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domingo, 20 de janeiro de 2013

Pão do amor



Fatores limitantes: 
 
Sou homossexual. Esse foi meu segredo desde criança. Até algum tempo, não ousava mencioná-lo a ninguém. Desde cedo aprendi como lição vital que minha sobrevivência dependia de um bom disfarce. A pressão social levou-me, contudo, a fazer drama de minha própria situação - vivia confuso acerca de mim. Algumas vezes, cheguei a me considerar uma má pessoa, quando não ridícula. A sociedade, de modo geral, é cruel e sarcástica em relação à minha identidade sexual. Aprecio muito a leitura espiritual. Gostaria de me­lhorar-me interiormente trabalhando na Casa Espírita, porém receio ser discriminado. Busco ser feliz, isso será possível?

Expandindo nossos horizontes:


Não se preocupe com o que os outros pensam de você. Busque alimento em sua essência divina; isso é o que verdadeira­mente importa.

Quanto mais você se sentir um espírito imortal, filho de Deus em busca de ascensão evolutiva; quanto mais se sentir uma pessoa digna de ser feliz como outra qualquer, ocupando uma provisória roupagem física na Terra, mais estará perto do autêntico conheci­mento existencial.

Algumas pessoas podem ser comparadas às flores silves­tres. Sua sensibilidade e ternura nem sempre são percebidas, muito menos valorizadas. Mas se essas flores forem colhidas e examinadas com atenção e carinho, é quase certo que serão notadas suas propor­ções e combinações harmônicas e especiais - elas têm uma beleza incomum.

Os que aprenderam a amar realmente olham para além das aparências e das limitações corpóreas e buscam o conhecimento da verdade, o qual muitos nem se preocuparam ainda em procurar.

Há beleza nas flores silvestres que crescem casualmente em meio dos imensos campos de cereais.
Se você ama a verdade, ocupe-se em buscá-la cada vez mais, e não só nas palavras e pensamentos alheios. O que os de­mais acham é unicamente isso: o entendimento deles.

Viver dependendo de como os outros analisam nossa vida é viver em uma insegurança constante.
Gostam de mim? Estimam-me? Então estou feliz. Não gos­tam de mim? Desprezam-me? Nesse caso, tudo vai mal. Depender da inconstância do julgamento alheio é viver em contínuo estado de ânimo heterogêneo.

É possível ser feliz? Obviamente que sim, porém não se esqueça de que quanto mais você se respeitar, mais sua felicidade dependerá de você e menos dos outros, apesar dos murmúrios irônicos e da incompreensão das pessoas.

Não existe bem-estar sem liberdade de pensar e de agir. O Criador não quer escravos, quer filhos livres. Portanto, nossa feli­cidade é o resultado da maneira pela qual vivenciamos aquilo que somos. O importante não é a "etiqueta" que usamos, mas é o que faço "da" vida, "com" a vida e "pela" vida. A felicidade não é simplesmente uma meta a ser alcançada, mas uma consequência: a colheita de nossos atos e atitudes diante da existência.

Se você quer melhorar-se é um bom sintoma. Quem acha que em si não há nada para mudar e se sente perfeito está imaturo espiritualmente. A vida é dinâmica; é mudança ininterrupta. A procura interior é prenúncio de progresso.

Lembre-se de que as mudanças devem ser feitas natural­mente, sem forçá-las; devem representar um ato espontâneo, devem ser desejadas.

Sentindo amor e respeito por si mesmo, sentirá igualmente respeito e amor por quem está a seu lado.

A pior tristeza é viver toda uma existência sem amar. Como seria lamentável, atravessar uma encarnação sem nunca ter falado de seu amor a todos aqueles que você ama!..
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Tudo é efêmero na vida, menos você, alma imortal, pois o acompanhará como consequência: aonde você for e, para sempre, sua consciência amorosa.

O ser humano faz parte dos seres vivos, porém todos são instrumentos transitórios pelos quais a Vida Maior se manifesta.

Tenho a certeza de que você não será discriminado na Casa Espírita, visto que todo cristão compreende que quem mais agra­da ao Senhor não é aquele que dá o pão de trigo, mas aquele que dá o pão do amor.
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Lourdes Catherine
  Francisco do Espírito Santo Neto

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