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sexta-feira, 17 de junho de 2016

O QUE FAZES




A vida passa e passam as oportunidades de trabalho, fora e dentro de nós.

Se nos faltar a observação do que fazemos e deixamos de fazer, praticamos irregularidades constantemente, sem percepção das falhas. Isso é falta grave porque, se não vigiamos a nós mesmos, que contas poderemos dar ao Senhor das nossas obrigações?

Regularizemos os nossos passos; que eles sejam conscientes, porque é na consciência que disciplinamos os nossos atos e consertamos a nossa conduta.

Se os outros nos perguntam o que fazemos, como responder, se não participamos conscientemente dos nossos atos? Sempre, nessa resposta, entramos com um pouco

de mentira. Quando nos referimos aos outros, temos o prazer de dizer a verdade ? Isso, quando não exaltamos os erros dos companheiros. Isso não é auto-defesa, é querer iludirnos a nós mesmos, sem medir as consequências advindas desse jogo de irresponsabilidades.

É dever da criatura participar positivamente de todas as manifestações dos seus desejos, de tudo que faz, pois se responde pelo que faz, é de lei que deve saber o que fazer.

Nós, por natureza, somos frios no tocante à nossa própria conduta. Não há interesse em reparar com urgência as nossas faltas. No entanto, a língua coça ante os desequilíbrios alheios. Propagamos os erros de nossos companheiros com ênfase que chega a impressionar até a nós mesmos. Onde arranjamos tanta energia, tanta disposição para tal evento negativo? Mas, diante dos nossos feitos, não necessitamos ter cursos em nenhuma escola para arranjarmos os mais requintados argumentos que falseiam a verdade e nos colocam como vítimas, culpando os outros.

A tomada de luz, da nossa parte, está sempre ligada, mas a dos nossos irmãos, cortamo-la até os fios. É por isso que a Doutrina Espírita, interpretando Jesus, trouxe a missão de revelar aos homens, que tudo o que fizermos aos outros , estaremos fazendo a nós mesmos. O que damos, recebemos. O que negamos, ser-nos-á negado. Haveremos de

bater nesta tecla até que saia a nota, ou, melhor ainda, a música. A criatura que começa a analisar a si mesma, fazendo-se juiz dos próprios feitos, começa a despertar para a luz de Deus. O homem, sabendo que, dentro de si, existe um celeiro de talentos a serem usados, mudará o roteiro que antes percorria inconscientemente.

Não tenhas medo de pesquisar a tua própria vida. É nesta análise profunda que terás a intuição das mudanças necessárias para que se estabeleça a paz no teu coração.

Nunca deves temer, quando te perguntarem o que fazes no caminho. A tua boca será instrumento da tua consciência e a tua consciência liberará o que o espírito verdadeiramente é, com o prazer de dizer a verdade.

Nos primeiros dias da tua reforma de ideias, senão de palavras, por vezes atentados inúmeros aparecerão pela rejeição dos órgãos, quanto mais da mente viciada a hábitos que não condizem com a moral evangélica.

Mas, se te dispuseres a lutar, a subir o próprio calvário para a glória da vida rumo à libertação, não deves esmorecer, e seguirás até o fim, que o Sol sairá em teu coração com todo o esplendor, depois que fizeres a tua parte, dentro da grande parte feita por Deus.
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Lancellin 
João Nunes Maia 
Obra: Cirurgia Moral



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