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sábado, 18 de novembro de 2023

Sem Contemporizar


Que o homem prossiga no caminho de sua descoberta interior, sem contemporizar com as suas imperfeições.

Que não seja demasiado condescendente consigo.

Que não se permita o que aos outros consente.

Que não evite o face-a-face pessoal.

Que não se deprima com recriminações a esmo, efetuadas a si próprio, mas nem se torne insensível aos alvitres da consciência.

Que jamais exceda em seus arroubos de tristeza ou de alegria.

Que nunca se entorpeça pelo incenso da lisonja nem se embriague pelo vinho da cupidez.

Que não se iluda quanto à transitoriedade de tudo, inclusive de suas ideias e emoções.

Que não se creia no limiar de seu empenho no esforço de renovação.

E que, sobretudo, não estacione à margem, afogando-se no injustificável pranto da autocomiseração.

🌱🌻🌱
Irmão José
 Carlos Baccelli 
Obra: Os três passos do autoconhecimento
🌱🌻🌱

18 de novembro

Use tudo que é seu para o benefício do todo.

Não tente acumular bens, mas compartilhe-os.

Compartilhados, eles aumentarão.

Armazenados avaramente, eles poderão até desaparecer.

Esta é a lei e, vivendo por ela, você poderá observar como ela funciona à sua volta.

Pacotes de sementes guardadas e esquecidas num armário não servirão para nada.

Mas se você plantar as sementes e cuidar delas, elas não só crescerão, como também se multiplicarão.

Assim é com tudo que você tem: não guarde nada para si só, mas compartilhe e observe seus bens crescendo em quantidade e qualidade.

Saiba que todas as suas necessidades serão supridas se você adotar a atitude certa, e tudo que Eu tenho será seu.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

A cólera

O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. Que sucede então? — Entregais-vos à cólera.

Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos assemelham ao bruto, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; pesquisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais ponderados conselhos, senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se originam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar.

Em seu frenesi, o homem colérico a tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque lhe não obedecem. Ah! se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue-frio, ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia! Imagine ele por aí que impressão produzirá nos outros. Quando não fosse pelo respeito que deve a si mesmo, cumpria-lhe esforçar-se por vencer um pendor que o torna objeto de piedade.

Se ponderasse que a cólera a nada remedeia, que lhe altera a saúde e compromete até a vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretudo, devera contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não lhe será motivo de remorso fazer que sofram os entes a quem mais ama? E que pesar mortal se, num acesso de fúria, praticasse um ato que houvesse de deplorar toda a sua vida!

Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede se faça muito bem e pode levar à prática de muito mal. Isto deve bastar para induzir o homem a esforçar-se pela dominar. O espírita, ao demais, é concitado a isso por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs.

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— Um Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 9.)
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Falta de fé


Acolhei o fraco na fé sem querer discutir suas opiniões.
— Paulo - Romanos, 14:1

Não se deve julgar a criatura sem fé pelo padrão moral daquela que a possui, como não se pode considerar o enfermo à maneira de alguém que se encontre sem saúde porque assim o deseje. E assim como não se extingue a doença com pancadas e sim à custa de amparo e remédio, não se remove a descrença a preço de controvérsia e sim pelo concurso do amor e da educação.

Existem motivações diversas para a incredulidade, tanto quanto existem causas variadas para a moléstia.

Em toda parte onde se alinham seres humanos, encontramos aqueles irmãos que ainda se privam de mais amplo entendimento, no domínio das questões essencialmente espirituais:

- os que da infância à madureza tão somente estiveram no clima da mais profunda ignorância acerca dos assuntos da alma;

- os que se enredaram na inquietação, em face de compromissos inconfessáveis, e temem o contato com as realidades do Espírito;

- os que se apegam a preconceitos estéreis e fogem de incrementar no próprio ser o conhecimento da Vida Superior;

- os que sofrem processos obsessivos, temporariamente incapacitados para raciocinar com segurança em torno da orientação pessoal;

- os que caíram em extrema revolta ante as lides expiatórias que eles mesmos fizeram por merecer.

Quando te vejas defrontado pelos companheiros sem fé ou portadores de confiança ainda muito frágil, compadece-te deles e auxilia-os, quanto possas. Segundo a solicitação do apóstolo Paulo, saibamos acolhê-los ao calor da bondade, nunca ao fogo da discussão.

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Livro: O Evangelho por Emmanuel – Comentários às Cartas de Paulo
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, coordenação de Saulo Cesar Ribeiro da Silva
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O Tempo


Os anos passam, e só o que se fez fica.

As oportunidades vão, mas somente as que foram aproveitadas pacificam a alma.

A energia se esvai, mas tão-somente aquela que foi aplicada para o bem torna o ser mais pleno e com a sensação de dever cumprido.

Tenha o maior critério possível com o uso de seu tempo, de suas energias, das oportunidades que tem em mãos: são mais preciosas do que pode imaginar.

Faça bom uso deles, enquanto puder desfrutá-los no plano físico.

Logo logo, a mensageira fatal chegará, e, nesse momento, o instante de sua partida desse mundo, não haverá escapatória para a avaliação implacável de tudo que fez, bem como, principalmente, de tudo que deixou de fazer.

E se acha mórbido ou improfícuo parar para pensar em morte e morrer, distante demais que suponha de sua realidade, existe algo de mais importante ainda sobre essas reflexões:
são elas que o podem conduzir a uma vida muito mais plena, verdadeiramente satisfatória e tranquila, enquanto a morte não chegar.

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Anacleto
(Texto recebido pelo médium Benjamin Teixeira, em 23 de abril de 2001.)
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Anotemos


Os ensinamentos de Jesus estão nas linhas da Natureza.

Quanto menos perseverança na enxada, mais ferrugem a dificultar-lhe o serviço.

Quanto mais suor no arado, mais bênçãos na sementeira.

Quanto menos repouso à fonte, mais limpidez na corrente.

Quanto mais descanso ao poço, mais estagnação enfermiça nas águas.

Quanto menos trato às plantas do pomar, mais ampla invasão da erva daninha.

Quanto mais poda nas árvores benfeitoras, mais valiosa se lhe faz a produção.

Assim também na vida.

Quanto menos esforço, mais intensa excursão na ociosidade.

Quanto mais diligência, mais crédito na ação.

Quanto menos fé, mais névoa de incerteza.

Quanto mais serviço apresentado, suprimento mais alto.

Quanto menos bondade, mais pessimismo.

Quanto mais amizade, alegria mais pura.

Quanto mais desprendimento no amparo, simpatia maior.

Quanto menos perdão, mais sombra de ressentimento.

Quanto mais amor, mais luz no caminho.

Quanto menos brandura, mais inquietação.

Quanto mais humildade, mais compreensão.

Por isso mesmo, nós, armados de vontade e discernimento, somos livres para estabelecer na vida o clima de sofrimento que nos segregue ou para construir o nosso caminho de felicidade, facilitando-nos a ascensão para a Grande Luz.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Convivência
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sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Confie



Mantenha-se calmo e sereno.

Confie na Força Cósmica que enche todo o universo, inclusive sua própria pessoa.

Focalize sua confiança em Deus que habita dentro de você e dentro de todas as criaturas.

Liberte-se do medo, caminhe com segurança e procure ouvir as palavras de orientação, ditadas, no mais profundo de seu coração, por Deus que habita dentro de você.

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Carlos Pastorino
Obra: Minutos de sabedoria
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17 de novembro

Você sente que faz parte do novo?

Você sente que você se mistura no todo em perfeita harmonia ou você se sente desconfortável e desajeitado?

Se você não se sente bem, é melhor sair e encontrar outro caminho.

Somente as almas que estão em harmonia com o novo, que estão desejosas de deixar o que é velho para trás sem remorsos e que têm espírito de aventura estarão prontas para o novo e serão capazes de mergulhar livremente nele.

Se você ainda quer se manter preso às antigas maneiras e ideias ortodoxas e convencionais, se você tem medo de quebrar as velhas formas, então você não está pronto para o novo.

É preciso coragem, força, determinação e uma grande consciência interior de que o que você está fazendo é o certo.

Quando sua fé e confiança estiverem em Mim e você souber que EU ESTOU guiando e dirigindo você, então você será capaz de fazer tudo o que precisa ser feito com alegria e amor profundos.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

O ponto de vista (II)

Se toda a gente pensasse dessa maneira – ou seja, e desse reduzida importância aos bens terrenos –, dir-se-ia, tudo na Terra periclitaria, porquanto ninguém mais se iria ocupar com as coisas terrenas. Não; o homem, instintivamente, procura o seu bem-estar e, embora certo de que só por pouco tempo permanecerá no lugar em que se encontra, cuida de estar aí o melhor ou o menos mal que lhe seja possível. Ninguém há que, dando com um espinho debaixo de sua mão, não a retire, para se não picar. Ora, o desejo do bem-estar força o homem a tudo melhorar, impelido que é pelo instinto do progresso e da conservação, que está nas leis da Natureza. Ele, pois, trabalha por necessidade, por gosto e por dever, obedecendo, desse modo, aos desígnios da Providência que, para tal fim, o pôs na Terra. Simplesmente, aquele que se preocupa com o futuro não liga ao presente mais do que relativa importância e facilmente se consola dos seus insucessos, pensando no destino que o aguarda.

Deus, conseguintemente, não condena os gozos terrenos; condena, sim, o abuso desses gozos em detrimento das coisas da alma. Contra tais abusos é que se premunem os que a si próprios aplicam estas palavras de Jesus: Meu reino não é deste mundo.

Aquele que se identifica com a vida futura assemelha-se ao rico que perde sem emoção uma pequena soma. Aquele cujos pensamentos se concentram na vida terrestre assemelha-se ao pobre que perde tudo o que possui e se desespera.

O Espiritismo dilata o pensamento e lhe rasga horizontes novos. Em vez dessa visão, acanhada e mesquinha, que o concentra na vida atual, que faz do instante que vivemos na Terra único e frágil eixo do porvir eterno, ele, o Espiritismo, mostra que essa vida não passa de um elo no harmonioso e magnífico conjunto da obra do Criador. Mostra a solidariedade que conjuga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos. Faculta assim uma base e uma razão de ser à fraternidade universal, enquanto a doutrina da criação da alma por ocasião do nascimento de cada corpo torna estranhos uns aos outros todos os seres. Essa solidariedade entre as partes de um mesmo todo explica o que inexplicável se apresenta, desde que se considere apenas um ponto. Esse conjunto, ao tempo do Cristo, os homens não o teriam podido compreender, motivo por que ele reservou para outros tempos o fazê-lo conhecido.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. II, itens 6 e 7.)
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Temperamento


Somos cuidadosos, salvaguardando o clima doméstico. Dispositivos de alarme, faxinas, inseticidas, engenhos de proteção e limpeza. No entanto, raros de nós se acautelam contra o inimigo que se nos instala no próprio ser, sob os nomes de canseira, nervosismo, angústia ou preocupação.

Asseguramos a tranquilidade dos que nos cercam, multiplicando recursos de segurança e higiene, no plano exterior, e, simultaneamente, acumulamos nuvens de pensamentos obsessivos que terminam suscitando pesadelos dentro de casa.

Muitas vezes, desapontados de nós para conosco, à face dos estragos estabelecidos por nossa invigilância, recorremos a tranquilizantes diversos, tentando situar a impulsividade que nos é própria no quadro das moléstias nervosas, no pressuposto de inocentar-nos.

Sem dúvida, não podemos subestimar o poder da mente sobre o campo físico em que se apoia. Se acalentamos a irritação sistemática, é natural que os choques do espírito atrabiliário alcancem o corpo sensível, descerrando brechas à enfermidade. Nesse caso, é preciso rogar socorro ao remédio. Ainda assim, é imperioso nos decidamos ao difícil empreendimento do autodomínio.

No que concerne a temperamento, é possível receber as melhores instruções e receitas de calma; entretanto, em última análise, a providência decisiva pertence a nós mesmos.

Ninguém consegue penetrar os redutos de nossa alma, a fim de guarnecê-la com barricadas e trancas. Queiramos ou não, somos senhores de nosso reino mental.

Por muito nos achemos hoje encarcerados, do ponto de vista de superfície, nas consequências do passado, pelas ações infelizes em nossa estrada de ontem, somos livres, na esfera íntima, para controlar e educar o nosso modo de ser.

Não nos esqueçamos de que fomos colocados, no campo da vida, com o objetivo supremo de nosso rendimento máximo para o bem comum.

Saibamos enfrentar os nossos problemas como sejam e como venham, opondo-lhes as faculdades de trabalho e de estudo de que somos portadores. Nem explosão pelas tempestades magnéticas da cólera e nem fuga pela tangente do desculpismo. Conter-nos. Governar-nos.

Aqui e além, estamos chamados a conviver com os outros, mas vivemos em nós, estruturando os próprios destinos, na pauta de nossa vontade, porque a vida, em nome de Deus, criou em cada um de nós um mundo por si.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Encontro marcado
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Cansaço


Se te sentes cansado, procura refazer-te em contato com a Natureza.

Haure em seus inesgotáveis mananciais as energias de que necessitas.

Não estabeleças, em teu corpo e em tua mente, um circuito fechado de forças que não se renovam.

Descerra-te em espírito, à semelhança da flor, que se abre aos vivificantes raios do sol.

Respira a longos haustos e absorve, por teus poros e narinas, os princípios vitais de que o próprio ar se balsamiza.

Contempla, com o enternecimento que te é possível, o ninho de um pássaro sobre a folhagem.

Faze deslizar a mão sobre a cantante queda d'água que se te derrama aos pés.

Repara nas luzes do entardecer e no cintilar das primeiras estrelas que surgem no firmamento.

Descalça-te e mantém contato direto com o magnetismo da terra.

Acaricia o tronco robusto de uma árvore e procura sentir-lhe o pulsar da Vida.

Deleita-te com o majestoso espetáculo da chuva que cai na floresta.

E, assim, após te refazeres, continua a servir.

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Irmão José
Carlos.A.Baccelli
Obra: Dias melhores
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Protestos verbais


“Mas ele disse com mais veemência: ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei. E da mesma maneira diziam todos também.” — (Marcos, 14:31)

É indispensável que o aprendiz sincero do Evangelho esteja sempre de mãos dadas à vigilância, no capítulo dos protestos verbais de solidariedade.

As promessas mirabolantes ficam muito bem às comédias da leviandade, mas, nunca nos que compreendem sinceramente o que seja esforço, trabalho, realização.

O próprio Cristo não escapou a provas supremas dessa natureza.

Ainda nas vésperas do sacrifício culminante, vemos os discípulos protestarem fidelidade e devotamento. Pedro e os companheiros declaravam-se unidos a Ele até o fim, hipotecavam-lhe amor e dedicação.

Jesus, porém, contava com o Pai e consigo mesmo nos testemunhos decisivos. E, apesar dos bens divinos que disseminara entre os aflitos e sofredores, não obstante o devotamento a quantos lhe buscavam o socorro sublime, o Mestre viu-se absolutamente só, desde a prisão à própria Cruz.

Recebera muitos votos de admiração, palavras de reconhecimento, declarações de solidariedade, protestos de amor; entretanto, o exemplo final revela muitos ensinamentos aos aprendizes vigilantes.

O problema da participação nas experiências de alguém nunca se resumirá numa questão de palavras.

No cenáculo do Senhor, notamos semelhante lição; Judas não pôde partilhar a vitória do Mestre em Jerusalém, como os demais companheiros não conseguiram partilhar a suposta derrota do Calvário.

Lembra o Cristo, dá o testemunho e segue firme, rumo à realização divina.

Nas ilusões terrestres, não é possível fugir às dificuldades desse teor. No triunfo, lutarás contra a inveja e o despeito de outrem; no sofrimento, suportarás, muitas vezes, a traição, o esquecimento e o fel dos ingratos. Não desesperes, porém. É preciso esquecer os fantasmas e permanecer servindo ao Senhor.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Trilha de luz
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quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Ante os incrédulos


“E conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres.” — JESUS — João, 8.32.

“A resistência do incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele do que da maneira por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender.” — Cap. XIX, 7

Compadeçamo-nos dos incrédulos que se arremetem contra as verdades do espírito, intentando penetrá-las à força.

 Semelhantes necessitados chegam de todas as procedências… De paisagens calcinadas pelo fogo do sofrimento, de caminhos que a provação encharca de pranto, de furnas da aflição em que jaziam acorrentados ao desespero. Outros existem que nos atingem as portas, conturbados pelo clima de irreflexão a que se afaziam, ou trazendo sarcasmos no pensamento imaturo, quais crianças bulhentas em recintos graves da escola.

 Muitas vezes, nas trilhas da atividade cotidiana, somos tentados a categorizá-los por viajores de indesejável convívio, entretanto, os que surgem dementados pela dor e aqueles outros que se acomodam com a leviandade pela força da própria inexperiência, não serão igualmente nossos irmãos, diante de Deus?  Certo que não nos é lícito entregar-lhes, em vão, energia e tempo, quando se mostrem distantes da sinceridade que devemos uns aos outros, mas se anelam realmente aprendizado e renovação, saibamos auxiliá-los a compreender que pesquisa e curiosidade somente valem se acompanhadas de estudo sério e trabalho digno.

 Estendamos aos companheiros que o ateísmo enrijece, algo de nossas convicções que os ajude a refletir na própria imortalidade. Diligenciemos partilhar com eles o alimento da fé, na mesma espontaneidade de quem divide os recursos da mesa.

 Todavia, — perguntarás, — e se recusam, obstinados e irônicos, os bens que lhes ofertamos? E se nos apagam, a golpes de violência, as lanternas de amor que lhes acendamos na estrada?

Se indagações assim podem ser formuladas por nossa consciência tranquila, após o desempenho do nosso dever de fraternidade, será preciso consultar a lógica e a lógica nos dirá que eles são cegos de espírito que nos cabe amparar, em silêncio, na clínica da oração.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Livro da Esperança
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16 de novembro

A lição primordial da vida é aprender a amar.

O amor é tão forte que é inquebrantável e, no entanto, é intangível.

Você sabe sobre ele: você o sente; e, no entanto, você não pode se agarrar a ele, porque, no momento que tenta agarrá-lo, ele escapa como uma gota de mercúrio.

O amor não pode ser possuído; ele é livre como o vento e se move a seu bel prazer. Mova-se com ele.

O amor é unidade e plenitude.

O amor não conhece limites, nem barreiras.

Com o amor vem a liberdade.

É o medo que limita e aprisiona uma alma; é o amor que liberta e corta todas as amarras.

O amor abre todas as portas, muda vidas e derrete o mais duro dos corações.

O amor é criativo; ele constrói para o alto, criando beleza, harmonia, unidade.

Ele trabalha sempre a favor de tudo, jamais contra.

O amor traz uma alegria tão imensa que não consegue ser represada.

Ele dança e canta pela vida afora.

Existe amor em seu coração?

Ele começa dentro de você e abre caminho para fora, aumentando, cada vez mais.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Utilidade providencial da riqueza. Provas da riqueza e da miséria

Se a riqueza houvesse de constituir obstáculo absoluto à salvação dos que a possuem, conforme se poderia inferir de certas palavras de Jesus, interpretadas segundo a letra e não segundo o espírito, Deus, que a concede, teria posto nas mãos de alguns um instrumento de perdição, sem apelação nenhuma, idéia que repugna à razão. Sem dúvida, pelos arrastamentos a que dá causa, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza constitui uma prova muito arriscada, mais perigosa do que a miséria. É o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual. E o laço mais forte que prende o homem à Terra e lhe desvia do céu os pensamentos. Produz tal vertigem que, muitas vezes, aquele que passa da miséria à riqueza esquece de pronto a sua primeira condição, os que com ele a partilharam, os que o ajudaram, e faz-se insensível, egoísta e vão. Mas, do fato de a riqueza tornar difícil a jornada, não se segue que a torne impossível e não possa vir a ser um meio de salvação para o que dela sabe servir-se, como certos venenos podem restituir a saúde, se empregados a propósito e com discernimento.

Quando Jesus disse ao moço que o inquiria sobre os meios de ganhar a vida eterna: “Desfaze-te de todos os teus bens e segue-me”, não pretendeu, decerto, estabelecer como princípio absoluto que cada um deva despojar-se do que possui e que a salvação só a esse preço se obtém; mas, apenas mostrar que o apego aos bens terrenos é um obstáculo à salvação. Aquele moço, com efeito, se julgava quite porque observara certos mandamentos e, no entanto, recusava-se à idéia de abandonar os bens de que era dono. Seu desejo de obter a vida eterna não ia até ao extremo de adquiri-la com sacrifício.

O que Jesus lhe propunha era uma prova decisiva, destinada a pôr a nu o fundo do seu pensamento. Ele podia, sem dúvida, ser um homem perfeitamente honesto na opinião do mundo, não causar dano a ninguém, não maldizer do próximo, não ser vão, nem orgulhoso, honrar a seu pai e a sua mãe. Mas, não tinha a verdadeira caridade; sua virtude não chegava até à abnegação. Isso o que Jesus quis demonstrar. Fazia uma aplicação do princípio: “Fora da caridade não há salvação”.

A conseqüência dessas palavras, em sua acepção rigorosa, seria a abolição da riqueza por prejudicial à felicidade futura e como causa de uma imensidade de males na Terra; seria, ao demais, a condenação do trabalho que a pode granjear; conseqüência absurda, que reconduziria o homem à vida selvagem e que, por isso mesmo, estaria em contradição com a lei do progresso, que é lei de Deus.

Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso o que lhe poderia ser de maior utilidade. É a conseqüência do estado de inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir o bem. Se não é um elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual.

Com efeito, o homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. Cabe-lhe desobstrui-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta. Para alimentar essa população que cresce incessantemente, preciso se faz aumentar a produção. Se a produção de um país é insuficiente, será necessário buscá-la fora. Por isso mesmo, as relações entre os povos constituem uma necessidade. A fim de mais as facilitar, cumpre sejam destruídos os obstáculos materiais que os separam e tornadas mais rápidas as comunicações. Para trabalhos que são obra dos séculos, teve o homem de extrair os materiais até das entranhas da terra; procurou na Ciência os meios de os executar com maior segurança e rapidez. Mas, para os levar a efeito, precisa de recursos: a necessidade fê-lo criar a riqueza, como o fez descobrir a Ciência. A atividade que esses mesmos trabalhos impõem lhe amplia e desenvolve a inteligência, e essa inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais. Sendo a riqueza o meio primordial de execução, sem ela não mais grandes trabalhos, nem atividade, nem estimulante, nem pesquisas. Com razão, pois, é a riqueza considerada elemento de progresso.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 7.)
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Aquele que tem amor


"Toda pessoa dotada de muito amor interfere no outro, mesmo sem saber.

O amor é uma energia potencialmente impactante, que atravessa o corpo espiritual como se fossem raios de sol atravessando uma janela.

Existem janelas mais fechadas, de material mais denso, onde a luz penetra pouco.

Outras que o vidro é tão fino e cristalino que a luz penetra com força total.

Há vários tipos de janelas, assim como há vários estágios de maturidade espiritual.

Não há necessidade de religião para ter ligação com Deus.

Essa ligação é gerada pelos pensamentos, pelos nossos atos, se somos coerentes com o que pensamos, o que falamos e o que fazemos.

É uma ligação tão fluida e ao mesmo tempo tão forte que só pode ser sentida.

Algumas pessoas funcionam como repelentes da luz. Quanto mais amor, mais se afastam. São geralmente mentes doentes e atormentadas, marcadas por existências passadas onde foram traídas, maltratadas, e hoje temem a vulnerabilidade perante o amor.

Há também um tipo em que a luz deixa um certo desconforto. Ela permite que o indivíduo se veja por completo , e isso causa medo, raiva, rejeição.

Uma ou outra categoria de pessoas
invejam a luz. Queriam amar e ser amadas, mas não conseguem, então lutam para ver essa luz apagada, isolada, escondida.

Mas como deter a luz? Como impedir o nascer do sol? Certamente que ele virá! Assim como, em breve a era do amor reinará entre os homens. É inevitável. É a lei da vida. A lei do progresso.

Ocorre que durante o amadurecimento e despertar de cada um, faceiam muitos melindres , muita maledicência, muito orgulho e arrogância.

Todas essas ferramentas criadas para impedir o amor-doação.

Se já percebes uma chama de amor em seu peito, corre para afagá-la, protegendo-a do vento frio da indiferença.

Aumenta essa chama em ti se permitindo amar. Ama muito mais, não permitindo o desânimo diante da obra do amor.

Encontrarás pelo teu caminho aqueles que queiram te ferir, mudar os teus conceitos e crenças sobre o mundo, no entanto, se já conquistaste a chama do amor, nada poderá apagá-la de dentro de ti.

Não permita que os carentes de amor fragilize as tuas conquistas morais.

Segue de cabeça erguida e confiante, porque aquele que tem amor estará sempre no caminho da luz.

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Mensagem psicografada em 08/12/16, em reunião mediúnica da Fraternidade Espírita Irmã Scheilla.
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SORRISO


Onde estiveres, seja onde for, não olvides estender o sorriso, por oferta sublime da própria alma.
Ele é o agente que neutraliza o poder do mal e a oração inarticulada, que inibe a extensão das trevas.
Com ele, apagarás o fogo da cólera, cerrando a porta ao incêndio da crueldade.

Por ele, estenderás a plantação da esperança, soerguendo almas caídas na sombra, para que retornem à luz.

Em casa, é a bênção da paz, na lareira da confiança.

No trabalho, é música silenciosa incentivando a cooperação.

No mundo, é chamamento de simpatia.

Sorri para a dificuldade e a dificuldade transformar-se-á em socorro de tua vida.

Sorri para a nuvem, e ainda mesmo que a nuvem se desfaça em chuva de lágrimas nos teus olhos, o pranto será conforto do Céu, a fecundar-te os campos do coração.

Não te roga o desesperado a solução do enigma de sofrimento que lhe persegue o destino.

Implora-te um sorriso de amor, que renove as forças, para que prossiga em seu atormentado caminho.

E, em verdade, se os famintos e os nus te pedem pão e agasalho, esperam de ti, acima de tudo, o sorriso de ternura e compreensão que lhes acalme chagas ocultas.

Não te perturbem as criaturas que se arrojam aos precipícios da violência e do crime.

Oferece-lhes o sorriso generoso da fraternidade, que ajuda incessantemente, e voltar-se-ão, renovadas, para o roteiro do bem.

Sorri, trabalhando e aprendendo, auxiliando e amando sempre.

Lembra-te de que o sorriso é o orvalho da caridade e que em cada manhã, o dia renascente no Céu é um sorriso de Deus.

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Meimei
Chico Xavier
Obra: Sentinelas da alma
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Três conclusões


O que os outros pensam.

Aquilo que os outros pensam é ideia deles. Não podemos usufruir-lhes a cabeça para imprimir-lhes as interpretações de que são capazes diante da vida.

Um indígena e um físico contemplam a luz, mantendo conceitos absolutamente antagônicos entre si.

Acontece o mesmo na vida moral.

Precisamos nutrir o cérebro de pensamentos limpos, mas não está em nosso poder exigir que os semelhantes pensem como nós.

O que os outros falam.

A palavra dos amigos e adversários, dos conhecidos e desconhecidos é criação verbal que lhes pertence.

Expressam-se como podem e comentam as ocorrências do dia a dia com os sentimentos dignos ou menos dignos de que são portadores.

Efetivamente, é dever nosso cultivar a conversação criteriosa; entretanto, não dispomos de meios para interferir na manifestação pessoal dos entes que nos cercam, por mais caros se nos façam.

O que os outros fazem.

A atividade dos nossos irmãos é fruto de escolha e resolução que lhes cabe.

Sabemos que a Sabedoria Divina não nos criou para cópias uns dos outros. Cada consciência é domínio à parte.

As criaturas que nos rodeiam decerto que agem com excelentes intenções, nessa ou naquela esfera de trabalho e, se ainda não conseguem compreender o mérito da sinceridade e do serviço ao próximo, isso é problema que lhes compete [e não a nós].

Fácil deduzir que não nos é lícito fugir da ação nobilitante, em benefício de nós mesmos, mas não nos cabe impor pareceres nas decisões alheias, que o próprio Criador deixa livres.

À vista disso, cooperemos com os outros e recebamos dos outros o auxílio de que carecemos, acatando a todos, mas sem perder tempo com o que possam pensar, falar e fazer.

Em suma, respeito para os outros e responsabilidade para nós.

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André Luiz
Waldo Vieira
Obra: Tende bom ânimo
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terça-feira, 14 de novembro de 2023

Você vencerá


Não desanime.

Persista mais um pouco.

Não cultive o pessimismo.

Concentre-se no bem a fazer e não abrace as sugestões do medo destrutivo.

Continue em frente mesmo que seja por entre lágrimas.

Trabalhe sempre.

Não permita que o gelo do desencanto entorpeça o seu coração.

Não se impressione com as dificuldades.

A vitória, em qualquer questão, é construção para o dia a dia.

Não desista da paciência.

Não há realizações sem esforço.

Não permita que os irmãos em desequilíbrio destruam o seu panorama de esperança.

Perdoe a quem o agride.

Desculpe a quem o maltrata.

Desconsidere a ofensa de quem está mal consigo mesmo.

E, caso você tenha se enganado em algum trecho do caminho, reajuste a própria visão e procure o rumo certo.

Não conte vantagens nem fracassos.

Não dramatize os problemas.

As dificuldades, nesta Terra, são de todos.

Ora alcançam uns, ora a outros.

Conserve o hábito da oração para que tenha luz na vida íntima.

Persevere no trabalho que Deus lhe confiou.

Ame sempre, fazendo pelos outros o melhor que possa realizar.

Auxilie, sempre que possa.

Sirva sem apego.

Guarde a certeza de que assim você vencerá.

* * *
Talvez um dos conselhos que mais ouvimos quando, em certos momentos da vida, desanimamos ou caímos é: Siga adiante.

Não desanime.

Fácil na boca de quem fala, difícil para quem ouve é o que pensamos, de imediato.

No entanto, a existência na Terra é uma sequência de passos e quedas, de avanços e decepções, de alegrias e frustrações.

Quando imaginamos que as coisas estão indo bem, começando a se acalmar, quase que ficamos aguardando a outra bomba que deve estar a caminho.

Isso acontece porque a existência na Terra não corresponde a um período de férias.

Não se trata de uma viagem maravilhosa para um lugar de descanso e diversão.

Podemos dizer que se parece mais a um período de guerra.

Estamos em trincheiras, vivendo a expectativa dos bombardeios.

A expectativa de viver mais um dia.

Por vezes, apenas sobreviver.

Isso não significa que não possamos ter momentos de tranquilidade, de refazimento e até de profunda alegria.

Significa apenas que não devemos esperar que eles sejam frequentes, que se reprisem quase continuamente.

Temos tarefas graves a realizar.

Temos um compromisso com o pelotão, pois estamos em período de batalhas graves.

Talvez isso explique a expressão matar um leão por dia.

E também nos console diante de tantos desafios ao mesmo tempo.

São as aflições naturais do mundo no atual estágio em que nos encontramos.

Aflições num mundo de aflitos.

Somos almas aflitas buscando, nas barricadas, resolver nossos conflitos íntimos e assim, de uma vez por todas, encerrar a guerra.

Quando isso tudo irá terminar? Podemos nos perguntar.

Quando todos quisermos, quando cansarmos de nos ver como competidores, ou como inimigos.

Quando, finalmente, nos enxergarmos como irmãos.

Enquanto isso, sigamos firmes, fazendo nossa parte e construindo o entendimento de uma vida com mais amor, mais auxílio mútuo e menos aflições.

Agindo dessa forma, tenhamos certeza: venceremos.

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Redação do Momento Espírita, com base no cap. 23, do livro Astronautas do Além, por Espíritos Diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, comentários de J. Herculano Pires, ed.G EEM.
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14 de novembro

Quantas vezes Eu já lhe disse que preciso de você livre para fazer tudo o que tem para ser feito?

Quando é que você vai aprender a se soltar e ser livre?

Você não saberá o significado da liberdade até que esteja disposto a se soltar; acredite que você vai conseguir e dê os primeiros passos, mesmo que sejam hesitantes.

Só você pode fazê-lo; ninguém pode fazer isto por você.

Você está com medo do que está lhe esperando depois da curva, com medo do futuro?

Onde estão sua fé e sua confiança?

Por que não aprender a viver plena e gloriosamente no presente, no agora, e Me deixar cuidar do futuro para você?

Eu tenho coisas maravilhosas esperando por você, mas você precisa estar livre e desapegado de tudo.

Esteja disposto a perder tudo para poder ganhar muito, muito mais.

Tudo está em Minhas mãos, e tudo vai muito bem.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Missão do homem inteligente na Terra

Não vos ensoberbeçais do que sabeis, porquanto esse saber tem limites muito estreitos no mundo em que habitais. Suponhamos sejais sumidades em inteligência neste planeta: nenhum direito tendes de envaidecer-vos. Se Deus, em seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, é que quer a utilizeis para o bem de todos; é uma missão que vos dá, pondo-vos nas mãos o instrumento com que podeis desenvolver, por vossa vez, as inteligências retardatárias e conduzi-las a ele. A natureza do instrumento não está a indicar a que utilização deve prestar-se? A enxada que o jardineiro entrega a seu ajudante não mostra a este último que lhe cumpre cavar a terra? Que diríeis, se esse ajudante, em vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir o seu patrão? Diríeis que é horrível e que ele merece expulso.
Pois bem: não se dá o mesmo com aquele que se serve da sua inteligência para destruir a idéia de Deus e da Providência entre seus irmãos? Não levanta ele contra o seu senhor a enxada que lhe foi confiada para arrotear o terreno? Tem ele direito ao salário prometido? Não merece, ao contrário, ser expulso do jardim? Sê-lo-á, não duvideis, e atravessará existências miseráveis e cheias de humilhações, até que se curve diante dAquele a quem tudo deve.

A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance. Infelizmente, muitos a tornam instrumento de orgulho e de perdição contra si mesmos. O homem abusa da inteligência como de todas as suas outras faculdades e, no entanto, não lhe faltam ensinamentos que o advirtam de que uma poderosa mão pode retirar o que lhe concedeu.

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— Ferdinando, Espírito protetor. (Bordéus, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 13.)
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Palavras


“Da mesma boca procede bênção e maldição”. Tiago, 3:10

Nunca, te arrependerás:

De haver ouvido cem frases, pronunciando simplesmente uma ou outra pequenina observação.

De evitar o comentário alusivo ao mal, qualquer que seja.

De calar a explosão da cólera.

De preferir o silêncio nos instantes de irritação.

De renunciar aos palpites levianos nas menores controvérsias.

De não opinar em problemas que te não dizem respeito.

De esquivar-te a promessas que não poderias cumprir.

De meditar muitas horas sem abrir os lábios.

De sorrir somente sobre desilusões e amarguras.

De fugir às reclamações de qualquer natureza.

De estimular o bem sob todos os prismas.

De pronunciar palavras de perdão e bondade.

De explanar sobre o otimismo, a fé e a esperança.

De exaltar a confiança no Céu.

De ensinar o que seria útil, verdadeiro e santificante.

De prestar informações que ajudem os outros.

De exprimir bons pensamentos.

De formular apelos à fraternidade e à concórdia.

De demonstrar benevolência e compreensão.

De fortalecer o trabalho e a educação, a justiça e o dever, a paz e o bem, ainda mesmo com sacrifício do próprio coração.

Examina o sentido, o modo e a direção de tuas palavras, antes de pronunciá-las.

Da mesma boca procede a bênção ou a maldição para o caminho.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Vinha de luz
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QUEM SEGUE


“E outra vez lhes falou Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” – (João, 8:12.)

Há crentes que se não esquivam às imposições do culto exterior.

Reclamam a genuflexão e o público trovejante, de momento a momento.

Preferem outros o comentário leviano, acerca das atividades gerais da fé religiosa, confiando-se a querelas inúteis ou barateando os recursos divinos.

A multidão dos seguidores, desse tipo, costuma declarar que as atitudes externas e as discussões doentias representam para ela sacrossanto dever; contudo, tão logo surgem inesperados golpes do sofrimento ou da experiência na estrada vulgar, precipita-se em sombrio desespero, recolhendo-se em abismos sem esperança.

Nessas horas cinzentas, os aprendizes sentem-se abandonados e oprimidos, mostrando a insuficiência interna. Muitos se fazem relaxados nas obrigações, afirmando-se desprotegidos de Jesus ou esquecidos do Céu.

Isso ocorre, porém, porque não ouviram a revelação divina, qual se faz necessário.

O Mestre não prometeu claridade à senda dos que apenas falam e crêem. Assinou, no entanto, real compromisso de assistência continua aos discípulos que o seguem. Nesse passo, é importante considerar que Jesus não se reporta a lâmpadas de natureza física, cujas irradiações ferem os olhos orgânicos. Assegurou a doação de luz da vida. Quem efetivamente se dispõe a acompanhá-lo, não encontrará tempo a gastar com exames particularizados de nuvens negras e espessas, porque sentirá a claridade eterna, dentro de si mesmo.

Quando fizeres, pois, o costumeiro balanço de tua fé, repara, com honestidade imparcial, se estás falando apenas do Cristo ou se procuras seguir-lhe os passos, no caminho comum.

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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)
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Nos trilhos mais íntimos


Além da beneficência que os recursos amoedados conseguem realizar, uma beneficência existe, ao alcance de todos, que pode frondejar e frutescer nos trilhos mais íntimos do cotidiano, começando por dentro do próprio lar:

É o verbo que se cala ante a maledicência ou a palavra otimista, que alimenta as boas intenções, convertendo-as em obras elogiáveis.

É a gentileza que se dispensa ao vizinho, no culto do entendimento e da cordialidade que perdoa espontaneamente o gesto infeliz de algum companheiro.

É o pensamento amigo que a bondade exterioriza, em favor do necessitado de paz, ou a prece que se formula em apoio aos irmãos caídos em provação e desvalimento.

É o serviço aparentemente insignificante que se pode prestar aos que nos compartilham das experiências diárias, quais sejam a informação útil ou a condução de um fardo pequenino.

É a generosidade com que nos será justo suportar a irreflexão desse ou daquele interlocutor e a desculpa sem queixa para com as ofensas recebidas.

Dessa benemerência, às vezes, despercebida nas agitações do mundo, nascem valiosos fatores para a harmonia da existência.

Aprendamos a tolerar-nos uns aos outros, sem atrito, sem mágoa e sem lamentações.

Reconheçamos que a possível falta de alguém, tanto quanto a enfermidade de companheiro determinado poderiam ser nossas.

E não olvidemos que o nosso beneficiário de hoje poderá ser o nosso benfeitor de amanhã.

Situando o próprio coração em nossos gestos, marcando a nossa romagem com o selo da compreensão e do amor, estaremos efetivamente seguindo os exemplos do Amigo Celeste, que nos auxilia e socorre, de instante a instante, sem que venhamos a perceber.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Convivência
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