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quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

CONSIDERANDO A MEDIUNIDADE



A mediunidade terá surgido em ti por instrumento de espiritualização.

Procura melhorar o próprio discernimento, para que não hajas recebido, em vão, semelhante empréstimo da Espiritualidade Maior.

Há mediunidades e mediunidades. Em razão disso, temos aquelas que se caracterizam pelas provações regeneradoras que impõem e aquelas outras que se singularizam pelas realizações nobilitantes que podem efetuar.

Todas, porém, se identificam no Bem Eterno, quando se consagram ao bem dos semelhantes.

Em determinados lances da vida, a criatura renasce na Terra de alma arraigada à influência de entidades que ela própria desequilibrou, em existências passadas, e sofre longos processos obsessivos nos quais reconquistará a confiança e o amor dos parceiros menos felizes de outrora, ao preço de suas próprias renunciações. Vemos aí nossos irmãos de faculdades cativas a empeços restaurativos em que o médium se recuperará pelo sofrimento, a caminho de apostolados futuros.

Noutros distritos da evolução, anotamos a presença daqueles que se corporificam no mundo para o desempenho de encargos específicos, através dos recursos espirituais em ação. Por intermédio deles, os desencarnados se manifestam, colaborando a benefício dos irmãos encarnados na arena física.

Cada qual, não obstante possua recursos psíquicos indiscriminados, tem a sua esfera particular de serviço.

Na condição de intérpretes dos espíritos, esse fala, aquele coopera no ministério da cura, o outro escreve, aquele outro atende à missão do esclarecimento e do reconforto, entre os companheiros que sofrem no mundo ou fora dele.

Se te reconheces portador de talentos medianímicos, asserena a própria alma e dispõe-te a servir.

Estuda as próprias faculdades e aceita o lugar onde sejas mais útil.

Não disputes primazia, mas, ao invés disso, procura veementemente as oportunidades de ação que te propiciem o prazer de ajudar alguém.

Toda tarefa é importante.

O Sol ilumina a Terra, mas a terra não produz sem a fonte.

Trabalha e trabalha.

Serve e serve.

Os Mensageiros de Deus sabem como destacar os servidores de Deus.
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(De "No portal da Luz", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito de Emmanuel)





MENSAGEM DO ESE:

Desigualdade das riquezas

A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que não são igualmente ricos todos os homens? Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar. É, alias, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente; que, supondo efetuada essa repartição, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido desse ela a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele os homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. 

Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.

Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos. Ainda aí está uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Dando-lhe o livre-arbítrio, quis ele que o homem chegasse, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e que a prática do primeiro resultasse de seus esforços e da sua vontade. Não deve o homem ser conduzido fatalmente ao bem, nem ao mal, sem o que não mais fora senão instrumento passivo e irresponsável como os animais. A riqueza é um meio de o experimentar moralmente. 

Mas, como, ao mesmo tempo, é poderoso meio de ação para o progresso, não quer Deus que ela permaneça longo tempo improdutiva, pelo que incessantemente a desloca. Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela. Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia, com o que o melhoramento do planeta ficaria comprometido, cada um a possui por sua vez. Assim, um que não na tem hoje, já a teve ou terá noutra existência; outro, que agora a tem, talvez não na tenha amanhã. Há ricos e pobres, porque sendo Deus justo, como é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação.

Deploram-se, com razão, o péssimo uso que alguns fazem das suas riquezas, as ignóbeis paixões que a cobiça provoca, e pergunta-se: Deus será justo, dando-as a tais criaturas? E exato que, se o homem só tivesse uma única existência, nada justificaria semelhante repartição dos bens da Terra; se, entretanto, não tivermos em vista apenas a vida atual e, ao contrário, considerarmos o conjunto das existências, veremos que tudo se equilibra com justiça. Carece, pois, o pobre de motivo assim para acusar a Providência, como para invejar os ricos e estes para se glorificarem do que possuem. Se abusam, não será com decretos ou leis suntuárias que se remediará o mal. As leis podem, de momento, mudar o exterior, mas não logram mudar o coração; daí vem serem elas de duração efêmera e quase sempre seguidas de uma reação mais desenfreada. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho: os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 8.)

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