Sendo o repouso uma necessidade após o trabalho, não é uma lei da natureza?
Sem dúvida, o repouso serve para reparar as forças do corpo e é necessário também a fim de deixar um pouco mais de liberdade à inteligência para se elevar acima da matéria.
(“O Livro dos Espíritos” questão nº682)
Infelizmente são muitos que se valem da pausa necessária no trabalho cotidiano, continuando a se entregar às exigências do corpo.
Preocupam-se excessivamente com o lazer...
Improvisam festas nos finais de semana...
Bebem e comem à saciedade...
Nenhuma atividade de ordem intelectual proveitosa e nenhuma iniciativa de caráter enobrecedor realizam.
É evidente que a família consanguínea carece de estreitar os seus vínculos e, neste sentido, a pequena viagem de reencontro e a excursão com os filhos tornam-se indispensáveis ao bom relacionamento entre os espíritos engajados nos compromissos da parentela;
todavia tanto quanto possível, os outros não devem ser esquecidos – os outros, nossos irmãos de humanidade, que também vivem à espera dos minutos que lhes possamos consagrar em nome da solidariedade.
Atendidas assim, as suas prioridades afetivas que, de modo algum, devem lhes absorver todo o tempo disponível no refazimento das energias, atenda o homem transitório às prioridades do espírito eterno...
Que visite e colabore com as atividades de uma instituição assistencial;
que se dedique à leitura de um bom livro;
que exercite a mente tanto quanto se preocupa em exercitar o corpo em academias de ginástica;
que responda as cartas do amigo que deixou sem atendimento;
que observe como possa ser mais útil à comunidade, como emprestar a sua colaboração espontânea aos vizinhos em necessidades;
que reavalie as suas tarefas profissionais, com o propósito de ser mais justo em tudo que faça;
que se fortaleça no propósito de educar a palavra no trato com os companheiros, evitando conversações que, no dizer do apóstolo, corrompem os bons costumes...
Pequeninas providências de ordem moral podem prevenir grandes desastres espirituais.
Quantos são os que nas horas consagradas ao repouso, acabam por se comprometer na invigilância?
Demasiado tempo ocioso para os homens podem significar perigo de consequências imprevisíveis.
Quando ele não esteja doente, é a atividade diária que garante ao corpo o perfeito funcionamento dos órgãos que o constituem;
o descanso que ultrapasse o limite do bom senso é comprometedor para o corpo e para a alma.
Porque não se elevam acima da matéria, procurando sobre ela a sua independência, é que muitos espíritos deixam o corpo em condições lastimáveis, retornando ao mundo espiritual a sofrer indefinível sensação de fracasso, quase sem terem logrado nenhum proveito na experiência física.
É que, para tais, o corpo não passa simbolicamente, de uma caverna de hibernação psíquica, quando deveria ser ensolarado vale que ensejasse ao espírito a bênção do despertar!
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Irmão José