sábado, 5 de junho de 2021

PODE-SE ADIAR O DESENLACE?


Marlene Nobre – A todo indivíduo é determinada a data de seu desencarne? Ele pode prorrogá-la ou antecipá-la?

Newton Boechat – Costuma-se dizer na linguagem popular que "o que morre na véspera é peru". Porém, em face das informações que nos tem chegado de entidades preclaras, cultas, substanciosas, sabemos que a criatura pode desencarnar, antes, durante ou depois. 

Aqueles que enfraquecem as suas organizações espirituais e que se tornam desmazelados de corpo e alma, sacam por antecipação do fluido vital e podem se descartar do corpo fora da ocasião em que teriam que faze-lo por um processo harmonioso.

 Como também poderá dar-se o caso em que, tendo uma tarefa de natureza coletiva, o espírito obtém uma moratória através de fluidos de empréstimos que seres generosos lhes possam dar, em reuniões próprias de efeitos físicos e, assim, recarregar as baterias, a fim de que se alongue no corpo físico. 

Podemos citar o exemplo do professor Ismael Gomes Braga, que estava nos seus 64 a 65 anos, muito doente, quase às portas das desencarnação, quando procurou o Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo (MG), e Emmanuel, através de Chico Xavier, disse-lhe que ele receberia uma suplementação de energia vital, em grupo de materialização e efeitos físicos no Rio de Janeiro, a fim de que se lhe alongasse a existência por mais 20 anos, para que ele pudesse ampliar a sua tarefa no campo do Esperanto e da Doutrina Espírita. 

Pois bem, o nosso professor que, naquela ocasião, estava bastante desfalcado de sua saúde, foi se recompondo devagarinho, em atividades próprias de mediunidade, com a transfusão de energias físicas de companheiros saudáveis para ele e viveu 85, 86 anos, de atividades carnais.
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Entrevista em junho de 1979 de Newton Boechat, orador espírita desencarnado em 1990, e que visitou o médium Chico Xavier em Pedro Leopoldo, durante muitos anos.

Livro: Lições de Sabedoria – Chico Xavier nos 22 Anos da Folha Espírita
Marlene Rossi Severino Nobre
FE Editora Jornalística
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MENSAGEM DO ESE:

Perdão das ofensas (II)

Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si próprio; perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar-se melhor do que era. Perdoai, pois, meus amigos, a fim de que Deus vos perdoe, porquanto, se fordes duros, exigentes, inflexíveis, se usardes de rigor até por uma ofensa leve, como querereis que Deus esqueça de que cada dia maior necessidade tendes de indulgência? Oh! ai daquele que diz: “Nunca perdoarei”, pois pronuncia a sua própria condenação. Quem sabe, aliás, se, descendo ao fundo de vós mesmos, não reconhecereis que fostes o agressor? Quem sabe se, nessa luta que começa por uma alfinetada e acaba por uma ruptura, não fostes quem atirou o primeiro golpe, se vos não escapou alguma palavra injuriosa, se não procedestes com toda a moderação necessária? Sem dúvida, o vosso adversário andou mal em se mostrar excessivamente suscetível; razão de mais para serdes indulgentes e para não vos tornardes merecedores da invectiva que lhe lançastes.

 Admitamos que, em dada circunstância, fostes realmente ofendido: quem dirá que não envenenastes as coisas por meio de represálias e que não fizestes degenerasse em querela grave o que houvera podido cair facilmente no olvido? Se de vós dependia impedir as conseqüências do fato e não as impedistes, sois culpados. Admitamos, finalmente, que de nenhuma censura vos reconheceis merecedores: mostrai-vos dementes e com isso só fareis que o vosso mérito cresça.

Mas, há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitas pessoas dizem, com referência ao seu adversário: “Eu lhe perdôo”, mas, interiormente, alegram-se com o mal que lhe advém, comentando que ele tem o que merece. 

Quantos não dizem: “Perdôo” e acrescentam. “mas, não me reconciliarei nunca; não quero tornar a vê-lo em toda a minha vida.” Será esse o perdão, segundo o Evangelho? Não; o perdão verdadeiro, o perdão cristão é aquele que lança um véu sobre o passado; esse o único que vos será levado em conta, visto que Deus não se satisfaz com as aparências. Ele sonda o recesso do coração e os mais secretos pensamentos. Ninguém se lhe impõe por meio de vãs palavras e de simulacros. 

O esquecimento completo e absoluto das ofensas é peculiar às grandes almas; o rancor é sempre sinal de baixeza e de inferioridade. Não olvideis que o verdadeiro perdão se reconhece muito mais pelos atos do que pelas palavras.

— Paulo, apóstolo. (Lião, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 15.)

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PESSOAS DE TEMPERAMENTO DIFÍCIL


(...)

O caráter distintivo das pessoas é um produto complexo das influências do meio em que viveram desde os primeiros dias como bebê (em alguns casos, mesmo antes, no próprio ventre materno) somado às predisposições inatas (resultado de vidas pretéritas).

Ninguém escolhe ter um temperamento complicado intencionalmente. Quem buscaria, de propósito, edificar para si uma personalidade hipersensível, obsessivo-compulsiva, narcisista, possessivo-agressiva, super dependente, maníaco-depressiva, excessivamente ansiosa ou obcecada por detalhes?

Precisamos compreender e respeitar as dificuldades de mudança das criaturas. Mudar implica longo processo de “demolição / reconstrução”. Não se trata apenas de escutar certas regras de conduta, mas sim de desembaraçar-se de outras tantas acumuladas nas noites do tempo.

Portanto, com que direito decidimos o que está certo ou errado e impomos isso a alguém? Muitos de nós temos o hábito de dar “lições de moral” aos outros. Na vida, cabe-nos tão-só promover diálogos fraternos de ajuda mútua; encontros sinceros de alma para alma.
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Hammed 

(Prefácio)
Livro: Conviver e Melhorar – Como Lidar Com os Encontros, Reencontros e Desencontros
Francisco do Espírito Santo Neto, pelos Espíritos Lourdes Catherine e Batuíra
Boa Nova Editora

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O que te pertence


A dor que te alcança é tua.

Ninguém a sofrerá por ti.
Os amigos se apiedarão, buscarão auxiliar-te, porém, o empenho estará cravado
nas carnes da tua alma.

Da mesma forma, a felicidade que
te chega, é tua.

Haverá riso e satisfação entre aqueles
que te amam, todavia, a sensação de júbilo
não a podes repartir com ninguém.

Isto posto, no sofrimento, não imponhas
amargura àqueles que te cercam,
conforme na alegria, não podes fazer que eles se sintam ditosos.
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Joanna de Ângelis

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Moléstias incuráveis


“Haverei eu de sarar dessa doença?”
II Reis, 8:8

A moléstia que te parece incurável é escoadouro abençoado da alma endividada.

Toda enfermidade bem compreendida auxilia o espírito a expungir os pensamentos daninhos, lavando-lhe a alma.

O sofrimento levado a termo no leito de dor, quando bem compreendido e vivido sem revolta, é um bem inestimável; é oportunidade de refazimento das forças da alma, quando o homem procura meditar nas causas e extrair lições dos efeitos.

Muitas vezes, o benefício das lágrimas reserva-nos lições preciosas, que não aprendemos nos livros.

Pede a Deus a bênção da saúde espiritual, sabendo que a misericórdia do Todo-Poderoso nunca andou atrasada e que, no momento propício, te concederá oportunidade de reajuste perante a divina lei.

Abriga-te nas asas da prece e coloca-te sob a proteção d’Aquele que é todo amor e bondade. Mantém-te em serenidade, aproveitando as lições que a vida te concede no silêncio de tuas horas sentidas.

Deus vela por ti e estará em teu coração na medida certa em que estiveres ligado a Ele.
🌹🌵🌹
Livro: Serenidade – Uma Terapia Para a Alma
Robson Pinheiro, 
pelo Espírito Alex Zarthú
Casa dos Espíritos Editora
🌹🌵🌹

 






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MENSAGEM DO ESE:

Destinação da Terra. Causas das misérias humanas

Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista em que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa idéia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.


Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima idéia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciaria, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite.


Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas, o homem deixa a Terra, quando está curado de suas enfermidades morais.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 6 e 7.)

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Acautela-te


Contra os que te podem roubar a esperança, instilando-te no coração o veneno da descrença;
Contra os que tramam com sutileza em desfavor de tua paz;

Contra os que se aproximam de ti sob a camuflagem de escusos interesses;

Contra os que podem fragilizar-te emocionalmente diante das provas a serem vencidas;

Contra os que desejam ter acesso a tua intimidade, com a finalidade de te terem nas mãos;

Contra os que aparentam ser amigos, mais jamais te estenderam a mão na dificuldade;

Contra os que te frequentam a casa e te invejam a alegria familiar;

Contra os que te aplaudem, mas permanecem na expectativa de teu fracasso;

Contra os que não perdem oportunidade de criticar sistematicamente as tuas atitudes;

Contra os que fazem referências elogiosas a ti, ao mesmo tempo em que dão ênfase às tuas fraquezas; 

Contra os que se te fazem portadores apenas de notícias deprimentes;

Contra os que somente te criam embaraços no cumprimento de tuas obrigações espirituais!...
🌹🌵🌹
Irmão José 
Carlos Baccelli

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Prejuízo


Filhos: o que vos pode causar prejuízo real, a não ser a tristeza que passais a carregar em vós mesmos, por terdes falhado no momento do testemunho?!...

No testemunho de paciência...

De compreensão...

De humildade...

De honestidade...

De desapego...

De abnegação...

De coragem...

De exemplo...

Quando alguém se entristece conosco, porque não tenhamos conseguido corresponder-lhe às expectativas a nosso respeito, é extremamente aborrecido, mas quando somos nós mesmos a desapontar-nos, melhor nos conhecendo em certas fragilidades ignoradas, o sentimento de tristeza que se nos apossa é muito mais difícil de suportar.

Inúmeros casos de depressão têm a sua origem numa profunda decepção do espírito consigo mesmo.

É que nesta vida, ou em anteriores existências, no momento da prova, o espírito falhou, e, então, desnudado perante a consciência, é tomado por um sentimento de desencanto pessoal, que pode se transformar em quadro patológico.

A verdade é que milhares de espíritos andam desapontados consigo mesmos, justamente porque, sempre que retomam o corpo, pela bênção da reencarnação, olvidam os seus compromissos e desertam de suas obrigações.

Estejamos alegres em nosso mundo íntimo e nada do mundo exterior que nos possa ser causa de consternação, poderá nos afligir.

A evolução do espírito há de lhe cobrar por um único minuto de ociosidade, quanto pela mais leve e discreta fuga ao testemunho a que seja conclamado.

Fazei, pois, o que estiver ao vosso alcance para não vos aborrecerdes convosco, porque não há cruz mais pesada para o espírito do que prosseguir vivendo com o sentimento de se ter omitido ou acovardado, diante de situações nas quais poderia ter demonstrado o seu verdadeiro valor.
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Livro: Cristo em Nós
Carlos A. Baccelli, 
pelo Espírito Bezerra de Menezes
LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo
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MENSAGEM DO ESE:

A fé e a caridade

Disse-vos, não há muito, meus caros filhos, que a caridade, sem a fé, não basta para manter entre os homens uma ordem social capaz de os tornar felizes. Pudera ter dito que a caridade é impossível sem a fé. Na verdade, impulsos generosos se vos depararão, mesmo entre os que nenhuma religião têm; porém, essa caridade austera, que só com abnegação se pratica, com um constante sacrifício de todo interesse egoístico, somente a fé pode inspirá-la, porquanto só ela dá se possa carregar com coragem e perseverança a cruz da vida terrena.

Sim, meus filhos, é inútil que o homem ávido de gozos procure iludir-se sobre o seu destino nesse mundo, pretendendo ser-lhe licito ocupar-se unicamente com a sua felicidade. Sem dúvida, Deus nos criou para sermos felizes na eternidade; entretanto, a vida terrestre tem que servir exclusivamente ao aperfeiçoamento moral, que mais facilmente se adquire com o auxílio dos órgãos físicos e do mundo material. Sem levar em conta as vicissitudes ordinárias da vida, a diversidade dos gostos, dos pendores e das necessidades, é esse também um meio de vos aperfeiçoardes, exercitando-vos na caridade. Com efeito, só a poder de concessões e sacrifícios mútuos podeis conservar a harmonia entre elementos tão diversos.

Tereis, contudo, razão, se afirmardes que a felicidade se acha destinada ao homem nesse mundo, desde que ele a procure, não nos gozos materiais, sim no bem. A história da cristandade fala de mártires que se encaminhavam alegres para o suplício. Hoje, na vossa sociedade, para serdes cristãos, não se vos faz mister nem o holocausto do martírio, nem o sacrifício da vida, mas única e exclusivamente o sacrifício do vosso egoísmo, do vosso orgulho e da vossa vaidade. Triunfareis, se a caridade vos inspirar e vos sustentar a fé. 

— Espírito protetor. (Cracóvia, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 13.)

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Conselhos


O conselho somente terá valor se
estiveres disposto a seguí-lho. Quando estejas com dificuldade em qualquer assunto, recorre a uma pessoa mais experiente, mais bem equipada, pedindo-lhe ajuda e orientação. Todavia, não leves a tua própria opinião, tentando prová-la verdadeira.

Ouve com cuidado, reflexiona e, depois,
toma a decisão que te pareça
mais acertada.

Por outro lado, não faças ouvidos
moucos às orientações e conselhos que
te dêem ou que busques.

"Examina tudo e retém o que é bom",
ensina o Apóstolo, em
nome do Bem.
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Joanna de Ângelis
Divaldo Franco

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Silencia



Espera o momento certo de falar.

Deixa que os ânimos se asserenem.

Não te manifestes verbalmente no primeiro impulso.

Não permutes ofensas.

Quem se exalta está fora de controle.

Utiliza o bom senso e silencia.

Isola-te da faixa vibratória negativa que a palavra insensata estabelece.

Não aceites o convite da provocação.

Quando estronda a tempestade, a Natureza emudece.

A gritaria impossibilita o diálogo, e, sem dialogar, ninguém conversa com proveito.

Em determinadas circunstâncias, somente o silêncio consegue falar mais alto e mais convincente.

Quase sempre, a atitude de quem se encoleriza destitui de razão todos os seus argumentos.
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Obra: Dias Melhores
Irmão José
Carlos Baccelli
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MENSAGEM DO ESE:

Deve-se expor a vida por um malfeitor?

Acha-se em perigo de morte um homem; para o salvar tem um outro que expor a vida. Sabe-se, porém, que aquele é um malfeitor e que, se escapar, poderá cometer novos crimes. Deve, não obstante, o segundo arriscar-se para o salvar?

Questão muito grave é esta e que naturalmente se pode apresentar ao espírito. Responderei, na conformidade do meu adiantamento moral, pois o de que se trata é de saber se se deve expor a vida, mesmo por um malfeitor. O devotamento é cego; socorre-se um inimigo; deve-se, portanto, socorrer o inimigo da sociedade, a um malfeitor, em suma. Julgais que será somente à morte que, em tal caso, se corre a arrancar o desgraçado? É, talvez, a toda a sua vida passada. Imaginai, com efeito, que, nos rápidos instantes que lhe arrebatam os derradeiros alentos de vida, o homem perdido volve ao seu passado, ou que, antes, este se ergue diante dele. A morte, quiçá, lhe chega cedo demais; a reencarnação poderá vir a ser-lhe terrível. Lançai-vos, então, ó homens; lançai-vos todos vós a quem a ciência espírita esclareceu; lançai-vos, arrancai-o à sua condenação e, talvez, esse homem, que teria morrido a blasfemar, se atirará nos vossos braços. Todavia, não tendes que indagar se o fará, ou não; socorrei-o, porquanto, salvando-o, obedeceis a essa voz do coração, que vos diz: “Podes salvá-lo, salva-o!”

— Lamennais. (Paris, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 15.)

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Tua saúde


Insiste na preservação da tua saúde.

Muitas enfermidades têm origem no
temperamento desajustado, nas emoções
em desalinho, em influências
espirituais negativas.

A ansiedade, o medo, o pessimismo, a ira,
o ciúme, o ódio, são responsáveis por
males que ainda não se encontram
catalogados, prejudicando a saúde
física, emocional e mental.

Esforça-te por permanecer em paz,
cultivando os pensamentos bons,
que te propiciarão inestimáveis benefícios.

Conforme preferires mentalmente,
assim te será a existência.
🌺💐🌺
Joanna de Ângelis
Divaldo Franco

terça-feira, 1 de junho de 2021

Inclusive Deus


Controla a tua ansiedade.

Não corras: caminha.

Procura fazer uma coisa de cada vez.

Não te afligas pelo dia de amanhã.

Que, para ti, o relógio não seja uma obsessão.

Tens a eternidade pela frente.

Disciplina, sim, o teu tempo, mas não com inflexibilidade.

Por exigir em excesso de si, muitos terminam por anular-se.

Se fizeres com calma o que podes e sabes, o teu rendimento te surpreenderá.

Com perseverança, do pouco, aprenderás a fazer muito.

Por mais pretendas inverter a ordem natural, o fruto não vem antes da flor.

No Universo, tudo espera, inclusive Deus.
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Irmão José
Carlos A Baccelli
Obra: PAI, PERDOA-LHES
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MENSAGEM DO ESE:

Verdadeira pureza. Mãos não lavadas

Então os escribas e os fariseus, que tinham vindo de Jerusalém, aproximaram-se de Jesus e lhe disseram: “Por que violam os teus discípulos a tradição dos antigos, uma vez que não lavam as mãos quando fazem suas refeições?”

Jesus lhes respondeu: “Por que violais vós outros o mandamento de Deus, para seguir a vossa tradição? Porque Deus pôs este mandamento: Honrai a vosso pai e a vossa mãe; e este outro: Seja punido de morte aquele que disser a seu pai ou a sua mãe palavras ultrajantes; e vós outros, no entanto, dizeis: Aquele que haja dito a seu pai ou a sua mãe: Toda oferenda que faço a Deus vos é proveitosa, satisfaz à lei, — ainda que depois não honre, nem assista a seu pai ou à sua mãe. Tornam assim inútil o mandamento de Deus, pela vossa tradição.

Hipócritas, bem profetizou de vós Isaías, quando disse: Este povo me honra de lábios, mas conserva longe de mim o coração; é em vão que me honram ensinando máximas e ordenações humanas.”

Depois, tendo chamado o povo, disse: “Escutai e compreendei bem isto: — Não é o que entra na boca que macula o homem; o que sai da boca do homem é que o macula. — O que sai da boca procede do coração e é o que torna impuro o homem; — porquanto do coração é que partem os maus pensamentos, os assassínios, os adultérios, as fornicações, os latrocínios, os falsos-testemunhos, as blasfêmias e as maledicências. — Essas são as coisas que tornam impuro o homem; o comer sem haver lavado as mãos não é o que o torna impuro.” Então, aproximando-se, disseram-lhe seus discípulos: “Sabeis que, ouvindo o que acabais de dizer, os fariseus se escandalizaram?” — Ele, porém, respondeu: “Arrancada será toda planta que meu Pai celestial não plantou. — Deixai-os, são cegos que conduzem cegos; se um cego conduz outro, caem ambos no fosso.”
 (S. Mateus, cap. XV, vv. 1 a 20.)

Enquanto ele falava, um fariseu lhe pediu que fosse jantar em sua companhia. Jesus foi e sentou-se à mesa. — O fariseu entrou então a dizer consigo mesmo: “Por que não lavou ele as mãos antes de jantar?” Disse-lhe, porém, o Senhor: “Vós outros, fariseus, pondes grandes cuidado em limpar o exterior do copo e do prato; entretanto, o interior dos vossos corações está cheio de rapinas e de iniqüidades. Insensatos que sois! aquele que fez o exterior não é o que faz também o interior?” 
(S. LUCAS, cap. XI, vv. 37 a 40.)

Os judeus haviam desprezado os verdadeiros mandamentos de Deus para se aferrarem à prática dos regulamentos que os homens tinham estatuído e da rígida observância desses regulamentos faziam casos de consciência. A substância, muito simples, acabara por desaparecer debaixo da complicação da forma. Como fosse muito mais fácil praticar atos exteriores, do que se reformar moralmente, lavar as mãos do que expurgar o coração, iludiram-se a si próprios os homens, tendo-se como quites para com Deus, por se conformarem com aquelas práticas, conservando-se tais quais eram, visto se lhes ter ensinado que Deus não exigia mais do que isso. Daí o haver dito o profeta: É em vão que este povo me honra de lábios, ensinando máximas e ordenações humanas.

Verificou-se o mesmo com a doutrina moral do Cristo, que acabou por ser atirada para segundo plano, donde resulta que muitos cristãos, a exemplo dos antigos judeus, consideram mais garantida a salvação por meio das práticas exteriores, do que pelas da moral. É a essas adições, feitas pelos homens à lei de Deus, que Jesus alude, quando diz: Arrancada será toda planta que meu Pai celestial não plantou.

O objetivo da religião é conduzir a Deus o homem. Ora, este não chega a Deus senão quando se torna perfeito. Logo, toda religião que não torna melhor o homem, não alcança o seu objetivo. Toda aquela em que o homem julgue poder apoiar-se para fazer o mal, ou é falsa, ou está falseada em seu princípio. Tal o resultado que dão as em que a forma sobreleva ao fundo. Nula é a crença na eficácia dos sinais exteriores, se não obsta a que se cometam assassínios, adultérios, espoliações, que se levantem calúnias, que se causem danos ao próximo, seja no que for. Semelhantes religiões fazem supersticiosos, hipócritas, fanáticos; não, porém, homens de bem.

Não basta se tenham as aparências da pureza; acima de tudo, é preciso ter a do coração.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo)

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Os maus companheiros


Seleciona as tuas companhias.

Os maus companheiros tornam-se
presenças inconvenientes na tua vida e
perturbam-te a marcha.

Ninguém é tão independente e pleno que
não corra o perigo de contaminar-se,
com aqueles que estagiam e se comprazem nadelinquência ou na insensatez viciosa.

Sê gentil com os maus e estúrdios,
porém, não te imiscuas com eles,
seu comportamento, suas atividades
e filosofia de vida.

As enfermidades morais também
contagiam os incautos que delas
se aproximam.
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Joanna de Ângelis
Divaldo Franco
Obra: Vida Feliz

segunda-feira, 31 de maio de 2021

Ação


Ante o bem a fazer
não digas: “impossível”.

 No amparo aos semelhantes,
não fales: “nada sou”.

 Estende as mãos e serve,
o Céu te escuta e vê.

 Lembra a tomada humilde
comunicando a luz.


Faze o melhor que possas
e o melhor surgirá.


 Deus é auxílio em ti.
Age e funcionarás.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Deus sempre
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‌MENSAGEM DO ESE:
‌Destinação da Terra. Causas das misérias humanas
‌Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista em que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa idéia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.


‌Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima idéia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciaria, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite.


‌Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas, o homem deixa a Terra, quando está curado de suas enfermidades morais.
‌(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 6 e 7).

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O Sofrimento Alheio

‌O bonde deslizava em marcha regular, mas Belarmino Cintra, sentado no quinto banco, extravasava desespero.
‌Parecia não ver os carros que buzinavam, nem o casario em torno, nem circunstantes, nem a chuva garoenta.
‌Ele só era excitação.
‌Ele só era mágoa.
‌Aguardava a promoção por onze anos de trabalho correto na repartição e era funcionário a mais de vinte. Esforçara-se, renunciando a facilidades diversas, pensando na melhoria.
‌No momento exato, porém, a melhoria alcançara outro que, a seu ver, não correspondera.
‌Indignado, escrevera uma carta ao chefe, ameaçando-o com um inquérito escandaloso, e o chefe chamara-o ao gabinete para entendimento pessoal.
‌Sentia-se desanimado, infeliz.
‌Era pai de família. Esposa e quatro filhos. Não tinha débitos a solver, mas nenhum vintém no pé-de-meia.
‌No fim do mês, era sempre a mesma situação. Contas pagas e bolso vazio.
‌Achava-se, por isso, inconformado, revoltado...
‌Não suportaria qualquer advertência.
‌Armara-se. Se o chefe lhe desconsiderasse a atitude, reagiria...
‌O veículo pára por dois longos minutos, esperando por outro no entroncamento. E Belarmino, relanceando os olhos, é quase obrigado a ler uma frase no volume que a senhora míope ergue muito alto, no banco, em frente.
‌É um livro espírita, em cujo texto ele anota um aviso, letra por letra:
‌— “Tenha paciência. Fitando o sofrimento alheio, aprendemos a encontrar a felicidade que é nossa.”
‌Belarmino sente-se como sob ducha fria.
‌Nisso, no instante exato em que o bonde larga de novo, um homem pesado toma o veículo, a esbofar-se, enxugando o suor, apesar do tempo frio.
‌Senta-se rente ao escriturário preterido, e, porque um senhor vizinho lhe mostre semblante mais ameno, fala-lhe à queima roupa:
‌— Vida penosa! Não agüento mais!...
‌— É, meu caro amigo! — disse o companheiro anônimo — cada qual neste mundo tem sua quota de aflição...
‌Porque o bonde passasse à frente de um consultório médico em que se via grande número de consulentes esperando vez, o recém-chegado observou:
‌— Vida boa é de médico! Parece que os clientes lhe trazem a sopa à boca.
‌O outro, no entanto, discordou:
‌— O senhor está enganado. Eu sou médico. Estamos presos ao sofrimento humano.
‌Cada enfermo é um problema. E os cabelos embranquecem ou caem cedo como se tivéssemos um vulcão na cabeça. De minha parte, estou fatigado. Ainda ontem vi minha mãe morrer nos meus braços, devorada pelo câncer, sem que eu lhe pudesse dar outra coisa senão anestésicos.
‌E num desabafo:
‌— Vida boa deve ser a de quem possa andar ou viajar livremente, assim como o caixeiro viajante...
‌O outro, porém, revidou:
‌— Caixeiro viajante? Não diga isso. Sou viajante comercial há quinze anos... Encontro humilhações por toda parte, separado da família na maior parte do tempo... E, para cúmulo do azar, fui responsabilizado inocentemente por um desfalque de quatrocentos mil cruzeiros... Devedores astuciosos conseguiram envolver-me nisso, sem que eu tenha culpa...
‌Belarmino queria continuar ouvindo, mas uma senhora triste entrou na parada próxima, carregando um pequenino doente. Faixa sanguinolenta envolvia-lhe os olhos.
‌— Que foi? — dessa vez foi o próprio Cintra quem perguntou, lembrando os filhos.
‌E a senhora:
‌— Meu filhinho perdeu os olhos com a explosão de uma bomba.
‌Belarmino procura consolá-la.
‌Daí a instantes, o funcionário, transformado, desce e entra no gabinete da chefia.
‌O diretor recebe-o, evidentemente irritado.
‌Mas Belarmino fala, humilde:
‌— Doutor, antes de tudo, quero pedir-lhe desculpas por minha carta violenta e ofensiva... Eu não tinha razão!
‌O chefe sorriu, como quem se livrara de um desastre iminente, e falou, alegre:
‌— Oh! Graças a Deus, você entendeu por fim... As injunções políticas são pedras no caminho... Somos companheiros, Belarmino. Não perca a esperança. A promoção virá breve...
‌Mas Belarmino sorri também, e roga:
‌— Doutor, peço-lhe! Não se preocupe comigo! Eu estava perturbado.
‌E despediu-se tranqüilo, para voltar ao trabalho.
‌Mas, no dia seguinte, o chefe procurou-o, com excelentes informes, e Belarmino contou-lhe a história viva da frase que lera de escantilhão.
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Espírito Hilário SilvaDo Livro: Almas em Desfile, Médium: Francisco Cândido Xavier.


domingo, 30 de maio de 2021

Suas várias formas de orgulho


(...)

Melindre é o orgulho na mágoa. Cultivemos a coragem de ser criticados.

Pretensão é o orgulho nas aspirações. Aprendamos a contentar com a alegria de trabalhar, sem expectativas pessoais.

Presunção é o orgulho no saber. Tomemos por divisa que toda opinião deve ser escutada com o desejo de aprender.

Preconceito é o orgulho nas concepções. Habituemos a manter análises imparciais e flexíveis.

Indiferença é o orgulho na sensibilidade. Adotemos a aceitação e respeito em todas ocasiões de êxitos e insucessos alheios.

Desprezo é o orgulho no entendimento. Acostumemos a pensar que para Deus tudo tem valor, mesmo que por agora não o compreendamos.

Personalismo é o orgulho centrado no eu. Eduquemos a abnegação nas atitudes.

Vaidade é o orgulho do que se imagina ser. Procuremos conhecer a nós mesmos e ter coragem para aceitarmo-nos tais quais somos, fazendo o melhor que pudermos na melhoria pessoal.

Inveja é o orgulho perante as vitórias alheias. Admitamos que temos esse sentimento e o enfrentemos com dignidade e humildade.

A falsa modéstia é orgulho da “humildade artificial”. Esforcemos pela simplicidade que vem da alma sem querer impressionar.

A prepotência é o orgulho de poder. Aprendamos o poder interior conosco mesmo transformando a prepotência em autoridade.

Dissimulação é o orgulho nas aparências. Esforcemos por ser quem somos, sem receios, amando-nos como somos.

A reeducação moral através das reencarnações nos levará a renovar esse quadro de penúria espiritual da Terra, sob a escravização das sombrias manifestações orgulhosas.

Estamos todos, encarnados e desencarnados, nessa busca de superação e enfrentamento com as nossas imperfeições milenares, e não será num salto que venceremos a grande e demorada luta. Apliquemo-nos nas preciosas e universais lições de Jesus, iluminadas pelos raios da lógica espírita, e esforcemo-nos sem desistir da longa caminhada na conquista da humildade...

Precisaremos de muita coragem para ser humildes, ser o que somos...

Ser humilde é tirar as capas que colocamos com o orgulho ao longo dessa caminhada...
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Livro: Mereça Ser Feliz – Superando as Ilusões do Orgulho
Wanderley Soares de Oliveira, pelo Espírito Ermance Dufaux
Editora Dufaux
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MENSAGEM DO ESE:

A ingratidão dos filhos e os laços de família (II)

Ó espíritas! compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda? Se por culpa vossa ele se conservou atrasado, tereis como castigo vê-lo entre os Espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso. Então, vós mesmos, assediados de remorsos, pedireis vos seja concedido reparar a vossa falta; solicitareis, para vós e para ele, outra encarnação em que o cerqueis de melhores cuidados e em que ele, cheio de reconhecimento, vos retribuirá com o seu amor.


Não escorraceis, pois, a criancinha que repele sua mãe, nem a que vos paga com a ingratidão; não foi o acaso que a fez assim e que vo-la deu. Imperfeita intuição do passado se revela, do qual podeis deduzir que um ou outro já odiou muito, ou foi muito ofendido; que um ou outro veio para perdoar ou para expiar. Mães! abraçai o filho que vos dá desgostos e dizei convosco mesmas: Um de nós dois é culpado. Fazei-vos merecedoras dos gozos divinos que Deus conjugou à maternidade, ensinando aos vossos filhos que eles estão na Terra para se aperfeiçoar, amar e bendizer. Mas oh! muitas dentre vós, em vez de eliminar por meio da educação os maus princípios inatos de existências anteriores, entretêm e desenvolvem esses princípios, por uma culposa fraqueza, ou por descuido, e, mais tarde, o vosso coração, ulcerado pela ingratidão dos vossos filhos, será para vós, já nesta vida, um começo de expiação.

A tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana.

Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de tais vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que lancem raízes profundas. Façam como o bom jardineiro, que corta os rebentos defeituosos à medida que os vê apontar na árvore. Se deixarem se desenvolvam o egoísmo e o orgulho, não se espantem de serem mais tarde pagos com a ingratidão. Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si mesmos e podem conservar tranqüila a consciência. À amargura muito natural que então lhes advém da improdutividade de seus esforços, Deus reserva grande e imensa consolação, na certeza de que se trata apenas de um retardamento, que concedido lhes será concluir noutra existência a obra agora começada e que um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor. 

(Cap. XIII, nº 19.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9.) 

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SUPERIORIDADE


Jamais te consideres, em relação aos outros, em situação de superioridade.

Não converses oprimindo ou desconsiderando a opinião alheia.

Não menosprezes, ao teu lado, a presença do teu irmão.

Valoriza a quem, do ponto de vista social ou cultural, não se nivela a ti.

A ninguém trates com descaso ou indiferença.

Não imagines perda de tempo o minuto de atenção que concedas ao amigo que te procura.

O egoísta só se ocupa com aquilo que é de seu interesse.

Não te antecipes a quem esteja tentando explicar-se junto a ti, efetuando rodeios com a palavra.

A caridade que humilha é uma mão que se estende sobre o abismo e não uma ponte que se atravessa, encurtando distâncias.

Muitos gostariam tão-somente que os tratasses como teu igual, a fim de que se sentissem valorizados.

Modula, pois, inclusive, a tua voz, quando te sentires interpelado por alguém que aparentemente te incomode.

Dizem que os anjos encarregados por Deus de ouvir as preces que os genuflexos homens lhe endereçam da Terra, igualmente, se postam de joelhos.
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Obra: Dias Melhores
  Irmão José
Divaldo Franco