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sábado, 4 de março de 2017

Melhor assim


O amigo que estimavas partiu buscando outros caminhos...
O companheiro de tuas horas foi-se à procura de novas emoções...
O irmão que amavas como a ti mesmo deixou-te por tentadoras experiências...
Creia que, embora sofras, foi melhor assim.
Quem poderá prever o que lhes aguardava no amanhã.
Embora de coração sangrando, não deixes de viver e de continuar desincumbindo-te das responsabilidades que a vida te confiou.
O senhor também passou no mundo sem ninguém; os discípulos mais amados nem mesmo puderam orar com Ele nos instantes que antecederam o Calvário.
Deus se encarregará de, no momento certo, colocar alguém nos teus passos.
Alguém que virá para ficar...
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Irmão José 
Carlos Baccelli
Obra: Fé 

quinta-feira, 2 de março de 2017

DIVINO RECURSO



Trata-se de remédio real do espírito.

Sem ele:

- A paz carece de base;

- O amor não existiria;

- O trabalho cairia em frustração;

- A fé não desabrocha;

- A paciência não surge;

- A união se faria impraticável;

- A solidariedade não funciona;

- A esperança não encontraria razão de ser;

- O lar não subsistiria;

- A civilização se ergueria em bases de crueldade.

Desse recurso todos necessitamos; e de tão alta significação se nos faz no cotidiano que a Sabedoria da Vida não permite se efetue aquisição dele em mercados do mundo, a fim de que esteja ao alcance de todos, já que deve nascer em nós mesmos, no laboratório do coração.

Esse remédio é o perdão recíproco.

E semelhante medicamento se mostra de tal modo importante, nos assuntos de vivência e convivência, que Jesus - o Divino Médico da Alma - prescreve para cada infestação de ofensa que se lhe aplique a virtude não sete vezes, mas, setenta vezes sete vezes.
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  Albino Teixeira 
 Chico Xavier 


quarta-feira, 1 de março de 2017

Posturas Coerentes



“Por que pensais mal nos vossos corações?” - Jesus – Mateus, 9: 4

Uma das maiores dificuldades do homem, em todos os tempos, é a coerência entre o que pensa com o que realiza. Muitas são as criaturas que, observando apenas seus atos exteriores, acreditam-se boas e merecedoras dos apreços e cuidados divinos.

Paulo já falava sobre a angústia provocada por essa dualidade, em uma de suas epístolas, enfatizando a dor que o envolvia, diante dessa situação, quando afirmava: “o que quero, não faço e o que não quero, isso mesmo é o que eu faço”.

Santo Agostinho, em sua “Confissões”, reforçava sobre essas angústias, mostrando o homem que, conhecendo o certo, acaba agindo de maneira voluntariosa, de acordo com os seus instintos e não com a sua razão.

Grande parte da humanidade encontra-se ainda num patamar evolutivo no qual nem existe essa preocupação. Postulam para si o direito à felicidade, mas sem uma preocupação verdadeira com o que seja essa felicidade e com os meios para alcançá-la. Agem próximos aos instintos animalescos, onde os prazeres da mesa e do sexo sobrepõem-se a quaisquer outros, utilizando-se, muitas vezes, da violência, em suas mais diversas formas de expressão, para consegui-los.

Essa parcela dos homens, na realidade, ainda não vive essa dualidade. O grande incômodo com que vivem é o de se depararem com criaturas mais astutas, fortes e violentas, as quais levam os mais fracos a sofrerem o impacto da força e, nestes casos, da dor e da opressão.

Aqueles que já conhecem as verdades evangélicas e as assimilam no campo da razão, encontram-se em outro degrau evolutivo. Nesse grupo encontra-se a grande maioria dos religiosos, os quais convivem com a dualidade do bem e do mal, falando muito do primeiro, mas ainda quedando-se à ação do segundo.

Nesse estágio evolutivo, os qual enfrentamos as reais dores morais, o homem geralmente age em dois importantes pólos: num primeiro, pregam e acreditam na necessidade do bem, mas fragilizados em suas conquistas, caminham na realização de seus pendores inferiores, causando-lhes grande sofrimento, quando mergulham no remorso, vendo-se afogados em suas culpas. Do outro lado, os que inibem as expressões visíveis vinculadas aos seus sentimentos infelizes, mas quando têm a oportunidade de agirem às escondidas, fazem-no; ou vibram numa faixa mental inferior constante, que os mantém em padrões energéticos complicadores, apesar da aparência de superioridade. Estes carreiam também o sofrimento, mas buscam negá-lo, optando por viverem na ilusão. Negam as suas culpas e tomam, muitas vezes, para si, o direito de se julgarem e aos outros, presas de uma aparente grandeza moral. 

O primeiro grupo espelha o publicano que, reconhecendo o pecado e a necessidade do perdão, permanece no lugar da “minha culpa”, agindo da mesma forma anterior. O segundo foi definido por Jesus como “túmulos caiados de branco”, representados pelos sacerdotes e os fariseus, caracterizados pela falsidade dos seus valores e pela hipocrisia de seus atos.

No campo religioso, em todos os tempos, continua a presença desses elementos, constituindo a grande maioria dos profitentes. Certamente, é para essas criaturas que Jesus dirige mais diretamente a pergunta: “Por que pensais mal em vossos corações?”.

A proposta do Evangelho é de reforma e transformação, mas como diz a expressão é de “reforma íntima”. O convite é para que haja uma mudança interior. A questão fundamental é de “essência” e não de “aparência”, mesmo porque as mudanças externas são maquilagens e não resistem às intempéries do tempo. As verdadeiras transformações são de base, de paradigmas, seguidas pela renovação de atitudes.

Se a grande maioria da humanidade, movida apenas pelos seus instintos, provoca enormes calamidades, assustando os demais e causando dores imensas a todos, essa parcela importante dos religiosos, que apregoa o que não faz ou finge atitudes, para as quais descrê dos seus valores, não atua diferentemente. Perturba os que querem modificar-se, que, ao verem as suas atitudes, fazem-se descrentes dos valores morais superiores; paralisa o crescimento da humanidade, como um todo, pela incoerência de suas posturas, além de dar forças ao grupo dos brutos, que se vêem referendados em suas atitudes, e de utilizar-se deles para realizarem aquilo que carrega na profundidade de seu ser, seus verdadeiros interesses e princípios. Sobre esse grupo, Jesus se referiu como os que se postam nas portas dos templos, não entram e nem deixam os demais entrarem.

O chamamento de Jesus é de completa transformação. No entanto, isso não significa uma mudança abrupta e total, mas de um encadeamento de ações coerentes, onde o homem poste-se de acordo com aquilo que já sedimentou em sua alma. Uma luta árdua, pelas tendências do passado milenar, quando nos prendemos aos prazeres imediatistas da vida, mas que, se vivida com a sinceridade necessária, será oportunidade inigualável para um crescimento, com a consequente conquista da Felicidade.
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Roberto Lúcio Vieira de Souza - Revista Delfos 







terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Flexibilidade


Existe em nós uma tendência a fazer as coisas ou fazer escolhas que nos parecem mais fáceis e/ou familiares. Mas, se fizermos sempre as coisas da mesma maneira ou fizermos as mesmas escolhas, limitaremos a nossa capacidade de crescimento e de percepção do mundo, e isso se chama inflexibilidade ou rigidez. Isso faz parte da tentativa equivocada do ego de tentar tornar a vida previsível.

O que não pensamos muitas vezes é: será que a vida precisa ser previsível? Até que ponto realmente controlamos os acontecimentos da vida? Temos esse controle?

Sempre que um imprevisto acontece somos testados na nossa capacidade de flexibilizar, ou seja, ter maleabilidade, saber contornar a situação em vez de endurecer diante do obstáculo. Sem flexibilidade não encontramos alternativas para solucionar as questões da vida, afinal de contas, a vida é feita de escolhas. Sem uma autoanálise sincera não confrontaremos com a sombra e nos tornaremos cada vez mais rígidos. Para aprendermos a ser flexíveis, podemos refletir nos seguintes aspectos:

1. Abra mão do controle: Nós não podemos controlar o fluxo natural da vida, pois toda vez que fazemos isso estamos nos tornando rígidos, abrindo mão da espontaneidade, da leveza e do prazer de viver.

2. Questione-se: Nessa situação estou sendo flexível ou inflexível? Se estivermos vivendo uma situação que “endurecemos”, é muito provável que algum complexo tenha sido ativado e imediatamente sentimos raiva ou medo. Como essas emoções são difíceis para o ego, a tendência natural é tentar tomar o controle da situação, e muitas vezes a rigidez é o recurso utilizado. Ser flexível não significa ter que dizer sempre sim. Questionar-se ajuda a olhar para as coisas por uma nova perspectiva, e perceber que temos escolhas.

3. Reconheça : uma vez que você se questiona o próximo passo é reconhecer. Qual parte em mim está sendo inflexível? A forma de pensar, de fazer as coisas ou essa pessoa em particular? Reconhecer é parte importante na nossa mudança. Se quisermos resultados diferentes precisamos agir diferente, então esse é o momento de perceber a nossa resistência e reconhecer que existem outras possibilidades.
4. Mude a lente : quando os nossos complexos constelam ficamos inflexíveis, e não conseguimos perceber novas possibilidades; nossas emoções e pensamentos muitas vezes prendem-se em uma monoideia, e com isso nossa visão fica afetada, nublada e precisamos mudar a lente dos nossos “óculos” mentais. A flexibilidade consiste em perceber que as coisas podem e provavelmente são diferentes do que acreditávamos ser o certo, ou da necessidade do ego de controlar. Se não nos dispusermos a olhar a situação como ela é de fato, nossa resposta será ineficaz, e será muito difícil nos adaptarmos às questões da vida.

5. Aprenda a ouvir : se não pararmos e entrarmos em contato com nossa voz interna, ficaremos a mercê dos nossos pensamentos viciosos e das crenças antigas, que tumultuam e fazem barulho mental. É preciso ouvir o que o Self tem a nos dizer, pois ele sempre nos oferece uma nova oportunidade e maneiras de aprender e crescer. Ser flexível exige de nós um ouvir atento, além das nossas corriqueiras queixas, o ouvir com o coração.

6. Use a criatividade : a criatividade está diretamente relacionada ao poder de criar uma vida nova, com novas perspectivas e possibilidades. Uma forma muito eficiente é a meditação, pois é no silenciar que podemos ouvir o Self e nesse processo conseguimos adquirir nova visão para antigos problemas. Criar uma vida nova não significa uma vida sem crises, mas uma vida com possibilidades e abertura constante para mudar, isso é ter flexibilidade.

E como afirma Joanna de Ângelis, “A flexibilidade é dileta filha do amor que se expande e enriquece a vida com esperança e paz”, abramos os braços para recebê-la em nossas vidas [1] .
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[1] Franco, Divaldo. Rejubila-te em Deus. Joanna de Ângelis, cap. 6. Ed. Leal. 2013.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Rebeldia

 Rebeldia? Rebeldia por quê?
Ousamos perguntar com respeito.

Nos processos da Natureza que se serve, em nome do Criador, não encontras a revolta em agente algum.

Podas a árvore, no intuito de colher benefícios e a árvore podada te responde com mais frutos.

Cortas a pedra para que ela te auxilie na construção e não lhe ouves queixa alguma.

Tosquias a ovelha para que se te acrescente o agasalho e a ovelha te obedece sem reclamações.

Aprendamos.

Se isso acontece nos domínios da Natureza, aos quais a razão ainda não enriqueceu, que se aguardará de nós outros, criaturas de Deus, com os melhores padrões de discernimento?

Se algo te aborrece, reflete no assunto e, possivelmente, reconhecerás que sofres algum desgosto contigo mesmo.

Se te sentes mal-remunerado em serviço, anota quanto gastas, equilibrando receita e despesa, à custa do próprio esforço, sem exigir, em teu favor, a posição daqueles amigos que te chefiam, para a qual não te preparaste.

Se algum companheiro te incita à discórdia, silencia e concluirás que semelhante desafio não se te fará um caminho de paz.

Em qualquer dificuldade, acalma-te, cultiva a paciência que trabalha sempre e espera sem aflição.

Rebeldia é uma das piores formas de violência e a violência não auxilia a ninguém.
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Emmanuel
 Chico Xavier 




domingo, 26 de fevereiro de 2017

AUXILIAR E SERVIR


"... E amarás o teu próximo como a ti mesmo". - Jesus (Lucas, 10:27)


Irmãos!

Quando estiverdes à beira do desânimo porque alfinetadas do mundo vos hajam ferido o coração;  quando o desespero vos ameace, à vista das provações que se vos abatem na senda, reflitamos naqueles companheiros outros que se agoniam, junto de nós, em meio dos espinheiros que nos marginam a estrada;

 nos que foram relegados à solidão sem voz de amigo que os reconforte;

 nos que tateiam, a pleno dia, ansiando por fio de luz que lhes atenue a cegueira; 

nos que perderam o lume da razão e se despencaram na vala da loucura;

nos que foram arrojados à orfandade quando a existência na Terra se lhes esboça em começo; 

naqueles que estão terminando a romagem no mundo atirados à ventania;

 nos que desistiram do refúgio na fé e se
encaminham, desorientados, para as trevas do suicídio; nos que se largaram à delinquência comprando arrependimentos e lágrimas na segregação em que expiam as próprias faltas; 

nos que choram escravizados à penúria, a definharem de inanição!...

Façamos isso e aprenderemos a agradecer a Bondade de Deus que a todos nos reúne em sua bênção de amor, de vez que a melancolia se nos transformará, no ser, em clarão de piedade, ensinando-nos a observar que por mais necessitados ou sofredores estejamos dispomos ainda do privilégio de colaborar com Jesus na edificação do Mundo Melhor, pela felicidade de auxiliar e pelo dom de servir.
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 Emmanuel
Chico Xavier  
Obra: Segue-me
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O CAPACETE

 


“Tomai também o capacete da salvação” – Paulo. (Efésios, 6:17.)

Se é justa a salvaguarda de membros importantes do corpo, com muito mais propriedade é imprescindível defender a cabeça, nos momentos de luta.

Aliás, é razoável considerar que os braços e as pernas nem sempre são requisitados a maiores dispêndios de energia.

A cabeça, porém, não descansa.

A sede do pensamento é um viveiro de trabalho incessante.

Necessário se faz resguardá-la, defendê-la.

Nos movimentos bélicos, o soldado preserva-a, através de recursos especiais.

Na luta diária mantida pelo discípulo de Jesus, igualmente não podemos esquecer o conselho do apóstolo aos gentios.

É indispensável que todo aprendiz do Evangelho tome o capacete da salvação, simbolizado na cobertura mental de ideias sólidas e atitudes cristãs, estruturadas nas concepções do bem, da confiança e do otimismo sincero.

Teçamos, pois, o nosso capacete espiritual com os fios da coragem inquebrantável, da fé pura e do espírito de serviço. De posse dele enfrentaremos qualquer combate moral de grandes proporções.

Nenhum discípulo da Boa Nova olvide a sua condição de lutador.

As forças contrárias ao bem, meu amigo, alvejar-te-ão o mundo íntimo, através de todos os flancos. Defende a tua moradia interior. Examina o revestimento defensivo que vens usando, em matéria de desejos e crenças, de propósitos e ideias, para que os projéteis da maldade não te alcancem por dentro.
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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)