quinta-feira, 13 de junho de 2024

A proteção de Santo Antônio





Conta-nos venerando amigo que Antônio de Pádua, no luminoso domicílio do plano superior, onde trabalha na extensão da glória Divina, continuamente recebia preces de pequena família dos montes italianos.
Todos os dias, era instado a prestar socorros e enlevava-se com as
incessantes manifestações de tamanha fé.

O admirável taumaturgo, por vezes, nas poucas horas de lazer, recreava-se anotando o registro dos petitórios, procedentes daquele reduzido núcleo familiar. Sorria, encantado, relacionando-lhes as solicitações. O grupinho devoto suplicava-lhe a concessão das melhores
coisas. Lembrava-lhe o nome, a propósito de tudo. Nas enxaquecas dos donos da casa. Nos sonhos das filhas casadouras. Nos desatinos do rapaz.
Nos sapatos das crianças.

O santo achava curiosa a repetição das rogativas. Variavam de trimestre a trimestre, repetindo-se, porém, cronologicamente. Assim é que determinava aos colaboradores o fornecimento de recursos sempre
iguais, de conformidade com as estações. Dinheiro e utilidades, socorro e medicação, alegria e reconforto.

Reproduziam-se os votos, na atividade rotineira, quando Santo Antônio
reparando, mais detidamente, as notas de que dispunha, verificou, surpreso, que aquele punhado de crentes confiantes não apresentara, ainda,  nem um só pedido de trabalho. O protetor generoso meditou, apreensivo, e como a devoção continuasse, fresca e ingênua, por parte
dos beneficiários, deliberou visitá-los pessoalmente.

Expediu aviso prévio e desceu, no dia marcado, para verificações diretas. Desejava inteirar-se de quanto ocorria.
De posse da notificação, celestino, inteligente cooperador espiritual dele, veio esperá-lo, não longe da residência humilde dos camponeses.
O iluminado solicitou notícias e o companheiro de boas obras respondeu, respeitoso:

— Em breve, sabereis tudo.

Com efeito, daí a momentos penetravam em pequeno recinto rural, uma casa antiga, um jardim abandonado, um quintal escarpado entregue ao mato inútil e um telheiro a ruir, fingindo estábulo, onde uma vaca remoía a última refeição.

Entraram.

Na sala, em trajes domingueiros de regresso da missa, um casal de velhos ouvia a conversação dos filhos, um jovem robusto, duas moças casadeiras e duas crianças.

Santo Antônio abençoou o quadro doméstico, observando que a sua
efígie era guardada carinhosamente por todos. As impressões verbais eram intercaladas de louvores ao seu nome. De instante a instante, assinalava-se o estribilho:

— Graças a Santo Antônio!

Voltando-se para o cooperador atento, o pretigioso amigo celeste pediu esclarecimentos quanto aos serviços do grupo. Foi informado, então, de que nenhum dos membros daquela comunidade possuía trabalho certo, convenientemente remunerado. Celestino, aliás, terminou sem circunlóquios:

— O pessoal gira em torno de uma vaca, que torno participante de vossas bênçãos.

— Como? — indagou o santo, admirado.

— O pai, que se diz doente, angaria capim, de modo a alimentá-la. As jovens ordenham-na duas vezes por dia. O rapaz conduz o leite à vila para vender. Bolinha, a vaca protetora, sai do quintal somente cinco dias por ano, quando passeia junto a rebanho próximo. É obrigada a
fornecer seis a oito litros de leite, em média diária, e um bezerro anualmente. A dona da casa envolve-a em atmosfera de doce agasalho e os meninos escovam-na cuidadosamente. Apesar disso, porém, vive abatida, entre as cercas do escarpado curral. Sabendo nós quanto amor consagrais a esta granja, repartimos com a humildade vaquinha as dádivas
incessantes que vossa generosidade nos envia. Desse modo, garantimos-lhe a saúde e o bem-estar, porquanto, se a produção dela cair, que sucederá aos vossos despreocupados devotos? Bolinha é tudo o que lhes garante o pão e a vestimenta de hoje e de amanhã.

Antônio dirigiu-se ao estábulo, pensativo...
Acariciou o animal heróico e voltou ao interior.
Na palestra íntima, animada, ouvia-se, de momento a momento:

— Louvado seja Santo Antônio!

— Viva Santo Antônio!

— Santo Antônio rogará por nós!

De permeio, sobravam queixas do mundo.

O advogado celestial, algo triste, convidou o companheiro a retirar-se e acrescentou:

— Auxiliemos positivamente esta família tão infeliz.

Antônio acercou-se da vaca, levantou-a, e sem que Bolinha percebesse guiou-a para alto, de onde se contemplava enorme precipício. Do cimo, o santo ajudou-a a projetar-se rampa abaixo. Em breves segundos a vaca não mais pertencia ao rol dos animais vivos na Terra.
Ante o colaborador assombrado, explicou-se o taumaturgo:

— Muitas vezes, para bem amparar, é imprescindível retirar as escoras.

E voltou para o Céu.

Do dia seguinte em diante, as orações estavam modificadas. Os camponeses fizeram solicitação geral de serviço e, com o trabalho digno e construtivo de cada um, a prosperidade legítima lhes renovou o lar,
carreando-lhes paz, confiança e júbilos sem-fim...

Quantos Benfeitores Espirituais são diariamente compelidos a imitar, no mundo dos homens encarnados, a proteção de Santo Antônio?

🌻🌾🌻
IRMÃO X
Psicografia de
Francisco Cândido Xavier
Obra: Luz acima 
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13 de junho

É muito importante que você adote a atitude certa em relação às coisas.

Você não pode querer crescer e se expandir espiritualmente se a sua atitude é negativa e você só consegue enxergar as dificuldades e os obstáculos da vida.

Existe sempre algo de bom em toda situação se você olhar pelo ângulo certo, e há sempre algo que devemos agradecer.

Quando não existe amor em seu coração você se torna cego para as coisas boas, para o que as almas à sua volta têm de bom e para esta vida maravilhosa que é a sua.

Como você é abençoado!

Mas a não ser que você esteja disposto a aceitar e reconhecer estes fatos, e ser agradecido por eles, você irá se lamentar pela vida afora, com os olhos tapados.

Avalie-se e se você se sentir emperrado, a melhor maneira de mudar a situação é começando a se doar para os outros.

A vida é o que você faz dela.

O que é que você está fazendo da sua vida?

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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Mensagem do ESE:

Os tormentos voluntários

Vive o homem incessantemente em busca da felicidade, que também incessantemente lhe foge, porque felicidade sem mescla não se encontra na Terra. Entretanto, mau grado às vicissitudes que formam o cortejo inevitável da vida terrena, poderia ele, pelo menos, gozar de relativa felicidade, se não a procurasse nas coisas perecíveis e sujeitas às mesmas vicissitudes, isto é, nos gozos materiais em vez de a procurar nos gozos da alma, que são um prelibar dos gozos celestes, imperecíveis; em vez de procurar a paz do coração, única felicidade real neste mundo, ele se mostra ávido de tudo que o agitará e turbará, e, coisa singular! o homem, como que de intento, cria para si tormentos que está nas suas mãos evitar.

Haverá maiores do que os que derivam da inveja e do ciúme? Para o invejoso e o ciumento, não há repouso; estão perpetuamente febricitantes. O que não têm e os outros possuem lhes causa insônias. Dão-lhes vertigem os êxitos de seus rivais; toda a emulação, para eles, se resume em eclipsar os que lhes estão próximos, toda a alegria em excitar, nos que se lhes assemelham pela insensatez, a raiva do ciúme que os devora. Pobres insensatos, com efeito, que não imaginam sequer que, amanhã talvez, terão de largar todas essas frioleiras cuja cobiça lhes envenena a vida! Não é a eles, decerto, que se aplicam estas palavras: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados”, visto que as suas preocupações não são aquelas que têm no céu as compensações merecidas.

Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é. Esse é sempre rico, porquanto, se olha para baixo de si e não para, cima, vê sempre criaturas que têm menos do que ele. É calmo, porque não cria para si necessidades quiméricas. E não será uma felicidade a calma, em meio das tempestades da vida?

🌻🌾🌻
— Fénelon. (Lião, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 23.)
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Prevenções


Não permitas que a prevenção negativa te obscureça o pensamento.
A imaginação intoxicada por ideias infelizes é capaz de gerar enfermidades que, por vezes, raiam na loucura ou na delinquência.

Habitua-te a refletir com elevação nas razões alheias, tanto quanto agradeces, aos que te rodeiam, a compreensão com que acolhem as tuas, nessa ou naquela circunstância, a fim de que a paz permaneça contigo.

Não mentalizes o mal, quando determinadas atitudes dos outros se te afigurem diferentes.

O amigo que se te afastou da convivência terá problemas graves que ainda não conheces;

a irmã que, de momento, não te considerou a palavra, decerto estaria fixando a atenção em assuntos outros que lhe prenderam os ouvidos em provisória surdez;

o chefe ou o subalterno que te receberam em serviço com o sobrecenho carregado serão talvez portadores de crises orgânicas ainda imanifestas;

e o colega que te tratou com aspereza provavelmente se mostra aturdido por desastres ou provações em família que lhe inibem, por agora, o prazer da cordialidade.

Vigilância é higiene do espírito.

Prevenção negativa, no entanto, é censura antecipada.

Não adquiras pensamentos destrutivos na feira da desconfiança.

Imuniza-te contra o desequilíbrio, mas não te armes contra ninguém.

Conserva o coração no clima da paz e da alegria e reconhecerás que é possível viver tranquilamente, desde que deixemos aos outros a iniciativa de assumirem as próprias experiências e igualmente viver.

🌻🌾🌻
Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Urgência
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