sábado, 27 de abril de 2019

Dar a volta por cima




É impressionante como algumas pessoas sabem agir com inteligência e bom senso diante das situações adversas que a vida lhes apresenta.


Há algum tempo, um ator famoso sofreu um assalto e foi ferido gravemente, ficando em coma por muito tempo. Os dias se passaram, os meses se somaram e, apesar das limitações impostas ao corpo físico, continuou lutando com bravura.


Gerson Brenner não se deixou vencer pela soma de acontecimentos amargos e começou a grande luta para dar a volta por cima e continuar vivendo, ainda que com graves limitações nos movimentos do corpo.


Um narrador de futebol, não menos famoso, sofreu um acidente de automóvel e ficou por longo tempo sem contato com o mundo exterior.


Apesar das barreiras imensas que tentavam isolá-lo do mundo, Osmar Santos empreendeu uma batalha acirrada e, depois de longo tempo, conseguiu se comunicar com o mundo através da arte, pintando quadros.


Ele conseguiu dar a volta por cima e reinventar sua vida.


Um dia, um acidente de ultraleve matou a esposa de um cantor popular e o jogou num leito de hospital com graves ferimentos na medula e no cérebro.


Poucos acreditavam que ele sairia dessa.


Mas Herbert Viana deu a volta por cima, demonstrando rara coragem e uma disposição inabalável.


Surpreendendo médicos e enfermeiros, ele aparece cantando e dedilhando sua guitarra para alegrar a enfermaria repleta de pacientes que, como ele, enfrentam horas seguidas de fisioterapia.


Assim como essas pessoas famosas, há também muitos heróis anônimos que dão a volta por cima e vencem situações de extrema dificuldade.


E, ao contrário do que muita gente pensa, essas são atitudes de pessoas que sabem usar a razão e o bom senso.


Percebem que não há como vencer, senão aceitando o desafio que as Leis maiores lhes oferecem, com resignação e coragem.


Esses são os verdadeiros vencedores, pois transformam uma situação aparentemente sem saída, numa nova maneira de encarar a vida.


É como se admitissem a si mesmas: Se Deus me ofereceu esta situação difícil é porque preciso aprender alguma lição com ela. E é isso que vou fazer.


Nesse caso, é a obediência consentida pela razão, e a resignação aceita pelo coração.


Essa é a posição de um filho que confia no seu Pai e Dele sempre espera o melhor, ainda que esse melhor chegue com aparência de desgraça.


Um filho que confia num Pai amoroso e justo e procura retirar de cada situação uma lição a mais, um aprendizado útil, mesmo que seja uma demonstração de coragem, de fé, de humildade, de confiança.


E você? Já pensou nas lições que Deus espera que aprenda com as situações que lhe apresenta?


Se ainda não havia pensado, pense agora, ainda há tempo.


Considere que as provas sempre guardam relação com o tipo de aprendizagem que precisamos demonstrar e são proporcionais ao nosso grau de evolução.


Assim, se é a nossa paciência que deve ser testada, teremos uma prova correspondente. Se é a humildade, uma prova em que possa ser demonstrada, e assim por diante.


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Conforme nos recomendou o grande Apóstolo Paulo de Tarso, aprendamos a dar graças por tudo.


A flor agradece, com o seu perfume, a terra escura que lhe permitiu nascer e florescer.


A borboleta dá graças ao casulo desprovido de beleza que lhe permitiu efetuar a sensível metamorfose, bailando no ar e contribuindo com a polinização.


Quando o enfermo recupera a saúde, bendiz a dor que lhe trouxe a lição do equilíbrio.


Por todas essas razões, aprendamos a agradecer a tempestade que renova, a luta que aperfeiçoa, o sofrimento que ilumina.


Lembrando sempre que a alvorada é dádiva do céu que surge após a noite escura na Terra.
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Redação do Momento Espírita
Em 04.04.2011




MENSAGEM DO ESE:

A reencarnação fortalece os laços de família (III)

Vejamos agora as conseqüências da doutrina anti-reencarcionista. Ela, necessariamente, anula a preexistência da alma. Sendo estas criadas ao mesmo tempo que os corpos, nenhum laço anterior há entre elas, que, nesse caso, serão completamente estranhas umas às outras. O pai é estranho a seu filho. A filiação das famílias fica assim reduzida à só filiação corporal, sem qualquer laço espiritual. Não há então motivo algum para quem quer que seja glorificar-se de haver tido por antepassados tais ou tais personagens ilustres. Com a reencarnação, ascendentes e descendentes podem já se terem conhecido, vivido juntos, amado, e podem reunir-se mais tarde, a fim de apertarem entre si os laços de simpatia.


Isso quanto ao passado. Quanto ao futuro, segundo um dos dogmas fundamentais que decorrem da não-reencarnação, a sorte das almas se acha irrevogavelmente determinada, após uma só existência. A fixação definitiva da sorte implica a cessação de todo progresso, pois desde que haja qualquer progresso já não há sorte definitiva. Conforme tenham vivido bem ou mal, elas vão imediatamente para a mansão dos bem-aventurados, ou para o inferno eterno. Ficam assim, imediatamente e para sempre, separadas e sem esperança de tornarem a juntar-se, de forma que pais, mães e filhos, mandos e mulheres, irmãos, irmãs e amigos jamais podem estar certos de se verem novamente; é a ruptura absoluta dos laços de família.


Com a reencarnação e progresso a que dá lugar, todos os que se amaram tornam a encontrar-se na Terra e no espaço e juntos gravitam para Deus. Se alguns fraquejam no caminho, esses retardam o seu adiantamento e a sua felicidade, mas não há para eles perda de toda esperança. Ajudados, encorajados e amparados pelos que os amam, um dia sairão do lodaçal em que se enterraram. Com a reencarnação, finalmente, há perpétua solidariedade entre os encarnados e os desencarnados, e, daí, estreitamento dos laços de afeição.


Em resumo, quatro alternativas se apresentam ao homem, para o seu futuro de além-túmulo: 1ª, o nada, de acordo com a doutrina materialista; 2ª, a absorção no todo universal, de acordo com a doutrina panteísta; 3ª, a individualidade, com fixação definitiva da sorte, segundo a doutrina da Igreja; 4ª, a individualidade, com progressão indefinita, conforme a Doutrina Espírita. Segundo as duas primeiras, os laços de família se rompem por ocasião da morte e nenhuma esperança resta às almas de se encontrarem futuramente. Com a terceira, há para elas a possibilidade de se tornarem a ver, desde que sigam para a mesma região, que tanto pode ser o inferno como o paraíso. Com a pluralidade das existências, inseparável da progressão gradativa, há a certeza na continuidade das relações entre os que se amaram, e é isso o que constitui a verdadeira família.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 21 a 23.)

sexta-feira, 26 de abril de 2019

ADVERSIDADES E PERCALÇOS

As adversidades são naturais no caminho evolutivo de todos os seres.

Aprende a enfrentá-las com tranquilidade.

Não compliques o destino com a tua rebeldia e insensatez.

Administra os teus problemas - aqueles que criaste inadvertidamente e os que te foram criados por outros.

O que te desafia a capacidade de solução e convivência é justamente o que te faz ser mais do que és.

Ante qualquer impasse, asserena-te primeiro e age depois.

Não te aflijas hoje, pela dificuldade de amanhã.

Se é noite e desaba a tempestade, o dia pode amanhecer ensolarado.

Não tomes nenhuma decisão importante em clima psicológico e emocional alterado.

Apenas a atitude correta não deve ser deixada para mais tarde.

A ideia do bem, quando surge, surge no tempo de sua imediata aplicação.

Adversidades e percalços são degraus de uma escada, cuja função precípua é a de conduzir para o alto."  
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  Irmão José 






MENSAGEM DO ESE:
A beneficência (III)

Chamo-me Caridade; sigo o caminho principal que conduz a Deus. Acompanhai-me, pois conheço a meta a que deveis todos visar.

Dei esta manhã o meu giro habitual e, com o coração amargurado, venho dizer-vos: Oh! meus amigos, que de misérias, que de lágrimas, quanto tendes de fazer para secá-las todas! Em vão, procurei consolar algumas pobres mães, dizendo-lhes ao ouvido: Coragem! há corações bons que velam por vós; não sereis abandonadas; paciência! Deus lá está; sois dele amadas, sois suas eleitas. Elas pareciam ouvir-me e volviam para o meu lado os olhos arregalados de espanto; eu lhes lia no semblante que seus corpos, tiranos do Espírito, tinham fome e que, se é certo que minhas palavras lhes serenavam um pouco os corações, não lhes reconfortavam os estômagos. Repetia-lhes: Coragem! Coragem! Então, uma pobre mãe, ainda muito moça, que amamentava uma criancinha, tomou-a nos braços e a estendeu no espaço vazio, como a pedir-me que protegesse aquele entezinho que só encontrava, num seio estéril, insuficiente alimentação. 

Alhures vi, meus amigos, pobres velhos sem trabalho e, em conseqüência, sem abrigo, presas de todos os sofrimentos da penúria e, envergonhados de sua miséria, sem ousarem, eles que nunca mendigaram, implorar a piedade dos transeuntes. Com o coração túmido de compaixão, eu, que nada tenho, me fiz mendiga para eles e vou, por toda a parte, estimular a beneficência, inspirar bons pensamentos aos corações generosos e compassivos. Por isso é que aqui venho, meus amigos, e vos digo: Há por aí desgraçados, em cujas choupanas falta o pão, os fogões se acham sem lume e os leitos sem cobertas. Não vos digo o que deveis fazer; deixo aos vossos bons corações a iniciativa. Se eu vos ditasse o proceder, nenhum mérito vos traria a vossa boa ação. Digo-vos apenas: Sou a caridade e vos estendo as mãos pelos vossos irmãos que sofrem. 

Mas, se peço, também dou e dou muito. Convido-vos para um grande banquete e forneço a árvore onde todos vos saciareis! Vede quanto é bela, como está carregada de flores e de frutos! Ide, ide, colhei, apanhai todos os frutos dessa magnificente árvore que se chama a beneficência. No lugar dos ramos que lhe tirardes, atarei todas as boas ações que praticardes e levarei a árvore a Deus, que a carregará de novo, porquanto a beneficência é inexaurível. Acompanhai-me, pois, meus amigos, a fim de que eu vos conte entre os que se arrolam sob a minha bandeira. Nada temais; eu vos conduzirei pelo caminho da salvação, porque sou — a Caridade.
 – Cárita, martirizada em Roma. (Lião, 1861.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 13.)



quinta-feira, 25 de abril de 2019

CONSTATAÇÕES




Todos os que fazem na vida a opção incorreta não se eximem de suas consequências.

Ninguém logra atravessar incólume a existência humana, no que tange à semeadura e à colheita.

Os que sofrem são, inegavelmente, mais venturosos que os que fazem sofrer.

Os que burlam a justiça dos homens, por não lograrem ludibriar a consciência, atingem o ocaso da vida com tremendo vazio no coração.

Aproxima-te do leito dos que agonizam e perceberás, em seu semblante, a diferença entre os que deixam o corpo sem o peso da culpa e os que partem tangidos pelo remorso.

Diante de tais constatações, não te perguntes mais se vale a pena ser bom. 
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli – do livro “Amor e Sabedoria”) 




MENSAGEM DO ESE: 

Se fosse um homem de bem, teria morrido

Falando de um homem mau, que escapa de um perigo, costumais dizer: “Se fosse um homem bom, teria morrido.” Pois bem, assim falando, dizeis uma verdade, pois, com efeito, muito amiúde sucede dar Deus a um Espírito de progresso ainda incipiente prova mais longa, do que a um bom que, por prêmio do seu mérito, receberá a graça de ter tão curta quanto possível a sua provação. Por conseguinte, quando vos utilizais daquele axioma, não suspeitais de que proferis uma blasfêmia.

Se morre um homem de bem, cujo vizinho é mau homem, logo observais: “Antes fosse este.” Enunciais uma enormidade, porquanto aquele que parte concluiu a sua tarefa e o que fica talvez não haja principiado a sua. Por que, então, haveríeis de querer que ao mau faltasse tempo para terminá-la e que o outro permanecesse preso à gleba terrestre? Que diríeis se um prisioneiro, que cumpriu a sentença contra ele pronunciada, fosse conservado no cárcere, ao mesmo tempo que restituíssem à liberdade um que a esta não tivesse direito? Ficai sabendo que a verdadeira liberdade, para o Espírito, consiste no rompimento dos laços que o prendem ao corpo e que, enquanto vos achardes na Terra, estareis em cativeiro.

Habituai-vos a não censurar o que não podeis compreender e crede que Deus é justo em todas as coisas. Muitas vezes, o que vos parece um mal é um bem. Tão limitadas, no entanto, são as vossas faculdades, que o conjunto do grande todo não o apreendem os vossos sentidos obtusos. Esforçai-vos por sair, pelo pensamento, da vossa acanhada esfera e, à medida que vos elevardes, diminuirá para vós a importância da vida material que, nesse caso, se vos apresentará como simples incidente, no curso infinito da vossa existência espiritual, única existência verdadeira.

 — Fénelon. (Sens, 1861.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 22.)



quarta-feira, 24 de abril de 2019

Não Tiranizes



“E, com muitas parábolas semelhantes, lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender.” (Marcos, 4:33.)

Na difusão dos ensinamentos evangélicos, de quando em quando encontramos pregadores rigorosos e exigentes.

Semelhante anomalia não se verifica apenas no quadro geral do serviço. Na esfera particular, não raro, surgem amigos severos e fervorosos que reclamam desesperadamente a sintonia dos afeiçoados com os princípios religiosos que abraçaram.

Discussões acerbas se levantam, tocando a azedia venenosa.

Belas expressões afetivas são abaladas nos fundamentos, por ofensas indébitas.

Contudo, se o discípulo permanece realmente possuído pelo propósito de união com o Mestre, tal atitude é fácil de corrigir.

O Senhor somente ensinava aos que o ouviam, “segundo o que podiam compreender”.

Aos apóstolos conferiu instruções de elevado valor simbológico, enquanto que à multidão transmitiu verdades fundamentais, através de contos simples. A conversação dEle diferia, de conformidade com as necessidades espirituais daqueles que o rodeavam. Jamais violentou a posição natural de ninguém.

Se estás em serviço do Senhor, considera os imperativos da iluminação, porque o mundo precisa de servidores cristãos e não, de tiranos doutrinários.
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EMMANUEL
(do livro “Pão Nosso” – psic. Chico Xavier)






MENSAGEM DO ESE:

Há muitas moradas na casa de meu Pai

Não se turbe o vosso coração. — Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. — Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais. (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 1 a 3.)

A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.

Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito; finalmente, enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições, pena sob o guante dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama, frui as delícias de uma felicidade indizível. Também nisso, portanto, há muitas moradas, embora não circunscritas, nem localizadas.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 1 e 2.)



terça-feira, 23 de abril de 2019

O CARMA DE QUEM MALTRATA OS ANIMAIS O GATINHO CEGO



Contou-nos o Sr. Weaker Batista, então presidente do Grupo Espírita da Prece, com quem sempre conversávamos, que Chico [Xavier], dias atrás, estava muito aborrecido. E explicou:


— Apareceu um gatinho cego lá no portão da casa dele... D. Enoé o recolheu e chamou o Chico. O gatinho, muito magro, estava com os dois olhos inflamados! Raras vezes vi o Chico tão bravo e indignado... 


Ele falava, segurando o gatinho no colo:


– “Isto é muita maldade... Quem faria isto com um animal tão indefeso como este? Vejam, Weaker e Zilda [Batista], os olhos dele foram furados com prego... Coitado! Nunca mais poderá enxergar... Quem terá cometido uma barbaridade dessas? Menino, não foi... Isto é coisa de adolescente quase adulto! O que se pode esperar de uma pessoa assim, vivendo no mundo? Meu Deus!...” 


E passava a pomada Vovô Pedro nos olhos do gatinho, que estava sem forças até para miar... Colocava leite com uma seringa na boca dele... Mandou chamar o veterinário. O gatinho terminou morrendo. 


Eu percebia que o Chico estava fazendo força para que a indignação dele não fosse lançada contra quem tinha feito aquilo... 


O gato, que era pouco mais que um filhote, morreu depois de uns 3, 4 dias. O Chico largou quase tudo para cuidar do gato... Arranjou uma caixa de papelão, que forrou com cobertor e jornal, e ficava toda hora indo olhar como ele estava. Quando o gatinho morreu, o Chico não trocou uma palavra com a gente – ficou o dia inteiro aborrecido. 


Só no outro dia, na hora do serviço com a correspondência, ele veio conversar. Ainda estava bravo e falou: 


– “O homem acha que ele arranja carma só com o que faz de mal a outro homem... Uma barbaridade daquelas não fica impune, não! As Leis de Deus cobram tudo...”

Livro: Chico Xavier, o Amigo dos Animais
Carlos A. Baccelli
LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo




MENSAGEM DO ESE:

Deixai que venham a mim as criancinhas (II)

Deixai venham a mim as criancinhas, pois tenho o leite que fortalece os fracos. Deixai venham a mim todos os que, tímidos e débeis, necessitam de amparo e consolação. Deixai venham a mim os ignorantes, para que eu os esclareça. Deixai venham a mim todos os que sofrem, a multidão dos aflitos e dos infortunados: eu lhes ensinarei o grande remédio que suaviza os males da vida e lhes revelarei o segredo da cura de suas feridas! Qual é, meus amigos, esse bálsamo soberano, que possui tão grande virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e as cicatriza? E o amor, é a caridade! 

Se possuís esse fogo divino, que é o que podereis temer? Direis a todos os instantes de vossa vida: 

“Meu Pai, que a tua vontade se faça e não a minha; se te apraz experimentar-me pela dor e pelas tribulações, bendito sejas, porquanto é para meu bem, eu o sei, que a tua mão sobre mim se abate. Se é do teu agrado, Senhor, ter piedade da tua criatura fraca, dar-lhe ao coração as alegrias sãs, bendito sejas ainda. Mas, faze que o amor divino não lhe fique amodorrado na alma, que incessantemente faça subir aos teus pés o testemunho do seu reconhecimento!” 

Se tendes amor, possuís tudo o que há de desejável na Terra, possuís preciosíssima pérola, que nem os acontecimentos, nem as maldades dos que vos odeiem e persigam poderão arrebatar. Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza; sentireis diminuir dia a dia o peso da matéria e, qual pássaro que adeja nos ares e já não se lembra da Terra, subireis continuamente, subireis sempre, até que vossa alma, inebriada, se farte do seu elemento de vida no seio do Senhor. 

— Um Espírito protetor. (Bordéus, 1861.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VIII, item 19.)