sábado, 12 de agosto de 2023

Justiça das aflições


Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do
futuro, estas máximas seriam um contra-senso, mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. 

É, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que
sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude, e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas
não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. 

Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com
parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa.

Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus, pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreende-la, lhes revela completamente a aludida causa, por
meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos.

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Do Livro: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Capítulo V – Ite
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12 de agosto

Você não pode ser produtivo se está pressionado e estressado.

Tire uns momentos para ficar a sós e faça algo simples, algo que lhe agrada, mas que seja algo que você mesmo tenha escolhido, não algo sugerido por outra pessoa.

Agindo assim você verá que é capaz de enxergar as coisas por um nível diferente de consciência.

O peso será levantado e você conseguirá produzir muito mais.

E não tente olhar muito longe no futuro, pois isso pode causar ansiedade e desesperança.

Você só pode dar um passo por vez, portanto, dê o primeiro passo e os outros se seguirão naturalmente.

Deixe que a vida corra sem tentar manipulá-la.

Não se perturbe nem se impaciente se as coisas não correrem exatamente como você esperava.

Em vez disso, procure e entenda o plano e as razões que norteiam os acontecimentos, e perceba que tudo sairá muito, muito bem.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores

Os Espíritos sofredores reclamam preces e estas lhes são proveitosas, porque, verificando que há quem neles pense, menos abandonados se sentem, menos infelizes. Entretanto, a prece tem sobre eles ação mais direta: reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e, possivelmente, desvia-lhes do mal o pensamento. É nesse sentido que lhes pode não só aliviar, como abreviar os sofrimentos. (Veja-se: O Céu e o Inferno, 2ª Parte — “Exemplos”.)

Pessoas há que não admitem a prece pelos mortos, porque, segundo acreditam, a alma só tem duas alternativas: ser salva ou ser condenada às penas eternas, resultando, pois, em ambos os casos, inútil a prece. Sem discutir o valor dessa crença, admitamos, por instantes, a realidade das penas eternas e irremissíveis e que as nossas preces sejam impotentes para lhes pôr termo. Perguntamos se, nessa hipótese, será lógico, será caridoso, será cristão recusar a prece pelos réprobos? Tais preces, por mais impotentes que fossem para os liberar, não lhes seriam uma demonstração de piedade capaz de abrandar-lhes os sofrimentos? Na Terra, quando um homem é condenado a galés perpétuas, quando mesmo não haja a mínima esperança de obter-se para ele perdão, será defeso a uma pessoa caridosa ir carregar-lhe os grilhões, para aliviá-lo do peso destes? Em sendo alguém atacado de mal incurável, dever-se-á, por não haver para o doente esperança nenhuma de cura, abandoná-lo, sem lhe proporcionar qualquer alivio? Lembrai-vos de que, entre os réprobos, pode achar-se uma pessoa que vos foi cara, um amigo, talvez um pai, uma mãe, ou um filho, e dizei se, não havendo, segundo credes, possibilidade de ser perdoado esse ente, lhe recusaríeis um copo d’água para mitigar-lhe a sede? um bálsamo que lhe seque as chagas? Não faríeis por ele o que faríeis por um galé? Não lhe daríeis uma prova de amor, uma consolação? Não, isso cristão não seria. Uma crença que petrifica o coração é incompatível com a crença em um Deus que põe na primeira categoria dos deveres o amor ao próximo.

A não eternidade das penas não implica a negação de uma penalidade temporária, dado não ser possível que Deus, em sua justiça, confunda o bem e o mal. Ora, negar, neste caso, a eficácia da prece, fora negar a eficácia da consolação, dos encorajamentos, dos bons conselhos; fora negar a força que haurimos da assistência moral dos que nos querem bem.

Outros se fundam numa razão mais especiosa: a imutabilidade dos decretos divinos. Deus, dizem esses, não pode mudar as suas decisões a pedido das criaturas; a não ser assim, careceria de estabilidade o mundo. O homem, pois, nada tem de pedir a Deus, só lhe cabendo submeter-se e adorá-lo.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 18 a 20.)
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EXISTÊNCIA DE DEUS


Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:

- Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?

O crente fiel respondeu:

- Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.

- Como assim? - indagou o chefe, admirado.

O servo humilde explicou-se:

- Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?

- Pela letra.

- Quando o senhor recebe uma joia, como é que se informa quanto ao autor dela?

- Pela marca do ourives.

O empregado sorriu e acrescentou:

- Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?

- Pelos rastos - respondeu o chefe, surpreendido.

Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:

- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!

Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.

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Meimei
Francisco Cândido Xavier
Obra: Pai Nosso
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QUE FAZEIS DE ESPECIAL?


“Que fazeis de especial?” – Jesus. (Mateus, 5:47.)

Iniciados na luz da Revelação Nova, os espiritistas cristãos possuem patrimônios de entendimento muito acima da compreensão normal dos homens encarnados.

Em verdade, sabem que a vida prossegue vitoriosa, além da morte; que se encontram na escola temporária da Terra em favor da iluminação espiritual que lhes é necessária; que o corpo carnal é simples vestimenta a desgastar-se cada dia; que os trabalhos e desgostos do mundo são recursos educativos; que a dor é o estímulo às mais altas realizações; que a nossa colheita futura se verificará de acordo com a sementeira de agora; que a luz do Senhor clarear-nos-á os caminhos sempre que estivermos a serviço do bem; que toda oportunidade de trabalho no presente é uma bênção dos Poderes Divinos; que ninguém se acha na Crosta do Planeta em excursão de prazeres fáceis, mas, sim, em missão de aperfeiçoamento; que a justiça não é uma ilusão e que a verdade surpreenderá toda a gente; que a existência na esfera física é abençoada oficina de trabalho, resgate e redenção e que os atos, palavras e pensamentos da criatura produzirão sempre os frutos que lhes dizem respeito, no campo infinito da vida.

Efetivamente, sabemos tudo isto.

Em face, pois, de tantos conhecimentos e informações dos planos mais altos, a beneficiarem nossos círculos felizes de trabalho espiritual, é justo ouçamos a interrogação do Divino Mestre:
Que fazeis mais que os outros?

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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)
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Carta às mães que perderam seus filhos


Mãezinha querida... Seu coração está em pedaços...

Não há dor maior do que a perda de um filho...

Aprendemos a amá-los de uma forma tão grandiosa, tão completa, que não conseguimos mais enxergar o mundo sem a sua presença ao nosso lado.

Descobrimos um tipo de amor que nos faz crescer e nos faz amar a vida como nunca antes havíamos amado.

E subitamente são levados... Aos poucos meses, nos primeiros anos... Ou um pouco mais tarde. Levados de nosso regaço através da morte tão cruel.

Mãezinha querida... Seu coração pede consolo, pede uma razão para continuar vivendo...

E essa razão estará sempre em seu amor por eles.

Primeiramente pelo amor aos que ficaram e respiram também o ar de seu amar: filhinhos, esposo, pais, amigos queridos.

Mas também pelo amor aos que partiram porque, mãezinha querida, eles continuam a existir e a amá-la como antes o faziam.

A morte não mata o espírito e também não mata o amor.

“Um pai, uma mãe, nunca deveriam enterrar seus filhos” – diz o pensamento popular, fazendo menção à ordem natural da vida para os que deveriam partir antes.

Porém, a verdade é que você não enterrou seu filhinho, mãe: o que ali foi deixado sob a terra era apenas sua vestimenta corporal para esta breve encarnação.

Seu filho, sua filha continuam existindo. E todo amor que construíram no aconchego de seu lar não foi perdido: será a semente de um novo amanhã, quando voltarão a se encontrar.

Os planos maiores do Universo – ainda desconhecidos por nós – definiram que precisavam ir mais cedo, por razões especiais.

Voltaram para a verdadeira vida, o mundo espiritual, onde estão recebendo todo auxílio necessário para que sejam bem recepcionados em sua nova realidade.

Deus está com seus filhos nos braços, mãezinha. Segura-os através de Seus tantos trabalhadores do bem, que estão encarregados de receber as almas após a desencarnação.

Você não perdeu seus filhos, embora a realidade pareça mostrar isso diariamente, pelo buraco que suas ausências na Terra deixaram.

Não... Você não perdeu seus filhos. A desencarnação é apenas o final de uma etapa e começo de outra.

Não perdemos as pessoas, assim como não se perde o amor semeado no coração.

Quando a saudade apertar e o ar parecer faltar, lembre, mãezinha, dos momentos felizes com eles, lembre de abraçá-los com carinho em suas orações aos céus.

Eles receberão seu abraço e ficarão felizes por saber que em sua alma não há revolta, não há ódio ou rancor, há apenas a natural e saudável saudade.

Através da oração você poderá manter um contato constante com eles, pois a prece une os “dois mundos”.

Diga que os ama muito, que sente falta, é certo, e que é este amor que lhe sustenta os dias na Terra, esperando o sonhado momento do reencontro.

Mãezinha querida... Você não está sozinha neste momento difícil: Deus está com você. Conte com Ele.

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Redação do Momento Espírita
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sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Alma imortal



Se alguém lhe mostrasse uma semente escura e feia, dizendo que dentro dela havia bela e perfumada flor, você acreditaria, porque sabe que da semente nasce a planta que produz a flor.

Pois bem, acredite também que, dentro de você, por mais imperfeito que seja, nascerá, purificada e bela, a sua alma imortal que alcançará a felicidade!

Tenha fé em si mesmo, e busque aperfeiçoar-se.

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Pastorino
Obra: Minutos de sabedoria
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11 de agosto

Você está em harmonia com a vida Você se sente um com as almas à sua volta e em paz?

Você é parte do caos e da confusão do mundo atual ou sua vida é parte da resposta aos problemas mundiais?

Não se pode ficar em cima do muro num momento como este.

Ou você trabalha pela luz ou não; a escolha está em suas mãos.

Você tem que se decidir se é a Meu favor ou contra Mim.

Sua fé e sua crença não podem ser mornas ou hesitantes; devem ser totais ou de nada adiantam.

Eu preciso de você inflamado de amor por Mim, completamente dedicado a Mim e ao Meu trabalho, disposto a cumprir a Minha vontade sem se importar com o custo.

Eu exijo tudo e somente quando a sua entrega for total você receberá tudo que Eu tenho para lhe dar.

Nada lhe será recusado e você saberá que tudo que Eu tenho é seu.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Não julgueis, para não serdes julgados. Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado

Não julgueis, a fim de não serdes julgados; — porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros; empregar-se-á convosco a mesma medida de que voz tenhais servido para com os outros. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 1 e 2.)

Então, os escribas e os fariseus lhe trouxeram uma mulher que fora surpreendida em adultério e, pondo-a de pé no meio do povo, — disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher acaba de ser surpreendida em adultério; — ora, Moisés, pela lei, ordena que se lapidem as adúlteras. Qual sobre isso a tua opinião?” — Diziam isto para o tentarem e terem de que o acusar. Jesus, porém, abaixando-se, entrou a escrever na terra com o dedo. — Como continuassem a interrogá-lo, ele se levantou e disse: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.” — Em seguida, abaixando-se de novo, continuou a escrever no chão. — Quanto aos que o interrogavam, esses, ouvindo-o falar daquele modo, se retiraram, um após outro, afastando-se primeiro os velhos. Ficou, pois, Jesus a sós com a mulher, colocada no meio da praça.

Então, levantando-se, perguntou-lhe Jesus: “Mulher, onde estão os que te acusaram? Ninguém te condenou?” — Ela respondeu: “Não, Senhor.” Disse-lhe Jesus: “Também eu não te condenarei. Vai-te e de futuro não tornes a pecar.” (S. JOÃO, cap. VIII, vv. 3 a 11.)
“Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado”, disse Jesus. Essa sentença faz da indulgência um dever para nós outros, porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita.

O reproche lançado à conduta de outrem pode obedecer a dois móveis: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos se criticam. Não tem escusa nunca este último propósito, porquanto, no caso, então, só há maledicência e maldade. O primeiro pode ser louvável e constitui mesmo, em certas ocasiões, um dever, porque um bem deverá daí resultar, e porque, a não ser assim, jamais, na sociedade, se reprimiria o mal. Não cumpre, aliás, ao homem auxiliar o progresso do seu semelhante? Importa, pois, não se tome em sentido absoluto este princípio: “Não julgueis se não quiserdes ser julgado”, porquanto a letra mata e o espírito vivifica.

Não é possível que Jesus haja proibido se profligue o mal, uma vez que ele próprio nos deu o exemplo, tendo-o feito, até, em termos enérgicos. O que quis significar é que a autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que censura. Tornar-se alguém culpado daquilo que condena noutrem é abdicar dessa autoridade, é privar-se do direito de repressão. A consciência íntima, ao demais, nega respeito e submissão voluntária àquele que, investido de um poder qualquer, viola as leis e os princípios de cuja aplicação lhe cabe o encargo. Aos olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que se apóia no exemplo que dá do bem. É o que, igualmente, ressalta das palavras de Jesus.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 11 a 13.)
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A Serpente Invisível


No campo do serviço cristão, mesmo nos arraiais do Espiritismo Evangélico, tudo é alegria e esperança enquanto há céu azul.

Diante do sol reconfortante e amigo, é doce a expectativa, em torno do futuro, e sob o pálio estrelado da noite tranquila é mais belo sonhar com a vida noutros mundos.

Então, os aprendizes são firmes na confiança e seguros nas promessas.

A natureza se faz o trono de Deus, a expressar-se em prodígios de sabedoria e as criaturas são almas irmãs em demonstrações recíprocas de entendimento e de amor.

Entretanto, quando as nuvens se adensam no horizonte e a tormenta desaba, eis que as disposições do crente se modificam.

A preguiça – serpente invisível a se nos ocultar renitente, nas próprias almas exterioriza-se de imediato, através de máscaras diversas.

Ante o fascínio da desculpa incondicional às ofensas alheias, paralisa-se-nos o coração, a sugerir em forma de dignidade ferida:

- Impossível esquecer.

À frente do trabalho árduo no socorro às necessidades humanas, nosso próprio espírito enverga a túnica de pretensa humildade confundido:

- Quem sou eu para auxiliar?! ...
Sou um poço de vermes, um vaso de imperfeições!

Perante os difíceis testemunhos de paciência, costumamos exibir suposta superioridade moral e afirmarmos peremptórios:

- Não alcancei a santidade! Agora não posso mais...

Renteando com a luta aflitiva, em favor dos companheiros infelizes, junto aos quais a vida nos pede recapitulação de atitudes e ensinamentos, adotamos imaginária fadiga e gritamos sem razão:

- Fiz o que pude! Que outros agora venham à liça para a cooperação fraternal.

Diante da prestação de serviço urgente ao próximo, habituamo-nos frequentemente a esposar preocupações falsas no tempo e alegamos petulantes:

- Amanhã! Amanhã cuidaremos disso.

Se te interessas realmente pela própria renovação, à luz do Evangelho, anota o momento que voa e não menosprezes o ensejo sublime de ser mais útil.

Recorda que a ociosidade mental é antiga serpente sedutora, asfixiando-nos a vida e somente em lhe olvidando o veneno suave e mortífero, trabalhando e servindo sempre, é que conseguiremos assimilar o ideal da perfeição com Jesus, nosso Mestre e Senhor.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Construção do amor
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Dívida


"Digo-te que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo."
- Lucas, cap.12 - v. 59

Raros são os homens que, realmente, se sentem em dívida de gratidão com a Vida.

Quase todos pensam em dela extrair o máximo e não em algo acrescentar ao seu divino patrimônio.

Vejamos o que, por exemplo, vem ocorrendo com a Terra, que o homem esgota em todos os seus recursos.

Por ambição e descaso, a continuar assim, dentro em pouco, o palacete terrestre estará transformado em ruínas...

Espécies animais se encontram em extinção, córregos e riachos desaparecem, florestas inteiras foram dizimadas, glebas outrora férteis padecem erosão...

A responsabilidade do homem não é somente para com o próximo, mas também para com a casa planetária que habita. Perante a Lei Divina, ele igualmente há de responder pela agressão que vem fazendo à Natureza. E a consciência há de lhe pedir contas por uma única árvore que decepar sem necessidade...

O homem da atualidade vem comprometendo as futuras gerações, esquecido de que ele mesmo, na condição de filho de seu filho, haverá de voltar ao mundo para amargar as consequências de sua incúria.

Do reino mineral à espécie humana, quem desrespeita a Criação em um só dos seres e das coisas criadas por Deus não viverá em paz, enquanto não devolver à economia da Vida o derradeiro centavo que lhe deve.

Talvez seja pela sua falta de reverência à Natureza, a começar do jardim de sua casa, ou do pobre animal abandonado com cuja fome não se importa, ou, ainda, da poluição que, irresponsável, fomenta, é que muita gente não saiba o que é ter paz no coração.

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Inácio Ferreira
Carlos A.Baccelli
Obra: Saúde Mental a Luz do Evangelho
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Escolha social e profissional


1. — Podemos avaliar as nossas existências passadas, somente através de lutas e provações?

Não te fala o pretérito exclusivamente através das provas que te aguilhoam a vida.

2. — A profissão nos concede oportunidades de reajuste?

Observa as oportunidades de reajuste e aperfeiçoamento, que o mundo te concede na esfera da profissão. A criatura renasce, gravitando para o campo de serviço em que se lhe afinam disposições e tendências.

3. — A que critério obedece a colocação da inteligência no campo profissional?

Cada inteligência é situada no lugar em que possa produzir mais e melhor.

4. — É a fatalidade que faz a pessoa escolher determinada profissão?

Certamente que a situação da personalidade em determinada carreira não obedece à fatalidade. Livre arbítrio no mundo interior comanda sentimentos e ideias, palavras e atos do Espírito, constantemente.

5. — Quando podemos renovar o destino?

Todo dia é tempo de renovar o destino.

6. — Podemos, sem dificuldade, renovar o destino, hoje mesmo?

Na esfera dos deveres comuns, o Espírito granjeia, através de abnegação e serviço espontâneo, valiosos recursos de ação, de modo a refundir, facilmente, os próprios caminhos.

7. — A Lei Divina apresenta meios especiais de proporcionar-nos corrigenda e libertação?

Somos defrontados nas atividades profissionais de hoje com antigos devedores da Lei, chamados a funcionar no trabalho ou nas obras em que eles próprios faliram ontem, com dilatadas possibilidades de obtenção do próprio resgate; quase sempre aqueles mesmos junto dos quais se verificaram nossos próprios delitos ou deserções em existências passadas. Em nosso benefício, a Lei nos faculta empreendimentos e obrigações junto deles, a fim de que possamos pagar débitos ou vencer antipatias e inibições, respirando-lhes o clima e renteando-lhes a presença.

8. — O que fazem frequentemente, hoje, os pensadores que ontem intoxicaram a mente popular?

Pensadores que antigamente corrompiam a mente popular com as depravações de espírito já em vias de autoburilamento, formam agora entre professores laboriosos, aprendendo a ministrar disciplinas, à custa do próprio exemplo.

9. — E os antigos conquistadores militares que praticaram excessos?

Tiranos que não vacilaram em forjar a miséria física e moral dos semelhantes, na exaltação dos princípios subalternos em que se envileciam, voltam, depois das medidas iniciais da própria corrigenda, na condição de administradores capacitados à distribuição de valores e tarefas edificantes.

10. — E os dominadores políticos que dilapidaram a confiança do povo?

Políticos que dilapidaram a confiança do povo, quando já situados nas linhas do reajuste, retornam, no comércio ou na agricultura, com valiosa oportunidade de transpirar no auxílio àquelas mesmas comunidades que deprimiram.

11. — E os guerreiros e soldados?

Guerreiros e soldados que se valiam das armas para assegurarem imunidades aos instintos destruidores, quando internados na regeneração começante, transfiguram-se em mecânicos e operários modeladores, dignificando o metal e a madeira que eles próprios perverteram em outras épocas.

12. — E os carrascos rurais?

Verdugos rurais, agiotas desnaturados, defraudadores da economia pública e mordomos do solo, convertidos em agentes do furto, modificados ao toque do bem, volvem na posição de servidores limitados da gleba, suando de sol a sol, no pagamento das dívidas, a que se empenharam, imprevidentes.

13. — E as mulheres que se ocuparam da maledicência e da intriga?

Mulheres distintas que se ocuparam da maledicência e da intriga, prejudicando a liberdade e o progresso, após reconhecerem os próprios erros, tornam, em regime de transitório cativeiro, ao recinto doméstico, aprisionadas em singelas obrigações, junto de caçarolas e tanques de lavar.

14. — O que significa, enfim, para nós, o trabalho que a Terra nos dá?

Reflete na profissão que desempenhas e encontrarás dentro dela os sinais do teu próprio passado e usando-a, não apenas emteu próprio favor, mas em favor de todos aqueles que se aproximarem de ti, reconhecerás, no trabalho que a Terra te deu, iluminada porta libertadora para o grande futuro.

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Emmanuel
Waldo Vieira
Obra: Leis de amor
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quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Lições do momento



Deus é amor invariável e o amor desafivela os grilhões do espírito.

Se há repouso na consciência, a evolução da alma ergue-se, desenvolta, dos alicerces insubstituíveis do sacrifício.

Quem não se bate pelo bem, desce imperceptivelmente para as fileiras do mal.

Junto à correção sempre existe o desacerto, exaltando o mérito do dever na conduta digna.

Identifique, na dificuldade, o favor da Providência Divina para dilatar-lhe a paz, sentindo, no imprevisto da experiência mais grave, o fulcro de incitamento à perseverança na boa intenção e vendo, na tibiez de quantos imergiram na invigilância, o exemplo indelével daquilo que não deve ser feito.

Quanto maior a sombra em torno, mais valiosa a fonte da luz.

Desse modo, a alegria pura viceja entre a dor e o obstáculo;

a resignação santificante nasce em meio às provas difíceis;

a renúncia intrépida irrompe no seio da injustiça das emulações acirradas,

e a pureza construtiva surge, não raro, em ambiente de viciação mais ampla.

Eis por que, em seu círculo pessoal, se entrecruzam mensagens importantes e diversas a lhe doarem o estímulo e a consolação, o entendimento e a claridade de que você carece, para ajustar-se espiritualmente através das lides variadas de cada instante.

O chefe irritadiço é instrumento providencial da corrigenda.

O companheiro problemático deixa-nos livre caminho à sementeira da fraternidade sem mescla.

O engano é precioso contraste a ressaltar as linhas configurativas da atitude melhor.

A tortuosidade do caminho demonstra a excelência da estrada reta.

Faça, pois, do momento que transcorre, a lição recolhida para o momento a transcorrer, verificando quantas vezes, em vinte e quatro horas, você é requisitado a auxiliar os semelhantes, e não regateie cooperação.

Na oficina de trabalho, buscam-lhe a gentileza no amparo de muitos corações que se sentem ao desabrigo.

Na via pública, esbarram-lhe o passo, companheiros que vão e vêm buscando encontrar o sorriso que você pode ofertar-lhes como incentivo à esperança.

No recesso do lar, o alvorecer encontra-lhe a presença, em novas possibilidades de exaltar a confiança nos Desígnios da Altura.

Na conversação comum, requisições ostensivas auscultam-lhe a disposição de estender conhecimento e virtude, na enfermagem das chagas morais entrevistas na modulação das vozes e nos traços dos semblantes, afora variegados ensejos de assistir o próximo, a lhe desafiarem a eficiência e a vigilância, tais como a necessidade interior estampada no silêncio do visitante, o azedume do colega menos feliz, o doente a buscar-lhe os préstimos, o sofredor a rogar-lhe compreensão, a abordagem da criancinha desvalida, a surpresa menos agradável, a correspondência a exigir-lhe a atenção ou o noticiário intranquilo que a imprensa propala.

Pureza inoperante é utopia igual a qualquer outra, e, em razão disso, ignorar a poça infecta é manter-lhe a inconveniência.

Não menospreze, assim, a lição do momento, na certeza de que renovamos ideias, experiências e destinos, cada dia, segundo as particularidades das manifestações de nosso livre arbítrio.

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André Luiz
Chico Xavier
Obra: O Espírito da Verdade
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10 de agosto

Você quer fazer algo para ajudar a situação do mundo?

Então examine-se, pois tudo começa com o indivíduo.

Mudando sua consciência para amor, paz, harmonia e unidade, a consciência do mundo todo também mudará.

Nem sempre é agradável no começo.

Você encontrará manchas escuras que precisarão ser esclarecidas em seu interior.

Você descobrirá que seus motivos nem sempre são os mais elevados e que seus afetos e desafetos são mais pronunciados do que você imaginava.

Você descobrirá também que você é inclinado a discriminar onde não deveria haver discriminação, porque todos são um para Mim.

O amor que você sente pelos seus semelhantes não é o que deveria ser.

Ponha as cartas na mesa e decida-se a começar já a fazer algo a respeito.

Não existe momento melhor.

EU ESTOU aqui para ajudá-lo.

Chame por Mim e deixe que Eu guie cada um de seus passos.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

A parentela corporal e a parentela espiritual

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Cap. IV, nº 13.)

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

A hostilidade que lhe moviam seus irmãos se acha claramente expressa em a narração de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este perdera o espírito. Informado da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos, do ponto de vista espiritual: “Eis aqui meus verdadeiros irmãos.” Embora na companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras circunstâncias.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 8.)
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POLÍTICA DIVINA


“Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve.” – Jesus. (Lucas, 22:27.)

O discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o clima da política administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é cometido.

O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora.

Administrou servindo, elevou os demais, humilhando a si mesmo.

Não vestiu o traje do sacerdote, nem a toga do magistrado.

Amou profundamente os semelhantes e, nessa tarefa sublime, testemunhou a sua grandeza celestial.

Que seria das organizações cristãs, se o apostolado que lhes diz respeito estivesse subordinado a reis e ministros, câmaras e parlamentos transitórios?

Se desejas penetrar, efetivamente, o templo da verdade e da fé viva, da paz e do amor, com Jesus, não olvides as plataformas do Evangelho Redentor.

Ama a Deus sobre todas as coisas, com todo o teu coração e entendimento.

Ama o próximo como a ti mesmo.

Cessa o egoísmo da animalidade primitiva.

Faze o bem aos que te fazem mal.

Abençoa os que te perseguem e caluniam.

Ora pela paz dos que te ferem.

Bendize os que te contrariam o coração inclinado ao passado inferior.

Reparte as alegrias de teu espírito e os dons de tua vida com os menos afortunados e mais pobres do caminho.

Dissipa as trevas, fazendo brilhar a tua luz.

Revela o amor que acalma as tempestades do ódio.

Mantém viva a chama da esperança, onde sopra o frio do desalento.

Levanta os caídos.

Sê a muleta benfeitora
dos que se arrastam sob aleijões morais.

Combate a ignorância, acendendo lâmpadas de auxílio fraterno, sem golpes de crítica e sem gritos de condenação.

Ama, compreende e perdoa sempre.

Dependerás, acaso, de decretos humanos para meter mãos à obra?

Lembra-te, meu amigo, de que os administradores do mundo são, na maioria das vezes, veneráveis prepostos da Sabedoria Imortal, amparando os potenciais econômicos, passageiros e perecíveis do mundo; todavia, não te esqueças das recomendações traçadas no Código da Vida Eterna, na execução das quais devemos edificar o Reino Divino, dentro de nós mesmos.

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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)
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Caso de consciência


Declara-se você, meu amigo, extremamente fatigado na luta pela vitória do bem e acrescenta em sua carta: “Que fazer, irmão X? Não aguento mais injúrias, incompreensões, sarcasmos, críticas… Só penso em retiro, sossego, e, à noite, quando consigo dormir, se sonho, a única coisa de que não me recordo é de uma rede de embalo, que passou a viver em minha memória, incessantemente.

De fato, meu amigo, cansaço é sofrimento e dos maiores; no entanto, já que você nos pede opinião, rogo licença para narrar-lhe ocorrência ligeira no domínio das sombras.

Denodado legionário de obra salvacionista contou-nos que em tenebroso recanto da Espiritualidade Inferior, quase que numa cópia perfeita de antiga parábola, atribuída a Lutero, reuniu-se graduado empreiteiro do mal com diversos cooperadores. Propunha-se a ouvi-los sobre alguma ideia nova, quanto a vampirizar os amigos encarnados na Terra. Encontro de quadrilheiros, como acontece, aliás, em muitos lugares do Plano Físico.

Exposto o objetivo da assembleia pelo diretor da crueldade organizada, anotou um dos assessores:

— No mês passado, açulei um cão hidrófobo contra dois seareiros do bem, que estudavam o Evangelho, e consegui que a morte os pusesse fora de ação…

— Trabalho inútil — enunciou o sombrio dirigente —, ambos, a estas horas, estarão, em Espírito, apoiando obras de maior importância, na Terra mesmo. Terão saído da desencarnação com amparo dos Céus.

— Eu — confidenciou o segundo entreteci uma rede de intrigas contra uma senhora, dedicada a Jesus, e tão eficientemente me conduzi, que o marido já a abandonou, arrancando-lhe os filhos…

— Esforço improdutivo — zombou o chefe. — Você nada mais fez que endeusar determinada mulher… Ela acabará vencendo pela abnegação…

— No meu setor — proclamou estranho assalariado da delinquência —, provoquei o ódio gratuito de um louco sobre um seguidor fiel do Cristo, que foi morto, na semana passada, por espessa carga de balas.

— De nada valeu — comunicou o mentor. — A vítima foi guindada à condição de mártir e, fora do corpo terrestre, se dedicará mais intensamente em favor da Humanidade…

— Quanto a mim — expressou-se outro cooperador —, logrei confundir todo um agrupamento de aprendizes da Boa Nova e, agora, cinco dos melhores elementos jazem afastados pela imposição da calúnia, urdida com segurança…

— Empreendimento frustrado — revidou o comandante —, os injuriados saberão aproveitar a oportunidade, a fim de trabalharem com Jesus, através do exemplo…

Silenciou a pequena junta, algo desencantada, quando um dos auxiliares acentuou com sorriso irônico:

— Chefe, parece mentira o que vou contar, mas, desde muito tempo, percebi que perseguição só serve para promover os perseguidos. Imaginei, assim, que o melhor meio de anular os colaboradores de Jesus é exagerar-lhes as pequeninas depressões e pô-los a dormir. Em seis meses, já coloquei oitenta servidores do Evangelho, fora de ação, em casas de repouso, leitos, redes e acolchoados… A receita não falha. A pessoa experimenta ligeiro abatimento e entro em cena com as nossas velhas hipnoses. O resultado é tiro e queda. Sono que não acaba mais. Desse modo, os melhores dessa gente do Cristo não mais trabalham, nem na Terra, nem nos Céus…

O maioral aplaudiu, freneticamente, o comunicado e dispensou a presença de todos os demais participantes do grupo, a fim de se entender mais profundamente com o sagaz companheiro.

Como é fácil de anotar, meu amigo, depressão é um problema.

Para rematar, digo a você que, há tempos, eu mesmo, pobre cronista desencarnado há bons trinta e cinco anos, também me senti, certa feita, sob enorme abatimento. Procurei, para logo, um orientador amigo, solicitando conselho. Ele me ouviu carinhosamente, bateu de leve nos meus ombros, e observou, afinal:

— Meu caro, se você sofre algum desgaste nas próprias forças, procure melhorar-se; refazer-se. Guarde, porém, muito cuidado com semelhante assunto. A fadiga existe mesmo, entretanto, é sempre um caso de consciência, porquanto, ao que saibamos, ninguém, até hoje, conseguiu verificar realmente onde termina o cansaço e começa a preguiça.

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Irmão X
Chico Xavier
Obra: Relatos da vida
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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Fazendo sol


Amanheceste chorando pelos que te não compreendem.

Amigos diletos rixaram contigo.

 Nos mais amados, viste o retrato da ingratidão.

 Aspiravas a desentranhar o carinho nos corações queridos, com a pureza, e a simplicidade da abelha que extrai o néctar das flores sem alterá-las, e, porque não conseguiste, queres morrer…

 Não te encarceres, porém, nos laços do desespero.

 Afirmas-te à procura do amor, mas não te recordas daqueles para quem o teu simples olhar seria assim como o sorriso da estrela, descerrado nas trevas.

 Mostram a cabeça encanecida, à feição de nossos pais, são irmãos semelhantes a nós ou são jovens e crianças que poderiam ser nossos filhos… Contudo, estiram-se em leitos de pedra ou refugiam-se em antros, fincados no solo, quais se fossem proscritos atormentados.

Não te pedem mais que um pão, a fim de que se lhes restaurem as energias do corpo enfermo, ou uma palavra de esperança que lhes console a alma dorida.

 Não percas o tesouro das horas, na aflição sem proveito.

 Podes ser, ainda hoje, o apoio dos que esmorecem, desalentados, ou a luz dos que jazem nas sombras; podes estender o cobertor agasalhante sobre aqueles a quem a noite pede perdão por ser longa e fria, aliviar o suplício dos companheiros que a moléstia carcome ou dizer a frase calmante para os que enlouqueceram de sofrimento…

Sai, pois, de ti mesmo para conhecer a glória de amar!…

Perceberás, então, que a existência na Terra é apenas um dia na eternidade, aprendendo a iluminá-la de amor, como quem anda fazendo sol, nos caminhos da vida, e encontrarás, mais tarde, em cânticos de alegria, todos aqueles que te não amam agora, amando-te muito mais, por te buscarem a luz no instante do entardecer.

🌼🌱🌼
Meimei
Chico Xavier
Obra: O Espírito da Verdade
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09 de Agosto

Seja sempre otimista em relação a tudo e a todos, elimine a tristeza e a negatividade.

Você está rodeado de pessoas maravilhosas e boas coisas, e experiências acontecem em sua vida.

Concentre-se nelas e agradeça por elas, livrando-se de tudo que é desagradável, triste e difícil.

É a de agosto sua atitude e seu enfoque das coisas que atraem o melhor ou o pior para você.

Portanto, se você está culpando as circunstâncias, a vida ou outras pessoas pelas suas desgraças, recolha-se e perceba como você pode mudar sua atitude.

Mudando, você pouco a pouco sentirá mudanças à sua volta também e perceberá como você é abençoado e como a vida é maravilhosa.

Que alegria e privilégio é estar vivo, estar onde você está, fazendo o que você está fazendo, rodeado de tantas coisas e pessoas maravilhosas!

Comece já a procurar por elas.

Elas estão bem próximas de você, não será preciso ir longe para encontrá-las.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Os falsos profetas da erraticidade

Os falsos profetas não se encontram unicamente entre os encarnados. Há-os também, e em muito maior número, entre os Espíritos orgulhosos que, aparentando amor e caridade, semeiam a desunião e retardam a obra de emancipação da Humanidade, lançando-lhe de través seus sistemas absurdos, depois de terem feito que seus médiuns os aceitem. E, para melhor fascinarem aqueles a quem desejam iludir, para darem mais peso às suas teorias, se apropriam sem escrúpulo de nomes que só com muito respeito os homens pronunciam.

São eles que espalham o fermento dos antagonismos entre os grupos, que os impelem a isolarem-se uns dos outros e a olharem-se com prevenção. Isso por si só bastaria para os desmascarar, pois, procedendo assim, são os primeiros a dar o mais formal desmentido às suas pretensões. Cegos, portanto, são os homens que se deixam cair em tão grosseiro embuste.

Mas, há muitos outros meios de serem reconhecidos. Espíritos da categoria em que eles dizem achar-se têm de ser não só muito bons, como também eminentemente racionais. Pois bem: passai-lhes os sistemas pelo crivo da razão e do bom senso e vede o que restará. Convinde, pois, comigo, em que, todas as vezes que um Espírito indica, como remédio aos males da Humanidade ou como meio de conseguir-se a sua transformação, coisas utópicas e impraticáveis, medidas pueris e ridículas; quando formula um sistema que as mais rudimentares noções da Ciência contradizem, não pode ser senão um Espírito ignorante e mentiroso.
Por outro lado, crede que, se nem sempre os indivíduos apreciam a verdade, esta é apreciada sempre pelo bom senso das massas, constituindo isso mais um critério. Se dois princípios se contradizem, achareis a medida do valor intrínseco de ambos, verificando qual dos dois encontra mais ecos e simpatias. Fora, com efeito, ilógico admitir-se que uma doutrina cujo número de adeptos diminua progressivamente seja mais verdadeira do que outra que veja o dos seus em continuo aumento. Querendo que a verdade chegue a todos, Deus não a confina num círculo acanhado: fá-la surgir em diferentes pontos, a fim de que por toda a parte a luz esteja ao lado das trevas.

Repeli sem condescendência todos esses Espíritos que se apresentam como conselheiros exclusivos, pregando a separação e o insulamento. São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que procuram impor-se a homens fracos e crédulos, prodigalizando-lhes exagerados louvores, a fim de os fascinar e de tê-los dominados. São, geralmente, Espíritos sequiosos de poder e que, déspotas públicos ou nos lares, quando vivos, ainda querem vitimas para tiranizar depois de terem morrido. Em geral, desconfiai das comunicações que trazem um caráter de misticismo e de singularidade, ou que prescrevem cerimônias e atos extravagantes. Há sempre, nesses casos, motivo legítimo de suspeição.

Estai certos, igualmente, de que quando uma verdade tem de ser revelada aos homens, é, por assim dizer, comunicada instantaneamente a todos os grupos sérios, que dispõem de médiuns também sérios, e não a tais ou quais, com exclusão dos outros. Nenhum médium é perfeito, se está obsidiado; e há manifesta obsessão quando um médium só é apto a receber comunicações de determinado Espírito, por mais alto que este procure colocar-se. Conseguintemente, todo médium e todo grupo que considerem privilégio seu receber as comunicações que obtêm e que, por outro lado, se submetem a práticas que tendem para a superstição, indubitavelmente se acham presas de uma obsessão bem caracterizada, sobretudo quando o Espírito dominador se pavoneia com um nome que todos, encarnados e desencarnados, devem honrar e respeitar e não permitir seja declinado a todo propósito.

É incontestável que, submetendo ao crivo da razão e da lógica todos os dados e todas as comunicações dos Espíritos, fácil se torna rejeitar a absurdidade e o erro. Pode um médium ser fascinado, e iludido um grupo; mas, a verificação severa a que procedam os outros grupos, a ciência adquirida, a alta autoridade moral dos diretores de grupos, as comunicações que os principais médiuns recebam, com um cunho de lógica e de autenticidade dos melhores Espíritos, justiçarão rapidamente esses ditados mentirosos e astuciosos, emanados de uma turba de Espíritos mistificadores ou maus.

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— Erasto, discípulo de São Paulo. (Paris, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXI, item 10.)
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NÃO QUEIRAS SABER


Crendo-te injustiçado pela Vida, não queiras saber o que fizeste no passado.

Não te arrisques a remexer feridas que ainda não cicatrizaram.

Há grande possibilidade de teres sido em vidas anteriores o que, sob o aspecto negativo, não imaginas que foste.

As tuas mãos, com certeza, mais apedrejaram que abençoaram...

Provavelmente, semeaste mais espinhos do que flores...

Se essa, talvez, ao longo dos milênios, esteja sendo a tua mais proveitosa experiência no corpo, podes deduzir como devem ter sido as demais.

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Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Pai, Perdoa-lhes!")
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DO APRENDIZADO CRISTÃO


Recebe e aplica.
*
Retém e distribui.
*
Auxilia e passa.
*
Serve e desapega-te.
*
Estuda e trabalhar.
*
Ensina e exemplifica.
*
Medite e age.
*
Ama e renuncia.
*
Raciocina e sente.
*
Socorre e segue.
*
Vê e analisa.
*
Observa e seleciona.
*
Confia e esforça-te.
*
Empresta e olvida.
*
Perdoa e esquece.
*
Acolhe e educa.
*
Auxilia e esclarece.
*
Estimula e orienta.
*
Tranquiliza e eleva.
*
Luta e persevera no bem.
*
Ouve e guarda.
*
Fala e edifica.
*
Perdoe e aprende.
*
Experimenta e melhora.
*
Ora e espera.
*
Vigia e ampara.
*
Protege e constrói.
*
Pensa e realiza.
*
Instrui e ilumina.
*
Agradece e aproveita.

🌼🌱🌼
André Luiz
Chico Xavier
Obra: A verdade responde
🌼🌱🌼

A quem auxiliar?


Meu caro irmão, Jesus nos fortaleça.

Ainda e sempre, meu amigo, aprendamos a servir aos outros para auxiliar a nós mesmos.

Não te detenhas sobre o exame da chaga, do espinheiro, da cicatriz ou do pântano.

A verdade somente resplandece quando erguida pelas mãos da caridade à maneira de luz divina sobre o pedestal do amor verdadeiro.

Compreendamos e ajudemos.

O rico exige a nossa cooperação por achar-se ameaçado de sombras.

O pobre reclama o nosso concurso fraterno, por encontrar-se à beira da desesperação.

O velho necessita reconforto e carinho.

O jovem carece de conselho e bondade.

O mau espera por nosso entendimento e contribuição para fazer-se melhor.

O bom naturalmente conta com a nossa colaboração de modo e não perder-se sob os charcos da lisonja e da vaidade.

A alegria espera por nossa ajuda, a fim de moderar-se.

A tristeza clama por nosso auxílio, de modo a transformar-se em conformação.

A ignorância pede compaixão ativa, de maneira a desobscurecer-se e a ciência exige a nossa cooperação para não desmandar-se.

E nós mesmos, meu irmão, a cada passo, precisamos de tolerância e estímulo, ternura e generosidade.

Por muitos venhamos a avançar na senda do progresso, nunca prescindiremos da gota d’água que nos dessedente, do pão que nos sacie, do lar que nos agasalhe, do amigo que nos compreenda e perdoe.

Que o Cristo seja realmente o Mestre da nossa vida em nosso próprio coração e que na posição de aprendizes d’Ele possamos caminhar para a frente, cada vez mais identificados com o silêncio de Deus e distraídos do barulho dos homens, a fim de que a nossa jornada, em nome do Evangelho, constitua, efetivamente, a sublime sementeira da Luz.

🌼🌱🌼
Arnold Souza
Chico Xavier
Obra: Cartas do Coração
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