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segunda-feira, 19 de julho de 2021

EXISTÊNCIAS SEM PROVEITO


“... da mesma maneira que, na vida humana, há dias infrutíferos, na do espírito há existências corpóreas sem proveito, porque ele não soube conduzi-las.”

(comentário efetuado por Allan Kardec
à questão 191a de O Livro dos Espíritos)

De fato, existem espíritos que pouco ou quase nada avançam de uma existência para outra. São aqueles que nunca se preocuparam com o sentido da Vida e não se detiveram a meditar em sua transcendência.

Espíritos que jamais indagaram de si, do seu comprometimento com a Criação, colocando-se, diante dela, apenas e tão somente na condição de desfrutadores.

Quantos são os que passam pelo mundo sem verter sequer uma gota de suor em prol da coletividade? Quantos os que não se consentem inspirar por um ideal superior, consumindo o tempo entre a ociosidade e a indiferença?

Quantos os que se dispõem a colher o que não semearam?...

Por esse motivo, e outros mais, o progresso do espírito, por vezes, se revela tão lento, dando azo àqueles que, se opondo à Reencarnação, argumentam que, caso semelhante tese fosse autêntica, dentro do contexto da História a evolução do homem já teria logrado alcançar diferente patamar.

A questão, porém, é que o ser, no curto espaço de uma única existência, não se integraliza e, na maioria, o progresso é mais aparente do que real. Quantos, por exemplo, se fixam em pontos de vista equivocados, que defendem apaixonadamente sem se tornarem receptivos a sementes de novas ideias? Quantos criam quase inexpugnáveis mecanismos de defesa, apenas com o propósito de não serem incomodados?...

Acreditemos: não fosse o indispensável concurso do sofrimento, espíritos há que atravessariam a eternidade sem se moverem do próprio lugar!... Se a morte não os sequestrasse às ilusões acalentadas e a reencarnação não os induzisse a trilhar novos caminhos, confrontado-se com situações totalmente inesperadas, haveriam de se insensibilizar indefinidamente e argumento algum os convenceria quanto à necessidade de mudança.

Consideremos, ainda, os incontáveis espíritos que, durante séculos, se perdem no labirinto do fanatismo e do preconceito, do qual, intencionalmente, não desejam sair, a fim de que não tenham que assumir as consequências de seus erros e demandas, predispondo-se ao penoso empreendimento de reformular antigas e arraigadas concepções.
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Livro: Andai Enquanto Tendes Luz
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier
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MENSAGEM DO ESE:

O suicídio e a loucura (III)

O Espiritismo ainda produz, sob esse aspecto, outro resultado igualmente positivo e talvez mais decisivo. Apresenta-nos os próprios suicidas a informar-nos da situação desgraçada em que se encontram e a provar que ninguém viola impunemente a lei de Deus, que proíbe ao homem encurtar a sua vida. Entre os suicidas, alguns há cujos sofrimentos, nem por serem temporários e não eternos, não são menos terríveis e de natureza a fazer refletir os que porventura pensam em daqui sair, antes que Deus o haja ordenado.

O espírita, tem assim, vários motivos a contrapor à idéia do suicídio: a certeza de uma vida futura, em que, sabe-o ele, será tanto mais ditoso, quanto mais inditoso e resignado haja sido na Terra: a certeza de que, abreviando seus dias, chega, precisamente, a resultado oposto ao que esperava; que se liberta de um mal, para incorrer num mal pior, mais longo e mais terrível; que se engana, imaginando que, com o matar-se, vai mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo a que no outro mundo ele se reúna aos que foram objeto de suas afeições e aos quais esperava encontrar; donde a conseqüência de que o suicídio, só lhe trazendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses. Por isso mesmo, considerável já é o número dos que têm sido, pelo Espiritismo, obstados de suicidar-se, podendo daí concluir-se que, quando todos os homens forem espiritas, deixará de haver suicídios conscientes. Comparando-se, então, os resultados que as doutrinas materialistas produzem com os que decorrem da Doutrina Espírita, somente do ponto de vista do suicídio, forçoso será reconhecer que, enquanto a lógica das primeiras a ele conduz, a da outra o evita, fato que a experiência confirma.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 17.)

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Cobrando débito antigo



Noras cruéis, genros brutos,
Pai tirânico e violento,
São contas do crediário
Resgatado a sofrimento...


Rusgas, brigas e desgostos
Espinheirais do passado,
Pagamento a prestações
De culpas por atacado...


Nossos erros de outras eras,
Ódio, inveja, tentação,
Retornam pela família
Na lei da reencarnação.


Quem amou, quem deu de si,
Sobe de altura e lugar,
Quem fez sofrer vem sofrer,
Quem bateu vem apanhar.


Quem dos outros fez capacho,
Cria resgate severo,
Quem foge ao próprio dever
Vem de novo á estaca zero.


Parentela é escola santa
Sempre que a vemos daqui,
Cada qual encontra em casa
Aquilo que fez de si.


Ame, perdoe, sirva e ajude
Quanto ao mais, meu caro irmão
Se você sofre em família,
Não reclame, aguente, João.
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Cornélio Pires
Médium: Francisco Cândido Xavier
Obra: Retratos da Vida


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