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terça-feira, 14 de julho de 2020

A Fé e o Dever


A fé em Deus é imensamente comum.

Embora sob distintas denominações e formas, a imensa maioria dos homens afirma crer na Divindade.

Contudo, seu agir e seu sentir nem sempre espelham essa crença.

Deus é a suprema e soberana inteligência, ilimitado em Seus poderes e virtudes.

Ele é infinitamente poderoso, sábio, justo e bondoso.

Saber que a Divindade está no controle de tudo possui o condão de modificar a percepção de prioridades das criaturas.

Como a justiça Divina é perfeita e impera no Universo, cada qual vive o que necessita e merece.

Assim, não é necessário passar a existência na intransigente defesa do próprio espaço.

Sem dúvida, não é viável ser ingênuo ou preguiçoso e deixar de cuidar de si.

Apenas não é necessário angustiar-se pelas contingências da vida.

Quem crê em Deus tem condições de desenvolver tranquilidade interior.

Afinal, é convicto de que o Soberano poder impõe ordem no Universo.

Deposita fé na bondade e na justiça Divinas e sabe que sem a permissão celeste nada ocorre.

Justamente por isso, a atenção do crente deixa de estar em seus direitos para residir em seus deveres.

Por saber que o mérito preside os destinos das criaturas, cuida de ser o melhor possível.

Tem fé no futuro, razão pela qual coloca os bens espirituais acima dos materiais.

Sabe que as vicissitudes da vida são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.

Possuído do ideal da fraternidade, faz o bem sem esperar recompensas.

Encontra satisfação em ser útil e bondoso, em fazer ditosos os outros.

É benevolente para com todos, independentemente de credo, cor ou raça, pois sabe que todos os homens são filhos de Deus e Seus irmãos.

Respeita as convicções sinceras dos semelhantes e não condena quem pensa diferente.

Quando ofendido, procura perdoar por compreender as dificuldades dos irmãos de jornada.

Jamais se vinga, ciente de que toda justiça repousa nas mãos do Criador.

É indulgente para as fraquezas alheias, por saber que também necessita de indulgência.

Não se ocupa dos defeitos alheios, mas dos seus.

Estuda as próprias imperfeições, a fim de se melhorar.

Consciente do olhar de Deus sobre si, cuida de ser digno em todos os momentos de sua vida, mesmo os mais íntimos.

Usa, mas não abusa, de seus bens, por ser consciente de que são apenas empréstimo da Divindade.

Utiliza seu tempo livre em atividades úteis, fazendo-se um agente do progresso no mundo.

Talvez esses deveres pareçam excessivos, mas não representam um peso para quem realmente acredita em Deus.

Constituem consequência natural da certeza da existência de um ente superior, pleno de bondade, justiça e poder.

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Redação do Momento Espírita, com base no item 3,
do cap. XVII, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, ed. FEB.
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FORMATAÇÃO E PESQUISA: MILTER – 12-07-2020





MENSAGEM DO ESE:

Observai os pássaros do céu

Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; — acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; — porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração.

Eis por que vos digo: Não vos inquieteis por saber onde achareis o que comer para sustento da vossa vida, nem de onde tirareis vestes para cobrir o vosso corpo. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes?

Observai os pássaros do céu: não semeiam, não ceifam, nada guardam em celeiros; mas, vosso Pai celestial os alimenta. Não sois muito mais do que eles? — e qual, dentre vós, o que pode, com todos os seus esforços, aumentar de um côvado a sua estatura?

Por que, também, vos inquietais pelo vestuário? Observai como crescem os lírios dos campos: não trabalham, nem fiam; — entretanto, eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. — Ora, se Deus tem o cuidado de vestir dessa maneira a erva dos campos, que existe hoje e amanhã será lançada na fornalha, quanto maior cuidado não terá em vos vestir, ó homens de pouca fé!

Não vos inquieteis, pois, dizendo: Que comeremos? ou: que beberemos? ou: de que nos vestiremos? — como fazem os pagãos, que andam à procura de todas essas coisas; porque vosso Pai sabe que tendes necessidades delas.

Buscai primeiramente o reino de Deus e a sua justiça, que todas essas coisas vos serão dadas de acréscimo. — Assim, pois, não vos ponhais inquietos pelo dia de amanhã, porquanto o amanhã cuidará de si. A cada dia basta o seu mal. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 19 a 21 e 25 a 34.)

Interpretadas à letra, essas palavras seriam a negação de toda previdência, de todo trabalho e, conseguintemente, de todo progresso. Com semelhante princípio, o homem limitar-se-ia a esperar passivamente. Suas forças físicas e intelectuais conservar-se-iam inativas. Se tal fora a sua condição normal na Terra, jamais houvera ele saído do estado primitivo e, se dessa condição fizesse ele a sua lei para a atualidade, só lhe caberia viver sem fazer coisa alguma. Não pode ter sido esse o pensamento de Jesus, pois estaria em contradição com o que disse de outras vezes, com as próprias leis da Natureza. Deus criou o homem sem vestes e sem abrigo, mas deu-lhe a inteligência para fabricá-los.

Não se deve, portanto, ver, nessas palavras, mais do que uma poética alegoria da Providência, que nunca deixa ao abandono os que nela confiam, querendo, todavia, que esses, por seu lado, trabalhem. Se ela nem sempre acode com um auxílio material, inspira as idéias com que se encontram os meios de sair da dificuldade.

Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessário. O homem, porém, insaciável nos seus desejos, nem sempre sabe contentar-se com o que tem: o necessário não lhe basta; reclama o supérfluo. A Providência, então, o deixa entregue a si mesmo. Freqüentemente, ele se torna infeliz por culpa sua e por haver desatendido à voz que por intermédio da consciência o advertia. Nesses casos, Deus fá-lo sofrer as conseqüências, a fim de que lhe sirvam de lição para o futuro.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 6 e 7.)

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