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sábado, 28 de novembro de 2020

Balanço

 
Que tal realizarmos um balanço em nossa vida? Pensemos há quanto tempo aderimos ao chamado do Cristo, isto é, há quanto tempo nos afirmamos cristãos.

Observemos à nossa volta, em nossa própria casa. O que vemos?

As estantes estão abarrotadas de vozes caladas, livros que a traça devora. Estão ali, parados. A poeira já se acumula e umas pequeninas teias de aranha aparecem entre uns e outros, só para nos dar trabalho com a limpeza.

Os armários estão entupidos de roupas fora da moda e que acreditamos que, um dia, voltarão a ser usadas.

As caixas se empilham, guardando botas, sapatos, sandálias que não servem mais em nossos pés.

Em baús ou armários bem altos estão os agasalhos de inverno abandonados, entregues ao apodrecimento.

Os móveis estão cheios de coleções de tantas coisas que guardamos, que nem recordamos.
As farmácias improvisadas estão repletas de medicamentos que aguardam as nossas enfermidades, enquanto o prazo de validade expira.

Estantes, armários, baús, caixas, pacotes cobertos de pó, mofo, bolor. Comida de traça, esconderijo para pequenos animaizinhos.
Tanta coisa parada, sem uso. E tantos a padecer carências.

Por isso, realizemos uma mexida nas estantes. Passemos adiante os livros que não vamos ler. Examinemos o conteúdo e tornemo-los mensagens de vida.

Distribuamos as roupas, enquanto ainda estão boas, para os que se encontram desnudos, na miséria.

Verifiquemos se falta um botão, se há necessidade de refazer uma bainha, costurar um pequeno rasgo. Retoquemo-las e façamos delas instrumento da alegria.

Selecionemos os calçados, botas e sandálias. Retifiquemos as solas gastas, providenciemos uma cola aqui, uma costura ali e ofertemos a quem anda descalço.

Imaginemos quantas crianças terão protegidos os seus pezinhos dos cacos de vidro, das pedras pontiagudas. Quantos pés cansados, idosos não mais terão que suportar o calor das pedras ou o frio da terra úmida.

Desapeguemo-nos das velhas lãs e capotes, doando-os aos sofredores.

Propiciemos calor abençoado a corpos quase sem roupa.

Conduzamos os remédios, que estão nas prateleiras, para postos de saúde, hospitais, clínicas comunitárias.

Sacudamos a poeira. Limpemos o bolor. Afugentemos as traças.
Conservemos o que tenhamos em movimento. Tudo o mais, distribuamos, demonstrando que somos senhores e não escravos de coisa alguma.
* * *
Não esperemos que a dor se adorne de trapos e se apresente ao abandono para que surja o nosso momento de ajudar.
Não esperemos que a miséria desnude corpos sofredores a fim de que ofereçamos a contribuição do nosso socorro.
Não aguardemos que as pessoas pereçam à falta de medicamentos.
Vamos ao encontro da dor, da necessidade e ajudemos com o que tivermos. Atendamos às ordens do nosso coração de seguidor de Jesus, nosso Mestre e Senhor.
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Redação do Momento Espírita, com base nos caps. 44 e 45, do
livro Legado Kardequiano, pelo Espírito Marco Prisco, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
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formatação e pesquisa: MILTER - 01-11-2020

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MENSAGEM DO ESE:

A verdadeira propriedade


O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir.


Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem, a sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres.

— Pascal. (Genebra, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 9.)

Um comentário:

  1. Realmente só levamos daqui o que conquistamos trabalhando com amor e compartilhando sempre com o próximo ,o que sobra e até o novo ,o que ele possa está precisando! Pensar mais no outro,nos colocando no lugar dele!!!!!

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Obrigada pelo comentário.