Existe, mas não espera que acreditemos em Sua Existência.
Ama-nos, mas não nos concede privilégios.
Escuta-nos as petições, mas não nos atende aos caprichos.
Orienta-nos, mas respeita o nosso livre-arbítrio nas decisões.
Auxilia-nos, mas não nos substitui no esforço a ser feito.
Aponta-nos o caminho, mas não impede que dele nos desviemos.
Quer a nossa alegria, mas não nos evita a tristeza.
Dá-nos a semente, mas nos faz responsáveis pela semeadura.
Ampara-nos, mas, se assim desejamos, não nos impede de cair.
Quer-nos hoje, mas nos aguardará pelo tempo que for preciso.
Sempre fará por nós a parte que Lhe compete, mas não a parte que a nós compete fazer.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Amai-vos uns aos outros")
MENSAGEM DO ESE:
A beneficência (V)
Meus caros amigos, todos os dias ouço entre vós dizerem: “Sou pobre, não posso fazer a caridade”, e todos os dias vejo que faltais com a indulgência aos vossos semelhantes. Nada lhes perdoais e vos arvorais em juizes muitas vezes severos, sem quererdes saber se ficaríeis satisfeitos que do mesmo modo procedessem convosco. Não é também caridade a indulgência? Vós, que apenas podeis fazer a caridade praticando a indulgência, fazei-a assim, mas fazei-a largamente. Pelo que toca à caridade material, vou contar-vos uma história do outro mundo.
Dois homens acabavam de morrer. Dissera Deus: Enquanto esses dois homens viverem, deitar-se-ão em sacos diferentes as boas ações de cada um deles, para que por ocasião de sua morte sejam pesadas. Quando ambos chegaram aos últimos momentos, mandou Deus que lhe trouxessem os dois sacos. Um estava cheio, volumoso, atochado, e nele ressoava o metal que o enchia; o outro era pequenino e tão vazio que se podiam contar as moedas que continha. Este o meu, disse um, reconheço-o; fui rico e dei muito. Este o meu, disse o outro, sempre fui pobre, oh! quase nada tinha para repartir. Mas, oh! surpresa! postos na balança os dois sacos, o mais volumoso se revelou leve, mostrando-se pesado o outro, tanto que fez se elevasse muito o primeiro no prato da balança. Deus, então, disse ao rico: deste muito, é certo, mas deste por ostentação e para que o teu nome figurasse em todos os templos do orgulho e, ao demais, dando, de nada te privaste. Vai para a esquerda e fica satisfeito com o te serem as tuas esmolas, contadas por qualquer coisa. Depois, disse ao pobre: Tu deste pouco, meu amigo; mas, cada uma das moedas que estão nesta balança representa uma privação que te impuseste; não deste esmolas, entretanto, praticaste a caridade, e, o que vale muito mais, fizeste a caridade naturalmente, sem cogitar de que te fosse levada em conta; foste indulgente; não te constituíste juiz do teu semelhante; ao contrário, todas as suas ações lhe relevaste: passa à direita e vai receber a tua recompensa.
— Um Espírito protetor. (Lião, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 15.)
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