Dez sugestões para meditar, antes da crítica:
I — Colocar-nos no lugar da pessoa acusada, pesquisando no íntimo quais seriam as nossas reações nas mesmas circunstâncias.
II — Perguntar a nós mesmos o que já fizemos, em favor da criatura em dificuldade para que ela não descesse de nível.
III — Reconhecer o grau de responsabilidade que nos compete no assunto em pauta.
IV — Observar o lado bom do irmão ou da irmã em lide, a fim de concluir se não temos mais razões para agradecer e louvar do que para aborrecer ou reprovar.
V — Recorrer à memória e lembrar, com sinceridade, se já conseguimos vencer qualquer grande crise moral da existência, sem o auxílio de alguém.
VI — Verificar, em sã consciência, se temos efetivamente certeza da falta pela qual são apontados o companheiro ou a companheira, em torno de quem somos convidados a emitir opinião.
VII — Deduzir, pelo estudo de nós próprios, se possuímos suficientes recursos para corrigir sem ofender.
VIII — Examinar até que ponto a criatura acusada terá agido exclusivamente por si ou sob controle e domínio de obsessores, sejam eles encarnados ou desencarnados, com interesse na perturbação do ambiente em que vivemos.
IX — Refletir na maneira pela qual estimamos ser tratados por nossos amigos quando entramos em erro.
X — Orar pelos nossos irmãos menos felizes e por nós mesmos, antes de criticar-lhes quaisquer manifestações.
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André Luiz
Chico Xavier
Obra: Passos da vida
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MENSAGEM DO ESE:
Preces inteligíveis
Se eu não entender o que significam as palavras, serei um bárbaro para aquele a quem falo e aquele que me fala será para mim um bárbaro.
— Se oro numa língua que não entendo, meu coração ora, mas a minha inteligência não colhe fruto.
— Se louvais a Deus apenas de coração, como é que um homem do número daqueles que só entendem a sua própria língua responderá amém no fim da vossa ação de graças, uma vez que ele não entende o que dizeis?
— Não é que a vossa ação não seja boa, mas os outros não se edificam com ela. (S. PAULO, 1ª aos Coríntios, cap. XIV, vv. 11, 14, 16 e 17.)
A prece só tem valor pelo pensamento que lhe está conjugado. Ora, é impossível conjugar um pensamento qualquer ao que se não compreende, porquanto o que não se compreende não pode tocar o coração. Para a imensa maioria das criaturas, as preces feitas numa língua que elas não entendem não passam de amálgamas de palavras que nada dizem ao espírito. Para que a prece toque, preciso se torna que cada palavra desperte uma idéia e, desde que não seja entendida, nenhuma idéia poderá despertar. Será dita como simples fórmula, cuja virtude dependerá do maior ou menor número de vezes que a repitam.
Muitos oram por dever; alguns, mesmos, por obediência aos usos, pelo que se julgam quites, desde que tenham dito uma oração determinado número de vezes e em tal ou tal ordem. Deus vê o que se passa no fundo dos corações; lê o pensamento e percebe a sinceridade. Julgá-lo, pois, mais sensível à forma do que ao fundo é rebaixá-lo.
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 16 e 17.)
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O lado avesso
Soubéssemos praticar o espírito de aceitação que nos sugerem os ensinamentos do Cristo e decerto que a nossa vida se desdobraria em degraus de paz e luz, ante os nossos anseios de elevação.
Não é a doença, no mundo, que nos fere tanto.
É o desgosto de não usufruirmos a saúde que vemos nos outros.
Não é o parente infeliz que mais nos incomoda.
Preocupamo-nos muito mais com a impressão deprimente que esse mesmo familiar suscita naqueles que nos desfrutam a amizade e a convivência.
Não nos afligimos tanto com a moradia rústica que ocupamos.
Sofremos muito mais, em reconhecendo que não dispomos da residência super-confortável desse ou daquele companheiro.
Não nos amarguramos tanto com o defeito orgânico que nos assinala.
Lastimamos mais intensamente o fato de não possuirmos o corpo harmonioso da maioria de nossos amigos.
Em verdade, a paciência nos edifica, no entanto, o lado avesso da paciência é que nos aniquila ou perturba o modo de ser. E esse outro lado da abençoada virtude tem o nome de intolerância.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Espera Servindo
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