Entre o Aprendiz e o Orientador se estabeleceu o precioso diálogo:
-Instrutor, qual é a força que domina a vida?
-Sem dúvida, o Amor.
-Esse poder tudo resolve de pronto?
-Entre as criaturas humanas, de modo geral, ainda existem problemas, alusivos ao Amor que demandam muito tempo a fim de que se atinja a solução no campo do entendimento.
-E qual o recurso máximo que nos garante segurança entre as desarmonias do mundo?
-A fé.
-Pode a fé ser obtida, de momento para outro?
-Não é assim. A confiança raciocinada reclama edificação vagarosa no curso dos dias.
-A que fator nos cabe recorrer, para que nos conservem o ânimo e a alegria de servir entre conflitos da existência?
-A paz.
-E a paz surge espontânea?
-Também não. Ninguém conhece a verdadeira paz sem trabalho e todo trabalho pede luta.
-Então instrutor, não existe elemento algum no mundo que nos assegure benefícios imediatos?
-Existe.
-Onde está esse prodígio, se vejo atritos por toda parte, na Terra?
-O Mentor fez expressivo gesto de compreensão e rematou:
-Filho, a única força capaz de proporcionar-nos triunfos imediatos, em quaisquer setores da vida, é a força da paciência.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Pronto Socorro
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Mensagem do ESE:
A fé humana e a divina
No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.
Até ao presente, a fé não foi compreendida senão pelo lado religioso, porque o Cristo a exalçou como poderosa alavanca e porque o têm considerado apenas como chefe de uma religião. Entretanto, o Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação. Também os apóstolos não operaram milagres, seguindo-lhe o exemplo?
Ora, que eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens de então desconheciam, mas que, hoje, em grande parte se explicam e que pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis?
A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendures que se não chegue a vencer.
O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres.
Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas.
Um Espírito Protetor. (Paris, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 12.)
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Vivamos calmamente
“Que procureis viver sossegados.” — PAULO (1 Tessalonicenses, 4.11)
Viver sossegado não é apodrecer na preguiça.
Há pessoas, cujo corpo permanece em decúbito dorsal, agasalhadas, contra o frio da dificuldade, por excelentes cobertores da facilidade econômica, mas torturadas mentalmente por indefiníveis aflições.
Viver calmamente, pois, não é dormir na estagnação.
A paz decorre da quitação de nossa consciência para com a vida, e o trabalho reside na base de semelhante equilíbrio.
Se desejamos saúde, é necessário lutar pela harmonia do corpo.
Se esperamos colheita farta, é indispensável plantar com esforço e defender a lavoura com perseverança e carinho.
Para garantir a fortaleza do nosso coração, contra o assédio do mal, é imprescindível saibamos viver dentro da serenidade do trabalho fiel aos compromissos assumidos com a ordem e com o bem.
O progresso dos ímpios e o descanso dos delinquentes são paradas de introdução à porta do inferno criado por eles mesmos.
Não queiras, assim, estar sossegado, sem esforço, sem luta, sem trabalho, sem problemas…
Todavia, consoante a advertência do apóstolo, vivamos calmamente, cumprindo com valor, boa vontade e espírito de sacrifício, as obrigações edificantes que o mundo nos impõe cada dia, em favor de nós mesmos.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Fonte Viva
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