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terça-feira, 13 de junho de 2017

DIZES-TE


Dizes-te pobre; entretanto, milionários de todas as procedências dar-te-iam larga fortuna por ínfima parte do tesouro da tua fé.

Dizes-te desorientado; contudo, legiões de companheiros, cujo passo a cegueira física entenebrece, comprar-te-iam por alta recompensa leve migalha da visão que te favorece, para contemplarem pequena faixa da Natureza.

Dizes-te impedido de praticar o bem; todavia, multidões de pessoas algemadas aos catres da enfermidade oferecer-te-iam bolsas repletas por insignificante recurso da locomoção com que te deslocas, de maneira a se exercitarem no auxílio aos outros.

Dizes-te desanimado, sem te recordares, porém, de que vastas fileiras de mutilados estariam dispostos a adquirir, com a mais elevada quota de ouro, a riqueza dos teus pés e a bênção de teus braços.

Dizes-te em provação, mas olvidas que, na triste enxovia dos manicômios inúmeros sofredores cederiam quanto possuem para que lhes desses um pouco de equilíbrio e de lucidez.

Dizes-te impossibilitado de ajudar com a luz da palavra; no entanto, mudos incontáveis fariam sacrifícios ingentes para deter algum recurso do verbo claro que te vibra na boca.

Dizes-te desamparado; entretanto, milhões de criaturas dariam tudo o que lhes define a posse na vida para usar um corpo harmônico qual o teu, a fim de socorrerem os filhos da expiação e do sofrimento.

Por quem és, não lavres certidão de incapacidade contra ti mesmo.

Lembra-te de que um sorriso de confiança, uma prece ternura, uma frase de bom ânimo, um gesto de solidariedade e um minuto de paz não tem preço na Terra.

Antes de censurar o irmão que traz consigo a prova esfogueante das grandes propriedades, sai de ti mesmo e auxiliar o próximo que, muita vez, espera simplesmente uma palavra de entendimento e de reconforto, para transferir-se da treva à luz.

E, então, perceberás que a beneficência é o cofre que devolve patrimônios temporariamente guardados a distância das necessidades alheias, e que a caridade, lídima e pura, é amor sempre vivo, a fluir, incessante, do amor de Deus.
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De “Religião dos Espíritos”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel



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NAMORO, CASAMENTO E FILHOS

EM FAMÍLIA

Há casais em rixas graves,
Entretanto, a maioria
Resolve qualquer problema
Na paz de grande alegria.


Num casal desajustado
O namoro era um jardim
De festa, flores e abraços
Sob a ternura sem fim.

Decorridos longos meses
Eis a rotina em ação,
Enfararam-se um do outro
Ao primeiro palavrão.

Fosse em diálogos simples
Ou em noticia que agite
A conversa disparava
Para aplausos ao desquite.

Despenderam tantas horas
No insulto amargo e infeliz,
Que por fim deliberaram
Levar o caso a um juiz.

O juiz ouviu-lhes, calmo,
Com bondade e compreensão
E pediu aos dois amigos
Não buscar separação.

Ouvindo tantos conselhos
Repletos de sensatez,
A esposa reconfortada
Entrou para a gravidez.

Em seguida aos noves meses,
Do casal nasceu Julinho,
Um meninão bochechudo
Uma glória de carinho.

Não se falou mais ali
De desquite e irritação,
Era só – Julinho, meu filho!
Venha cá, meu coração!...

A jovem mãe encontrara
O amparo que sempre quis,
O pai agora mudado
Sentia-se forte e feliz.

E entendi que em todo lar,
Seja de crentes ou ateus,
Toda criança que nasce
É uma esperança de Deus.
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Cornélio Pires
Livro: Ação, Vida e Luz
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos
CEU – Cultura Espírita União

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