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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

No Lar




Não olvides que teu filho, sendo a materialização de teu sonho, é também tua obra na Terra.

Às vezes é um lírio que plantaste no tempo; contudo, na maioria das ocasiões, é um fragmento de mármore que deixaste à distância.

Flor que te pode encorajar ou pedra que te pode ferir.

Recebe-o, pois, como quem encontra a oportunidade mais santa de trabalho no mundo.

Não lhe abandones o espírito à liberdade absoluta, para que se não perca ao longo da estrada, e nem cometas a loucura de encarcerá-lo em teus pontos de vista, para que o teu exclusivismo não lhe desfigure as qualidades inatas para o infinito bem.

Ajuda-o, acima de tudo, a crescer para o ideal superior, assim como auxilias a árvore nascente, em ímpeto ascensional para a luz.

Livra-o das deformidades mentais, tanto quanto proteges o vegetal proveitoso contra a invasão da erva sufocante.

Ser pai é ser colaborador efetivo de Deus, na Criação.

Receber um filho é deter entre os homens o mais sagrado depósito.

Não desertes, assim, da abnegação em que deves empenhar todas as forças peculiares à própria vida, a fim de que o rebento de tuas aspirações humanas se faça legítimo sucessor dos teus mais íntimos anseios de elevação.

O lar, na Terra, ainda é o ponto de convergência do passado. 
Dentro dele, entre as quatro paredes que lhe constituem a expressão no espaço, recebemos todos os serviços que o tempo nos impõe, habilitando-nos ao título de cidadãos do mundo.

Exercitemos, desse modo, o amor e o serviço, a humildade e o devotamento, no templo familiar, à frente de nossos amigos ou adversários do pretérito transformados hoje em nossos parentes ou em nossos filhos, e estaremos alcançando nos problemas da eternidade a mais alta e a mais sublime equação.
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Emmanuel
Chico Xavier




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