sábado, 17 de dezembro de 2022

Riqueza da vida interior


“E assim podermos servir em novidade de espírito e não na caducidade da letra”. (Romanos, 7:6.)

O Cosmo pode ser comparado a um incomensurável arquivo vivo que guarda inúmeras coleções de obras-primas.

Cada texto escrito representa as diversas experiências que tivemos nas múltiplas encarnações ao longo do tempo. Cada um de nós é o somatório desses mesmos textos, compilados num único livro.

Em virtude disso, podemos encontrar “anotações sagradas” nas entrelinhas da própria alma. A divindade colocou um selo cunhado no Espírito, mas apenas quem o vê descobre sua filiação celeste.

Cada um de nós é uma “obra-prima” de Deus, única e com características peculiares.

Como somos todos “livros diferentes”, o sucesso de uma vida plena é ler-nos e, a partir daí, expressarmo-nos perante o mundo usando nossa originalidade.

Quem não exercita a leitura de si mesmo provavelmente ficará retido na capa e distanciado do seu conteúdo.

É necessário pesquisar o “índice interno”: lista alfabética de nomes, lugares e assuntos, que nos permite localizar a “página íntima”, onde os nossos temas podem ser encontrados, para não ficarmos presos à “capa-revestimento”.

Só nos pertence realmente aquilo que interpretamos. Apenas retemos aquilo que tenha vindo de nossas experiências, análises e inspirações.

Se não soubermos ler a nós mesmos, dificilmente aprenderemos a escolher bons livros. Só vence a alucinação da capa quem mergulha nas profundezas do conteúdo da vida interior.

Há um excessivo número de livros que apenas distraem a mente. Quantas vezes adquirimos obras iludidos pela aparência externa! Capas multicoloridas, títulos extravagantes, que camuflam romances simplistas, histórias infantis sem valor pedagógico, dramas sensacionalistas. Há ocasiões em que temos o disparate de comprá-las sem ao menos consultar o sumário.

A capa pode ficar amassada e envelhecida, a página pode ser despedaçada e separada do livro, todavia nenhuma criatura amassa, tritura, rasga ou aparta ideias, sentimentos e emoções que uma alma interpretou e guardou em seu âmago.

A mente entretida bloqueia a fonte sapiencial e polui a via de acesso pela qual escolhemos “livros externos” através do conteúdo de nosso “texto interno”.

Portanto, quando desenvolvemos a habilidade de fazer a “mente silenciar”, penetramos na essência das coisas e, como resultado, passamos a escolher os livros que nos levem a maiores reflexões e, ao mesmo tempo, a tomar posse da “biblioteca viva” que existe dentro de nós.

• Ler para compreender o mundo interior.

• Ler para assimilar com profundeza os sentimentos.

• Ler para observar o funcionamento da mente.

• Ler para atingir o cerne da própria alma.

• Não ler só para ficar na superfície romanceada.

• Não ler para considerar apenas uma face ou um aspecto dos fatos.

• Não ler somente para divagar em histórias fantasiosas e repetitivas.

• Não ler para unicamente abstrair-se das dificuldades, mas para resolvê-las.

Paulo de Tarso, o grande divulgador do Cristianismo, escreve aos romanos: “servir em novidade de espírito e não na caducidade da letra” .

Concluímos, ajustando o texto paulino ao nosso entendimento: não possui validade por si só o que está escrito “ao pé da letra”, mas o “espírito” da ideia, a intenção real do que está no texto.

A “novidade de espírito” quer dizer: é necessário decifrar o novo – que não se manifesta claramente e que está além do literal do contrário a leitura passa a ser uma distração banal, e não um meio de despertar os valores inatos da alma.

A “caducidade da letra” significa que o que está escrito pode ser considerado caduco, sem validade, ou se tornar indevido, se não for descoberto o sentido implícito ou subentendido da escrita.

“A letra mata, mas o Espírito comunica a vida” faz-nos entender que o que se lê não tem significação ou valor se não houver preocupação de interpretar o que é simbólico.

Escolhem-se “obras externas” por meio do “livro interno”.

Nosso sistema de pensamento cognitivo e os demais processos espirituais estão ligados à nossa “enciclopédia sagrada”.

Os recursos de que necessitamos para bem viver não estão na exterioridade; estão dentro de nós, visto que cada ser humano é um “livro transcendental” repleto de conhecimentos imortais.

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Hammed
Francisco do Espírito Santo Neto
Obra: Um Modo de Entender - uma nova forma de viver
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17 de novembro

Você sente que faz parte do novo? 

Você sente que você se mistura no todo em perfeita harmonia ou você se sente desconfortável e desajeitado? 

Se você não se sente bem, é melhor sair e encontrar outro caminho. 

Somente as almas que estão em harmonia com o novo, que estão desejosas de deixar o que é velho para trás sem remorsos e que têm espírito de aventura estarão prontas para o novo e serão capazes de mergulhar livremente nele. 

Se você ainda quer se manter preso às antigas maneiras e ideias ortodoxas e convencionais, se você tem medo de quebrar as velhas formas, então você não está pronto para o novo. 

É preciso coragem, força, determinação e uma grande consciência interior de que o que você está fazendo é o certo. 

Quando sua fé e confiança estiverem em Mim e você souber que EU ESTOU guiando e dirigindo você, então você será capaz de fazer tudo o que precisa ser feito com alegria e amor profundos.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Obediência e resignação

A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, se bem os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antigüidade material desprezava. Ele veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção. Veio fazer que, no seio da Humanidade deprimida, brilhassem os triunfos do sacrifico e da renúncia carnal.

Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vicio é a indiferença moral. Digo, apenas, atividade, porque o gênio se eleva de repente e descobre, por si só, horizontes que a multidão somente mais tarde verá, enquanto que a atividade é a reunião dos esforços de todos para atingir um fim menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época. Submetei-vos à impulsão que vimos dar aos vossos espíritos; obedecei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Ai do espírito preguiçoso, ai daquele que cerra o seu entendimento! Ai dele! porquanto nós, que somos os guias da Humanidade em marcha, lhe aplicaremos o látego e lhe submeteremos a vontade rebelde, por meio da dupla ação do freio e da espora. Toda resistência orgulhosa terá de, cedo ou tarde, ser vencida. Bem-aventurados, no entanto, os que são brandos, pois prestarão dócil ouvido aos ensinos.

— Lázaro. (Paris, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 8.)
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Simplicidade


Quando o Senhor nos exortou à pureza infantil, como sendo a condição de entrada no Plano Superior, não nos convidava à insipiência ou à incultura.
* * *
Recomendava-nos a simplicidade do coração, que se revela sempre disposto a aprender.
* * *
A rebeldia e a impermeabilidade são, quase sempre, escuras características daqueles que pretendem haver encontrado a última palavra em madureza espiritual.
* * *
Nossos excessos de raciocínio, em muitas ocasiões, não passam de desvarios da nossa mente, dominados por incompreensíveis cristalizações de vaidade ou de orgulho.
* * *
Criamos, em nossa invigilância, certos padrões convencionais de conduta que nos impedem qualquer acesso à verdadeira luz e, dentro deles, dormitamos à maneira de pássaros cativos que encarcerassem as próprias asas em estreitas limitações.
* * *
Contudo, quando entendemos que a vida se renova, todos os dias, e quando percebemos que todos os minutos constituem oportunidades de corrigir e aprender, auxiliar e redimir; entramos na posse da simplicidade real, suscetível de fixar em nosso íntimo, novos painéis de Amor e sabedoria, paz e luz.
* * *
Guardemos o espírito de surpresa, diante do mundo e, à frente da estrada que o Alto nos destinou, convertamos a nossa ligação com o Pai Celeste por laço essencial de nosso coração com a vida e, dessa forma, estejamos convictos de que cada instante será para nós glorioso passo no Conhecimento Superior ou na direção do Céu.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Trilha de luz
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PARTIR O PÃO


No ato de partir o pão é que revelas quem realmente és.
As tuas mãos em movimento são o teu retrato.

As mãos do egoísta não sabem dividir...

As do avaro estão sempre retraídas...

As do agressor cerram-se no punho...

Em contrapartida, as do homem benevolente estendem-se incondicionalmente...

Espalmam-se, dadivosas...

Não receiam os cravos da ingratidão...

Jamais se exaurem no esforço do auxílio.

Se queres saber quem és, observa como partes o teu pão.

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Irmão José - psic. Carlos Baccelli - do livro "Ao Alcance das Mãos"
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Repreensão


A repreensão, sem dúvida, pertence à economia do nosso progresso espiritual [na vida], entretanto, antes de expedi-la, com a palavra, convirá sempre ponderar o porquê, o como e o modo, através dos quais devemos concretizá-la.

O lavrador, para salvar a erva tenra, que amanhã será o orgulho do seu pomar, emprega cuidado e carinho para não lhe ferir o embrião, em lhe subtraindo o verme devorador.

O artista, para retirar a obra-prima do mármore, não martela o bloco de pedra indiscriminadamente e, sim, burila-o, cauteloso, [imaginando e sonhando, antes de exigir ou] apressar-se.

O cirurgião, que atende ao enfermo [em estado grave,] propicia-lhe anestésico e [recomenda-lhe o] repouso, extraindo-lhe o problema orgânico, sem desafiar-lhe a reação das células vivas que, em desespero, poderiam estragar-lhe a atuação.

Usemos, [pois,] a repreensão a benefício do progresso de todos, mas, sem olvidar as nossas necessidades e deficiências, para que a compaixão fraternal seja óleo de estímulo em nossas frases.

Jesus, o Grande Médico, o Excelso Educador, sempre fez diferença entre o mal e a vítima, [entre pecado e pecador]. Cura a moléstia, sem humilhar aqueles que se faziam hospedeiros dela e reprova o erro, sem esquecer o amparo imprescindível aos que se faziam desviados, que Ele tratava por doentes da alma.

Auxiliemos noventa e nove vezes e repreendamos uma vez, em cada centena de particularidades do nosso trabalho.

Quem efetivamente auxilia, adverte com proveito real.

A educação exige [muita] piedade, [muito] apoio fraterno e constante recapitulação de ensinamentos para que se evidencie [de verdade] no campo da vida.

E, ainda nesse capítulo, não podemos esquecer a lição do Mestre, quando nos recomenda: Deixai crescer juntos o trigo e o joio, porque o Divino Cultivador fará a justa seleção, no dia da ceifa.

Semelhante assertiva não nos induz ao relaxamento, à indiferença ou à inércia, mas, define o imperativo de nossas responsabilidades, uns à frente dos outros, para que sejamos, de fato, irmãos e amigos, com interesses mútuos, e não perseguidores cordiais que desorganizam as possibilidades de crescimento do progresso e perturbam o esquema de aperfeiçoamento que a Sabedoria Divina traçou, em favor de nosso engrandecimento comum.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Visão nova
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16 de dezembro

"Transforme-se pela renovação da sua mente!"

Que palavras importantes!

Você já deve tê-las ouvido muitas vezes, mas o que é que fez a respeito?

Elas têm significado para você?

Pense nelas até que elas tenham adquirido vida, vibrando em sua mente e fazendo você se renovar e se transformar.

Você fala de paz e harmonia, do novo céu e da nova terra, de cumprir a Minha vontade, de amor e luz que se irradiam pelo mundo e de se arriscar no desconhecido, mas, efetivamente, o que é que você está fazendo a respeito?

Você está vivendo de maneira a ajudar tudo isto acontecer?

Não seja como um papagaio, só repetindo coisas sem significado para você.

Reze sem cessar por uma profunda e clara compreensão, agradeça e siga em frente e para o alto.

Acima de tudo, viva a vida e permita que as mudanças transformem a sua vida.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

A ingratidão dos filhos e os laços de família

A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso. É, em particular, desse ponto de vista que a vamos considerar, para lhe analisar as causas e os efeitos. Também nesse caso, como em todos os outros, o Espiritismo projeta luz sobre um dos grandes problemas do coração humano.

Quando deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza e se aperfeiçoa no espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a luz. Muitos, portanto, se vão cheios de ódios violentos e de insaciados desejos de vingança; a alguns dentre eles, porém, mais adiantados do que os outros, é dado entrevejam uma partícula da verdade; apreciam então as funestas conseqüências de suas paixões e são induzidos a tomar resoluções boas. Compreendem que, para chegarem a Deus, lima só é a senha: caridade. Ora, não há caridade sem esquecimento dos ultrajes e das injúrias; não há caridade sem perdão, nem com o coração tomado de ódio.

Então, mediante inaudito esforço, conseguem tais Espíritos observar os a quem eles odiaram na Terra. Ao vê-los, porém, a animosidade se lhes desperta no íntimo; revoltam-se à idéia de perdoar, e, ainda mais, à de abdicarem de si mesmos, sobretudo à de amarem os que lhes destruíram, quiçá, os haveres, a honra, a família. Entretanto, abalado fica o coração desses infelizes. Eles hesitam, vacilam, agitados por sentimentos contrários. Se predomina a boa resolução, oram a Deus, imploram aos bons Espíritos que lhes dêem forças, no momento mais decisivo da prova.

Por fim, após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba de formar-se. Qual será o seu procedimento na família escolhida? Dependerá da sua maior ou menor persistência nas boas resoluções que tomou. O incessante contacto com seres a quem odiou constitui prova terrível, sob a qual não raro sucumbe, se não tem ainda bastante forte a vontade.

Assim, conforme prevaleça ou não a resolução boa, ele será o amigo ou inimigo daqueles entre os quais foi chamado a viver. É como se explicam esses ódios, essas repulsões instintivas que se notam da parte de certas crianças e que parecem injustificáveis. Nada, com efeito, naquela existência há podido provocar semelhante antipatia; para se lhe apreender a causa, necessário se torna volver o olhar ao passado.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9.)
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EU PERDOO


Pai, quando eu for chamado para junto de Ti, quero partir com o coração aliviado de qualquer sentimento menor que possa reter-me ao vale de lágrimas onde me encontro hoje.

Ah, Meu Deus, que nada do que já vivi e ainda vivo seja obstáculo à minha felicidade amanhã!...

Quando eu me for, quero alçar voo como fazem as aves que planam livres por sobre as misérias humanas, e que não pousam no chão senão para buscar o alimento que as mantém fortes nas alturas!...

Quando meus olhos se cerrarem à ilusão da carne, é de minha vontade que eu me distancie do mundo com a leveza das almas experimentadas na forja das provas árduas, sem que o peso dos sentimento menores impeça meu anseio anseio de libertação!

Desejo, Pai, libertar-me, sendo fiel à Tua lei de amor e de perdão!

Eu compreendo que a Terra é a escola onde Tu nos prepara para a angelitude!...

Eu compreendo que o sofrimento é a lição que nos faz avançar para a glória ou estacionar na senda de novas e mais dolorosas provas!...

Eu compreendo que tudo é seleção: os laços, a estrada, os acontecimentos...

De minha atitudes colherei bem ou mal; com minhas decisões talharei o que serei amanhã. Alegrias infinitas ou sofrimentos sem conta nascem unicamente de meus atos, a revelia do que os outros me fazem ou deixam de fazer....

Por isso, Pai, conduz meu pensamento de tal sorte que, quando chegar minha hora, nada do que vivi possa retardar-me o passo ou prender-me outra vez ao sombrio grilhão da dor. De todos os momentos experimentados, que eu carregue comigo apenas aqueles que me proporcionaram coisas úteis e felizes. Que os infortúnios e mágoas do passado não sejam mais peso em meu coração a impedir a realização dos mais ardentes anseio de felicidade e sublimação!...

As lágrimas que me fizeram verter - eu perdoo.
As dores e as decepções - eu perdoo.
As traições e mentiras - eu perdoo.
As calúnias e as intrigas - eu perdoo.
O ódio e a perseguição - eu perdoo.
Os golpes que me feriram - eu perdoo.
Os sonhos destruídos - eu perdoo.
As esperanças mortas - eu perdoo.
O desamor e a antipatia - eu perdoo.
A indiferença e a má vontade - eu perdoo.
A desconsideração dos amados - eu perdoo.
A cólera e os maus tratos - eu perdoo.
A negligência e o esquecimento - eu perdoo.
O mundo, com todo o seu mal - eu perdoo.

A partir de hoje proponho-me a perdoar porque a felicidade real é aquele que nasce do esquecimento de todas as faltas!... No lugar da mágoa e do ressentimento, coloco a compreensão e o entendimento; no lugar da revolta, coloco a fé na Tua Sabedoria e Justiça; no lugar da dor, coloco o esquecimento de mim mesmo; no lugar do pranto coloco a certeza do riso e da esperança porvindoura; no lugar do desejo de vingança, coloco a imagem do Cordeiro imolado e o mais sublime dos perdões...

Só assim, Pai, se um dia eu tiver que retornar à carne, poderei me levantar forte e determinado sobre os meus pés e não obstante todos os sofrimentos que experimentar, serei naturalmente capaz de amar acima de todo desamor, de doar mesmo que despossuído de tudo, de fazer feliz aos que me rodearem, de honrar qualquer tarefa que me concederes, de trabalhar alegremente mesmo que em meio a todos impedimentos, de estender a mão ainda que em mais completa solidão e abandono, de secar lágrimas ainda que aos prantos, de acreditar mesmo que desacreditado, e de transformar tudo em volta pela força de minha vontade, porque só o perdão rasga os véus sombrios do ressentimento e da revolta, frutos infelizes do egoísmo e do orgulho, libertando meu coração no rumo do bem e da paz, do amor verdadeiro e da felicidade eterna!

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Assim seja!
(Psicografia Instituto André Luiz, 08.03.2003)
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Nas leis do destino


Há quem pense que o Criador, por vezes, sentencia Suas criaturas a sofrimentos eternos.

Contudo, tanto quanto se pode perceber, o Pai Celestial se manifesta através de leis que expressam ser Seu objetivo o bem supremo.

Essas leis podem ser observadas mesmo nos processos rudimentares do campo físico.

O fogo é agente precioso da evolução, nos limites em que deve ser conservado.
Entretanto, se colocamos a mão no braseiro, é natural que venhamos a sofrer dolorosas consequências.

A máquina é parte acessória do progresso.
Mas em mãos que não a saibam manusear, pode se converter em instrumento de destruição.

Negligência, imperícia ou indisciplina na sua utilização causam resultados desastrosos.

Ocorre o mesmo nos planos da consciência.

Na matemática do Universo, o destino sempre dá para a criatura o que ela lhe der.

É inútil que autoridades de um ou outro princípio religioso pintem o Todo Poderoso com as tintas das paixões humanas.

Com frequência, ouvimos interpretações que assemelham Deus a um soberano rodeado de púrpura e riquezas.

A alguém que fica simplesmente governando Seus súditos à distância.

Segundo esses relatos, Ele se enraivece por falta de louvores ou pela desobediência dos Seus filhos.

Também se envaidece com adulações.

Os que assim apresentam a Divindade podem estar movidos de santos propósitos.

Talvez raciocinem sob o influxo de lendas e tradições respeitáveis do passado longínquo.

Mas se esquecem de que, mesmo perante as leis dos homens, pessoa alguma consegue furtar, moralmente, o merecimento ou a culpa de outra.

Deus é amor.

Amor que se expande do átomo aos astros.

Mas é justiça também.

Justiça que atribui a cada Espírito segundo o que ele próprio escolheu.

Nosso Mestre Jesus disse que a cada um seria dado segundo as suas obras.

Sendo amor, Deus concede à consciência transviada tantas experiências quantas necessite, a fim de retificar o próprio caminho.

Sendo justiça, ignora privilégios de qualquer ordem. Para Ele, todos são iguais, filhos do Seu amor.

Jamais afirmemos, portanto, que Deus privilegia a uns e condena a outros.

Recordemos que não podemos raciocinar pelo cérebro alheio.

Também não podemos nos alimentar pela boca do próximo. Cada um é o responsável pelas suas próprias ações.

Deus nos criou a todos para que nos engrandeçamos, para que realizemos o progresso, de ordem intelectual e de ordem moral.

Em uma palavra, para que alcancemos a felicidade no mais amplo sentido.

Para isso, sendo amor, nos proporciona um caminho de bênçãos e de luzes.

Sendo justiça, determinou que cada Espírito possuísse vontade e razão.

Assim, nenhum de nós é vítima senão de si mesmo.

Cada qual nos adiantamos ou nos atrasamos, conforme queiramos, no decorrer de incontáveis existências.

O livre-arbítrio vigora amplamente no Universo.

Apenas é necessário arcar com as consequências das próprias opções.

Dessa forma, nossa vida, aqui ou no Além, será sempre o que quisermos, ou seja, o que dela fizermos

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Redação do Momento Espírita, com base no cap. LI, do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Formatação e pesquisa: MILTER -15-12-2019
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

O raio da morte


 Em toda parte onde a criatura não se vigia, ei-lo que surge, como que arremessado pelos abismos da sombra.

 É o raio da morte que extermina, implacável, todas as sementeiras do bem.

 Na maternidade — é a força imponderável que provoca o desastre do aborto ou que fulmina pobres anjos recém-natos a sugá-la por veneno sutil, à flor do materno seio.

 Na paternidade — é a frustração das mais preciosas esperanças endereçadas pelo Céu em socorro à família.

 No lar — é o espinho magnético, alimentando o sofrimento naqueles que mais amamos.

No templo — é o assalto das trevas às promessas da luz.

 Na caridade — é o golpe da violência colocando o vinagre do desencanto e o fel da revolta no prato da ingratidão.

 Na escola — é a ofensa à dignidade do ensino.

Entre amigos — é o azorrague de brasas crestando as bênçãos da confiança.

Entre adversários — é o instinto que arma o braço desavisado para o infortúnio do crime.

 Nos moços — é a certidão de incapacidade para servir.

 Nos adultos — é punhal invisível degolando sublimes ensejos de entendimento e progresso.

 Por onde passa, deixa sempre um rastro de lodo e sangue, lágrima e desespero, exigindo a mais ampla serenidade do tempo e o mais dilatado perdão para que o equilíbrio da vida se refaça.

 Esse raio mortal é a cólera onde aparece.

 Para conjurar-lhe o perigo, só existe um remédio justo — receber-lhe o impacto destruidor no clima do silêncio sobre a antena da oração.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Coragem
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15 de dezembro

A faísca divina está no interior de cada indivíduo mas, em muitas almas, precisa ser trazida à tona e abanada para que possa se transformar em chama. 

Desperte de sua preguiça, reconheça a divindade dentro de você, alimente-a e permita que ela cresça e floresça.

 A semente deve ser plantada na terra antes que possa desabrochar; ela tem dentro de si um potencial adormecido que precisa de condições favoráveis para crescer e se desenvolver. 

Você tem dentro de si o reino dos céus, mas ele não será revelado se você não acordar e começar a procurar por ele. 

Existem muitas almas nesta vida que não acordam para esta realidade e elas são como sementes guardadas num pacote.

 Você precisa querer soltar as amarras para ser livre.

 E quando este desejo surgir, você será ajudado de todas as maneiras possíveis. 

Mas o desejo deve primeiro surgir em você.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Reconciliação com os adversários

Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. — Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil. (S. MATEUS, cap. V, vv. 25 e 26.)

Na prática do perdão, como, em geral, na do bem, não há somente um efeito moral: há também um efeito material. A morte, como sabemos, não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor; donde decorre a falsidade do provérbio que diz: “Morto o animal, morto o veneno”, quando aplicado ao homem. O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo dos que apresentam certa gravidade, quais os de subjugação e possessão.

O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior, e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu proceder. Deus o permite, para os punir do mal que a seu turno praticaram, ou, se tal não ocorreu, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, não perdoando. Importa, conseguintemente, do ponto de vista da tranqüilidade futura, que cada um repare, quanto antes, os agravos que haja causado ao seu próximo, que perdoe aos seus inimigos, a fim de que, antes que a morte lhe chegue, esteja apagado qualquer motivo de dissensão, toda causa fundada de ulterior animosidade. 

Por essa forma, de um inimigo encarniçado neste mundo se pode fazer um amigo no outro; pelo menos, o que assim procede põe de seu lado o bom direito e Deus não consente que aquele que perdoou sofra qualquer vingança. Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não é somente objetivando apaziguar as discórdias no curso da nossa atual existência; é, principalmente, para que elas se não perpetuem nas existências futuras. Não saireis de lá, da prisão, enquanto não houverdes pago até o último centavo, isto é, enquanto não houverdes satisfeito completamente a justiça de Deus.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 5 e 6.)
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LEI DA FÍSICA


Toda ação é semelhante a um elástico que alguém se põe a esticar com as próprias mãos.

O elástico, após distender-se quanto pode, encolhendo-se, volta ao seu ponto de origem.

Porém, ao voltar, traz consigo a consequência da força tensional em que se alongou.

Tanto o bem quanto o mal, por mais se distanciem de seus autores, sempre retornam a eles com o resultado de seus benefícios ou prejuízos.

Portanto, em essência, o bem ou o mal que fazes pertencem a ti e não aos outros.

O chamado "choque de retorno", regendo o mundo moral das criaturas, é uma lei da Física.

Foi por isto que Jesus, em sua sabedoria, nos recomendou que aos outros fizéssemos o que gostaríamos nos fosse feito.

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Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Ajuda-te e o Céu te Ajudará")
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O IDEAL DE CADA UM


“Cada qual de nós, seja de onde for, está sempre construindo a vida que deseja.

Existência é a soma de tudo o que fizemos de nós até hoje.

Toda melhoria que realizarmos em nós, é melhoria na estrada que somos chamados a percorrer.

Toda a ideia que você venha a aceitar influenciará seu espírito; escolha os pensamentos do bem para orientar-lhe o caminho e o bem transformará sua vida numa cachoeira de bênçãos.

Se você cometeu algum erro não se detenha para lamentar-se; racione sobre o assunto e retifique a falha havida porque somente assim, a existência lhe converterá o erro em lição.

Muito difícil viver bem se não aprendermos a conviver.

A vida por fora de nós é a imagem daquilo que somos por dentro.

Viver é a lei da natureza, mas a vida pessoal é a obra de cada um.

Toda vez que criticamos a experiência dos outros, estamos apontando em nós mesmos os pontos fracos que precisamos emendar em nossas próprias existências.

Seu ideal é o seu caminho, tanto quanto seu trabalho é você."
🌹🍃🌹
André Luiz
Chico Xavier
Obra: Respostas da vida
🌹🍃🌹

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Teste do processo desobsessivo



Verifique você: se já consegue dispensar aos outros o tratamento que desejaria receber;

se adia a execução das próprias tarefas;

se reconhece que toda criatura humana é imperfeita quanto nós mesmos e que, por isso, não nos será lícito exigir do próximo testemunhos de santidade e grandeza na passarela do mundo;

 se guarda fidelidade aos compromissos assumidos;

se cultiva a pontualidade;

 se evita contrair débitos;

 se orienta a conversação sem perguntas desnecessárias;

se acolhe construtivamente as críticas de que se faz objeto;

se fala auxiliando ou agredindo a quem ouve;

 se conserva ressentimentos;

 se sabe atrair amigos e alimentar afeições;

se mantém um autocontrole, na vida emotiva, como base de sua dieta mental.

Todos nós, os Espíritos em evolução na Terra, temos a nossa quota de obsessão, em maior ou menor grau. E todos estamos trabalhando pela própria libertação. À vista disso, de quando a quando, é sumamente importante façamos um teste de nosso processo desobsessivo, afim de que cada um de nós observe, em particular, como vai indo o seu.

💐🌾💐
André Luiz
Chico Xavier
Obra: Paz e renovação
💐🌾💐

14 de dezembro

Tenha sempre em mente que só o bem resulta de tudo e que cada experiência ajuda você a crescer e se expandir.

 Perceba que sem experiência, de primeira mão, você não seria capaz de entender e abrir seu coração para os seus semelhantes, mas se manteria à distância julgando e condenando. 

Experiências, não importa quão estranhas ou difíceis, foram impostas a você com um propósito; portanto, tente entender qual é esse propósito.

 Tente ver Minha mão em tudo, tente entender que nada acontece por acaso e que sorte não existe. 

Perceba que é você que atrai para si o melhor ou o pior da vida. 

Pode ser paz, serenidade e tranquilidade, ou pode ser caos e confusão. 

Essa atração vem de seu interior, de seu estado de consciência; portanto, não culpe o ambiente que o cerca.

 Um caracol carrega tudo consigo, até sua casa. Você contém tudo no seu interior e reflete para o exterior.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Observai os pássaros do céu (II)

A Terra produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela dá. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro; e cada um terá o necessário. O rico, então, considerar-se-á como um que possui grande quantidade de sementes; se as espalhar, elas produzirão pelo cêntuplo para si e para os outros; se, entretanto, comer sozinho as sementes, se as desperdiçar e deixar se perca o excedente do que haja comido, nada produzirão, e não haverá o bastante para todos.

Se as amontoar no seu celeiro, os vermes as devorarão. Daí o haver Jesus dito: “Não acumuleis tesouros na Terra, pois que são perecíveis; acumulai-os no céu, onde são eternos.” Em outros termos: não ligueis aos bens materiais mais importância do que aos espirituais e sabei sacrificar os primeiros aos segundos. (Cap. XVI, nº 7 e seguintes.)

A caridade e a fraternidade não se decretam em leis. Se uma e outra não estiverem no coração, o egoísmo aí sempre imperará. Cabe ao Espiritismo fazê-las penetrar nele.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, item 8.)
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HUMILDADE CELESTIAL


Ninguém mais humilde que Ele, o Divino
Governador da Terra.

Podia eleger um palácio para a glória do nascimento, mas preferiu sem mágoa a
manjedoura simples.

Podia reclamar os princípios da cultura para o seu ministério de paz e redenção;
contudo, preferiu pescadores singelos para instrumentos sublimes do seu verbo de luz.

Podia articular defesa irresistível a fim de dominar a governança política; no entanto, preferiu render-se à autoridade, presente em sua época, ensinando que o homem deve entregar ao mundo o que ao mundo pertence, e a Deus o que é de Deus.

Podia banir de pronto do colégio apostólico o amigo invigilante, mas preferiu que Judas conseguisse os seus fins, lamentáveis e excusos, descerrando-lhe aos pés caminho melhor.

Podia erguer-se ao Sol da plena vida eterna, sem voltar-se jamais ao convívio
humilhante daqueles que o feriram nos tormentos da cruz; no entanto, preferiu
regressar para o mundo, estendendo de novo as mãos alvas e puras aos ingratos da véspera.

Podia constranger o espírito de Saulo a receber-lhe as ordens, mas preferiu surgir-lhe qual companheiro anônimo, rogando-lhe acordar, meditar e servir, em favor de si mesmo.

Em Cristo, fulge sempre a humildade celeste, pela qual aprendemos que,
quanto mais poder, mais amplo o trilho augusto aberto às nossas almas para que nos façamos, não apenas humildes pelos padrões da Terra, mas humildes enfim pelos padrões de Deus.

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FONTE: LIVRO ANTOLOGIA MEDIÙNICA DO NATAL
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
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A PERDA IRREPARÁVEL


A frente dos candidatos à nova experiência na carne, o instrutor espiritual esclarecia, paternalmente :

– Não percam a tranquilidade em momento algum, na reconstrução do destino. Em plena atividade terrestre, é imprescindível valorizar a corrigenda. O erro não pode constituir motivo para o desânimo absoluto. O desengano vale por advertência da vida e, com a certeza do Infinito Bem, que neutraliza todo mal, após aproveitar-lhe a cooperação em forma de sofrimento, o espírito pode alcançar culminâncias sublimes.
O Pai somente concede a retificação aos filhos que já se apropriaram do entendimento. Usem, pois, a compreensão legítima, em face de qualquer provação mais difícil.
A queda verdadeiramente perigosa é aquela era que nos comprazemos, entorpecidos e estacionários.

Reerguer-se, por recuperar a estrada perdida, será sempre a não meritória da alma, que o Tesouro Celeste premiará com o descortino de oportunidades santificantes.
A serenidade deve presidir aos mínimos impulsos de vocês na tarefa próxima.
Seria as fontes da ponderação individual, o rio da paz jamais fertilizará os continentes da obra combativa. É indispensável, por isso, recordar o caráter precário de toda posse na ordem material.
O tempo, que é fixador da glória dos valores eternos, é corrosivo de todas as organizações passageiras, na Terra e noutros mundos. Todas as formas, com base na substância variável, perecerão no que se refere à máscara transitória, dentro dos jogos da expressão.

Conservando-se atentos aos imperativos de marcha pacífica, não se esqueçam, sobretudo, de que todo o equipamento de recursos humanos é substituível. Todos os quadros que vocês integrarão se destinam ao processo educativo da alma. Em breve, estarão soterrados nos séculos, como todos os espetáculos de que participamos nas paisagens que se foram...

A lei de substituição funciona diariamente para nós todos.

Cada testemunho incompleto, cada lição imperfeita, serão repetidos tantas vezes quantas forem necessárias.

A própria Natureza, na Crosta do Mundo, instruí-los-á diferentemente ao vaivém das situações e das coisas.

Primavera e inverno renovam-se para a comunidade dos seres terrestres, nos diversos reinos, há milhares de anos. As influências lunares se rearticulam, de semana a semana, difundindo o magnetismo diferente da luz polarizada. Nos círculos planetários, infância, juventude e velhice dos corpos funcionam igualmente para todos.

Qual ocorre na zona das formas temporárias, prepondera a substituição na ordem espiritual.

Quem não dispõe de parentes consanguíneos, com boa vontade encontrará família maior nos laços humanos. Se vocês não puderem suportar o clima de uma bigorna, encontrarão acesso à carpintaria e, em qualquer casa de ação edificante, desde que se inspirem no ideal de servir, serão aquinhoados com as possibilidades de realizar intensivamente, na sementeira e na seara do Bem.

Nas artes e nas ciências, receberão todos vocês a bênção de aprender e reaprender, de experimentar e recapitular incessantemente.

Nas circunstâncias, aparentemente mais duras, ninguém entregue o espírito ao desespero. Tal qual a alvorada que faz a luz resplandecer além das trevas, a oportunidade de reajustamento, reabilitação e ascensão brilhará sempre sobre os abismos nos quais nos precipitemos, desavisados e incautos...
Guardem a paz inalterável, porquanto, ao longo do problema esclarecido e do caminho trilhado pelos seres mortais, tudo será reformado e substituído...

O orientador mostrou diferente brilho nos olhos e acrescentou:

– Há, porém, no decurso de nossas atividades uma perda irreparável. Com exceção dos valores prevalecentes na jornada evolutiva, é esse prejuízo a medida que define a distância entre o bom e o mau, entre o rico e o pobre, entre o ignorante e o sábio, entre o demônio e o santo. Semelhante lacuna é impreenchível. Deus dispôs a Lei de tal modo que nem mesmo a justiça d’Ele consegue remediá-la, em benefício dos homens ou dos anjos.

Ante a expectação dos ouvintes, o instrutor esclareceu:

– Trata-se da perda do dia de serviço útil, que representa ônus definitivo, por distanciar-nos de todos os companheiros que se eximem a essa falha.

E enquanto os aprendizes se entreolhavam, admirados, o mentor paternal concluiu:

– Ajudando-nos na preservação da paz, Jesus: recomendou-nos: “contemplai os lírios do campo!”

Entretanto, para que não zombemos do profundo valor das horas, foi Ele mesmo quem nos advertiu:

“Caminhai enquanto tendes luz!”

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Irmão X
Chico Xavier
Obra: Luz acima
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