sábado, 14 de abril de 2012

ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO. . .



Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez
mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem
mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de
dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa
alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.

Nas pessoas que escutam mais do que falam.

E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no
dia a dia.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se
dirigir a frentistas.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer
em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem
presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber
uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando
e só depois manda dizer se atende.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar
nele de uma forma não arrogante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status
social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “com
amigo não tem que ter estas frescuras”.

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão
desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe: não é frescura.

É A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO. . .

quarta-feira, 11 de abril de 2012

ENERGIA E BRANDURA


Na marcha do dia-dia, urge harmonizar as manifestações de nossas qualidades com o espírito de proporção e proveito, a fim de que o extremismo não nos imponha acidentes, no trânsito de nossas tarefas e relações. 
*
Energia na fé; não demais que tombe em fanatismo.
Brandura na humildade; não demais que entremostre relaxamento.
Energia na convicção; não demais que se transforme em teimosia.
Brandura na humildade; não demais que degenere em servilismo.
Energia na justiça; não demais que seja crueldade.
Brandura na gentileza; não demais que denuncie bajulação.
Energia na sinceridade; não demais que descambe no desrespeito.
Brandura na paz; não demais que se acomode em preguiça. 
Energia na coragem; não demais que se faça temeridade.
Brandura na prudência; não demais que se recolha em comodismo.
*
No caminho da vida, há que aprender com a própria vida.
*
Vejamos o carro moderno nas viagens de hoje;
nem passo a passo, porque isso seria ignorar o progresso, diante do motor;
nem velocidade além dos limites justos, o que seria abusar do motor para descer ao desastre e à morte prematura.
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Em tudo, equilíbrio, porque, se tivermos equilíbrio, asseguraremos, em toda parte e em qualquer tempo, a presença de caridade e paciência, em nós mesmos, as duas guardiãs capazes de garantir-nos trajeto seguro e chegada feliz.
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Emmanuel
Chico Xavier