aquele que estuda a Doutrina, empenhando-se na sua divulgação, a partir do próprio exemplo na vivência dos seus postulados libertadores...

É aquele que, compreensivelmente, embora vacile em seus propósitos de renovação, não desiste de servir, combatendo sem tréguas as suas inclinações de ordem inferior...

É aquele que não se coloca apenas na condição de beneficiário dos princípios que abraça, mas esmera-se, dentro de suas limitações, no sentido de ser útil aos semelhantes...

Espírita de fato é aquele que, assimilando o espírito da Doutrina, jamais se afasta da simplicidade com que ela pretende reviver o Evangelho para o mundo...

É aquele que foge ao personalismo, à crítica sistemática, ao preconceito de qualquer espécie, ao melindre e a polêmicas infindáveis...

É aquele que compreende a finalidade da existência terrestre e não menospreza o valor dos minutos, adiando os seus anseios de redenção...

É aquele que coopera nas tarefas da casa espírita, sem nenhum desejo de promoção pessoal, pugnando pela união e pela fraternidade entre os companheiros de Ideal...

É aquele que confia na intervenção da Espiritualidade Superior, mas não se omite no suor que carece verter na edificação do Mundo Melhor...

Espírita verdadeiro é, enfim, aquele que dá início ao seu processo de renovação íntima, sem desanimar de si mesmo e sem exigir dos outros a conduta irrepreensível que ele ainda não possui!..."
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Pedi e Obtereis 
 Irmão José
 Carlos Baccelli 
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Um só problema


Quando a ilusão nos colhe o espírito, impelindo-nos para amargosos desenganos, evidentemente não nos é lícito lançar a responsabilidade integral do fracasso de nossa expectativa sobre os outros, já que, no fundo, somos nós mesmos que nos deixamos embair pela nossa própria superestimação acerca de criaturas e circunstâncias.

Se a tentação nos apanha desprevenido, sacudindo-nos em rajadas de aflição, depois de atirar-nos a despenhadeiros de remorso, não nos será possível atribuir a outrem a culpa dos pesares que nos desajustam as províncias da alma e sim a nós, que não vigiamos suficientemente a tranquilidade de consciência.

Por trás do sofrimento a se nos originar do orgulho ferido, está simplesmente a paixão pelas aparências a que ainda se nos afeiçoa o sentimento de superioridade ilusória.

Ante as nossas queixas, em torno da ingratidão, na essência existe apenas a incompreensão que, por enquanto, nos assinala o modo de ser, a exigir dos companheiros de experiência devoções e atitudes para as quais não se mostram ainda amadurecidos ou indicados.

Empenhados ao azedume da crítica, debitamos semelhante perturbação tão somente a nós pela nossa incapacidade de avaliação do esforço alheio.

E sempre que tenhamos de alegar, enquanto na Terra, provas e inibições, obstáculos e lutas que por vezes começam para nós do berço físico, o montante desses impedimentos é a carga de sombra que trazemos em nós, por injunções da Contabilidade Divina, transportada de existência para existência, assim como determinada conta é transferida de livro para livro, na Contabilidade do Mundo, conforme os débitos que assumimos.

À vista disso, encontramos conosco um só problema fundamental — nós em nós mesmos. Aprendamos a conhecer-nos e conheceremos os outros.

Retifiquemos a nossa vida por dentro de nós e a vida por fora se nos revelará sempre por maravilha de Deus.
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Emmanuel
Chico Xavier

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

A PRESENÇA DA NUVEM



Causa estranheza àqueles que não estão familiarizados com a Doutrina Espírita a questão 2 459 de "O Livro dos Espíritos":

"Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?"

Resposta: "Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que de ordinário são eles que vos dirigem."

Viveremos rodeados de tantos Espíritos, dotados de poderes que os habilitam a condicionar nosso comportamento?

Pois é exatamente o que ocorre.
Não se trata de mera especulação.
Muito menos de invencionice.
Sobretudo, não é novidade.
Desde as culturas mais remotas vemos gente às voltas com influências espirituais. Disso nos dá conta o folclore de todas as culturas.
A riquíssima mitologia grega, povoada de deuses passionais que convivem com os homens, interferindo frequentemente nos destinos humanos, é exemplo típico.

Os textos evangélicos revelam que Jesus conversava frequentemente com os Espíritos, afastando os chamados impuros de suas vítimas.

- Que temos nós contigo, Jesus Nazareno?
Vieste para perder-nos? - esta a reclamação de um perseguidor espiritual antes de ser afastado de sua vítima, conforme relata Lucas (4;31 a 37).

E comenta o evangelista:

"Todos ficaram grandemente admirados e comentavam entre si, dizendo:
"Que palavra é esta, pois com autoridade e poder ordena aos Espíritos imundos e eles saem?"

Na primitiva comunidade cristã os discípulos de Jesus realizavam idêntico trabalho, de que nos dá conta o capítulo 5a, versículo 16, do livro "Atos dos Apóstolos":

"Afluía também muita gente das cidades vizinhas a Jerusalém, levando doentes e atormentados de Espíritos imundos, os quais eram todos curados."

 
A dúvida quanto a essa influência nasce da errônea concepção de que o mundo espiritual, a morada dos Espíritos, está situado em região distante da Terra e inacessível às cogitações humanas, quando ele é tão somente uma projeção do plano físico. Começa exatamente onde estamos.
Assim, permanecem junto de nós aqueles que, libertando-se da carne pelo fenômeno da morte, permanecem presos aos interesses do imediatismo terrestre.
E gravitam em torno dos homens, obedecendo às mais variadas motivações:
Viciados procuram satisfazer o vício.
Vítimas intentam vingar-se de seus algozes.
Usurários defendem o ouro amoedado.
Ambiciosos pretendem sustentar dominação.
Fugitivos da luz trabalham em favor das sombras.
Famintos do sexo vampirizam sexólatras.
Gênios da maldade semeiam confusão.
Alienados da realidade espiritual perturbam familiares.
É toda uma imensa população invisível que nos acompanha e influencia, lembrando a observação do apóstolo Paulo, na Epístola aos Hebreus (12, 1), segundo a qual somos rodeados por uma “Nuvem de Testemunhas".
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Richard Simonetti 
Quem tem medo da obsessão?
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MENSAGEM DO ESE:

Os tormentos voluntários

Vive o homem incessantemente em busca da felicidade, que também incessantemente lhe foge, porque felicidade sem mescla não se encontra na Terra. Entretanto, mau grado às vicissitudes que formam o cortejo inevitável da vida terrena, poderia ele, pelo menos, gozar de relativa felicidade, se não a procurasse nas coisas perecíveis e sujeitas às mesmas vicissitudes, isto é, nos gozos materiais em vez de a procurar nos gozos da alma, que são um prelibar dos gozos celestes, imperecíveis; em vez de procurar a paz do coração, única felicidade real neste mundo, ele se mostra ávido de tudo que o agitará e turbará, e, coisa singular! o homem, como que de intento, cria para si tormentos que está nas suas mãos evitar.

Haverá maiores do que os que derivam da inveja e do ciúme? Para o invejoso e o ciumento, não há repouso; estão perpetuamente febricitantes. O que não têm e os outros possuem lhes causa insônias. Dão-lhes vertigem os êxitos de seus rivais; toda a emulação, para eles, se resume em eclipsar os que lhes estão próximos, toda a alegria em excitar, nos que se lhes assemelham pela insensatez, a raiva do ciúme que os devora.

Pobres insensatos, com efeito, que não imaginam sequer que, amanhã talvez, terão de largar todas essas frioleiras cuja cobiça lhes envenena a vida! Não é a eles, decerto, que se aplicam estas palavras: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados”, visto que as suas preocupações não são aquelas que têm no céu as compensações merecidas.

Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é. Esse é sempre rico, porquanto, se olha para baixo de si e não para, cima, vê sempre criaturas que têm menos do que ele. É calmo, porque não cria para si necessidades quiméricas. E não será uma felicidade a calma, em meio das tempestades da vida?

— Fénelon. (Lião, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 23.)

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Quando compreenderes


Quando compreenderes que deves a ti mesmo a conquista da paz, nada mais te deterá os passos na senda do bem.

Quando compreenderes que és o artífice de tua felicidade, nada mais conseguirá impedir-te de trabalhar por ela.

Quando compreenderes que a tua alegria depende exclusivamente de ti, nada mais te induzirá ao desalento.

Quando compreenderes que a tua vida é o resultado de tuas atitudes, nada mais te desviará do cumprimento do dever.

Quando compreenderes, enfim, que a colheita de hoje corresponde exatamente à semeadura de ontem, nada mais lamentarás a não ser a tua própria falta de discernimento no instante de escolher a semente que, deliberadamente, lançastes ao solo da vida.
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André Luiz
Chico Xavier
Obra: Páginas de Fé

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Estufas Psíquicas da Depressão


"Apenas Deus, em sua misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Escutai-a, que somente bons conselhos ela vos dará. As vezes, conseguis entorpece-la, opondo-lhe o espírito do mal. Ela, então, se cala."
Um Espírito protetor, (Lião, 1860). O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XIII - ítem 1.

Depressão é uma intimação das Leis da Vida convocando a alma a mudanças inadiáveis. É a "doença-prisão" que caça a liberdade da criatura, rebelde, viciada em ter seus caprichos atendidos. Vício sedimentado em milênios de orgulho e rebeldia por não aceitar as frustrações do ato de viver. Em tese, depressão é a reação da alma que não aceitou sua realidade pessoal como ela é, estabelecendo um desajuste interior que a incapacita para viver plenamente.

Desde as crises ocasionais da depressão reativa até os quadros mais severos que avançam aos sombrios labirintos da psicose, encontramos no cerne da enfermidade o Espírito, recusando os alvitres da vida. Através das reações demonstra sua insatisfação em concordar com a Vontade Divina, acerca de Seus Desígnios, em flagrante desajuste. Rebela-se ante a morte e a perda, a mudança e o desgosto, a decepção e os desafios do caminho, criando um litígio com Deus, lançando a si mesmo nos leitos amargos da inconformação e da revolta, do ódio e da insanidade, da apatia e do sofrimento moral.

Neste momento de transição em que os avanços científicos a classificam dentro de limites e códigos, é necessário ampliar a lente das investigações para analisa-la como estado interior de inadequação com a vida, que limita o Espírito para plenificar-se, existir, ser em plenitude. Seu traço psíquico predominante é a diminuição ou ausência de prazer em quaisquer níveis que se manifeste. Portanto, dilatando as classificações dos respeitáveis códigos humanos, vamos conceitua-la como sendo o sofrimento moral capaz de reduzir ou retirar a alegria de viver.

Sob enfoque espiritual, estar deprimido é um estado de insatisfação crônica, não necessariamente incapacitante. As mais graves psicoses nasceram através de "filetes de loucura controlada" que roubam do ser humano a alegria de continuar sua marcha, de cultivar sonhos e lutas pelos ideais de sobrevivência básica. Nessa ótica, tomemos alguns exemplos para ilustrar nosso enfoque de depressão à luz do Espírito imortal em condutas rotineiras:

O desânimo no cumprimento do dever.
A insegurança obsessiva.
A ansiedade inexplicável.
A solidão em grupo.
A impotência perante o convite das escolhas.
A angústia da melhora.
A aterrorizante sensação de abandono.
Sentir-se inútil.
Baixa tolerância às frustrações.
O desencanto com os amigos.
Medo da vulnerabilidade.
A descrença no ato de viver.
O hábito sistemático da queixa improdutiva.
A revolta com normas coletivas para o bem de todos.
A indisposição de conviver com os diferentes.
A relação de insatisfação com o corpo.
O apego aos fatos passados.
O sentimento de menos-valia perante o mundo.
O descaso com os conflitos, a negação dos sentimentos.
A inveja do sucesso alheio.
A desistência de ser feliz.
A decisão de não perdoar.
A inconformação perante as perdas.
Fixação obstinada nos pontos de vista.
O desamor aos que nos prejudicam.
O cultivo do personalismo - a exacerbada importância pessoal.
O gerenciamento ineficaz da culpa.
As aflições-fantasma com o futuro.
A tormenta de ser rejeitado.
As agruras perante as críticas.
Rigidez nas atitudes e nos objetivos.
Conduta perfeccionista.
Sinergia com o pessimismo.
Impulso para desistir dos compromissos.
Pulsão para controlar a vida.
Irritabilidade sem causas conhecidas.

Todas essas ações ou sentimentos são sinais de depressão na alma, porque criam ou refletem um desajuste da criatura com a existência, levando-a, paulatinamente, a roubar de si mesma a energia da vida. São rejeições à Sábia e Justa Vontade Divina - Excelsa expressão do bem em nosso favor nas ocorrências de cada dia.

Ao formularmos esse foco para a depressão, nossa intenção é estimular a medicina preventiva centrada no Espírito imortal e na educação. É assustador o índice de deprimidos segundo a sintomatologia oficial, no entanto, infinitamente maior é o número daqueles que cultivam, em regime de cultura mental, os embriões de futuros episódios psiquiátricos depressivos.

A solução vem da própria mente. A terapêutica está no imo da criatura. Aprender a ouvir os ditames da consciência: eis o que pouco fazem quando se encontram sob sansão da depressão. Esse é o estado denominado "consciência tranquila", ou seja, quando o self supera as tormentas da culpa e do medo, da ansiedade e do instinto de posse. Aprendendo a arte de ouvir esse guia infalível, a criatura caminha para o sossego íntimo, a serenidade, a plenitude, a alegria.

A saúde decorre de uma relação sinérgica com o self. Dele partem as forças capazes de estabelecer o clima da alegria de ser. Do self procede a energia da vida, o tônus que permite a criatura ampliar seu raio de interação com a natureza - outra fonte de vida -, expressão celeste de Deus no universo. A depressão é ausência dessa energia de base, dessa força de vitalidade e saúde, ensejando a defasagem, o esgotamento. A ausência de contato com o amor - Lei universal de vida e saúde integral - responde pelos reflexos da "morte interior".

Nos apelos da consciência encontraremos o receituário para a liberdade e a paz, o equilíbrio e o progresso.

A ingestão dessa medicação amarga será a batalha sem tréguas, porque aderir aos ditames conscienciais significa, antes de tudo, deixar de desejar o que se quer para fazer o que se deve. Nessa escola de novas aprendizagens, a alma fará cursos intensivos de novos costumes emoções através do aprendizado de olhar para si.

A ausência de uma percepção muito nítida das nossas reais necessidades interiores leva-nos à busca do prazer estereotipado, aquele que a maioria procura para preencher o "vazio", e não viver criativamente em paz. Depois vem a culpa e outras manifestações de dor. O prazer real é somente aquele que nos equilibra e preenche sem sofrimentos posteriores.

Somente estando identificados com os "recados do self", construiremos uma vida criativa, adequada ao caminho individual. Jung chamou esse processo de individuação.

Descobrir nossa singularidade, saber vivê-la sem afronta ao meio e coloca-la a serviço do bem, essas as etapas do crescimento sistêmico, integrado com o próximo, a vida e a natureza.

Individuação só será possível acolhendo a sombra do inconsciente através dos "braços do ego", entregando-a à "inteligência espiritual" do self, para transforma-la em luz e erguimento conforme as aspirações do Espírito.

Depressão - condição mental da alma que começa a resgatar o encontro com a verdade sobre si mesma depois de milênios nos labirintos da ilusão.

"A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um.
O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça de outro.
Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens?"

"Com relação à vida material, é a posse do necessário.
Com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro."

Consciência tranquila e prazer de viver, as maiores conquistas das pessoas livres e felizes.
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Trechos do Livro Escutando Sentimentos
Ermance Dufaux
Psicografia: Wanderley Oliveira
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Mensagem do ESE:

A vingança

A vingança é um dos últimos remanescentes dos costumes bárbaros que tendem a desaparecer dentre os homens. É, como o duelo, um dos derradeiros vestígios dos hábitos selvagens sob cujos guantes se debatia a Humanidade, no começo da era cristã, razão por que a vingança constitui indício certo do estado de atraso dos homens que a ela se dão e dos Espíritos que ainda as inspirem. Portanto, meus amigos, nunca esse sentimento deve fazer vibrar o coração de quem quer que se diga e proclame espírita.

 Vingar-se é, bem o sabeis, tão contrário àquela prescrição do Cristo: “Perdoai aos vossos inimigos”, que aquele que se nega a perdoar não somente não é espírita como também não é cristão. A vingança é uma inspiração tanto mais funesta, quanto tem por companheiras assíduas a falsidade e a baixeza. Com efeito, aquele que se entrega a essa fatal e cega paixão quase nunca se vinga a céu aberto. Quando é ele o mais forte, cai qual fera sobre o outro a quem chama seu inimigo, desde que a presença deste último lhe inflame a paixão, a cólera, o ódio. Porém, as mais das vezes assume aparências hipócritas, ocultando nas profundezas do coração os maus sentimentos que o animam. Toma caminhos escusos, segue na sombra o inimigo, que de nada desconfia, e espera o momento azado para sem perigo feri-lo. Esconde-se do outro, espreitando-o de contínuo, prepara-lhe odiosas armadilhas e, em sendo propícia a ocasião, derrama-lhe no copo o veneno.

 Quando seu ódio não chega a tais extremos, ataca-o então na honra e nas afeições; não recua diante da calúnia, e suas pérfidas insinuações, habilmente espalhadas a todos os ventos, se vão avolumando pelo caminho. 

Em conseqüência, quando o perseguido se apresenta nos lugares por onde passou o sopro do perseguidor, espanta-se de dar com semblantes frios, em vez de fisionomias amigas e benevolentes que outrora o acolhiam. Fica estupefato quando mãos que se lhe estendiam, agora se recusam a apertar as suas. Enfim, sente-se aniquilado, ao verificar que os seus mais caros amigos e parentes se afastam e o evitam. Ah! o covarde que se vinga assim é cem vezes mais culpado do que o que enfrenta o seu inimigo e o insulta em plena face.

Fora, pois, com esses costumes selvagens! Fora com esses processos de outros tempos! Todo espírita que ainda hoje pretendesse ter o direito de vingar-se seria indigno de figurar por mais tempo na falange que tem como divisa: Sem caridade não há salvação!

 Mas, não, não posso deter-me a pensar que um membro da grande família espírita ouse jamais, de futuro, ceder ao impulso da vingança, senão para perdoar. 

— Júlio Olivier. (Paris, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XII, item 9.)
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Ao teu alcance 


Seja qual for o problema que te perturbe, procure manter a serenidade.

Ninguém age com acerto se não aprende a pacificar as próprias emoções.

Não te precipites nas decisões que devas tomar.

Reflete que a Natureza prossegue, imperturbável, cumprindo os ciclos que lhe assinalam a trajetória.

Contempla à noite o céu recamado de estrelas e, silenciando os conflitos do teu mundo interior, sintoniza com a mensagem de paz que te alcança de todas as direções.

Nada pode empanar o brilho da Verdade, assim como nada consegue, deter a marcha natural dos acontecimentos.

Viver é um aprendizado constante.

Unge-te de humildade para que o personalismo não te faça crer infalível, mas revista-te de coragem para que o desalento não te iniba a capacidade criadora.

Auxilia sempre, porquanto o bem é a melhor terapia do espírito.

Alija do coração qualquer sentimento de mágoa e nada faças que te ocasione remorso.

Não permitas que a trama sutil da descrença te induza ao desequilíbrio, arremessando-te à vala do infortúnio.

A maior conquista do homem sobre a Terra é a de sua iluminação espiritual.

Trazes o universo contigo e, por isso mesmo, onde estiveres a felicidade estará ao teu alcance.

Não julgues a ninguém, esforçando-te por compreender mesmo àqueles que te façam sofrer.

Lembra-te de que o Amor pode tudo em todos e nunca deixes de amar o próximo como a ti mesmo.
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Pastorino
(Psicografia de Carlos A. Baccelli)

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Decisão salvadora


... São os doentes que necessitam de medicação; os infratores que requisitam reeducação; os desonestos que requerem a terapia da dignidade.

Tolerar o errado não significa anuência com o seu erro, e silenciar ante o desvio de conduta não representa concordar com o desequilíbrio.

São atitudes educacionais difíceis, porém de salutar efeito para recuperar aqueles que são fracos de caráter e de comportamento.
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Eros
Divaldo Pereira Franco
Obra: Paz íntima
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MENSAGEM DO ESE:

Causas atuais das aflições (I)

De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.

Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são conseqüência natural do caráter e do proceder dos que os suportam.

Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantos se arruinam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos! Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou parte alguma! Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero! 

Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências! Por fraqueza, ou indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência com que são tratados e da ingratidão deles.

Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem passo a passo à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição.

A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.

Os males dessa natureza fornecem, indubitavelmente, um notável contingente ao cômputo das vicissitudes da vida. O homem as evitará quando trabalhar por se melhorar moralmente, tanto quanto intelectualmente.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 4.)

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DENTRO DE CASA


É provável, sem dúvida, que contes com inúmeros problemas dentro de casa, sem que consigas solucioná-los.

Leva, porém, em consideração que, muitas vezes, o não-agravamento dessa ou daquela delicada situação familiar representa o auxílio efetivo com que esperas a intercessão do Mais Além.

Assim, sob a alegação de que faceias dificuldades domésticas em demasia, não te eximas ao cumprimento do dever a que a caridade te chama fora do lar.

O que providencias em favor dos mais carentes é o que, em essência, reivindicas para ti.

O Céu te socorre através do próprio socorro que fazes chegar aos semelhantes.

O que consegues em benefício dos filhos alheios, outros pais haverão de conseguir em benefício de teus filhos.

Ante os tribunais da Divina Justiça, a caridade é pedido que se protocola com prioridade de favorável resposta.

Não te agastes, nem te aborreças, em teus transitórios insucessos junto aos que mais amas.

Do que semeias nos campos da Vida, mais cedo ou mais tarde os celeiros de teu lar se fartarão!
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Irmão José
Carlos Baccelli
🌼🪴🌼 

Quando compreenderes


Quando compreenderes que deves a ti mesmo a conquista da paz, nada mais te deterá os passos na senda do bem.

Quando compreenderes que és o artífice de tua felicidade, nada mais conseguirá impedir-te de trabalhar por ela.

Quando compreenderes que a tua alegria depende exclusivamente de ti, nada mais te induzirá ao desalento.

Quando compreenderes que a tua vida é o resultado de tuas atitudes, nada mais te desviará do cumprimento do dever.

Quando compreenderes, enfim, que a colheita de hoje corresponde exatamente à semeadura de ontem, nada mais lamentarás a não ser a tua própria falta de discernimento no instante de escolher a semente que, deliberadamente, lançastes ao solo da vida.
🌼🪴🌼
André Luiz
Do livro: Páginas de Fé - Espíritos Diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Carlos A. Baccelli

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Como reages?


Se quiseres saber como espiritualmente estás, observa como reages:

-sob provocações inesperadas;

-ante os reveses que sofras;

-padecendo perseguições sistemáticas;

-sofrendo o abandono de companheiros;

-amargando humilhações em público;

-sendo alvo de inverdades;

-sentindo o teu esforço não reconhecido...

Mas se, de fato, pretendes saber quanto te encontras fortalecido contra liminentes possibilidades de queda moral, observa como reages, ao receberes um simples elogio.
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Irmão José
Carlos Baccelli
Obra: Vigiai e Orai



 



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MENSAGEM DO ESE: 

Ação da prece. Transmissão do pensamento (II)

Se em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das tribulações de que ele se constituiu a causa primária, pela sua incúria ou por seus excessos (cap. V, nº 4), ver-se-á que a segunda, em quantidade, excede de muito à primeira. Faz-se, portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, às quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência.

Não menos certo é que todas essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus e que, se as observássemos pontualmente, seríamos inteiramente ditosos. Se não ultrapassássemos o limite do necessário, na satisfação das nossas necessidades, não apanharíamos as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaríamos as vicissitudes que as doenças acarretam. Se puséssemos freio à nossa ambição, não teríamos de temer a ruína; se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não teríamos de recear a queda; se fôssemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido; se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maldizentes, nem invejosos, nem ciosos, e evitaríamos as disputas e dissensões; se mal a ninguém fizéssemos, não houvéramos de temer as vinganças, etc.

Admitamos que o homem nada possa com relação aos outros males; que toda prece lhe seja inútil para livrar-se deles; já não seria muito o ter a possibilidade de ficar isento de todos os que decorrem da sua maneira de proceder? Ora, aqui, facilmente se concebe a ação da prece, visto ter por efeito atrair a salutar inspiração dos Espíritos bons, granjear deles força para resistir aos maus pensamentos, cuja realização nos pode ser funesta. Nesse caso, o que eles fazem não é afastar de nós o mal, porém, sim, desviar-nos a nós do mau pensamento que nos pode causar dano; eles em nada obstam ao cumprimento dos decretos de Deus, nem suspendem o curso das leis da Natureza; apenas evitam que as infrinjamos, dirigindo o nosso livre-arbítrio. Agem, contudo, à nossa revelia, de maneira imperceptível, para nos não subjugar a vontade. O homem se acha então na posição de um que solicita bons conselhos e os põe em prática, mas conservando a liberdade de segui-los, ou não. Quer Deus que seja assim, para que aquele tenha a responsabilidade dos seus atos e o mérito da escolha entre o bem e o mal. É isso o que o homem pode estar sempre certo de receber, se o pedir com fervor, sendo, pois, a isso que se podem sobretudo aplicar estas palavras: “Pedi e obtereis.”

Mesmo com sua eficácia reduzida a essas proporções, já não traria a prece resultados imensos? Ao Espiritismo fora reservado provar-nos a sua ação, com o nos revelar as relações existentes entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, item 12.)

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Mesmo Quando


Mesmo quando tudo te pareça convite ao desalento, não deixes de fazer a tua parte na construção do Mundo Melhor.

Ainda que te sintas sozinho, não cesses de levar adiante o empreendimento das boas obras.

Embora sob o peso desigual da luta, não admitas derrota e nem penses em retirada.

Se necessário, procura adaptar a tarefa às tuas possibilidades de concretizá-la, mas não penses em extingui-la de todo.

Não olvides que, se te faltam incentivo e colaboração por parte dos companheiros encarnados, os amigos desencarnados não te deixarão sem apoio. 

Aprende, pois, a contar com as mãos invisíveis que, pousando sobre as tuas no manejo da charrua do Bem, contigo lavrarão e semearão a terra, onde, pela graça de Deus, nenhuma das sementes que plantares se perderá.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Ajuda-te e o Céu te Ajudará")

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

BENFEITOR ÀS AVESSAS


Quem se sente ofendido, por esta ou aquela provocação, tão-somente coloca à mostra o próprio personalismo, na falta de humildade que ainda lhe caracteriza as reações.

A fim de que comece a se desfazer da vaidade e do orgulho, a ofensa, ao lhe revelar as fragilidades que insiste em desconhecer, é um mal necessário, pois, caso contrário, continuaria a ignorá-las, por tempo indefinido, em si mesmo.

Assim, se és facilmente suscetível de mágoas e rancores, convém que avalies a importância de promover certas mudanças em teu íntimo.

A imperfeição humana é tamanha, que, infelizmente, para que dela tome consciência e passe a lhe dar o devido combate, a Lei Divina, não raro, consente que o homem seja sucessivamente golpeado em seu ego, através das inúmeras situações de constrangimento que faceia no cotidiano.

Por este prisma, o agente de toda e qualquer ofensa que te coloca em confronto com a tua realidade interior, dizendo-te o que não desejas ouvir e mostrando-te o que não queres ver, pode ser considerado como teu benfeitor às avessas.
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Irmão José 
Livro: Pai, Perdoa-lhes
Carlos A. Baccelli
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MENSAGEM DO ESE:

Carregar sua cruz. Quem quiser salvar a vida, perde-la-á

Bem ditosos sereis, quando os homens vos odiarem e separarem, quando vos tratarem injuriosamente, quando repelirem como mau o vosso nome, por causa do Filho do Homem. — Rejubilai nesse dia e ficai em transportes de alegria, porque grande recompensa vos está reservada no céu, visto que era assim que os pais deles tratavam os profetas. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 22 e 23.)

Chamando para perto de si o povo e os discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir nas minhas pegadas, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me; — porquanto, aquele que se quiser salvar a si mesmo, perder-se-á; e aquele que se perder por amor de mim e do Evangelho se salvará. — Com efeito, de que serviria a um homem ganhar o mundo todo e perder-se a si mesmo? (S. MARCOS, cap. VIII, vv. 34 a 36; — S. LUCAS, cap. IX, vv. 23 a 25; — S. MATEUS, cap. X, vv. 38 e 39; — S. JOÃO, cap. XII, vv. 25 e 26.)

“Rejubilai-vos, diz Jesus, quando os homens vos odiarem e perseguirem por minha causa, visto que sereis recompensados no céu.” Podem traduzir-se assim essas verdades: “Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má-vontade para convosco, vos dêem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais.”

Depois, acrescenta: “Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir”, isto é, suporte corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, renunciando-me a mim, perderá as vantagens do reino dos céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão, na vida futura, o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Mas, aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus dirá: “Já recebestes a vossa recompensa.”

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIV, itens 17 a 19.)

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CAMINHO


Mostremos o caminho, ensinemos a caminhar, mas não obriguemos ninguém a seguir sobre os nossos passos. 

Cada espírito tem a sua própria trajetória na conquista das experiências que lhe dizem respeito.

Não nos aflijamos porque observemos aqueles que mais amamos se distanciando de nós, ao enveredarem por perigosos atalhos.

Em essência, esteja onde estiver, cada qual estará buscando a sua realização pessoal.

O anseio da descoberta é apanágio de todos os espíritos.

As palavras, por mais fiéis, nunca transmitem as lições que somente a experiência conseguirá, na linguagem inarticulada da dor.

Para seguirmos juntos não teremos necessariamente que caminhar lado a lado; os caminhos paralelos acabam por se convergirem adiante...

Palmilhemos a senda que nos diz respeito, estendendo, além de seus limites, as nossas mãos em auxílio aos que avançam pelas veredas que elegeram para si.

Afirmando ser o Caminho, Jesus não exigiu que ninguém o seguisse!

Compreendamos, assim, os companheiros que se afastam de nós e oremos a Deus pela sua felicidade, renunciando à alegria de tê-los conosco na jornada que empreendemos.

Quanto a nós, perseveremos no cumprimento do dever que abraçamos, longe do qual estaremos sempre desnorteados em nós mesmos, em completo desencontro com a Vida.
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Irmão José 
Carlos A. Baccelli
Do livro LIÇÕES DA VIDA

domingo, 17 de outubro de 2021

Viver


Cada qual de nós, seja onde for, está sempre construindo a vida que deseja.

Existência é a soma de tudo o que fizemos de nós até hoje.

Toda melhoria que realizarmos em nós, é melhoria na estrada que somos chamados a percorrer.

Toda ideia que você venha a aceitar influenciará seu espírito; escolha os pensamentos do bem para orientar-lhe o caminho e o bem transformará sua vida numa cachoeira de bênçãos.

Se você cometeu algum erro não se detenha para lamentar-se; raciocine sobre o assunto e retifique a falha havida porque somente assim, a existência lhe converterá o erro em lição.

Muito difícil viver bem se não aprendemos a conviver.

A vida por fora de nós é a imagem daquilo que somos por dentro.

Viver é lei da natureza, mas a vida pessoal é a obra de cada um.

Toda vez que criticamos a experiência dos outros, estamos apontando em nós mesmos os pontos fracos que precisamos emendar em nossas próprias experiências.

Seu ideal é o seu caminho, tanto quanto seu trabalho é você.
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Por: André Luiz 
Médium: Francisco Cândido Xavier
Obra: Respostas da vida
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MENSAGEM DO ESE

Não julgueis, para não serdes julgados. Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado

Não julgueis, a fim de não serdes julgados; — porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros; empregar-se-á convosco a mesma medida de que voz tenhais servido para com os outros. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 1 e 2.)

Então, os escribas e os fariseus lhe trouxeram uma mulher que fora surpreendida em adultério e, pondo-a de pé no meio do povo, — disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher acaba de ser surpreendida em adultério; — ora, Moisés, pela lei, ordena que se lapidem as adúlteras. Qual sobre isso a tua opinião?” — Diziam isto para o tentarem e terem de que o acusar. Jesus, porém, abaixando-se, entrou a escrever na terra com o dedo. — Como continuassem a interrogá-lo, ele se levantou e disse: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.” — Em seguida, abaixando-se de novo, continuou a escrever no chão. — Quanto aos que o interrogavam, esses, ouvindo-o falar daquele modo, se retiraram, um após outro, afastando-se primeiro os velhos. Ficou, pois, Jesus a sós com a mulher, colocada no meio da praça.

Então, levantando-se, perguntou-lhe Jesus: “Mulher, onde estão os que te acusaram? Ninguém te condenou?” — Ela respondeu: “Não, Senhor.” Disse-lhe Jesus: “Também eu não te condenarei. Vai-te e de futuro não tornes a pecar.” (S. JOÃO, cap. VIII, vv. 3 a 11.)

“Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado”, disse Jesus. Essa sentença faz da indulgência um dever para nós outros, porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita.

O reproche lançado à conduta de outrem pode obedecer a dois móveis: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos se criticam. Não tem escusa nunca este último propósito, porquanto, no caso, então, só há maledicência e maldade. O primeiro pode ser louvável e constitui mesmo, em certas ocasiões, um dever, porque um bem deverá daí resultar, e porque, a não ser assim, jamais, na sociedade, se reprimiria o mal. Não cumpre, aliás, ao homem auxiliar o progresso do seu semelhante? Importa, pois, não se tome em sentido absoluto este princípio: “Não julgueis se não quiserdes ser julgado”, porquanto a letra mata e o espírito vivifica.

Não é possível que Jesus haja proibido se profligue o mal, uma vez que ele próprio nos deu o exemplo, tendo-o feito, até, em termos enérgicos. O que quis significar é que a autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que censura. Tornar-se alguém culpado daquilo que condena noutrem é abdicar dessa autoridade, é privar-se do direito de repressão. A consciência íntima, ao demais, nega respeito e submissão voluntária àquele que, investido de um poder qualquer, viola as leis e os princípios de cuja aplicação lhe cabe o encargo. Aos olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que se apóia no exemplo que dá do bem. É o que, igualmente, ressalta das palavras de Jesus.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 11 a 13.)

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SEPARAÇÃO DE CASAIS


 8 - Qual a influência da separação de casais no processo de educação da criança?

A triste influencia é a de poder gerar personalidades inseguras, infantilizadas ou fortemente introspectivas ou, ainda, fortemente agressivas, incapazes para uma vida estável de relações sociais. Felizmente, encontram-se especiais exceções.

54 – O que leva o indivíduo ao adultério e quais as consequências desse ato nas vidas das criaturas?

Para o problema do adultério se poderia apontar diversificadas causas, quase sempre embasadas no egoísmo masculino ou feminino que, sob justificativas bastante falsas de que a carne é fraca ou de que as paixões são irresistíveis, incontornáveis, apõem o selo de infidelidade entre os casais. Aprendemos com a Doutrina Espírita que não existe adultério onde reina a sincera afeição recíproca.

Relembram-nos os Benfeitores Espirituais que a infidelidade, que faz atormentada a vida conjugal, assenta bases no regime de infidelidade das criaturas para consigo mesmas. Quem não se respeita, quem não é fiel aos bons princípios aprendidos um dia, raramente entenderá o que seja respeito ao cônjuge.

A cata do prazer, quando estimulado pelo egoísmo, transforma-se em desastre no campo da moral cristã, estabelecendo o regime de liberalidade sob o qual tudo é válido, desde que dê prazer, desde que a pessoa esteja “feliz”.

O estatuto das leis divinas, impresso no íntimo do ser, costuma pesar sobre a consciência dos conscientes, impondo remordimentos correspondentes aos níveis de conhecimentos e de compreensão dos indivíduos envolvidos, indicando a necessidade do resgate, através das ações enobrecedoras, dignificantes, que facultem paz à consciência.

56 – Em que circunstâncias se poderia aprovar a separação de casais?

Nos tempos atuais, quando o Espiritismo demonstra as razões das uniões conjugais, quando fala dos formosos fins da divindade para os casamentos terrenos, aproveitando a formação do lar para incrementar o desenvolvimento dos espíritos, por meio da reencarnação, melhorando as condições intelectuais e morais dos seres humanos, tudo deveremos investir, em termos argumentativos, em termos fraternais, nos reforços do acompanhamento e da oração, a fim de evitarmos o desmantelamento doméstico.

Entretanto, a cultura do exacerbado materialismo desses dias tem ensinado aos indivíduos a fechar ouvidos e corações para o exercício da paciência, da tolerância, do perdão, da perseverança, da cooperação recíproca, no vero cumprimento dos deveres conjugais, e, ao invés disto, há estabelecido o culto ao “meu” prazer, ao “meu” bem-estar, a “minha” satisfação, a “minha” razão e ao “meu” direito, num aterrador domínio egoístico, promotor de inenarráveis tormentos para o porvir.

Natural é pensar que, por causa da dureza dos corações, muitos não suportariam dar nova oportunidade ao outro, ou do outro receber novo ensejo de tentar acertar. Quando a relação conjugal se deteriora ao nível do desrespeito, chegando às agressões de grave espectro, melhor adiar do que piorar.

58 – As pessoas que se separam devem procurar refazer suas vidas?

Se a razão e o sentimento estão acenando com a possibilidade de ser feliz, reestruturando o lar, rearmonizando o coração, é importante que a pessoa tente de novo, agora com maior amadurecimento e perspicácia, evitando encantamentos exteriores ou ambições comprometedoras. A criatura deverá buscar, ao invés de valores passageiros e enganadores como os do corpo bem feito ou da beleza plástica, dos recursos econômico-financeiros ou prestígio e posições sociais destacadas, os valores que impliquem em maturidade geral, verificando os vícios e outros costumes incompatíveis com o novo rumo que deseja dar a sua existência.

Se o real interesse é o refazimento da vida afetiva, quanto menos complicação, quanto mais simplicidade, melhor para os dois e para as respectivas famílias.

84 – Na educação dos filhos, a figura do pai é importante?
E quando ocorre a sua falta, por variados motivos, inclusive pelo divórcio e pela desencarnação?

A figura do pai é sempre importante na educação dos filhos, como em sua vida generalizadamente. Há, porém, situações expiatórias em que indivíduos que menosprezaram seu lar e seus genitores no pretérito, em níveis graves, nascem sabendo que terão que facear a orfandade, às vezes de pai, às vezes de mãe, outras vezes de pai e mãe. Em casos que tais, a Divindade dispõe dos recursos para fazer com que a orfandade se torne em lição de vida, em amadurecimento, em crescimento, pelos sacrifícios e frustrações sofridas pelo órfão.

No caso de orfandade “com pais vivos”, em razão de abandonos ou de divórcios, a situação é nitidamente outra, porque não constava na lei divina tal ocorrência concreta, embora estivessem previstas as dificuldades de caráter, de temperamento dos cônjuges, a serem devidamente trabalhadas e superadas pelo casal. Em razão disto, toda a agrura material, social ou moral que venham os filhos mais frágeis a sofrer, pesará na conta moral daquele ou daqueles que se inscreveram no rol dos que cometeram o crime de lesa-confiança, pelo que darão conta no longo do tempo.
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Espírito : Camilo Psicografia : J. Raul Teixeira Livro : Desafios da Educação – págs. 27, 96, 98, 99 e 138
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Paz 

 

Não perguntemos quantas guerras teremos que vencer por um pouco de paz.

A paz não é uma situação exterior, mas sim uma condição íntima. Às vezes, apesar do conflito em derredor, encontraremos a paz que não existe na quietude em torno de nós.

A paz do mundo está sempre sujeita à transitoriedade das coisas em que se fundamenta.

A invariável paz, que é fruto da consciência tranquila pelo dever retamente cumprido, eis a que devemos aspirar!

Jesus passou sobre a Terra, imperturbável em sua trajetória, embora à volta de si a agitação fosse imensa.

Se nos encontramos no clima de grandes lutas, pacifiquemo-nos para que o desequilíbrio de fora não nos desestruture por dentro.

Assim como o peixe sobe à tona para respirar, elevemos o pensamento na prece, haurindo energias nas fontes inesgotáveis do Mais Alto.

Tenhamos sempre uma palavra de conciliação, um gesto de serenidade e um sorriso amigo para oferecer aos que se exaltam, perdendo o controle sobre as próprias emoções.

A paz verdadeira também é uma força que se propaga de maneira contagiosa, envolvendo em seu suave magnetismo os corações que se afligem.

Não façamos a nossa paz depender incondicionalmente da paz daqueles que convivem conosco.

Compreendamos as lutas dos companheiros e os auxiliemos quanto esteja ao nosso alcance sem, no entanto, permitir que nos invadam o santuário íntimo em que necessitamos nos resguardar em paz.
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Irmão José
Carlos Baccelli
Obra: Lições da vida