É impressionante como algumas pessoas sabem agir com inteligência e bom senso diante das situações adversas que a vida lhes apresenta.
Há algum tempo, um ator famoso sofreu um assalto e foi ferido gravemente, ficando em coma por muito tempo. Os dias se passaram, os meses se somaram e, apesar das limitações impostas ao corpo físico, continuou lutando com bravura.
Gerson Brenner não se deixou vencer pela soma de acontecimentos amargos e começou a grande luta para dar a volta por cima e continuar vivendo, ainda que com graves limitações nos movimentos do corpo.
Um narrador de futebol, não menos famoso, sofreu um acidente de automóvel e ficou por longo tempo sem contato com o mundo exterior.
Apesar das barreiras imensas que tentavam isolá-lo do mundo, Osmar Santos empreendeu uma batalha acirrada e, depois de longo tempo, conseguiu se comunicar com o mundo através da arte, pintando quadros.
Ele conseguiu dar a volta por cima e reinventar sua vida.
Um dia, um acidente de ultraleve matou a esposa de um cantor popular e o jogou num leito de hospital com graves ferimentos na medula e no cérebro.
Poucos acreditavam que ele sairia dessa.
Mas Herbert Viana deu a volta por cima, demonstrando rara coragem e uma disposição inabalável.
Surpreendendo médicos e enfermeiros, ele aparece cantando e dedilhando sua guitarra para alegrar a enfermaria repleta de pacientes que, como ele, enfrentam horas seguidas de fisioterapia.
Assim como essas pessoas famosas, há também muitos heróis anônimos que dão a volta por cima e vencem situações de extrema dificuldade.
E, ao contrário do que muita gente pensa, essas são atitudes de pessoas que sabem usar a razão e o bom senso.
Percebem que não há como vencer, senão aceitando o desafio que as Leis maiores lhes oferecem, com resignação e coragem.
Esses são os verdadeiros vencedores, pois transformam uma situação aparentemente sem saída, numa nova maneira de encarar a vida.
É como se admitissem a si mesmas: Se Deus me ofereceu esta situação difícil é porque preciso aprender alguma lição com ela. E é isso que vou fazer.
Nesse caso, é a obediência consentida pela razão, e a resignação aceita pelo coração.
Essa é a posição de um filho que confia no seu Pai e Dele sempre espera o melhor, ainda que esse melhor chegue com aparência de desgraça.
Um filho que confia num Pai amoroso e justo e procura retirar de cada situação uma lição a mais, um aprendizado útil, mesmo que seja uma demonstração de coragem, de fé, de humildade, de confiança.
E você? Já pensou nas lições que Deus espera que aprenda com as situações que lhe apresenta?
Se ainda não havia pensado, pense agora, ainda há tempo.
Considere que as provas sempre guardam relação com o tipo de aprendizagem que precisamos demonstrar e são proporcionais ao nosso grau de evolução.
Assim, se é a nossa paciência que deve ser testada, teremos uma prova correspondente. Se é a humildade, uma prova em que possa ser demonstrada, e assim por diante.
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Conforme nos recomendou o grande Apóstolo Paulo de Tarso, aprendamos a dar graças por tudo.
A flor agradece, com o seu perfume, a terra escura que lhe permitiu nascer e florescer.
A borboleta dá graças ao casulo desprovido de beleza que lhe permitiu efetuar a sensível metamorfose, bailando no ar e contribuindo com a polinização.
Quando o enfermo recupera a saúde, bendiz a dor que lhe trouxe a lição do equilíbrio.
Por todas essas razões, aprendamos a agradecer a tempestade que renova, a luta que aperfeiçoa, o sofrimento que ilumina.
Lembrando sempre que a alvorada é dádiva do céu que surge após a noite escura na Terra.
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Redação do Momento Espírita
Em 04.04.2011
MENSAGEM DO ESE:
A reencarnação fortalece os laços de família (III)
Vejamos agora as conseqüências da doutrina anti-reencarcionista. Ela, necessariamente, anula a preexistência da alma. Sendo estas criadas ao mesmo tempo que os corpos, nenhum laço anterior há entre elas, que, nesse caso, serão completamente estranhas umas às outras. O pai é estranho a seu filho. A filiação das famílias fica assim reduzida à só filiação corporal, sem qualquer laço espiritual. Não há então motivo algum para quem quer que seja glorificar-se de haver tido por antepassados tais ou tais personagens ilustres. Com a reencarnação, ascendentes e descendentes podem já se terem conhecido, vivido juntos, amado, e podem reunir-se mais tarde, a fim de apertarem entre si os laços de simpatia.
Isso quanto ao passado. Quanto ao futuro, segundo um dos dogmas fundamentais que decorrem da não-reencarnação, a sorte das almas se acha irrevogavelmente determinada, após uma só existência. A fixação definitiva da sorte implica a cessação de todo progresso, pois desde que haja qualquer progresso já não há sorte definitiva. Conforme tenham vivido bem ou mal, elas vão imediatamente para a mansão dos bem-aventurados, ou para o inferno eterno. Ficam assim, imediatamente e para sempre, separadas e sem esperança de tornarem a juntar-se, de forma que pais, mães e filhos, mandos e mulheres, irmãos, irmãs e amigos jamais podem estar certos de se verem novamente; é a ruptura absoluta dos laços de família.
Com a reencarnação e progresso a que dá lugar, todos os que se amaram tornam a encontrar-se na Terra e no espaço e juntos gravitam para Deus. Se alguns fraquejam no caminho, esses retardam o seu adiantamento e a sua felicidade, mas não há para eles perda de toda esperança. Ajudados, encorajados e amparados pelos que os amam, um dia sairão do lodaçal em que se enterraram. Com a reencarnação, finalmente, há perpétua solidariedade entre os encarnados e os desencarnados, e, daí, estreitamento dos laços de afeição.
Em resumo, quatro alternativas se apresentam ao homem, para o seu futuro de além-túmulo: 1ª, o nada, de acordo com a doutrina materialista; 2ª, a absorção no todo universal, de acordo com a doutrina panteísta; 3ª, a individualidade, com fixação definitiva da sorte, segundo a doutrina da Igreja; 4ª, a individualidade, com progressão indefinita, conforme a Doutrina Espírita. Segundo as duas primeiras, os laços de família se rompem por ocasião da morte e nenhuma esperança resta às almas de se encontrarem futuramente. Com a terceira, há para elas a possibilidade de se tornarem a ver, desde que sigam para a mesma região, que tanto pode ser o inferno como o paraíso. Com a pluralidade das existências, inseparável da progressão gradativa, há a certeza na continuidade das relações entre os que se amaram, e é isso o que constitui a verdadeira família.
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 21 a 23.)