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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Não te sintas só



Minha abençoada amiga: Deus nos ampare!

 … E este é o caminho da ressurreição — o caminho que vences, palmo a palmo, centímetro a centímetro, sob a cruz redentora da provação.

 Sentimos, sobre as pedras que forram o chão, a glória solar dos cimos…

  Jesus, de braços abertos, à espera de nosso triunfo espiritual…

  A contemplação da eternidade, por prêmio sublime aos pés sangrentos…

  A paz da comunhão com a luz divina, por céu fulgurante na própria consciência…

  A alegria silenciosa do coração que se uniu para, sempre ao amor e à verdade…

  E nossa alma inquieta suspira por transportar, ao preço da própria renunciação; no ramo desse paraíso de vitória íntima, todos aqueles a quem nós devotamos no campo agreste do mundo…

  Mas o Mestre Divino, o condutor infalível de nossos passos, do alto do próprio madeiro que lhe serviu de trono à imorredoura exaltação, nos reafirma, sem palavras, que a passagem estreita do calvário não admite mais de um coração.

  Cada companheiro terá o seu dia e a sua marcha, para o grande entendimento…

  Os tesouros adquiridos com a experiência e com a dor são intransferíveis.

  Seria necessário que a fonte viva da compreensão deslizasse por todas as criaturas, ao mesmo tempo. E isso, realmente, é impossível. Por essa razão, peço-te, ainda e sempre, coragem e calma.

  É nessa solidão interior, que por vezes experimentas com tanta intensidade, que chegamos a ouvir a voz do Excelso Pastor.

  A felicidade terrestre é como que anestesiante ruído para a consciência. Distrai-nos.  
Desintegra-nos os impulsos da fé. Impõe o adiamento indefinido da nossa viagem para o melhor.   Obriga-nos a esquecer a bênção das horas e, quase sempre, hipnotiza-nos nas sombras da inutilidade.   Contudo, o sofrimento guarda a virtude da visão, despertando-nos para as realidades edificantes da vida.

  Sem dúvida, muitos lhe temem o contato, procurando a fuga de suas renovadoras lições; mas o tempo é o químico milagroso da Eterna Sabedoria, que nos governa os destinos, e, na estrada infinita, que nos cabe percorrer, surge invariavelmente o dia de nossa transformação..

 Louvemos, desse modo, a luta que nos convocou à subida, e confiemos nossos amados ao Senhor.

  Nesse ato de rendição de nossa alma, não reside a desistência de nossos deveres.

  Continuaremos ajudando-os com todos os recursos ao nosso alcance, mas centralizando nossas esperanças no Amor Maior.   Permaneceremos ao lado de quantos foram situados pela Bondade celestial, junto de nosso carinho, mobilizando possibilidades e energias em favor deles, mas prosseguindo, intimamente, em nossa sublime romagem para o Alto, superando temporais de lágrimas e espinheiros de sacrifício, porque, além de tudo o que representa o mundo de nosso “eu”, resplende o devotamento de Jesus — o único sol capaz de reaquecer-nos o Espírito fatigado, revigorando-nos para a definitiva ascensão aos Planos superiores.

  Auxiliemos sem apego. Ensinemos no silêncio.

 Amparemos, na medida de nossas forças, a quantos se acercam de nós; mas aguardemos o socorro do Alto, em se tratando de nossas necessidades.

  Não te prendas na teia da angústia. A única finalidade da aflição é a de deslocar-nos da Terra para o Céu, do débito para o resgate, da sombra para a luz.

 Não temas. Diante de nós, segue aquele Amigo Imortal que, em se entregando ao martírio e à morte, traçou, para nós mesmos, o trilho estreito que nos conduzirá à salvação.

  Aceitemos os instrumentos com que o Escultor da Eternidade se propõe reajustar-nos.

  Pranto, soledade, amargura, incompreensão nos que amamos, sede espiritual, feridas, pesadelos, vigílias dolorosas, tempestades morais e golpes de senda representam o serviço do Divino Buril sobre nós.  À maneira da pedra que obedece, com segurança, das profundezas de nossas imperfeições Jesus retirará, mais tarde, a obra prima do Universo — nossa alma — acrisolada para o esplendor da perfeição.

  Não te sintas sozinha. Somos uma grande família no espaço e no tempo; em busca de nosso lar imperecível — o lar que nos espera, mais além, para a integração com todos os nossos afetos.

  Confiemos em Jesus. Ainda que tudo conspire contra nós, busquemo-lo. Através do próprio sacrifício, aprenderemos, com ele, a estrada real para a verdadeira vitória.

  Continuemos juntas, no santuário do trabalho e da oração e, contando com a tua firmeza de ânimo em todos os lances de nossa jornada para a frente, abraça-te a velha amiga e irmã reconhecida.
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Isabel Cintra 
Chico Xavier





MENSAGEM DO ESE:
Mercadores expulsos do templo

Eles vieram em seguida a Jerusalém, e Jesus, entrando no templo, começou por expulsar dali os que vendiam e compravam; derrubou as mesas dos cambistas e os bancos dos que vendiam pombos: — e não permitiu que alguém transportasse qualquer utensílio pelo templo. — Ao mesmo tempo os instruía, dizendo: Não está escrito: Minha casa será chamada casa de oração por todas as nações? Entretanto, fizestes dela um covil de ladrões! — Os príncipes dos sacerdotes, ouvindo isso, procuravam meio de o prenderem, pois o temiam, visto que todo o povo era tomado de admiração pela sua doutrina. (S. MARCOS, cap. XI, vv. 15 a 18; — S. MATEUS, cap. XXI, vv. 12 e 13.)

Jesus expulsou do templo os mercadores. Condenou assim o tráfico das coisas santas sob qualquer forma. Deus não vende a sua bênção, nem o seu perdão, nem a entrada no reino dos céus. Não tem, pois, o homem, o direito de lhes estipular preço.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVI, itens 5 e 6.)



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