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quinta-feira, 11 de junho de 2020

Confiemos no céu



O contato com o mundo espiritual é realmente fascinante.

Essa comunicação entre os dois lados da vida, que denominamos mortos e vivos, é intrigante.

Embora essa relação sempre tenha existido, foi a partir do século XIX, que foi melhor entendida.

Desde então, a mediunidade, faculdade que permite essa comunicação, ganhou caráter de fenômeno natural.

Quando conhecemos os recursos da mediunidade, sem dúvida, nos empolgamos, pelas possibilidades que possibilita.

Por causa disso, não são poucos aqueles que nela buscam a solução para suas dores e seus males.

Os recursos mediúnicos são bênçãos dos céus para alívio das provas e dificuldades que enfrentamos, enquanto no corpo físico.

Porém, não podemos ter a pretensão de comandar ou ditar as regras para tal recurso.

Também não nos cabe definir quando e como o amparo celestial, através da mediunidade, pode nos alcançar.

Existem pessoas que buscam, nas casas espíritas, cartas e comunicações de seus entes queridos que morreram.

Pretendem o consolo para sua saudade, através de uma carta psicografada ou de uma comunicação verbal, sem atentar que, muitas vezes, não é o momento adequado ou possível.

Outros buscam o imediato restabelecimento da saúde física, através da chamada mediunidade de cura.

Importante entendermos que nenhuma doença nos ocorre por castigo. Trata-se de instrumento da lei divina de correção de sentimentos e ideias equivocados, alimentados desde há muito em nossa alma.

Infelizmente, existem médiuns desavisados que se permitem fazer promessas disso ou daquilo.

Os resultados, por vezes, causam desilusão e descrença porque as manifestações dos Espíritos dependem da condição deles e sempre conforme a Vontade de Deus.

Não esqueçamos, no entanto, que a Providência Divina não deixa ninguém desamparado.

Ao buscarmos os recursos da mediunidade, aguardemos a resposta dos céus, sem a pretensão de que as nossas vontades devam, necessariamente serem atendidas, da forma que idealizamos.

Há muitas maneiras do Amparo Divino nos chegar e sempre na medida exata que precisamos.

Nem todos sabemos mas há reencontros e abraços durante o sono, através dos sonhos, nos quais as saudades são aplacadas e as esperanças nos são renovadas.

Muitas vezes não damos atenção a isso e, consequentemente, não nos permitimos sentir os benefícios alcançados.

Quanto às curas, elas nos chegam por caminhos inesperados, ao mesmo tempo que existem doenças que persistem pois nosso aprendizado assim o exige.

Se bem lermos os Evangelhos, vamos constatar que Jesus curou a muitos, não a todos os que encontrou em Seu caminho.

Sejamos prudentes. Os recursos da mediunidade seriamente exercida são de largo alcance.

No entanto, aguardemos que nos cheguem, de forma devida, conforme as determinações da Divindade.

Roguemos aos céus o amparo e alívio para nossas dores. A resposta sempre nos chegará ao coração, apontando os caminhos mais adequados para o calvário libertador, que nos cabe percorrer.

Confiemos em Deus.

🌷🌼🌷

por Momento Espírita 










MENSAGEM DO ESE:
A caridade material e a caridade moral 

“Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que quereríamos nos fizessem eles.” Toda a religião, toda a moral se acham encerradas nestes dois preceitos. Se fossem observados nesse mundo, todos seríeis felizes: não mais aí ódios, nem ressentimentos. Direi ainda: não mais pobreza, porquanto, do supérfluo da mesa de cada rico, muitos pobres se alimentariam e não mais veríeis, nos quarteirões sombrios onde habitei durante a minha última encarnação, pobres mulheres arrastando consigo miseráveis crianças a quem tudo faltava. Ricos! pensai nisto um pouco. Auxiliai os infelizes o melhor que puderdes. Dai, para que Deus, um dia, vos retribua o bem que houverdes feito, para que tenhais, ao sairdes do vosso invólucro terreno, um cortejo de Espíritos agradecidos, a receber-vos no limiar de um mundo mais ditoso. Se pudésseis saber da alegria que experimentei ao encontrar no Além aqueles a quem, na minha última existência, me fora dado servir!... Amai, portanto, o vosso próximo; amai-o como a vós mesmos, pois já sabeis, agora, que, repelindo um desgraçado, estareis, quiçá, afastando de vós um irmão, um pai, um amigo vosso de outrora. Se assim for, de que desespero não vos sentireis presa, ao reconhecê-lo no mundo dos Espíritos! Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a mais difícil de exercer-se. A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de ou trem é caridade moral. Essa caridade, no entanto, não deve obstar à outra. Tende, porém, cuidado, principalmente em não tratar com desprezo o vosso semelhante. Lembrai-vos de tudo o que já vos tenho dito: Tende presente sempre que, repelindo um pobre, talvez repilais um Espírito que vos foi caro e que, no momento, se encontra em posição inferior à vossa. Encontrei aqui um dos pobres da Terra, a quem, por felicidade, eu pudera auxiliar algumas vezes, e ao qual, a meu turno, tenho agora de implorar auxilio. Lembrai-vos de que Jesus disse que todos somos irmãos e pensai sempre nisso, antes de repelirdes o leproso ou o mendigo. Adeus: pensai nos que sofrem e orai.
– Irmã Rosália. (Paris, 1860.) 

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 9.) 

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