O silêncio é doçura:
quando não respondes às ofensas;
quando não reclamas os teus direitos;
quando deixas à Deus a defesa da tua honra.
O silêncio é misericórdia:
quando te calas diante das faltas de teus irmãos;
quando perdoas sem remoer o passado;
quando não condenas, mas intercedes em segredo.
O silêncio é paciência:
quando sofres sem te lamentares;
quando não procuras consolação junto aos homens;
quando não intervéns, esperando que a semente germine lentamente.
O silêncio é humildade:
quando te apagas para deixar aparecer teu irmão;
quando, na discrição, revelas dons de Deus;
quando suportas que tuas ações sejam mal interpretadas;
quando deixas os outros a glória da obra inacabada.
O silêncio é fé:
quando te apagas, sabendo que é Ele quem age;
quando renuncias às vozes do mundo para permanecer na Sua presença;
quando te basta que só Ele te compreenda.
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Jessica Rabbit
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MENSAGEM DO ESE:
Os órfãos
Meus irmãos, amai os órfãos. Se soubésseis quanto é triste ser só e abandonado, sobretudo na infância! Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a servir-lhes de pais. Que divina caridade amparar uma pobre criaturinha abandonada, evitar que sofra fome e frio, dirigir-lhe a alma, a fim de que não desgarre para o vício! Agrada a Deus quem estende a mão a uma criança abandonada, porque compreende e pratica a sua lei. Ponderai também que muitas vezes a criança que socorreis vos foi cara noutra encarnação, caso em que, se pudésseis lembrar-vos, já não estaríeis praticando a caridade, mas cumprindo um dever. Assim, pois, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa caridade: não, porém, a essa caridade que magoa o coração, não a essa esmola que queima a mão em que cai, pois freqüentemente bem amargos são os vossos óbolos! Quantas vezes seriam eles recusados, se na choupana a enfermidade e a miséria não os estivessem esperando! Dai delicadamente, juntai ao benefício que fizerdes o mais precioso de todos os benefícios: o de uma boa palavra, de uma carícia, de um sorriso amistoso. Evitai esse ar de proteção, que eqüivale a revolver a lâmina no coração que sangra e considerai que, fazendo o bem, trabalhais por vós mesmos e pelos vossos.
— Um Espírito familiar. (Paris, 1860
cap. XIII, item 18). O Evangelho Segundo o Espiritismo
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A VELHICE DE UM CÃO
Seu cachorrinho já lhe terá proporcionado muitas alegrias.
Cuide para que ele tenha um final de vida feliz.
Sempre que for possível, deixe que ele permaneça ao seu lado, pois este será, realmente, um dos poucos prazeres que lhe restarão na velhice. A grande despedida está próxima, e ele por instinto sabe disto.
É natural que deseje a companhia daquele que aprendeu a amar e respeitar durante sua vida. Não o abandone agora. Ele já não será aquele animal bonito de antes. Seu pêlo começa a cair, seu caminhar perdeu a elegância e sua cabeça penderá cansada, sobre suas patas. Somente seu olhar acompanhará os passos do seu dono. Lembre-se que, dentro do peito, ele ainda possui aquele coração que vibrará com o som da voz do seu mestre.
E, chegando o fim, não se envergonhe: chore. Você acaba de perder o mais dedicado dos amigos... o cão.
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Livro: O Weimaraner
Marisa de C. L. Corrêa, Eduardo Victor Costa
Editora Nobel
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Na grande transição
Reunião pública de 11 de Setembro de 1959
Questão n.° 155 de “O Livro dos Espíritos”
Por muitas sejam as tuas dores, repara o mundo em que a Divina Bondade te situa a existência e deixa que a vida te renove a esperança.
Tudo é serviço por toda parte.
Apesar dos profetas do pessimismo, bulcões ameaçadores transformam-se, na hora da tempestade, em lagos volantes, acalentando a gleba sedenta; fontes de longo curso atravessam as garras pontiagudas da rocha, convertendo-se em padrão de pureza; pântanos drenados deitam messes de reconforto e árvores podadas multiplicam a produção.
Todas as energias que sustentam a Terra esquecem todo o mal, buscando todo o bem.
Dir-se-ia que o próprio Senhor criou a noite como exaustor das inquietações do dia, para que o homem, cada manhã, consiga reaprender e recomeçar.
Colocado, assim, no trono da razão, ante os elementos inferiores que te servem, humildes, olvida a sombra para que a luz te favoreça.
Ouve a própria consciência, seja qual for a ideia religiosa a que te filias, e perceberás que nasceste para realizar o melhor.
E quem realiza o melhor desconhece o que exprima ofensa ou descaridade, porque a ofensa é espinho da ignorância e a descaridade é chaga da delinquência, que somente a educação e o remédio conseguirão liquidar.
Tudo aquilo que desfrutas é depósito santo.
Dotes de espírito e afeições preciosas, autoridade e influência, títulos e haveres são talentos emprestados que devolverás na hora prevista.
Desse modo, ainda mesmo que a maioria te escarneça o propósito de bem fazer, perdoa sempre e faze o bem que possas.
O tempo que te traz hoje a oportunidade presente será amanhã o portador do minuto necessário à grande transição que a morte impõe sempre a justos e injustos… E, na grande transição, o bem que houveres feito, muita vez superando sacrifícios e trevas, ser-te-á o orvalho fecundante depois da nuvem, a água pura acrisolada na pedra, o ramo virente a destacar-se do lodo e o fruto opimo a pender do tronco dilacerado.
Segue, pois, ao clarão do bem, para que o crepúsculo das forças físicas te descerre a senda estrelada.
Não digas que tens o lar à feição de penitenciária, que te falta a compreensão alheia, que não dispões de recursos para ajudar ou que sofres inibições invencíveis.
Recorda que, certo dia, um anjo transfigurado em homem subiu agressivo monte, sentenciado à morte sem culpa, mas, em razão de haver aceitado a cruz, por amor de todos, embora desolado e sozinho, clareou para sempre a rota do mundo inteiro.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: A religião dos Espíritos