Carlinhos veio para coroar uma união amorosa, nasceu e cresceu em ambiente repleto de afeto, criança inteligente e generosa, desde os primeiros anos demonstrava essas qualidades.
O garoto era a razão da vida dos pais, motivo de orgulho dos avós, verdadeiro xodó da família.
A vida transcorria tranquila para todos, mas eis que um dia repentinamente a enfermidade bate a porta da família e leva consigo seu mais ilustre representante, Carlinhos, então com 7 anos, tem seus olhos fechados para a vida física.
A inconformação toma conta de todos, sobretudo do pai.
Revoltado, volta-se contra a Divina Providência.
Resolve ignorar completamente o Pai Celeste, negando sua existência.
Ainda hoje, após 4 anos do fato, quando alguém cita o nome de Deus podemos ver seu semblante de contrariedade.
Costuma questionar :
- Se Deus realmente existe, porque deixou meu filho, uma criança que tinha toda uma vida pela frente, morrer?
Certamente é uma dolorosa provação a morte de um filho em tenra idade, entretanto, temos que considerar que antes de termos filiação terrena, temos uma filiação divina – somos filhos de Deus, e o Pai de infinito amor não comete injustiças.
A vida prossegue em seus infinitos planos, nossos pequenos que se foram continuam a existir, a viver...
A Doutrina Espírita trata com propriedade do assunto, e Kardec em “O Livro dos Espíritos” faz a seguinte indagação aos mentores que o assistem:
199 - Por que a vida é muitas vezes interrompida na infância?
R – A duração da vida de uma criança pode ser, para o Espírito que nela está encarnado, o complemento de uma existência anterior interrompida antes do tempo. Sua morte é, muitas vezes, também uma provação ou uma expiação para os pais.
Em tudo há uma razão, uma finalidade!
Nada se perde na obra divina, natural a tristeza pela separação, o que não é natural é o sentimento de revolta que endurece o coração e insensibiliza.
A revolta aguça a tristeza e o sentimento de perda!
Temos no conhecimento espírita abençoada alavanca que nos oferece duas preciosas ferramentas – Conhecimento e motivação para prosseguir.
Quem teve um filho levado para outro plano da vida, ao invés de se revoltar, pode resignar-se ante o inevitável e alegrar a existência engajando-se em um trabalho num orfanato, irá assim, ocupar o tempo com o melhor antídoto contra a tristeza – o amor!
Portanto, confrade e confreira, ofereça essa dádiva do conhecimento espírita aos famintos de ânimo, para que assim, possam recuperar a alegria de viver e enxergar na morte de seus pequenos provações necessárias e não castigos ou indiferença do Pai Celeste.
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Wellington Balbo
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