“A vitória do bem é sempre o resultado final de qualquer cometimento.
Mais vidas sempre são resgatadas pelo amor.
Prossigamos em nosso trabalho de libertação de consciências e de iluminação de vidas.”
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Autor: Bezerra de Menezes
Psicografia de Divaldo Franco
MENSAGEM DO ESE:
A ingratidão dos filhos e os laços de família (III)
Deus não dá
prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser
cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a
vontade. Com efeito, quantos há que, em vez de resistirem aos maus
pendores, se comprazem neles. A esses ficam reservados o pranto e os
gemidos em existências posteriores. Admirai, no entanto, a bondade de
Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao
culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os
braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés. As provas
rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e
de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em
Deus. É um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não
falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de
recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo que vos
proporciona de vencerdes, a fim de vos deferir o prêmio da vitória.
Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes no mundo
dos Espíritos, sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da
refrega.
De todas as provas, as mais duras são as que afetam o
coração. Um, que suporta com coragem a miséria e as privações materiais,
sucumbe ao peso das amarguras domésticas, pungido da ingratidão dos
seus. Oh! que pungente angústia essa! Mas, em tais circunstâncias, que
mais pode, eficazmente, restabelecer a coragem moral, do que o
conhecimento das causas do mal e a certeza de que, se bem haja
prolongados despedaçamentos dalma, não há desesperos eternos, porque não
é possível seja da vontade de Deus que a sua criatura sofra
indefinidamente? Que de mais reconfortante, de mais animador do que a
idéia que de cada um dos seus esforços é que depende abreviar o
sofrimento, mediante a destruição, em si, das causas do mal? Para isso,
porém, preciso se faz que o homem não retenha na Terra o olhar e só veja
uma existência; que se eleve, a pairar no infinito do passado e do
futuro. Então, a justiça infinita de Deus se vos patenteia, e esperais
com paciência, porque explicável se vos torna o que na Terra vos parecia
verdadeiras monstruosidades. As feridas que aí se vos abrem, passais a
considerá-las simples arranhaduras. Nesse golpe de vista lançado sobre o
conjunto, os laços de família se vos apresentam sob seu aspecto real.
Já não vedes, a ligar-lhes os membros, apenas os frágeis laços da
matéria; vedes, sim, os laços duradouros do Espírito, que se perpetuam e
consolidam com o depurarem-se, em vez de se quebrarem por efeito da
reencarnação.
Formam famílias os Espíritos que a analogia dos gostos,
a identidade do progresso moral e a afeição induzem a reunir-se. Esses
mesmos Espíritos, em suas migrações terrenas, se buscam, para se
gruparem, como o fazem no espaço, originando-se daí as famílias unidas e
homogêneas. Se, nas suas peregrinações, acontece ficarem
temporariamente separados, mais tarde tornam a encontrar-se, venturosos
pelos novos progressos que realizaram. Mas, como não lhes cumpre
trabalhar apenas para si, permite Deus que Espíritos menos adiantados
encarnem entre eles, a fim de receberem conselhos e bons exemplos, a bem
de seu progresso. Esses Espíritos se tornam, por vezes, causa de
perturbação no meio daqueles outros, o que constitui para estes a prova e
a tarefa a desempenhar.
Acolhei-os, portanto, como irmãos;
auxiliai-os, e depois, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará
por haver salvo alguns náufragos que, a seu turno, poderão salvar
outros. — Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9.)
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