Multiplicam-se os caminhos do processo evolutivo, especialmente durante a marcha que se faz no invólucro carnal.
Há caminhos atapetados de facilidades, que conduzem a profundos abismos do sentimento.
Apresentam-se caminhos ásperos, coalhados de pedrouços que ferem, na forma de vícios e derrocadas morais escravizadores.
Abrem-se, atraentes, caminhos de vaidade, levando a situações vexatórias, cujo recuo se torna difícil.
Repontam caminhos de angústia, marcados por desencantos e aflições desnecessárias, que se percorrem com loucura irrefreável.
Desdobram-se caminhos de volúpias culturais, que intoxicam a alma de soberba, exilando-a para as regiões da indiferença pelas dores alheias.
Aparecem caminhos de irresponsabilidade, repletos de soluções fáceis para os problemas gerados ao longo do tempo.
Caminhos e caminhantes!
Existem caminhos de boa aparência, que disfarçam dificuldades de acesso e encobrem feridas graves no percurso.
Caminhos curtos e longos, retos e curvos, de ascensão e descida estão por toda parte, especialmente no campo moral, aguardando ser escolhidos.
Todos eles conduzem a algum lugar, ou se interrompem, ou não levam a parte alguma… São, apenas, caminhos: começados, interrompidos, concluídos…
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Tens o direito de escolher o teu caminho, aquele que deves seguir.
Ao fazê-lo, repassa pela mente os objetivos que persegues, os recursos que se encontram à tua disposição íntima, assinalando o estado evolutivo, a fim de teres condição de seguir.
Se possível, opta pelos caminhos do coração.
Eles, certamente, levarão os teus anseios e a tua vida ao ponto de luz que brilha à frente, esperando por ti.
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O homem estremunha-se entre os condicionamentos do medo, da ambição, da prepotência e da segurança que raramente discerne com correção.
O medo domina-lhe as paisagens íntimas, impedindo-lhe o crescimento, o avanço, retendo-o em situação lamentável, embora todas as possibilidades que lhe sorriem esperança.
A ambição alucina-o, impulsionando-o para assumir compromissos perturbadores que o intoxicam de vapores venenosos, decorrentes da exagerada ganância.
A prepotência anestesia-lhe os sentimentos, enquanto lhe exacerba as paixões inferiores, tornando-o infeliz, na desenfreada situação a que se entrega.
A liberdade a que aspira, propõe-lhe licenças que se permite sem respeito aos direitos alheios nem observância dos deveres para com o próximo e a vida, destruindo qualquer possibilidade de segurança, que, aliás, é sempre relativa enquanto se transita na veste física.
Os caminhos do coração se encontram, porém, enriquecidos da coragem, que se vitaliza com a esperança do bem, da humildade, que reconhece a própria fragilidade e satisfaz-se com os dons do espírito— ao invés do tresvariado desejo de amealhar coisas de secundária importância — os serviços enobrecedores e a paz, que são a verdadeira segurança em relação às metas a conquistar.
Os caminhos do coração encontram-se iluminados pelo conhecimento da razão, que lhes clareia o leito, facilitando o percurso.
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Jesus escolheu os caminhos do coração para acercar-se das criaturas e chamá-las ao Reino dos Céus. Francisco de Assis seguiu-Lhe o exemplo e tornou-se o herói da humildade.
Vicente de Paulo optou pelos mesmos e fez-se o campeão da caridade.
Gandhi redescobriu-os e comoveu o mundo, revelando-se como o apóstolo da não-violência.
Incontáveis criaturas, nos mais diversos períodos da Humanidade e mesmo hoje, identificaram esses caminhos do coração e avançam com alegria na direção da plenitude espiritual.
Diante dos variados caminhos que se desdobram convidativos, escolhe os caminhos do coração, qual ovelha mansa, e deixa que o Bom Pastor te conduza ao aprisco pelo qual anelas.
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FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Felicidade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 4.ed. LEAL, 2011. Capítulo 1.
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23 de dezembro
Dê-Me a oportunidade de trabalhar em você e através de você para realizar Meus prodígios e Minhas glórias.
Mantenha sempre a visão do Meu amor ilimitado à sua frente, da Minha abundância e dos Meus prodígios e glórias acontecendo.
Mantenha firme a visão do novo céu e da nova terra, da Minha vontade sendo feita, de paz e harmonia existindo na face da terra e de boa vontade se espalhando para todos.
Mantenha a visão de vastas cidades de luz surgindo pelo mundo, onde a paz e o amor reinam soberanos.
Nunca permita que essas visões se desfaçam, porque é mantendo-as firme e claramente sempre à sua frente que você vai ajudar a trazê-las do etérico e fazer com que elas se manifestem no plano terrestre, para que todos possam ver.
Quanto mais clara a visão, mais depressa ela se manifestará.
Agradeça constantemente por seus olhos terem se aberto e por você saber o que fazer.
Agora pare de só pensar nisso, vá em frente e comece a agir!
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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:
A vida futura
Pilatos, tendo entrado de novo no palácio e feito vir Jesus à sua presença, perguntou-lhe: És o rei dos judeus? — Respondeu-lhe Jesus: Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é aqui. Disse-lhe então Pilatos: És, pois, rei? — Jesus lhe respondeu: Tu o dizes; sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que pertence à verdade escuta a minha voz. (S. JOÃO, cap. XVIII, vv. 33, 36 e 37.)
Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a esse grande princípio. Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não crêem na vida futura, imaginando que ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.
Esse dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino do Cristo, pelo que foi colocado num dos primeiros lugares à frente desta obra. É que ele tem de ser o ponto de mira de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena e se mostra de acordo com a justiça de Deus.
Apenas idéias muito imprecisas tinham os judeus acerca da vida futura. Acreditavam nos anjos, considerando-os seres privilegiados da Criação; não sabiam, porém, que os homens podem um dia tornar-se anjos e partilhar da felicidade destes. Segundo eles, a observância das leis de Deus era recompensada com os bens terrenos, com a supremacia da nação a que pertenciam, com vitórias sobre os seus inimigos.
As calamidades públicas e as derrotas eram o castigo da desobediência àquelas leis. Moisés não pudera dizer mais do que isso a um povo pastor e ignorante, que precisava ser tocado, antes de tudo, pelas coisas deste mundo. Mais tarde, Jesus lhe revelou que há outro mundo, onde a justiça de Deus segue o seu curso. É esse o mundo que ele promete aos que cumprem os mandamentos de Deus e onde os bons acharão sua recompensa. Aí o seu reino; lá é que ele se encontra na sua glória e para onde voltaria quando deixasse a Terra.
Jesus, porém, conformando seu ensino com o estado dos homens de sua época, não julgou conveniente dar-lhes luz completa, percebendo que eles ficariam deslumbrados, visto que não a compreenderiam. Limitou-se a, de certo modo, apresentar a vida futura apenas como um princípio, como uma lei da Natureza a cuja ação ninguém pode fugir. Todo cristão, pois, necessariamente crê na vida futura; mas, a idéia que muitos fazem dela é ainda vaga, incompleta e, por isso mesmo, falsa em diversos pontos. Para grande número de pessoas, não há, a tal respeito, mais do que uma crença, balda de certeza absoluta, donde as dúvidas e mesmo a incredulidade.
O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do Cristo, fazendo-o quando os homens já se mostram maduros bastante para apreender a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser simples artigo de fé, mera hipótese; torna-se uma realidade material, que os latos demonstram, porquanto são testemunhas oculares os que a descrevem nas suas fases todas e em todas as suas peripécias, e de tal sorte que, além de impossibilitarem qualquer dúvida a esse propósito, facultam à mais vulgar inteligência a possibilidade de imaginá-la sob seu verdadeiro aspecto, como toda gente imagina um país cuja pormenorizada descrição leia. Ora, a descrição da vida futura é tão circunstanciadamente feita, são tão racionais as condições, ditosas ou infortunadas, da existência dos que lá se encontram, quais eles próprios pintam, que cada um, aqui, a seu mau grado, reconhece e declara a si mesmo que não pode ser de outra forma, porquanto, assim sendo, patente fica a verdadeira justiça de Deus.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. II, itens 1 a 3.)
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SOLUÇÃO IDEAL
Perdeste a fé em ti mesmo e pensas acabar com tudo?
Carregas tamanha desilusão, no tocante aos outros, que não mais encontras razão para viver?
- Acalentas propósito oculto e absolutamente imanifesto, de desertar da existência?
Calma! Ainda não tentaste todos os recursos nos problemas que te espezinham.
Espera! ? Muitas equações existem que não foram lembradas.
Meditai ! A esperança não pode morrer assim.
Sofreia ímpetos, pacifica pensamentos, ventila o cérebro e desanuvia o coração. Quem tem direito de desfazer-se da vida? E, além disso, quem já usufruiu todos os encantos e arrebatamentos, lícitos e naturais, que a experiência humana pode oferecer?
Sempre há uma solução que ainda não foi aventada; uma ideia que ninguém teve; uma pessoa a que se não recorreu; uma saída até agora não entrevista.
Hás de convir que a tua vida na Terra nem sempre foi um caminho em fogo, como acontece agora, e concordarás em que já colheste momentos de júbilo inolvidável impossível acreditar que não te recordes, com sincera saudade, de episódios felizes que a lembrança, de vez a vez, te induz a revisar na memória enternecida.
A romagem oscila sempre entre a dor e o prazer, a lágrima e o sorriso. Se presentemente troa a tempestade, logo mais se abrirá o horizonte na apoteose do arco-íris.
A ponderação, até hoje, onde aparece no mundo, consegue evitar o desastre. O teu caso não será exceção.
Jesus, tão discutido, tão mal-interpretado e, contraditoriamente, tão amado, é a fórmula ideal. E sua voz ainda nos ecoa aos ouvidos: - "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei."
Ir a Jesus demanda atitudes específicas, nas trilhas do burilamento espiritual como sustentar a esperança, reconhecer-se mais humilde, garantir a serenidade na resignação, não exagerar as próprias conveniências, sair de si mesmo, servir aos outros, perseverar no melhor.
Receberemos e receberás o alívio prometido por Ele, através do reencontro contigo na íntima superação do desencanto e do desespero, pela rendição racional à paciência e ao erguimento do Bem, quando achares a paz que supunhas fora de ti, a confiança momentaneamente eclipsada, a alegria a que te desabituaste e o anseio de viver que reabraçarás, exultante de regozijo.
Bem-aventurado és tu que choras, porque serás consolado.
O Evangelho à luz do Espiritismo, tem aquilo que procuras.
Nas mágoas e provações que te alanceiam a alma, já usaste múltiplos remédios que não te minoraram a dor, porém, não exauriste a farmacopeia da vida.
Falta-te ainda a terapêutica essencial. Experimenta Jesus.
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Joaquim Murtinho
Waldo Vieira
Obra: Seareiros de volta
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