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sábado, 15 de agosto de 2020

O lado avesso



 Soubéssemos praticar o espírito de aceitação que nos sugerem os ensinamentos do Cristo e decerto que a nossa vida se desdobraria em degraus de paz e luz, ante os nossos anseios de elevação.

Não é a doença, no mundo, que nos fere tanto.

É o desgosto de não usufruirmos a saúde que vemos nos outros.

 Não é o parente infeliz que mais nos incomoda.

Preocupamo-nos muito mais com a impressão deprimente que esse mesmo familiar suscita naqueles que nos desfrutam a amizade e a convivência.

 Não nos afligimos tanto com a moradia rústica que ocupamos.

Sofremos muito mais, em reconhecendo que não dispomos da residência super-confortável desse ou daquele companheiro.

 Não nos amarguramos tanto com o defeito orgânico que nos assinala.

Lastimamos mais intensamente o fato de não possuirmos o corpo harmonioso da maioria de nossos amigos.

Em verdade, a paciência nos edifica, no entanto, o lado avesso da paciência é que nos aniquila ou perturba o modo de ser. E esse outro lado da abençoada virtude tem o nome de intolerância.
🌼🍃🌼
Emmanuel
Chico Xavier





MENSAGEM DO ESE:

Preces inteligíveis

Se eu não entender o que significam as palavras, serei um bárbaro para aquele a quem falo e aquele que me fala será para mim um bárbaro. 

— Se oro numa língua que não entendo, meu coração ora, mas a minha inteligência não colhe fruto. 

— Se louvais a Deus apenas de coração, como é que um homem do número daqueles que só entendem a sua própria língua responderá amém no fim da vossa ação de graças, uma vez que ele não entende o que dizeis? 

— Não é que a vossa ação não seja boa, mas os outros não se edificam com ela. (S. PAULO, 1ª aos Coríntios, cap. XIV, vv. 11, 14, 16 e 17.)

A prece só tem valor pelo pensamento que lhe está conjugado. Ora, é impossível conjugar um pensamento qualquer ao que se não compreende, porquanto o que não se compreende não pode tocar o coração. Para a imensa maioria das criaturas, as preces feitas numa língua que elas não entendem não passam de amálgamas de palavras que nada dizem ao espírito. Para que a prece toque, preciso se torna que cada palavra desperte uma idéia e, desde que não seja entendida, nenhuma idéia poderá despertar. Será dita como simples fórmula, cuja virtude dependerá do maior ou menor número de vezes que a repitam. Muitos oram por dever; alguns, mesmos, por obediência aos usos, pelo que se julgam quites, desde que tenham dito uma oração determinado número de vezes e em tal ou tal ordem. Deus vê o que se passa no fundo dos corações; lê o pensamento e percebe a sinceridade. Julgá-lo, pois, mais sensível à forma do que ao fundo é rebaixá-lo.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 16 e 17.)

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Aceitação


A dor é ação necessária ao desenvolvimento da vida.

Fugir dela é escapismo.

Rebelar-se é agravar a própria situação.

Transferi-la para outrem é crueldade.

Ignorá-la é indiferença.

Queixarmo-nos é imaturidade.

Exagerá-la é perturbar o ambiente em que se vive.

Exibi-la, no intuito de provocar a compaixão alheia, é explorar-lhe negativamente os benefícios.

Espalhá-la é ferir aos que nos cercam.

Diante da dor que nos procure, examinemo-la, no íntimo de nossas próprias almas, e, se reconhecemos que ela vem com motivos justos, aceitemo-la com paciência, aproveitando-lhe os ensinos.

E admitindo-a em nós e conosco, [tenhamos suficiente coragem para retificar-nos] retifiquemo-nos em tudo aquilo de que tenhamos necessidade de corrigenda, a fim de que possamos melhorar-nos, para colaborar na construção do Amanhã Melhor.
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Emmanuel
Chico Xavier

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MENSAGEM DO ESE:

Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?

– Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?

Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até à borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões?

Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.
O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. 

— São Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 28.)

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RESTAURAÇÃO


Serviço interrompido
Pode ser retomado.

Erro que se adotou
Encontra corrigenda.

A paz que se perdeu
Surgirá novamente.

Desenganos chegaram?
Que a dor não te perturbe.

Seja qual for o mal,
Volve de novo ao Bem.

Em tudo, vencerás
Se confias em Deus.
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Livro: Espera Servindo
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

FARDO


Não há ninguém sem um fardo para carregar.

O parente difícil, o filho-problema, o amigo inconstante,
o cônjuge irresponsável...

Se há quem nos seja um fardo, é possível que igualmente sejamos um fardo para alguém.

Em todo grupo familiar há sempre um ou outro espírito recalcitrante, ali colocado pelas Leis da Vida para a imprescindível permuta de experiências.

Quem tem mais é chamado a dar a quem tem menos.

A pessoa difícil com a qual convivemos é sempre um examinador às avessas na aferição de nossos reais valores.

Todo fardo carregado com amor pode se transformar em escora, impedindo a queda de quem o sustenta.

Não maldigamos o fardo de nossas penosas obrigações cotidianas, convictos de que é justamente ele o instrumento de nosso aperfeiçoamento.

Ninguém irá a parte alguma abandonando o seu fardo à margem da estrada.

Todo débito, cuja quitação se adia, deverá, mais tarde, ser saldado com juros.

Meditemos nestas palavras inseridas em "O Evangelho Segundo o Espiritismo": "Todos aqueles que carregam o seu fardo e assistem seus irmãos são os meus bem-amados".
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Irmão José/Carlos A. Baccelli
Do livro LIÇÕES DA VIDA, ed. Didier
🌿🌹🌿








MENSAGEM DO ESE:


A nova era (III)

 

Santo Agostinho é um dos maiores vulgarizadores do Espiritismo. Manifesta-se quase por toda parte. A razão disso, encontramo-la na vida desse grande filósofo cristão. Pertence ele à vigorosa falange do Pais da Igreja, aos quais deve a cristandade seus mais sólidos esteios. Como vários outros, foi arrancado ao paganismo, ou melhor, à impiedade mais profunda, pelo fulgor da verdade. Quando, entregue aos maiores excessos, sentiu em sua alma aquela singular vibração que o fez voltar a si e compreender que a felicidade estava alhures, que não nos prazeres enervantes e fugitivos; quando, afinal, no seu caminho de Damasco, também lhe foi dado ouvir a santa voz a clamar-lhe: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” exclamou: “Meu Deus! Meu Deus! perdoai-me, creio, sou cristão!” E desde então tornou-se um dos mais fortes sustentáculos do Evangelho. Podem ler-se, nas notáveis confissões que esse eminente espírito deixou, as características e, ao mesmo tempo, proféticas palavras que proferiu, depois da morte de Santa Mônica: Estou convencido de que minha mãe me virá visitar e dar conselhos, revelando-me o que nos espera na vida futura. Que ensinamento nessas palavras e que retumbante previsão da doutrina porvindoura! Essa a razão por que hoje, vendo chegada a hora de divulgar-se a verdade que ele outrora pressentira, se constituiu seu ardoroso disseminador e, por assim dizer, se multiplica para responder a todos os que o chamam.
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— Erasto, discípulo de S. Paulo. (Paris, 1863.).
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, item 11.)




quarta-feira, 12 de agosto de 2020

MELANCOLIA DESTRONADA



A alegria deve preponderar ante a melancolia e, se carecer de esforço, a alma não pode medir sacrifícios, pois é solução urgente na conquista da paz.

Quando a vigilância monta guarda no quartel da mente, ficam sem efeito as investidas da tristeza, por não encontrarem ambiente para a sua nefasta proliferação.

 

Destronar a melancolia é dever do cristão, usando todos os meios possíveis no arejamento da lavoura mental, onde o solo requer adubo de qualidades especiais.

 

Não poderemos ter paz sem harmonia no pensamento.

 

A distonia das ideias provoca um mal-estar indizível, como um entorpecimento no sistema nervoso, cujo resultado são os caminhos da velha ciência médica e das casas de repouso, que nem sempre nos dão o alívio que esperamos.

 

E, em muitos casos, esses recursos nos situam em um círculo vicioso de nos sentirmos seguros somente ao lado de psiquiatras e entorpecentes.

 

A alegria espontânea ainda é o melhor remédio para a dissipação das trevas dos sentimentos.

 

O bem-estar nos devolve a esperança e dota o organismo com a predisposição de que um copo de água servirá de medicamento salutar.

 

Eis aí a fé, nos caminhos do amor.

 

O médico do futuro vai aliar seus conhecimentos biológicos, psíquicos, psicológicos e espirituais, para que eles possam ser, na conversação com o enfermo, a coluna, o arsenal de fluidos magnéticos superiores, onde o doente poderá se abastecer, para que sua mente em desequilíbrio retorne, mesmo momentaneamente, a uma certa paz, podendo, assim, iniciar novo trabalho terapêutico, desembaraçando as ideias, colocando-as livres, onde, antes, seus pensamentos eram escravos de fixação hipnótica dos seus impulsos.

 

O clínico poderá limpar a mente do enfermo pela fala, por sugestões e, se possível, imposição das mãos.
Creiam ou não, a ajuda do mundo espiritual se faz onde a necessidade requer sua presença.

 

Deus é bondade que se irradia por onde quer que seja.

 

A medicina, que deve se aprimorar em breves tempos, não haverá de esquecer a psicologia espiritualizada.

 

O médico, ao atender o doente, deve se preparar mentalmente, não manifestando nenhum problema na mente, não deixando transparecer na conversa nenhum desânimo que possa enfraquecer a fé de quem o ouve.

 

A alegria deve ser estampada em sua feição, com alto teor irradiativo, como, e certamente, o amor.

 

O doente geralmente é triste, mas muito, e muito sensível.

 

É fácil para o clínico mudar suas ideias em poucos minutos, inoculando, na sua mente embaraçada e negativa, o despontar do sol da fé e da esperança, abrindo, com isso, um campo positivo, para que os medicamentos possam ser úteis.

 

É proveitoso que o homem de ciência saiba que a alegria é prerrogativa da alma, consubstanciada nas linhas do amor, donde se conclui que fomos feitos com e para a felicidade.

 

É justo que observemos mais o espírito melancólico, porque ele pode estar ferido pelo orgulho, vaidade ou displicência.

 

Pode ter sido injuriado, mal entendido, ou obcecado.

 

São tantas notas mal postas na introvertida música da melancolia, que é bastante conveniente estudá-las uma por uma, para combatê-las com eficiência.

 

Dados os primeiros passos, a saúde está â porta, porque não há enfermidade de – 86 – consciência.

 

Basta dizer que todas as doenças se enraízam no poder mental, demoram-se no corpo, pela demora nos pensamentos.

 

Alguns desdenham da fé, por não saberem o papel importante que ela desempenha na vida de cada ser.
Jesus dava à fé um lugar de destaque em todos os seus conceitos.
Chegou a dizer: A tua fé te curou .
Quem tiver a fé do tamanho de uma semente de mostarda, transportará montanhas de desesperos, de enfermidades, e com o amor se salvará de todas as possíveis inferioridades do caminho evolutivo.
Assim estará destronada toda a tristeza de viver.
Diz um velho aforismo: Tristeza não paga dívida .
E se não paga dívida física, muito menos resgata débitos cármicos, que o passado nos cobra com correção monetária.
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Horizontes da Mente – Miramez

 






MENSAGEM DO ESE:

Destinação da Terra. Causas das misérias humanas

 

Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista em que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa idéia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.

 

Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima idéia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciaria, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite.

 

Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas, o homem deixa a Terra, quando está curado de suas enfermidades morais.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 6 e 7.)


terça-feira, 11 de agosto de 2020

UM MAL A MENOS


O discípulo, ingênuo e precipitado, interrogou emocionado o Mestre compassivo:

 

— Que poderei fazer para tornar o mundo melhor? Vejo a Humanidade infeliz, campeando em alucinação expressiva, com esgares de perversidade e sempre agressiva.
Em toda parte medram o ódio, a inveja, a perseguição gratuita. As pessoas digladiam-se encarniçadamente e somente encontro sombras onde esperava descobrir a luz... Que fazer?

 

O Mestre permaneceu em sereno silêncio, enquanto o aprendiz retornava à carga:

 

— Gostaria de extirpar o mal da Terra por definitivo, acabar com a miséria e o sofrimento, mas sinto-me sem recursos.
Que poderei fazer em favor dos infelizes e perversos?

 

Tomado de compaixão pelo desarvorado candidato à transformação do Planeta, redarguiu o sábio:

 

— Mudar as condições da Terra e dos seus habitantes, neste momento, é tarefa impossível. No entanto, se te encontras realmente interessado em contribuir em favor da Humanidade para que seja feliz, adentra-te em ti mesmo, e faze-te gentil, melhor e iluminado, havendo, a partir deste momento, um perverso e ignorante a menos no mundo...

...E continuou meditando.
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Livro: A Busca da Perfeição
Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Eros
EBM Editora





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MENSAGEM DO ESE:
Não vos afadigueis pela posse do ouro

 

Não vos afadigueis por possuir ouro, ou prata, ou qualquer outra moeda em vossos bolsos. — Não prepareis saco para a viagem, nem dois fatos, nem calçados, nem cajados, porquanto aquele que trabalha merece sustentado.

 

Ao entrardes em qualquer cidade ou aldeia, procurai saber quem é digno de vos hospedar e ficai na sua casa até que partais de novo. — Entrando na casa, saudai-a assim: Que a paz seja nesta casa. Se a casa for digna disso, a vossa paz virá sobre ela; se não o for, a vossa paz voltará para vós.

 

Quando alguém não vos queira receber, nem escutar, sacudi, ao sairdes dessa casa ou cidade, a poeira dos vossos pés. — Digo-vos, em verdade: no dia do juízo, Sodoma e Gomorra serão tratadas menos rigorosamente do que essa cidade. (S. MATEUS, cap. X, vv. 9 a 15.)

 

Naquela época, nada tinham de estranhável essas palavras que Jesus dirigiu a seus apóstolos, quando os mandou, pela primeira vez, anunciar a boa-nova. Estavam de acordo com os costumes patriarcais do Oriente, onde o viajor encontrava sempre acolhida na tenda. Mas, então, os viajantes eram raros. Entre os povos modernos, o desenvolvimento da circulação houve de criar costumes novos. Os dos tempos antigos somente se conservam em países longínquos, onde ainda não penetrou o grande movimento. Se Jesus voltasse hoje, já não poderia dizer a seus aposto-los: “Ponde-vos a caminho sem provisões.”

 

A par do sentido próprio, essas palavras guardam um sentido moral muito profundo. Proferindo-as, ensinava Jesus a seus discípulos que confiassem na Providência. Ao demais, eles, nada tendo, não despertariam a cobiça nos que os recebessem. Era um meio de distinguirem dos egoístas os caridosos. Por isso foi que lhes disse: “Procurai saber quem é digno de vos hospedar” ou: quem é bastante humano para agasalhar o viajante que não tem com que pagar, porquanto esses são dignos de escutar as vossas palavras; pela caridade deles é que os reconhecereis.

 

Quanto aos que não os quisessem receber, nem ouvir, recomendou ele porventura aos apóstolos que os amaldiçoassem, que se lhes impusessem, que usassem de violência e de constrangimento para os converterem? Não; mandou, pura e simplesmente, que se fossem embora, à procura de pessoas de boa vontade.

 

O mesmo diz hoje o Espiritismo a seus adeptos: não violenteis nenhuma consciência; a ninguém forceis para que deixe a sua crença, a fim de adotar a vossa; não anatematizeis os que não pensem como vós; acolhei os que venham ter convosco e deixai tranqüilos os que vos repelem. Lembrai-vos das palavras do Cristo. Outrora, o céu era tomado com violência; hoje o é pela brandura.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 9 a 11.)

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DECÁLOGO PARA NÓS



1. Guardaremos nossa consciência fiel a Deus acima de tudo.

2. Tomaremos Jesus por Mestre constante seguindo-Lhe os passos.

3. Não permutaremos valores eternos por futilidades do caminho.

4. Honraremos nossos antepassados com o desempenho de nossas obrigações a fim de que o Senhor nos abençoe.

5. Respeitaremos no corpo o vaso sagrado em que se expressará a Vontade Divina.

6. Não esperaremos pelos outros na execução das boas obras.

7. Não mataremos senão o mal que ainda se enraíza dentro de nós.

8. Distribuiremos a verdade com amor de modo a não ferir.

9. Não cobiçaremos do próximo senão a santidade e o caráter cristão.

10. Procuraremos o bem através de todas as pessoas e circunstâncias de pensamento voltado para Jesus, hoje e sempre.
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EMMANUEL
CHICO XAVIER



segunda-feira, 10 de agosto de 2020

CONTA COM DEUS

Não te queixes. Trabalha.
Não te desculpes. Aceita.

Não te lastimes. Age.
Não provoques. Silencia.

Não acuses. Ampara.
Não te irrites. Desculpa.

Não grites. Pondera e explica.
Não reclames. Coopera.

Não condenes. Socorre.
Não te perturbes. Espera.

Nada exijas dos outros.
Conta sempre com Deus.
🍃🌼🍃
Livro: Algo Mais
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
IDEAL – Instituto de Divulgação Editora André Luiz
 










MENSAGEM DO ESE:

Perdão das ofensas (II)

 

Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si próprio; perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar-se melhor do que era. Perdoai, pois, meus amigos, a fim de que Deus vos perdoe, porquanto, se fordes duros, exigentes, inflexíveis, se usardes de rigor até por uma ofensa leve, como querereis que Deus esqueça de que cada dia maior necessidade tendes de indulgência? Oh! ai daquele que diz: “Nunca perdoarei”, pois pronuncia a sua própria condenação. Quem sabe, aliás, se, descendo ao fundo de vós mesmos, não reconhecereis que fostes o agressor? Quem sabe se, nessa luta que começa por uma alfinetada e acaba por uma ruptura, não fostes quem atirou o primeiro golpe, se vos não escapou alguma palavra injuriosa, se não procedestes com toda a moderação necessária? Sem dúvida, o vosso adversário andou mal em se mostrar excessivamente suscetível; razão de mais para serdes indulgentes e para não vos tornardes merecedores da invectiva que lhe lançastes. Admitamos que, em dada circunstância, fostes realmente ofendido: quem dirá que não envenenastes as coisas por meio de represálias e que não fizestes degenerasse em querela grave o que houvera podido cair facilmente no olvido? Se de vós dependia impedir as conseqüências do fato e não as impedistes, sois culpados. Admitamos, finalmente, que de nenhuma censura vos reconheceis merecedores: mostrai-vos dementes e com isso só fareis que o vosso mérito cresça.

 

Mas, há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitas pessoas dizem, com referência ao seu adversário: “Eu lhe perdôo”, mas, interiormente, alegram-se com o mal que lhe advém, comentando que ele tem o que merece. Quantos não dizem: “Perdôo” e acrescentam. “mas, não me reconciliarei nunca; não quero tornar a vê-lo em toda a minha vida.” Será esse o perdão, segundo o Evangelho? Não; o perdão verdadeiro, o perdão cristão é aquele que lança um véu sobre o passado; esse o único que vos será levado em conta, visto que Deus não se satisfaz com as aparências. Ele sonda o recesso do coração e os mais secretos pensamentos. Ninguém se lhe impõe por meio de vãs palavras e de simulacros. O esquecimento completo e absoluto das ofensas é peculiar às grandes almas; o rancor é sempre sinal de baixeza e de inferioridade. Não olvideis que o verdadeiro perdão se reconhece muito mais pelos atos do que pelas palavras. 
— Paulo, apóstolo. (Lião, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 15.)

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NÃO QUEIRAS SABER

 



Crendo-te injustiçado pela Vida, não queiras saber o que fizeste no passado.

Não te arrisques a remexer feridas que ainda não cicatrizaram.

Há grande possibilidade de teres sido em vidas anteriores o que, sob o aspecto negativo, não imaginas que foste.

As tuas mãos, com certeza, mais apedrejaram que abençoaram...

Provavelmente, semeaste mais espinhos do que flores...

Se essa, talvez, ao longo dos milênios, esteja sendo a tua mais proveitosa experiência no corpo, podes deduzir como devem ter sido as demais.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Pai, Perdoa-lhes!")