sábado, 30 de outubro de 2021

A vida e nós


Criando as criaturas para a glória da vida, na condição de Espíritos eternos, destinados a lhe herdarem as qualidades divinas, o Criador criou:

Um reino — o Universo.

 Uma organização comunitária — os mundos da vastidão cósmica.

Um lar — a Natureza.

Uma família — a Humanidade universal.

Um ambiente — a paz.

Um envoltório — a matéria

Um sistema de controle — a afinidade com a gravitação.

Uma religião — o amor.

Uma lei — a justiça.

Um tribunal — a consciência.

Uma doutrina de compensação — a cada um por suas obras.

Uma riqueza igual para todos — o tempo.

 Uma força — o bem.

Um princípio — a liberdade.

Um direito — o apoio ao dever cumprido.

Uma regra para o dever — a disciplina.

Um regime para as criaturas — o equilíbrio.

Uma ordem — o progresso.

Uma tabela de responsabilidade — o conhecimento em vários graus.

Um metro — a lógica.

Um código de trânsito espiritual — a fraternidade com o respeito mútuo.

 Uma escola — a reencarnação.

Um processo de aprendizagem — a experiência.

Uma instituição crediária — o serviço ao próximo.

 Um instrumento para cada criatura — o trabalho.

Uma oficina — o burilamento.

Um objetivo — a perfeição.

À face de semelhantes realidades todos os atritos, conflitos, provações, aflições, dificuldades e embaraços são criações nossas na Criação de Deus e que, tão só na escola das vidas sucessivas com criteriosa aplicação dos tesouros do tempo, conseguiremos nós extinguir.
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Emmanuel 
Chico Xavier 
Obra: Passos da vida 
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Mensagem do ESE:

Sacrifício da própria vida

– Aquele que se acha desgostoso da vida mas que não quer extingui-la por suas próprias mãos, será culpado se procurar a morte num campo de batalha, com o propósito de tornar útil sua morte?

Que o homem se mate ele próprio, ou faça que outrem o mate, seu propósito é sempre cortar o fio da existência: há, por conseguinte, suicídio intencional, se não de fato. É ilusória a idéia de que sua morte servirá para alguma coisa; isso não passa de pretexto para colorir o ato e escusá-lo aos seus próprios olhos. Se ele desejasse seriamente servir ao seu país, cuidaria de viver para defendê-lo; não procuraria morrer, pois que, morto, de nada mais lhe serviria. O verdadeiro devotamento consiste em não temer a morte, quando se trate de ser útil, em afrontar o perigo, em fazer, de antemão e sem pesar, o sacrifício da vida, se for necessário. Mas, buscar a morte com premeditada intenção, expondo-se a um perigo, ainda que para prestar serviço, anula o mérito da ação. 

— São Luís. (Paris, 1860)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 29.)

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LEMBRAREMOS


Às vezes, queixas-te da vida, ante os contratempos naturais do cotidiano.

Entretanto, se te lembrares da extensa fila dos companheiros algemados às grandes tribulações da retaguarda, decerto não inclinarias tanto à lamentação estéril e, sim, te engajarias na turma dos irmãos que se consagram à tarefa de aliviar os sofrimentos alheios.

Sai de ti mesmo e conseguiras vê-los com facilidade.

É o homem que perdeu ambas as pernas num acidente do trabalho e passa na rua com o favor de alguém que lhe dirige a cadeira de rodas;

É o jovem paralítico que sobreviveu à própria condição pelo devotamento da mulher que se lhe fez mãe, em nome de Deus;

É o cego que exemplifica serenidade e coragem, seguindo para o trabalho com o apoio da bengala branca que lhe evidencia a presença;

É a irmã em penúria, cercada de crianças andrajosas que vai ao encontro do pão da beneficência, a fim de regressar, logo após, à furna em que reside, sob antiga ponte abandonada;

É o hanseniano esquecido; é o amigo em desespero, prestes a cair nas malhas do suicídio; é o doente imobilizado e sem recursos, na periferia da cidade, à espera de alguém que lhe estenda um copo d’água; é o irmão portador de constrangimentos e inibições, incapaz de mais ampla comunicação com os semelhantes; é a mulher apunhalada de dor que tateia a lousa, tentando inutilmente ouvir algum sinal do filho, cuja voz foi abafada pelo frio da morte...

Pensa nos caminheiros do infortúnio que te partilham a marcha.

Se te lembrares deles, certamente silenciarás toda queixa, porquanto, à frente das vantagens que usufruis, saberás unicamente render graças a Deus.
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Espírito Augusto Cezar
Chico Xavier 
Obra: Presença de Luz
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Vantagens ocultas


Todos precisamos de reconforto nos dias de aflição.

Isso é justo. Importa, entretanto, observar que a Divina Providência não nos envia dificuldades sem motivo. Entendendo-se que o Senhor não nos relega às próprias fraquezas e nem permite venhamos a carregar cruzes incompatíveis com as forças que nos caracterizam, fujamos de buscar a consolação por flor estéril.

Aproveitemos a bonança que surge em nós habitualmente após a tormenta íntima, para fixarmos o valor que a experiência nos oferece.

Não nos propomos a louvar situações embaraçosas e nem a elogiar os fabricantes de problemas, mas é preciso reconhecer as vantagens ocultas decorrentes das provações que nos visitam.

Quem conseguiria configurar o abismo a que seríamos arrastados pelos caprichos, aos quais muitas vezes nos entregamos, confiantemente, se a desilusão não viesse despertar-nos?

Quem poderia medir os espinheirais de discórdia em que chafurdaríamos o espírito, na equipe de trabalho a que pertencemos, se lutas e lágrimas sofridas em comum não nos ensinassem o benefício do entendimento e da união?

Ingratidão, em muitas circunstâncias, é o nome da bênção com que a Infinita Bondade de Deus nos afasta de ambientes determinados, a fim de que a cegueira não nos induza ao desequilíbrio.

Obstáculo, no dicionário da realidade, em muitas ocasiões expressa apoio invisível para que não descambemos na direção das trevas.

Nossas provas — nossas bênçãos.

Reflete nos males maiores que nos alcançariam fatalmente amanhã, se não fosse o socorro providencial dos males menores de hoje, e reconhecerás que todo contratempo aceito com paciência e serenidade é sempre toque do 
amor de Deus, alertando-nos o coração e guiando-nos o caminho.
🌼🌿🌼
Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Rumo certo

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Penúria de espírito


Acreditarás talvez que nada possuis para dividir nas tarefas do bem; no entanto, pensa naqueles cujas provações foram somadas até o resultado da angústia extrema e cujos sofrimentos podes diminuir, através da multiplicação dos teus gestos de amor.

Não só isso. Coloca-te, sinceramente, no lugar deles.

Se fosses o doente largado às horas, com que júbilo receberias os quinze minutos de companhia e de afeto que alguém te pudesse oferecer, repartindo contigo algum saldo de tempo.

Se estivesses na posição do obsidiado infeliz, com que reconforto recolherias as ligeiras instruções de algum companheiro que viesse a destacar humilde parcela do próprio conhecimento a fim de suprir-te a necessidade de paz e orientação!…

Em semelhante assunto, ao lado da penúria material, consideremos aquela outra, a penúria de espírito, para verificar que a divisão do entendimento e da bondade é recurso a ser aplicado, incessantemente, na contabilidade da vida!…

Reflete naqueles que foram ludibriados pela fortuna sem trabalho e resvalaram no tédio, às vezes comprando, a preço de ociosidade e imprudência, a ficha dourada que lhes assinala a presença no manicômio.

Calcula o suplício moral dos que se enganaram com as facilidades da inteligência, com menosprezo pelo serviço aos semelhantes, e acordaram, um dia, de consciência perdida nas teias da criminalidade.

Pensa no sofrimento das crianças desajustadas que se desenvolvem para o mundo entre a revolta e o desânimo e reflete naqueles companheiros outros da Humanidade que tombam diariamente, em frustração, conquanto instruídos e abastados, aniquilando nos excessos do álcool e nos abusos do entorpecente as melhores possibilidades da reencarnação promissora!…

Comumente admitimos que, a rigor, a obra de assistência é trabalho tão somente atribuível às forças administrativas do campo oficial através da conjugação de verbas gigantescas que suprimam as exigências imediatas do corpo.

Ainda assim, por enquanto as exigências da alma sobram em grande número.

Desespero, aflição, desencanto, rebeldia, ódio, desequilíbrio, obsessão e loucura são males que nem sempre o apoio amoedado consegue socorrer.

Para a eliminação da penúria de espírito, essencialmente só existe um remédio — o amor; no entanto, para que o amor se transfira por bênção, de criatura a criatura, é imperioso aprendamos a dividir, uns com os outros, as infinitas riquezas do coração.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Rumo certo
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MENSAGEM DO ESE:

Instruções dos Espíritos

8 – Quem poderia, melhor do que eu, compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo? O orgulho me perdeu sobre a Terra. Quem, pois, compreenderia o nada dos reinos do mundo, se eu não o compreendesse? O que foi que eu levei comigo, da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E como para tornar a lição mais terrível, ela não me acompanhou sequer até o túmulo! Rainha eu fui entre os homens, e rainha pensei chegar no Reino dos Céus. Mas que desilusão! E que humilhação, quando, em vez de ser ali recebida como soberana, tive de ver acima de mim, mas muito acima, homens que eu considerava pequeninos e os desprezava, por não terem nas veias um sangue nobre! Oh, só então compreendi a fatuidade dos homens e das grandezas que tão avidamente buscamos sobre a Terra!

Para preparar um lugar nesse reino são necessárias à abnegação, a humildade, a caridade, a benevolência para com todos. Não se pergunta o que fostes, que posição ocupastes, mas o bem que fizestes, as lágrimas que enxugastes.

Oh, Jesus! Disseste que teu reino não era deste mundo, porque é necessário sofrer para chegar ao Céu, e os degraus do trono não levam até lá. São os caminhos mais penosos da vida os que conduzem a ele. Procurai, pois o caminho através de espinhos e abrolhos e não por entre as flores!

Os homens correm atrás dos bens terrenos, como se os pudessem guardar para sempre. Mas aqui não há ilusões, e logo eles se apercebem de que conquistaram apenas sombras, desprezando os únicos bens sólidos e duráveis , os únicos que lhes podem abrir as portas dessa morada.

Tende piedade dos que não ganharam o Reino dos Céus. Ajudai-os com as vossas preces, porque a prece aproxima o homem do Altíssimo, é o traço de união entre o Céu e a Terra. Não o esqueçais!

UMA REALEZA TERRENA
UMA RAINHA DE FRANÇA
Havre, 1863
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO 

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CARÊNCIAS FICTÍCIAS


Que bom seria se o homem, esquecido de si mesmo, não experimentasse outra necessidade que não fosse a de tão-somente fazer o bem aos semelhantes.

Todavia, alimentando carências fictícias, ele se lhes torna tão dependente, que a simples impossibilidade de não atendê-las, quando se sente por elas reclamado, o fazem sofrer enormemente.

E o mais grave é que, em muitas ocasiões, sob o fascínio que o prazer se lhe exerce, o homem não hesita em agir de maneira inconsequente, inclusive resvalando na criminalidade, assumindo pesados compromissos de natureza cármica dos quais não se liberará tão cedo.

Quantos são os que não vacilam em desfazer o ninho doméstico, entretecido a custo, cedendo a momentâneas tentações que, uma vez saciadas, lhe haverão de mergulhar a alma em profundo desencanto?!

Não permutes, assim, dentro da grande luta que vens travando para mantê-lo, o teu minuto de paz consciencial pela hora de leviana tranquilidade em que a euforia mentirosa da carne arrasa com todos os teus sonhos de verdadeira felicidade.
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Irmão José 
Carlos Baccelli 
Obra: Amai-vos uns aos outros
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Autoaprimoramento


Tanto quanto sustentamos confidências menos felizes com os outros, alimentamos aquelas do mesmo gênero de nós para nós mesmos.

Como vencer os nossos conflitos interiores? De que modo eliminar as tendências menos construtivas que ainda nos caracterizam a individualidade? — indagamo-nos.

De que modo esparzir a luz se muitas vezes ainda nos afinamos com a sombra?

E perdemos tempo longo na introspecção sem proveito, da qual nos afastamos insatisfeitos ou tristes.

Ponderemos, entretanto, que se os doentes estivessem proibidos de trabalhar, segundo as possibilidades que lhes são próprias, e se os benefícios da escola fossem vedados aos ignorantes, não restaria à civilização outra alternativa que não a de se extinguir, deixando-se invadir pelos atributos da selva.

Felicitemo-nos pelo fato de já conhecer as nossas fraquezas e defini-las. 8 Isso constitui um passo muito importante no progresso espiritual, porque, com isso, já não mais ignoramos onde e como atuar em auxílio da própria cura e burilamento.

Que somos Espíritos endividados perante as Leis Divinas, em nos reportando a nós outros, os companheiros em evolução na Terra, não padece dúvida.

Urge, porém, saber como facear construtivamente as necessidades e problemas do mundo íntimo.

Reconhecemo-nos falhos, em nos referindo aos valores da alma, ante a Vida Superior, mas abstenhamo-nos de chorar inutilmente no beco da autopiedade.

Ao invés disso, trabalhemos na edificação do bem de todos.

Cultura é a soma de lições infinitamente repetidas no tempo.

Virtude é o resultado de experiências incomensuravelmente recapituladas na vida.

Jesus, o Mestre dos mestres, apresenta uma chave simples para que se lhe identifiquem os legítimos seguidores: “conhecê-los-eis pelos frutos”.

Observemos o que estamos realizando com o tesouro das horas e de que espécie são as nossas ações, a benefício dos semelhantes. E, procurando aceitar-nos como somos, sem subterfúgios ou escapatórias, evitemos estragar-nos com queixas e autocondenação, diligenciando buscar, isto sim, agir, servir e melhorar-nos sempre.

Em tudo o que sentirmos, pensarmos, falarmos ou fizermos, doemos aos outros o melhor de nós, reconhecendo que, se as árvores são valorizadas pelos próprios frutos, cada árvore recebe e receberá invariavelmente atenção e auxílio do pomicultor, conforme os frutos que venha a produzir.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Rumo Certo

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Sensações além-túmulo


Não olvides que a morte do corpo denso reintegrar-te-á no patrimônio de emoções que amealhaste a benefício ou em desfavor de ti mesmo.

Agora que te confias à multiplicidade de ideias e sonhos, anseios e impressões, no campo da própria alma, a dividir-se através dos sentidos que te compõem o mundo sensorial, és qual fonte de vida a espraiar-se no solo da experiência; entretanto, amanhã, serás a síntese de ti próprio, na justa aferição dos valores que a Providência te conferiu.

Se o Bem te preside a jornada, de certo, sob o Amparo da Lei, receberás do Senhor novos mandatos de serviço em consonância com os teus ideais, porque no culto do dever retamente cumprido, todas as criaturas ascendem verticalmente a novos quadros evolutivos.

Mas, se encarceras o espírito nos enganos da sombra, não esperes que a ausência da teia física se te faça, mais tarde, equilíbrio e libertação, de vez que a Lei, ciosa de seus princípios, guardar-te-á nos resultados de tuas próprias ações, compelindo-te a restaurar os fios do destino, associando-os aos propósitos do Pai Excelso.

É por isso que as sensações além-túmulo representam o retrato positivo das imagens que criamos no laboratório da existência física, determinando, segundo a lição do Mestre, que o fruto de nossos desejos esteja à nossa espera, onde guardarmos o coração.

Não te esqueças de que a alegria do Céu e os tormentos do inferno começam, invariavelmente, em nós próprios, plasmando em derredor de nós mesmos o flagelo das paixões destruidoras que houvermos abraçado no convívio deliberado da sombra, ou no Brilho do Bem, a que tivermos empenhado as nossas melhores forças, no sacrifício incessante pela Vitória da Luz.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Sentinelas da luz
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MENSAGEM DO ESE:

A Realeza de Jesus

4 – O reino de Jesus não é deste mundo. Isso todos compreendem. Mas sobre a Terra ele não terá também uma realeza? O título de rei nem sempre exige o exercício do poder temporal. Ele é dado, por consenso unânime, aos que, por seu gênio, se colocam em primeiro lugar em alguma atividade, dominando o seu século e influindo sobre o progresso da humanidade. É nesse sentido que se diz: o rei ou o príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores, etc. Essa realeza, que nasce do mérito pessoal, consagrada pela posterioridade, não tem muitas vezes maior preponderância que a dos reis coroados? Ela é imperecível, enquanto a outra depende das circunstâncias; ela é sempre abençoada pelas gerações futuras, enquanto a outra é, às vezes, amaldiçoada. A realeza terrena acaba com a vida, mas a realeza moral continua a imperar, sobretudo, depois da morte. Sob esse aspecto, Jesus não é um rei mais poderoso que muitos potentados? Foi com razão, portanto, que ele disse a Pilatos: Eu sou rei, mas o meu reino não é deste mundo.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

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Tentação e virtude


Quando a criatura retém enorme fortuna, podendo claramente desmandar-se [na prodigalidade ou] na avareza, aplicando-se tão só ao gozo pessoal, e procura utilizá-la no progresso e no bem-estar dos semelhantes…

Quando a pessoa dispõe de autoridade [com recursos] para manejar, [a própria] em seu exclusivo proveito, a influência de que desfruta, mas, ao invés disso, busca empregá-la no auxílio aos outros…

Quando um homem ofendido se vê com meios suficientes para vingar-se, pela forma que julgue mais razoável, e perdoa de coração a ofensa recebida, reconhecendo-se igualmente passível de errar…

Quando alguém já fez por outrem todos os benefícios que se lhe faziam possíveis, recolhendo invariavelmente a incompreensão por resposta, e prossegue amparando esse alguém, na medida de seus recursos, sem exigência e sem queixa…

Em verdade, semelhantes companheiros terão vencido as maiores tentações que lhes assediavam a vida.

Todos nós — Espíritos ainda em evolução e resgate [nas trilhas do Universo] — somos experimentados nos temas do caminho terrestre, em cuja vivência temos caído de outras vezes…

Isso acontece, porque, em muitas circunstâncias, as nossas provações [na escola terrestre assumem na escola humana a forma de testes indispensáveis.

Há quem renasça ostentando atrações físicas para superar a inclinação para o desregramento; portando um cérebro privilegiado para vencer a vaidade da inteligência; retendo múltiplas titulações acadêmicas para subjugar a propensão para o abuso; [ou] exercendo encargos difíceis, em causas nobres da Humanidade, para extinguir o impulso de traição ou deslealdade.

Cada um de nós, onde esteja, é examinado pela Vida Superior, nas tendências inferiores nas quais já faliu em existências passadas, e apenas conseguiremos a vitória sobre nós mesmos, quando repetirmos as operações do bem sobre o mal que nos procure, tantas vezes quantas sejam necessárias, mesmo além do débito pago ou da mancha extinta.

Fácil, por isso, reconhecer que sem o toque da tentação a virtude realmente não aparece, e assim será sempre, de vez que toda inocência será levada, hoje, amanhã ou depois, ao cadinho da luta, a fim de que não permaneça na condição de flor improdutiva no vaso lindo, mas inútil, da ingenuidade.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Rumo Certo











quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Recomeço


Quando o teu próprio trabalho te pareça impossível…

Quando dificuldade e sofrimento te surjam a cada passo…

Quando te sintas à porta de extremo cansaço…

Quando a crítica de vários amigos te incitem ao abatimento e à solidão…

Quando adversários de teus ideais e tarefas te apontem por vítima do azar…

Quando as sombras em torno se te afigurem mais densas…

Quando companheiros de ontem te acreditem incapaz a fim de assumir compromissos novos…

Quando te inclinas à tristeza…

Levanta-te, trabalha e segue adiante.

Quando tudo reponte no caminho das horas, não te desanimes, porque terás chegado ao dia de mais servir e recomeçar.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra:Doutrina-escola
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MENSAGEM DO ESE:

Benefícios pagos com a ingratidão

Que se deve pensar dos que, recebendo a ingratidão em paga de benefícios que fizeram, deixam de praticar o bem para não topar com os ingratos?

Nesses, há mais egoísmo do que caridade, visto que fazer o bem, apenas para receber demonstrações de reconhecimento, é não o fazer com desinteresse, e o bem, feito desinteressadamente, é o único agradável a Deus. Há também orgulho, porquanto os que assim procedem se comprazem na humildade com que o beneficiado lhes vem depor aos pés o testemunho do seu reconhecimento. Aquele que procura, na Terra, recompensa ao bem que pratica não a receberá no céu. Deus, entretanto, terá em apreço aquele que não a busca no mundo.

Deveis sempre ajudar os fracos, embora sabendo de antemão que os a quem fizerdes o bem não vo-lo agradecerão. Ficai certos de que, se aquele a quem prestais um serviço o esquece, Deus o levará mais em conta do que se com a sua gratidão o beneficiado vo-lo houvesse pago. Se Deus permite por vezes sejais pagos com a ingratidão, é para experimentar a vossa perseverança em praticar o bem.

E sabeis, porventura, se o benefício momentaneamente esquecido não produzirá mais tarde bons frutos? Tende a certeza de que, ao contrário, é uma semente que com o tempo germinará. Infelizmente, nunca vedes senão o presente; trabalhais para vós e não pelos outros. Os benefícios acabam por abrandar os mais empedernidos corações; podem ser olvidados neste mundo, mas, quando se desembaraçar do seu envoltório carnal, o Espírito que os recebeu se lembrará deles e essa lembrança será o seu castigo. Deplorará a sua ingratidão; desejará reparar a falta, pagar a dívida noutra existência, não raro buscando uma vida de dedicação ao seu benfeitor. Assim, sem o suspeitardes, tereis contribuído para o seu adiantamento moral e vireis a reconhecer a exatidão desta máxima: um benefício jamais se perde. Além disso, também por vós mesmos tereis trabalhado, porquanto granjeareis o mérito de haver feito o bem desinteressadamente e sem que as decepções vos desanimassem.

Ah! meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que prendem a vossa vida atual às vossas existências anteriores; se pudésseis apanhar num golpe de vista a imensidade das relações que ligam uns aos outros os seres, para o efeito de um progresso mútuo, admiraríeis muito mais a sabedoria e a bondade do Criador, que vos concede reviver para chegardes a ele.

— Guia protetor. (Sens, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 19.)

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Mensagens do Além


“Mensagens do Além? Para quem são?”

Esta é a pergunta que você nos faz com a tranquilidade dos que ignoram o sofrimento humano.

E respondemos que semelhantes comunicados transitam hoje em todos os distritos do mundo, com endereço exato e no momento certo.

Não sei se você conhece as mães atormentadas pela saudade dos filhos que a morte lhes arrebatou ao carinho, notadamente quando apenas começavam a viver;

se já viu os pais amorosos tateando as cruzes que marcam as derradeiras lembranças dos rebentos queridos que viajaram para o Mais Além, através das fronteiras de cinza;

pensou-se, algum dia, no pranto das viúvas, relegadas à solidão, ante a partida compulsória dos companheiros transferidos para outros domínios da existência;

se alguma vez refletiu na dor dos homens que apertaram as mãos desfalecentes de esposas inesquecíveis que eles, em vão, quiseram arrancar ao poder do silêncio que lhes cerrou os olhos para o mundo;

se, em algum tempo, meditou, angústia dos jovens que inutilmente procuram algum traço dos entes que amavam, muitas vezes alimentando o desespero que lhes abre caminho para o suicídio;

ou se já terá visto, em algum lugar, os portadores de enfermidades consideradas irreversíveis, que atravessam os dias, entre a inquietação;

e o desalento...

Se você tomou conhecimento de todos esses heróis das lágrimas, defrontados quase sempre, por sofrimentos e humilhações, então você já consegue saber para quem são as mensagens de quantos residem no Mais Além, e, decerto, nada mais precisará perguntar.
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Augusto Cezar
Chico Xavier 
Obra: Presença de Luz
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Amigos e Familiares


No torvelinho das preocupações em torno dos familiares queridos, pausemos, de algum modo, para enxergá-los, não com os olhos da afeição possessiva, e sim na posição de criaturas de Deus, como são, tanto quanto nós.

Queríamos talvez que eles cressem pelos nossos padrões; no entanto, possuem caminhos outros pelos quais chegarão às mesmas fontes da fé em que se nos apoia a existência.

Desejávamos pensassem pelas ideias que nos orientam a estrada, mas trazem consigo vocações e tendências, ideal e visão muito diversos daqueles que nos caracterizam a marcha.

Aspirávamos a tê-los no mesmo trabalho que mais se nos adapta à maneira de ser; todavia, nem sempre se destinam a fazer aquilo que nos compete realizar.

Anelávamos situá-los nos figurinos de felicidade que nos parecem mais justos e aconselháveis; entretanto, permanecem guiados pelo Governo da Vida para outros tipos de felicidade que ainda não chegamos a conhecer.

Às vezes, não nos conformamos ao vê-los sofridos ou inquietos, porém, é forçoso considerar que, como nos ocorre, estarão carregando débitos e compromissos que, nem nós e nem eles, resgataremos sem dificuldade ou sem dor.

Por tudo isso, aprendamos a observar nos entes amados criaturas independentes de nós, orientadas, frequentemente, noutros rumos e matriculadas em outras classes, na escola da experiência.

E, acima de tudo, reconhecendo quão importante se faz a liberdade para o desempenho das obrigações que nos foram assinaladas, saibamos respeitar neles a liberdade que igualmente desfrutamos, perante as Leis do Universo, a fim de crescerem e se aperfeiçoarem na condição de livres filhos de Deus.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Rumo Certo

terça-feira, 26 de outubro de 2021

O CRISTÃO E O MUNDO



“Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.”
— Jesus. (MARCOS, capítulo 4, versículo 28.)

Ninguém julgue fácil a aquisição de um título referente à elevação espiritual. O Mestre recorreu sabiamente aos símbolos vivos da Natureza, favorecendo- nos a compreensão.

A erva está longe da espiga, como a espiga permanece distanciada dos grãos maduros.

Nesse capítulo, o mais forte adversário da alma que deseja seguir o Salvador, é o próprio mundo.

Quando o homem comum descansa nas vulgaridades e inutilidades da existência terrestre, ninguém lhe examina os passos. Suas atitudes não interessam a quem quer que seja. Todavia, em lhe surgindo no coração a erva tenra da fé retificadora, sua vida passa a constituir objeto de curiosidade para a multidão. Milhares de olhos, que o não viram quando desviado na ignorância e na indiferença, seguem-lhe, agora, os gestos mínimos com acentuada vigilância. O pobre aspirante ao título de discípulo do Senhor ainda não passa de folhagem promissora e já lhe reclamam espigas das obras celestes; conserva-se ainda longe da primeira penugem das asas espirituais e já se lhe exigem vôos supremos sobre as misérias humanas.

Muitos aprendizes desanimam e voltam para o lodo, onde os companheiros não os vejam.

Esquece-se o mundo de que essas almas ansiosas ainda se acham nas primeiras esperanças e, por isso mesmo, em disputas mais ásperas por rebentar o casulo das paixões inferiores na aspiração de subir; dentro da velha ignorância, que lhe é característica, a multidão só entende o homem na animalidade em que se compraz ou, então, se o companheiro pretende elevar-se, lhe exige, de pronto, credenciais positivas do céu, olvidando que ninguém pode trair o tempo ou enganar o espírito de sequencia da Natureza. Resta ao cristão cultivar seus propósitos sublimes e ouvir o Mestre: Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.
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EMMANUEL
CHICO XAVIER
Obra: Caminho, Verdade e Vida
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MENSAGEM DO ESE:

Beneficência exclusiva

É acertada a beneficência, quando praticada exclusivamente entre pessoas da mesma opinião, da mesma crença, ou do mesmo partido?

Não, porquanto precisamente o espírito de seita e de partido é que precisa ser abolido, visto que são irmãos todos os homens. O verdadeiro cristão vê somente irmãos em seus semelhantes e não procura saber, antes de socorrer o necessitado, qual a sua crença, ou a sua opinião, seja sobre o que for. Obedeceria o cristão, porventura, ao preceito de Jesus-Cristo, segundo o qual devemos amar os nossos inimigos, se repelisse o desgraçado, por professar uma crença diferente da sua? Socorra-o, portanto, sem lhe pedir contas à consciência, pois, se for um inimigo da religião, esse será o meio de conseguir que ele a ame; repelindo-o, faria que a odiasse.

— S. Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 20.)

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Efetivamente


Vigiar não é desconfiar. É acender a própria luz, ajudando os que se encontram nas sombras.

Defender não é gritar. É prestar mais intenso serviço às causas e às pessoas.

Ajudar não é impor. É amparar, substancialmente, sem pruridos de personalismo, para que o beneficiado cresça, se ilumine e seja feliz por si mesma.

Ensinar não é ferir. É orientar o próximo, amorosamente, para o reino da compreensão e da paz.

Renovar não é destruir. É respeitar os fundamentos, restaurando as obras para o bem geral.

Esclarecer não é discutir. É auxiliar, através do espírito de serviço e da boa-vontade, o entendimento daquele que ignora.

Amar não é desejar. É compreender sempre, dar de si mesmo, renunciar aos próprios caprichos e sacrificar-se para que a luz divina do verdadeiro amor resplandeça.
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Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier 
Obra: Agenda Cristã
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Conquista íntima


Todos os estados enfermiços da alma se assemelham, no fundo, aos estados enfermiços do corpo, solicitando remédio adequado que lhes patrocine a cura.

E a impaciência que tantas vezes gera rixas inúteis é um deles, pedindo o específico da calma que a desterre do mundo íntimo.

Como, porém, obter a serenidade, quando somos impulsivos por vocação ou por hábito?

Justo lembrar que assim como nos acomodamos, obedientes, para ouvir o professor trazido a ensinar-nos, é forçoso igualmente assentar a emotividade, na carteira do raciocínio, a fim de educá-la, educando-nos; e, aplicando os princípios de fraternidade e de amor que abraçamos, convidaremos os nossos próprios sentidos à necessária renovação.

Feito isso, perceberemos que todo instante de turvação ou desequilíbrio é instrumento de teste para avaliação de nosso próprio aproveitamento.

Aprenderemos, por fim, que diante da crítica estamos convocados à demonstração de benevolência; diante da censura, é preciso exercer a bondade; à frente do pessimismo, somos induzidos a cultivar a esperança; ante a condenação, somos indicados à bênção; e que, renteando com quaisquer aparências do mal, é imperioso pensar no bem, dispondo-nos a servi-lo.

Entregando-nos com sinceridade a semelhantes exercícios de compreensão e tolerância, estaremos em aula profícua, para a aquisição de valores eternos no terreno do espírito.

É assim que, em matéria de paciência, se a paciência nos foge, urge reconhecer que, perante as circunstâncias mais constrangedoras da vida, estamos, todos nós, no justo momento de conquistá-la.
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Emmanuel
Chico Xavier 
Obra: Rumo Certo

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Generosidade




A criatura generosa é alguém que aprendeu a auxiliar os outros sem se ver obrigada a tomar para si os infortúnios que não lhe pertencem. Socorre os sofredores sem emaranhar-se na sua problemática emocional. Procura ser condescendente com as aflições alheias, mas não se envolve nela. Ou melhor, não tenta carregar a cruz do mundo nas atividades que visam abrandar as dores terrenas.

Outras há que se tronam incapazes de viver a própria vida , sentindo-se responsáveis por todos os conflitos de parentes e amigos, não permitindo que eles se responsabilizem por seus atos. Carregam o fardo dos outros, não lhes dando a oportunidade de aprender por si mesmos a resolver as próprias dificuldades existenciais nem a compreender que, com o decorrer do tempo, a prática dessas experiências lhes proporcionaria viver com mais segurança e autonomia.

Uma das ferramentas básicas que podemos utilizar em beneficio das pessoas é manter certa "distância psíquica" delas. Isso não quer dizer que, ao nos distanciarmos emocionalmente, deixaremos de nos importar com elas, ou de amá-las, mas de abandonarmos a angústia de viver envolvimentos neuróticos, na ânsia de tudo resolver, decidir e compreender.

Ser generoso é entender que o silêncio momentâneo é, muitas vezes, a melhor ajuda. É saber confiar na ação do Poder Superior e reconhecer que as experiências da vida, certas ou erradas, são as que geram amadurecimento e crescimento espiritual. Aliás, as verdadeiras experiências são as somas dos próprios erros e desenganos que acumulamos ao longo da vida.

As pessoas generosas fazem o bem espontaneamente; são criaturas que progrediram, uma vez que "(...) já lutaram outrora e triunfaram. Por isso, os bons sentimentos não lhes custam nenhum esforço, e suas ações parecem todas simples: o bem tornou-se para elas um hábito. Deve-se honrá-las, como velhos guerreiros que conquistaram suas posições".

O mundo onde moramos depende de nossa colaboração, já que nenhum feito, sentimento ou pensamento passam despercebidos neste sistema de humanidade interdependente do qual fazemos parte. Todos temos que contribuir; ninguém esta livre do devotamento à família, amigos e desconhecidos.

O nosso altruísmo e as atitudes de amor influenciam os atos dos outros e, por consequência, criamos na Terra um ambiente renovado que igualmente nos afeta - de forma mental, emocional, social e espiritual. Por outro lado, não podemos nos esquecer de que cada pessoa carrega dentro de si a solução para seus males.

Cada um de nós tem a potencialidade de sustentar seus semelhantes na mesma caminhada evolutiva. Sempre que tivermos a atitude de nutrir alguém, esse ato terá como resultado a nossa auto-nutrição".
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Hammed
Os Prazeres da Alma
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MENSAGEM DO ESE:

Preces pelos doentes

As doenças fazem parte das provas e das vicissitudes da vida terrena; são inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda ordem semeiam em nós germens malsãos, às vezes hereditários. Nos mundos mais adiantados, física ou moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos material, não está sujeito às mesmas enfermidades e o corpo não é minado surdamente pelo corrosivo das paixões. (Cap. III, n° 9.) Temos, assim, de nos resignar às conseqüências do meio onde nos coloca a nossa inferioridade, até que mereçamos passar a outro. Isso, no entanto, não é de molde a impedir que, esperando tal se dê, façamos o que de nós depende para melhorar as nossas condições atuais. Se, porém, mau grado aos nossos esforços, não o conseguirmos, o Espiritismo nos ensina a suportar com resignação os nossos passageiros males.

Se Deus não houvesse querido que os sofrimentos corporais se dissipassem ou abrandassem em certos casos, não houvera posto ao nosso alcance meios de cura. A esse respeito, a sua solicitude, em conformidade com o instinto de conservação, indica que é dever nosso procurar esses meios e aplicá-los.

A par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a influência da prece. (Ver, no Cap. XXVI, a notícia sobre a mediunidade curadora.)

Prece. (Para ser dita pelo doente.) — Senhor, pois que és todo justiça, a enfermidade que te aprouve mandar-me necessariamente eu a merecia, visto que nunca impões sofrimento algum sem causa. Confio-me, para minha cura, à tua infinita misericórdia. Se for do teu agrado restituir-me a saúde, bendito seja o teu santo nome. Se, ao contrário, me cumpre sofrer mais, bendito seja ele do mesmo modo. Submeto-me, sem queixas, aos teus sábios desígnios, porquanto o que fazes só pode ter por fim o bem das tuas criaturas.
Dá, ó meu Deus, que esta enfermidade seja para mim um aviso salutar e me leve a refletir sobre a minha conduta. Aceito-a como uma expiação do passado e como uma prova para a minha fé e a minha submissão à tua santa vontade.

Prece. (Pelo doente.) — Meu Deus, são impenetráveis os teus desígnios e na tua sabedoria entendeste de afligir a N... pela enfermidade. Lança, eu te suplico, um olhar de compaixão sobre os seus sofrimentos e digna-te de pôr-lhes termo.
Bons Espíritos, ministros do Onipotente, secundai, eu vos peço, o meu desejo de aliviá-lo; encaminhai o meu pensamento, a fim de que vá derramar um bálsamo salutar em seu corpo e a consolação em sua alma.
Inspirai-lhe a paciência e a submissão à vontade de Deus; dai-lhe a força de suportar suas dores com resignação cristã, a fim de que não perca o fruto desta prova.

Prece. (Para ser dita pelo médium curador.) — Meu Deus, se te dignas servir-te de mim, indigno como sou, poderei curar esta enfermidade, se assim o quiseres, porque em ti deposito fé. Mas, sem ti, nada posso. Permite que os bons Espíritos me cumulem de seus fluidos benéficos, a fim de que eu os transmita a esse doente, e livra-me de toda idéia de orgulho e de egoísmo que lhes pudesse alterar a pureza.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, itens 77 a 80.)

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Petição e Resposta


Entre o pedido terrestre e o Suprimento Divino, é imperioso funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado.

Buscando as concessões do Céu, desistamos de lhes opor a barreira dos nossos caprichos próprios.

Suplicamos no mundo: Senhor, dá-nos a paz.

Se persistimos, no entanto, a remoer conflito e ressentimento, cozinhando mágoas e esquentando desarmonia, decerto que a tranquilidade só encontrará caminho para morar conosco, quando tivermos esquecido as farpas da dissensão.

Imploramos: Senhor, dá-nos saúde.

Se continuamos, porém, acalentando sintomas e solenizando quadros mentais enfermiços, é indiscutível que o remédio só terá eficácia, em nosso auxílio, quando estivermos decididos a liquidar com as ideias de lamentação e doença.

Pedimos: Senhor, dá-nos prosperidade.

Mas se teimamos em dilapidar o tempo, reclamando contra o destino e hospedando chorosas rebeldias, é forçoso reconhecer que só adquiriremos progresso e reconforto, quando largarmos queixa e azedume, concentrando esforço em melhoria e trabalho.

Rogamos: Senhor, dá-nos compreensão.

Se prosseguirmos, entretanto, censurando e criticando os outros, a descortinar faltas alheias, sem cogitar das próprias deficiências, é óbvio que só atingiremos a luz e a segurança do entendimento, quando nos voltarmos sinceramente para dentro de nós mesmos, verificando que somos tão humanos e tão falíveis quanto aqueles irmãos dos quais nos julgávamos muito acima.

Confiemos em Deus e supliquemos o amparo de Deus, mas, se quisermos receber a Bênção Divina, procuremos esvaziar o coração de tudo aquilo que discorde das nossas petições, a fim de oferecer à Bênção Divina clima de aceitação, base e lugar.
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Emmanuel
Chico Xavier











domingo, 24 de outubro de 2021

Consequências do Passado



1- Como podemos compreender os resultados de nossas existências anteriores?

- Para compreender os resultados das existências anteriores, baste que o homem observe as próprias tendências, oportunidades, lutas e provas.

2- Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos de existências passadas?

- Estudos que efetuamos corretamente, ainda que terminados há longo tempo, asseguram-nos títulos profissionais respeitáveis. Faltas praticadas deixam azeda sucata de dores na consciência, pedindo reparação. Se plantarmos preciosa árvore, desde muito, é natural venhamos a surpreende-la, carregada de utilidades e frutos para os outros e para nós. Se nos empenhamos num débito, é justo suportemos a preocupação de pagar.

3 - Qual a lição que as horas nos ensinam?

- Meditemos a simples lição das horas. Comumente, durante a noite, o homem repousa e dorme; em sobrevindo a manhã, desperta e levanta-se com os bens ou com os males que haja procurado para si mesmo, no transcurso da véspera.
Assim, a vida e a morte, na lei da reencarnação que rege o destino.

4 - Qual a situação moral da alma no túmulo e no berço?

- No túmulo, a alma, ainda vinculada ao crescimento evolutivo, entra na posse das alegrias e das dores que amontoou sobre a própria cabeça; no berço, acorda e retoma o arado da experiência, nos créditos que lhe cabe desenvolver e nos débitos que está compelida a resgatar.

5 - Em síntese, onde permanece, espiritualmente, a criatura reencarnada?

- Cada criatura reencarnada permanece nas derivantes de tudo o que fez consigo e com o próximo.

6 - Qual a explicação lógica das enfermidades congênitas?

- Os grandes delitos operam na alma; estados indefiníveis de angústia e choque, daí nascendo a explicação lógica das enfermidades congênitas, às vezes inabordáveis a qualquer tratamento.

7 - O que ocorre aos suicidas nas vidas ulteriores?

- Suicidas que estouraram o crânio ou que se entregaram a enforcamento, depois de prolongados suplícios, nas regiões purgatórias, freqüentemente, após diversos tentames frustrados de renascimento, readquirem o corpo de carne, mas, transportam nele as deficiências do corpo espiritual, cuja harmonia desajustaram. Nessa fase, exibem cérebros retardados ou moléstias nervosas obscuras.

8 - E os protagonistas de tragédias passionais?

- Protagonistas de tragédias passionais, violentas e obscuras, criminosos de guerra, aproveitadores de lutas civis, que manejam a desordem para acobertar interesses escusos; exploradores do sofrimento humano, caluniadores, empreiteiros do aborto e da devassidão e malfeitores outros, que a justiça do mundo não conseguiu cadastrar, voltam à reencarnação em tribulações compatíveis com os débitos que assumiram e, muitas vezes, junto das próprias vítimas, sob o mesmo teto, marcados por idênticos laços consanguíneos, tolerando-se mutuamente, até a solução dos enigmas que criaram contra si mesmos, atento ao reequilíbrio de que se vêem necessitados, ou sofrem a pena do resgate preciso em desastres dolorosos, integrando os quadros inquietantes dos acidentes em que se desdobra o resgate do Espírito reencarnado, seja nos transes individuais ou nas provações coletivas.

9 - E aos cúmplices de erros e enganos?

- As grandes dificuldades não caem exclusivamente sob os suicidas e homicidas comuns. Quantos se fizeram instrumentos diretos ou indiretos das resoluções infelizes que adotaram são impelidos a recebe-los nos próprios braços, ofertando-lhes o recinto doméstico por oficina de regeneração.

10 - O que ocorre àqueles que provocaram o suicídio de alguém?

- Se levianamente provocamos o suicídio de alguém, é possível que tenhamos esse mesmo alguém, muito em breve, na condição de um filho-problema ou de um familiar padecente; requisitando-nos auxílio, na medida das responsabilidades que assumimos na falência a que se arrojou.

11 - Que acontece aos que impelem o próximo à falência moral?

- Se instilamos viciação e criminalidade em companheiros do caminho, asfixiando-lhes as melhores esperanças na desencarnação prematura, é certo que se corporificarão, de novo, na Terra, ao nosso lado, a fim de que lhes prestamos concurso imprescindível à reeducação, na pauta dos compromissos a que nos enredamos, ao precipita-los nos enganos terríveis de que buscam desvencilhar-se, abatidos e desditosos.

- Nas mesmas circunstâncias carreamos em nós, enraizadas nas forças profundas da mente, os bens ou os males que cultivamos.

12 - E o que ocorre aos desencarnados que malbarataram os tesouros da emoção e da ideia?

- Quando desencarnados, não fugimos à lei de causa e efeito.

- Se malbaratamos os tesouros das emoções e dos pensamentos na Terra, deambulamos nas esferas espirituais por doentes da alma, que a perturbação ensandece, fadados a reaparecer no plano carnal com as enfermidades consequentes, a se entranharem nos tecidos orgânicos, que nos compõem a vestimenta física.

13 - E àqueles que se entregam aos desequilíbrios do sexo?

- Nessas condições, o porvir esboça-se, nebuloso, apontando-nos graves lições de refazimento e resgate.

- Se abraçamos desequilíbrios de sexo, agravados com padecimentos alheios por nossa conta, aguentamos inibições genésicas, muitas vezes, com o cansaço precoce e a distrofia muscular, a epilepsia ou o câncer de permeio.

14 - E àqueles que perpetram crimes?

- Se perpetramos crimes na pessoa dos nossos semelhantes, eis-nos à frente de mutilações dolorosas.

15 - E àqueles que se entregam às extravagâncias da mesa?

- Se nos entregamos à extravagância da mesa, arcamos com ulcerações e gastralgias que persistem tanto tempo quanto se nos perdurem as alterações do veículo espiritual.

16 - E àqueles que se afeiçoam ao alcoolismo?

- Se nos afeiçoamos ao alcoolismo ou ao abuso de entorpecentes, somos induzidos à loucura ou à idiotia seja onde for.

17 - E àqueles que se empenham em delitos de maledicência e calúnia?

- Se nos empenhamos em delitos de maledicência e calúnia, atravessamos vastos períodos de surdez ou mudez, precedidas ou seguidas por distonias correlatas.

18 - As consequências de nossos erros se verificam apenas na forma de doenças comuns?

- Não. Além disso, é preciso contar com as probabilidades da obsessão, porquanto, cada vez que ofendemos aos que nos partilham a marcha, atraímos, em prejuízo próprio, as vibrações de revolta ou desespero daqueles que se categorizam por vítimas de nossas ações impensadas.

19 - Qual deve ser a nossa atitude perante as provas da vida?

- Diante das provas inquietantes que se demoram conosco, aprendamos a refletir, para auxiliar, melhorar, amparar e servir aqueles que nos cercam.

20 - Quais as relações entre o presente, o passado e o futuro?

- Todos estamos no presente, com o ensejo de construir o futuro, mas envolvidos nas consequências do passado que nos é próprio. Isso porque tudo aquilo que a criatura semeie, isso mesmo colherá.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Leis de Amor
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MENSAGEM DO ESE:

Necessidade da encarnação

É um castigo a encarnação e somente os Espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la?
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. Mas, a encarnação para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo.

— São Luís. (Paris, 1859.)

NOTA. — Uma comparação vulgar fará se compreenda melhor essa diferença. O escolar não chega aos estudos superiores da Ciência, senão depois de haver percorrido a série das classes que até lá o conduzirão. Essas classes, qualquer que seja o trabalho que exijam, são um meio de o estudante alcançar o fim e não um castigo que se lhe inflige. Se ele é esforçado, abrevia o caminho, no qual, então, menos espinhos encontra. Outro tanto não sucede àquele a quem a negligência e a preguiça obrigam a passar duplamente por certas classes. Não é o trabalho da classe que constitui a punição; esta se acha na obrigação de recomeçar o mesmo trabalho.

Assim acontece com o homem na Terra. Para o Espírito do selvagem, que está apenas no início da vida espiritual, a encarnação é um meio de ele desenvolver a sua inteligência; contudo, para o homem esclarecido, em quem o senso moral se acha largamente desenvolvido e que é obrigado a percorrer de novo as etapas de uma vida corpórea cheia de angústias, quando já poderia ter chegado ao fim, é um castigo, pela necessidade em que se vê de prolongar sua permanência em mundos inferiores e desgraçados. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente pelo seu progresso moral, além de abreviar o tempo da encarnação material, pode também transpor de uma só vez os degraus intermédios que o separam dos mundos superiores.

Não poderiam os Espíritos encarnar uma única vez em determinado globo e preencher em esferas diferentes suas diferentes existências? Semelhante modo de ver só seria admissível se, na Terra, todos os homens estivessem exatamente no mesmo nível intelectual e moral. As diferenças que há entre eles, desde o selvagem ao homem civilizado, mostram quais os degraus que têm de subir. A encarnação, aliás, precisa ter um fim útil. Ora, qual seria o das encarnações efêmeras das crianças que morrem em tenra idade? Teriam sofrido sem proveito para si, nem para outrem. Deus, cujas leis todas são soberanamente sábias, nada faz de inútil. Pela reencarnação no mesmo globo, quis ele que os mesmos Espíritos, pondo-se novamente em contacto, tivessem ensejo de reparar seus danos recíprocos. Por meio das suas relações anteriores, quis, além disso, estabelecer sobre base espiritual os laços de família e apoiar numa lei natural os princípios da solidariedade, da fraternidade e da igualdade. 

– Allan Kardec.
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 25 e 26.)

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SINAIS DE SABEDORIA


Aprende a viver sem excessos.

Desapega-te, quanto possível, dos bens materiais.

Não guardes ressentimentos.

Perdoa sem impor condições.

Acautela-te, para que não magoes ninguém.

Não crie qualquer espécie de vínculo com o mal.

Estuda sempre, sem te arraigares aos teus pontos de vista.

Conserva a mente aberta para a Verdade. 

Alimenta-te de maneira frugal.

Não te exasperes.

Não percas tempo com futilidades.

Procura não fomentar discussões estéreis.

Preserva a saúde do corpo e a integridade do espírito.

Não sejas moralista.

Cultiva o hábito da alegria.

Seleciona os temas de tua conversação.

Apoia as iniciativas nobres.

Ora, age e sê paciente, convicto de que cada coisa acontece a seu tempo.
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Irmão José
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Treinamentos e regimes


Dizes-te interessado no corpo robusto e confias-te a severas disciplinas, com ginástica rigorosa e desportos educativos.

Afirmas-te doente e consagras-te a tratamentos de sacrifício, suportando largos jejuns e ingerindo poções amargas.

Lembra-te de que em nossa tranquilidade e segurança, necessitamos também de regimes e treinamentos.

Não ingressaremos no santuário da educação sem constante exercício no estudo e nem penetraremos a glória do amor, sem a prática incessante da caridade.

O atleta do corpo costuma indagar, sob os aplausos do povo:

— Quantas vezes venci os meus competidores?

O atleta da alma pode perguntar a si próprio, com a Bênção Divina:

— Quantas vezes venci os meus competidores? Em nossas atividades morais, na conquista da perfeição, é justo estejamos sempre na regata de suor do trabalho nobre, aprendendo o salto mental sobre as víboras da calúnia e da insensatez e mantendo-nos na maratona da humildade, em partidas valiosas de tolerância e gentileza no amparo aos semelhantes.

Na defesa de nossa paz íntima, é preciso igualmente não esquecer a abstenção dos pensamentos infelizes, com deliberada fuga aos pratos da maledicência e ao vinagre da crítica, abolindo-se totalmente o vinho da lisonja e o licor do elogio que operam lastimável embriaguez com a deserção de nossas responsabilidades.

Treinamentos e regimes… Não prescindes deles na Terra, para que te garantas nos domínios do equilíbrio fisiológico, em questões de eugenismo, saúde e preservação.

Não olvides, porém, que, em favor da harmonia de tua alma, não dispensarás esses mesmos recursos na sustentação da reta consciência e no cultivo da própria felicidade, porque, somente obedecendo às leis de trabalho e caridade, simplicidade e cooperação é que obteremos os títulos de simpatia e merecimento, capazes de conduzir-nos à alegria triunfante.
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Scheilla
(Psicografia de F. C. Xavier)