Contou-nos o Sr. Weaker Batista, então presidente do Grupo Espírita da Prece, com quem sempre conversávamos, que Chico [Xavier], dias atrás, estava muito aborrecido. E explicou:
— Apareceu um gatinho cego lá no portão da casa dele... D. Enoé o recolheu e chamou o Chico. O gatinho, muito magro, estava com os dois olhos inflamados! Raras vezes vi o Chico tão bravo e indignado...
Ele falava, segurando o gatinho no colo:
– “Isto é muita maldade... Quem faria isto com um animal tão indefeso como este? Vejam, Weaker e Zilda [Batista], os olhos dele foram furados com prego... Coitado! Nunca mais poderá enxergar... Quem terá cometido uma barbaridade dessas? Menino, não foi... Isto é coisa de adolescente quase adulto! O que se pode esperar de uma pessoa assim, vivendo no mundo? Meu Deus!...”
E passava a pomada Vovô Pedro nos olhos do gatinho, que estava sem forças até para miar... Colocava leite com uma seringa na boca dele... Mandou chamar o veterinário. O gatinho terminou morrendo.
Eu percebia que o Chico estava fazendo força para que a indignação dele não fosse lançada contra quem tinha feito aquilo...
O gato, que era pouco mais que um filhote, morreu depois de uns 3, 4 dias. O Chico largou quase tudo para cuidar do gato... Arranjou uma caixa de papelão, que forrou com cobertor e jornal, e ficava toda hora indo olhar como ele estava. Quando o gatinho morreu, o Chico não trocou uma palavra com a gente – ficou o dia inteiro aborrecido.
Só no outro dia, na hora do serviço com a correspondência, ele veio conversar. Ainda estava bravo e falou:
– “O homem acha que ele arranja carma só com o que faz de mal a outro homem... Uma barbaridade daquelas não fica impune, não! As Leis de Deus cobram tudo...”
Livro: Chico Xavier, o Amigo dos Animais
Carlos A. Baccelli
LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo
MENSAGEM DO ESE:
Deixai que venham a mim as criancinhas (II)
Deixai venham a mim as criancinhas, pois tenho o leite que fortalece os fracos. Deixai venham a mim todos os que, tímidos e débeis, necessitam de amparo e consolação. Deixai venham a mim os ignorantes, para que eu os esclareça. Deixai venham a mim todos os que sofrem, a multidão dos aflitos e dos infortunados: eu lhes ensinarei o grande remédio que suaviza os males da vida e lhes revelarei o segredo da cura de suas feridas! Qual é, meus amigos, esse bálsamo soberano, que possui tão grande virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e as cicatriza? E o amor, é a caridade!
Se possuís esse fogo divino, que é o que podereis temer? Direis a todos os instantes de vossa vida:
“Meu Pai, que a tua vontade se faça e não a minha; se te apraz experimentar-me pela dor e pelas tribulações, bendito sejas, porquanto é para meu bem, eu o sei, que a tua mão sobre mim se abate. Se é do teu agrado, Senhor, ter piedade da tua criatura fraca, dar-lhe ao coração as alegrias sãs, bendito sejas ainda. Mas, faze que o amor divino não lhe fique amodorrado na alma, que incessantemente faça subir aos teus pés o testemunho do seu reconhecimento!”
Se tendes amor, possuís tudo o que há de desejável na Terra, possuís preciosíssima pérola, que nem os acontecimentos, nem as maldades dos que vos odeiem e persigam poderão arrebatar. Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza; sentireis diminuir dia a dia o peso da matéria e, qual pássaro que adeja nos ares e já não se lembra da Terra, subireis continuamente, subireis sempre, até que vossa alma, inebriada, se farte do seu elemento de vida no seio do Senhor.
— Um Espírito protetor. (Bordéus, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VIII, item 19.)
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