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domingo, 3 de julho de 2016

Opiniões Convencionais


“A multidão respondeu: Tens demônio; quem procura matar-te?” 
— (JOÃO, capítulo 7, versículo 20.).

Não te prendas excessivamente aos juízos da multidão. O convencionalismo e o hábito possuem sobre ela forças vigorosas.

Se toleras ofensas com amor, chamam-te covarde.

Se perdoas com desinteresse, consideram-te tolo.

Se sofres com paciência, negam-te valor.

Se espalhas o Bem com abnegação, acusam-te de louco.

Se adquires característicos do amor sublime e santificante, julgam-te doente.
 Se desestimas os gozos vulgares, classificam-te de anormal.

Se te mostras piedoso, asseveram que te envelheceste e cansaste antes do tempo.

Se adotas a simplicidade por norma, ironizam-te às ocultas.

Se respeitas a ordem e a hierarquia, qualificam-te de bajulador.

Se reverencias a Lei, apontam-te como medroso.

Se és prudente e digno, chamam-te fanático e perturbado.

No entanto, essa mesma multidão, pela voz de seus maiorais, ensina o amor aos semelhantes, o culto da legalidade e a religião do dever. Em seus círculos, porém, o excesso de palavras não permite, por enquanto, o reinado da compreensão.

É indispensável suportar-lhe a inconsciência para atendermos com proveito às nossas obrigações perante Deus.

Não te irrites, nem desanimes.

O próprio Jesus foi alvo, sem razão de ser, dos sarcasmos da opinião pública.
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Emmanuel
Chico Xavier 
Obra: Caminho, verdade e vida 



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