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terça-feira, 2 de agosto de 2022

Parentesco e filiação



1. — A morte arquiva os serviços inacabados das criaturas humanas?

No mundo, a morte parece uma estação de problemas insolvíveis, arquivando serviços inacabados. Entretanto, isso é apenas aparência.


2. — As consequências dos crimes obscuros dos homens terminam com a morte?

Dramas passionais, crimes que não foram investigados pelos juízes humanos, tragédias íntimas e assaltos na sombra cujos protagonistas sabemos identificar por vítimas e carrascos, não desaparecem no silencio do túmulo, porque a vida prossegue, além da morte, desdobrando causas e consequências.


3. — O princípio de causa e efeito funciona além da morte?

O princípio de causa e efeito tanto funciona na existência humana, quanto além dos implementos físicos perecíveis.


4. — Para onde nos conduz a morte?

Porque nós outros, seres humanos encarnados e desencarnados, somos ainda discípulos imperfeitos e inexperientes da vida, a morte não nos impele, em definitivo, às Esferas superiores e nem nos rebaixa, indefinidamente, a Círculos degradantes.


5. — Para as criaturas humanas o que significa a vida terrestre?

Considera-nos a Lei Divina por inteligências juvenis, sob o patrocínio da escola, concedendo-nos, na vida terrestre o mais alto campo edificante e reeducativo.


6. — Qual a conexão entre a consanguinidade e o destino?

Nos elos da consanguinidade reavemos o convívio de todos aqueles que se nos associaram ao destino, pelos vínculos do bem ou do mal, através das portas benditas da reencarnação.


7. — Que precisamos para vencer na luta doméstica?

Unge-te de paciência, amor, compreensão, devotamento, bom ânimo e humildade, a fim de aprender e vencer, na luta doméstica. No mundo, o lar é a primeira escola da reabilitação e do reajuste.


8. — O que foram, em vidas anteriores os pais despóticos?

Quase sempre, os pais despóticos de hoje são aqueles filhos do passado, em cuja mente inoculamos o egoísmo e a intolerância.


9. — E o filho rebelde?

O filho rebelde e vicioso é o irmão que arrojamos, um dia, à intemperança e à delinquência


10. — E a filha desatinada?

A filha detida nos desregramentos do coração é a jovem que, noutro tempo, induzimos ao desequilíbrio e à crueldade.


11. — E o marido desleal?

O marido ingrato e desleal, em muitas circunstâncias, é o mesmo esposo do pretérito, que precipitamos na deserção, com os próprios exemplos menos felizes.


12. — E a esposa desorientada?

A companheira desorientada, que nos amarga o sentimento, é a mulher que menosprezamos, em outra época, obrigando-a a resvalar no poço da loucura.


13. — E os parentes abnegados?

Os parentes abnegados, em que nos escoramos, são os amigos de outras eras, com os quais já construímos os sólidos alicerces da amizade e do entendimento, propiciando-nos o reconforto da segurança recíproca.


14. — Como influi o nosso passado no clima familiar e na atividade profissional?

Cada elo de simpatia ou cada sombra de desafeto, que surpreendemos na família ou na atividade profissional, são forças do passado a nos pedirem mais amplas afirmações de trabalho na vitória do bem.


15. — Em vista de tudo isso, que nos cabe fazer ante os parentes?

Eis porque, perante os parentes e companheiros de jornada, urge consagrar-te à felicidade de todos e fazer o melhor que possas, a benefício de cada um.


16. — O que devemos fazer se a presença de alguém nos é penosa?

Se a presença de alguém nos é penosa ou difícil ao coração, anulemos os impulsos negativos que nos surjam na alma e convertamos as nossas relações com esse alguém numa sementeira constante de paz e luz.


17. — Todo laço de parentesco possui razão de ser?

Ninguém possui sem razão esse ou aquele laço de parentesco, de vez que o acaso não existe nas obras da Criação.

🌴💐🌴
Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Leis de amor
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02 de agosto

Aprenda a agir espontaneamente, por intuição, e faça o que o seu coração lhe ordena, não somente o que sua mente lhe diz que é razoável e sensato. 

Alguns atos de puro amor podem parecer irracionais, até bobos, aos olhos de outras pessoas, mas não importa.

 Quando você escutar o comando para agir, aja, e não pare para pesar as consequências ou imaginar o porquê daquilo.

 Um pequeno ato de amor pode ter um efeito de longo alcance, ou os resultados podem não ser aparentes. 

Não perca tempo procurando pelos resultados; simplesmente faça o que deve ser feito e deixe o resto para Mim. 

Às vezes leva muito tempo para uma semente germinar num coração duro e frio, mas, uma vez plantada, ela vai ter que desabrochar mais cedo ou mais tarde. 

Tudo que você precisa fazer é cumprir a sua tarefa com fé e ter a certeza que tudo caminha muito, muito bem.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Abandonar pai, mãe e filhos

Aquele que houver deixado, pelo meu nome, sua casa, os seus irmãos, ou suas irmãs, ou seu pai, ou sua mãe, ou sua mulher, ou seus filhos, ou suas terras, receberá o cêntuplo de tudo isso e terá por herança a vida eterna. (S. MATEUS, cap. XIX, v. 29.)

Então, disse-lhe Pedro: Quanto a nós, vês que tudo deixamos e te seguimos. — Jesus lhe observou: Digo-vos, em verdade, que ninguém deixará, pelo reino de Deus, sua casa, ou seu pai, ou sua mãe, ou seus irmãos, ou sua mulher, ou seus filhos — que não receba, já neste mundo, muito mais, e no século vindouro a vida eterna. (S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 28 a 30.)

Disse-lhe outro: Senhor, eu te seguirei; mas, permite que, antes, disponha do que tenho em minha casa. — Jesus lhe respondeu: Quem quer que, tendo posto a mão na charrua, olhar para trás, não esta apto para o reino de Deus. (S. LUCAS, cap. IX, vv. 61 e 62.)

Sem discutir as palavras, deve-se aqui procurar o pensamento, que era, evidentemente, este: “Os interesses da vida futura prevalecem sobre todos os interesses e todas as considerações humanas”, porque esse pensamento está de acordo com a substância da doutrina de Jesus, ao passo que a idéia de uma renunciação à família seria a negação dessa doutrina.

Não temos, aliás, sob as vistas a aplicação dessas máximas no sacrifício dos interesses e das afeições de família aos da Pátria? Censura-se, porventura, aquele que deixa seu pai, sua mãe, seus irmãos, sua mulher, seus filhos, para marchar em defesa do seu país? Não se lhe reconhece, ao contrário, grande mérito em arrancar-se às doçuras do lar doméstico, aos liames da amizade, para cumprir um dever? É que, então, há deveres que sobrelevam a outros deveres. Não impõe a lei à filha a obrigação de deixar os pais, para acompanhar o esposo? Formigam no mundo os casos em que são necessárias as mais penosas separações. Nem por isso, entretanto, as afeições se rompem. 

O afastamento não diminui o respeito, nem a solicitude do filho para com os pais, nem a ternura destes para com aquele. Vê-se, portanto, que, mesmo tomadas ao pé da letra, excetuado o termo odiar, aquelas palavras não seriam uma negação do mandamento que prescreve ao homem honrar a seu pai e a sua mãe, nem do afeto paternal; com mais forte razão, não o seriam, se tomadas segundo o espírito. Tinham elas por fim mostrar, mediante uma hipérbole, quão imperioso é para a criatura o dever de ocupar-se com a vida futura. Aliás, pouco chocantes haviam de ser para um povo e numa época em que, como conseqüência dos costumes, os laços de família eram menos fortes, do que no seio de uma civilização moral mais avançada. Esses laços, mais fracos nos povos primitivos, fortalecem-se com o desenvolvimento da sensibilidade e do senso moral. A própria separação é necessária ao progresso. Assim as famílias como as raças se abastardam, desde que se não entrecruzem, se não enxertem umas nas outras. É essa uma lei da Natureza, tanto no interesse do progresso moral, quanto no do progresso físico.

Aqui, as coisas são consideradas apenas do ponto de vista terreno. O Espiritismo no-las faz ver de mais alto, mostrando serem os do Espírito e não os do corpo os verdadeiros laços de afeição; que aqueles laços não se quebram pela separação, nem mesmo pela morte do corpo; que se robustecem na vida espiritual, pela depuração do Espírito, verdade consoladora da qual grande força haurem as criaturas, para suportarem as vicissitudes da vida.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIII, itens 4 a 6.)
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Você...


Você que se diz cristão, pergunte-se a si mesmo há quanto tempo não visita um barraco, não vela a dor de um enfermo que não seja seu parente, não se aproxima de um miserável nas bordas dos lixões de sua cidade.

Você, que sonha tanto com a ajuda de Jesus, há quanto tempo tem deixado Jesus sozinho nos ambientes sórdidos da miséria?

Quantas vontades pessoais você deixou de realizar para fazer apenas um dos desejos do Cristo?

Pense, sem ter medo de se envergonhar, há quanto tempo você não faz alguma coisa a mais do que dar uns trocados para ajudar, há quanto tempo se limita a dar cestas de alimentos a instituições sem levá-las aos famintos, há quanto tempo não vê uma criança pobre com o nariz escorrendo pedindo o seu lenço, há quanto tempo só se limita a rezar em templos, em centros espíritas, a conversar com entidades, a esclarecer obsessores, a fazer da sua fé, apenas um momento limpo e perfumado, nos ambientes protegidos das instituições religiosas, em cerimônias suntuosas ou barulhentas?

Quando precisamos de Jesus sempre o localizamos. No entanto, por que, quando Ele precisa de nós, raramente nos encontra e quando nos acha, nunca estamos disponíveis?

Como desejamos encontrar Jesus se dificilmente andamos pelos mesmos caminhos que Ele anda, carregando a nossa cruz sem reclamar e ajudando os que precisam?

Isso não é ser cristão.

É apenas fantasiar-se de...

Não nos esqueçamos:

Para os sepulcros caiados por fora, mas podres por dentro, haverá sempre pranto e ranger de dentes.

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Livro: Sob as Mãos da Misericórdia
André Luiz Ruiz, pelo Espírito Lucius
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NÃO PERDOAR


Bezerra de Menezes, já devotado à Doutrina Espírita, almoçava, certa feita, em casa de Quintino Bocaiúva, o grande republicano, e o assunto era o Espiritismo, pelo qual o distinto jornalista passara a interessar-se.

Em meio da conversa, aproxima-se um serviçal e comunica ao dono da casa:

- Doutor, o rapaz do acidente está aí com um policial.

Quintino, que fora surpreendido no gabinete de trabalho com um tiro de raspão, que, por pouco, não lhe atingiu a cabeça, estava indignado com o servidor que inadvertidamente fizera o disparo.

- Manda-o entrar – ordenou o político.

- Doutor – roga o moço preso, em lágrimas -, perdoe o meu erro! Sou pai de dois filhos... Compadeça-se! Não tinha qualquer má intenção... Se o senhor me processar, que será de mim? Sua desculpa me livrará! Prometo não mais brincar com armas de fogo! Mudarei de bairro, não incomodarei o senhor...

O notável político, cioso da própria tranquilidade, respondeu:

- De modo algum. Mesmo que o seu ato tenha sido de mera imprudência, não ficará sem punição.

Percebendo que Bezerra se sentia mal, vendo-o assim encolerizado, considerou, à guisa de resposta indireta:

- Bezerra, eu não perdoo, definitivamente não perdoo...

Chamado nominalmente à questão, o amigo exclamou desapontado:

- Ah!... você não perdoa!

Sentindo-se intimamente desaprovado, Quintino Bocaiúva falou irritado:

- Não perdoo erro. E você acha que estou fora do meu direito?

O Dr. Bezerra cruzou os braços com humildade e respondeu:

- Meu amigo, você tem plenamente o direito de não perdoar, contanto que você não erre...

A observação penetrou Quintino Bocaiúva como um raio.

O grande político tomou um lenço, enxugou o suor que lhe caía em bagas, tornou à cor natural, e, após refletir alguns momentos, disse ao policial:

- Solte o homem. O caso está liquidado.

E para o moço que mostrava profundo agradecimento:

- Volte ao serviço hoje mesmo, e ajude na copa. Em seguida, lançou inteligente olhar para Bezerra, e continuou a conversação no ponto em que haviam ficado.

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Pelo Espírito Hilário Silva
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Obra: Almas em desfile
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