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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Exercitando a serenidade


É verdade que os dias que se sucedem trazem consigo uma série de emoções desequilibrantes e desafiadoras.

Não podemos negar as tribulações e dificuldades morais pelos quais passamos todos nós, de maneira crescente.

Os disparates, os comportamentos inconsequentes, a leviandade parecem ser o roteiro da vida de muitos.

Relacionam-se com o próximo como objeto de uso, em um utilitarismo calculado, para o descarte inconsequente logo mais.

Comportamentos violentos, desmedidos, infundados permeiam as relações sociais, sem espaço para a compreensão, paciência e respeito às limitações alheias.

E, não raro, perguntamos para onde irá parar essa sociedade se, coroada pelas conquistas do intelecto, desenvolvida tecnologicamente, ainda rasteja nas limitações morais em que estagia.

São dias de aflição contínua, como efeito das ações perturbadoras que atingem quase todas as criaturas.

Porém, são esses mesmos dias os mais propícios para se vivenciar princípios nobres, de certa maneira, rígidos, como aqueles propostos por Jesus.

A insensatez e o desamor têm vida breve e, logo mais, darão espaço, em caráter perene e definitivo, para o equilíbrio, a paz e a harmonia nas relações humanas.

Estes são dias de batalha, de luta não declarada.

Ela acontece no mundo íntimo, entre os vestígios de uma alma doente e um tanto violenta com as novas propostas de comportamento digno e nobre, que começam a aflorar em nossa consciência.

Também acontecem batalhas na sociedade, entre aqueles já despertos para o bem e a dignidade e os que se comprazem na desordem e na ignorância.

São dias desafiadores para todo aquele que pretenda construir uma sociedade mais feliz e menos turbulenta.

Cabe a esses desejosos de dias novos, não fazerem cantilena às desgraças ou estimularem os embates.

Será sempre a serenidade perante os fatos a melhor ferramenta para se enfrentar tais dias.

Não importa o que nos suceda. Manter a mente tranquila, envolta na serenidade será o desafio daqueles que abraçam a certeza de que Deus está sempre no comando de tudo.
* * *
Assim, se desejas colaborar para que os dias ganhem novos panoramas, mais lúcidos e felizes, faze a tua parte.

Na provocação, mantém a paz. Quando aterrorizado, mantém a firmeza no bem. Se afrontado até o limite, permanece sem revidar.

Seja o teu o comportamento equilibrado e lúcido daqueles que já perceberam no Cristo o melhor roteiro a ser seguido.

Logo mais, aqueles outros, após exauridos no seu desequilíbrio e insensatez, irão se pautar na tua conduta, buscando a mesma paz que veem em ti.

Permanece tranquilo e sereno, na fé daqueles que veem estes, apenas como dias do aprendizado necessário para todos os que ainda não nos convencemos ser o amor a melhor opção para nossas vidas.
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Redação do Momento Espírita, com base no cap.11, do livro Ilumina-te, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
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FORMATAÇÃO E PESQUISA: MILTER – 29-12-2019



MENSAGEM DO ESE:

Bem-aventurados os aflitos. Justiça das aflições

Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. — Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. — Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10.)

Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus. — Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. — Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 20 e 21.)

Mas, ai de vós, ricos que tendes no mundo a vossa consolação. — Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. Ai de vós que agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 24 e 25.)

Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contra-senso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz.

É, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições?

 Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, itens 1 a 3.) 

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