sexta-feira, 23 de outubro de 2015

NOSSO MAIOR MEDO


Nosso maior medo não é sermos inadequados.

 Nosso maior medo é não saber que somos poderosos, além do que podemos imaginar.

 É a nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta.

 Nós nos perguntamos:
 “Quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso?

Na verdade, quem é você para não ser? 

Você é um filho de Deus. 

Você, pensando pequeno, não ajuda o mundo. 

Não há nenhuma bondade em você se diminuir, recuar para que os outros não se sintam inseguros ao seu redor.

Todos nós fomos feitos para brilhar, como as crianças brilham. 

Nós nascemos para manifestar a glória de Deus dentro de nós. 

Isso não ocorre somente em alguns de nós, mas em todos.

 Enquanto permitimos que nossa luz brilhe, inconscientemente, damos permissão a outros para fazerem o mesmo.

Quando nós nos libertamos do nosso próprio medo, nossa presença automaticamente libertará outros”.
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Nelson Mandela, no discurso de posse como presidente da África do Sul 




quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Migalhas


Se não pretendes partilhar do sofrimento alheio, ao menos minora-o com migalhas do que te excede.
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Se não queres conviver com a dor do teu irmão, ajuda-o a tê-la diminuída com aquilo que te esteja ao alcance.
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Se defrontas multidões de necessitados e não sabes como resolver o problema, auxilia o primeiro que te apareça, fazendo a tua parte.
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Se te irrita a lamentação dos que choram, silencia-a com o teu contributo de amizade.
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Imagina-te no lugar de algum d’eles e saberás o que fazer, como efeito natural do que gostarias que alguém fizesse por ti.
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Joanna de Ângelis



quarta-feira, 21 de outubro de 2015

No Problema da Rotulagem


Eles estão em toda parte.

Beneficiam-se e fogem a qualquer compromisso.

Utilizam-se dos bens e negam-lhes gratidão.

Aplaudem o trabalho mas se detêm à distância.

Guardam excelentes opiniões, no entanto, ficam longe.

Pedem muito, oferecem pouco.

Recolhem sempre, exigindo mais.

Creem e descreem.

Convencem-se agora para duvidarem depois.

São muito ciosos de si mesmos, atribuindo-se grande valor e, por isso, não se definem, dizem, para não comprometerem o nome.

Encontrá-los-ás no Espiritismo também.

Procuram, aflitos, a mensagem espírita. Recorrem, inquietos, aos Espíritos.

Recebem passes espíritas.

Usam a água fluidificada pelos Espíritos.

Seguem as orientações espirituais das sessões espíritas.

Consultam os médiuns espíritas.

Admitem e simpatizam com os postulados espíritas.

Leem os livros espíritas.

Creem nos Espíritos.

Mas não se dizem espíritas.

Ainda não podem sê-lo - afirmam.

Ser espírita - acentuam - é ser cristão e ser cristão é ser perfeito. Mas nada fazem para mudar o panorama mental e o clima moral em que se demoram e se comprazem.

Respeitam o Espiritismo e criticam os espiritistas, escudando-se nas falhas deles para afirmarem, peremptórios, "a ser espírita, sê-lo integralmente"...

E continuam gozando.

Têm medo da rotulagem.

Dizem-se universalistas...

Assim, estão em tudo e em lugar algum. Servem-se no prato espírita, comem o pão espírita, mas não querem ser espírita.

Não se preocupe com eles.

A Doutrina Espírita os dispensa.

São almas inquietas que preferem assim continuar.

Estão sempre ao lado do vencedor.

São neutros. Usam de uma neutralidade conveniente.

Sem definição íntima, aderem a quem mais dá.

Ofereça-Ihes as suas orações e o seu auxílio fraterno mas não se  detenha com eles.

Você tem responsabilidades: conhece, sabe, deve.

A Doutrina Espírita esclareceu-lhe a mente. Agora você sabe como seguir. Deve, então, marchar ligado ao ideal que dimana da fé que o ilumina e liberta, caminhando com você e em você mesmo, como mensagem viva do nosso Pai em favor de todos os seres.
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Marco Prisco


terça-feira, 20 de outubro de 2015

O Anjo da Saúde


 

Angustiado, o Homem enfermo invocou a Proteção do Cristo e clamou em lágrimas copiosas:

– Senhor, ampara-me o coração desalentado no círculo das provas!
Esgotaram-se-me os recursos para a resistência... Não posso mais! Minhas
noites são prolongadas vigílias, repletas de dor, e meus dias constituem
longas horas de aflição permanente! A dor lacera-me as carnes e
desarticula-me os ossos... Compadece-te, Senhor meu! Desce um raio de tua
divina luz que me restaure a força física, e me reerga o coração humilhado!
Desiludido de todos os processos de cura, mobilizados na Terra, volto-me
para o Céu, esperando-te a inesgotável misericórdia! ajuda-me, Pastor do
Bem!

Vê os meus sofrimentos e auxilia-me!...

De joelhos e braços abertos, o peregrino soluçava, contemplando o
firmamento.

Ouviu Jesus a oração e enviou-lhe o Anjo da Saúde, que desceu, bondoso e
prestativo, surgindo aos olhos deslumbrados do infeliz enfermo.

Em êxtase, o doente fitou o mensageiro e suplicou :

– Emissário do Médico Divino, lava-me as feridas dolorosas, levanta-me o
espírito abatido! Há muitos anos sou um miserável sofredor, embora a minha
confiança no Pai de Infinita Bondade! De corpo chagado e apodrecido, sinto
que a esperança e a crença desertaram de minh’alma! socorre-me, por
piedade, caridoso emissário do Céu!

O gênio tutelar afagou-lhe a fronte, compassivo, e exclamou:

Meu amigo, põe a consciência nos lábios em oração e responde-me! Tens
vivido de acordo com a Vontade de Deus, fugindo aos caprichos do coração?

Viveste, até agora, amando o Senhor Supremo, acima de todas as coisas, e
querendo ao próximo como a ti mesmo? Dedicaste teu corpo e tuas faculdades
à execução das divinas leis ?


Presa do antigo hábito de fugir à verdade, o Homem quis proferir
qualquer frase tendente a desculpar-se; entretanto, a presença do emissário
sublime empolgava-lhe o ser e não conseguia furtar-se ao império absoluto
da consciência. Dominado pela realidade, respondeu em soluços :

– Não!... ainda não servi às leis do Senhor como deveria... Contudo,
Anjo Bom, compadece-te de mim, a enfermidade consome os meus dias, o
sofrimento devora-me!

O enviado pousou a destra na fronte do mísero, como se intentasse
arrancar-lhe a verdade do fundo do coração, e interrogou:

– Estarás, porém, disposto a esquecer, de imediato, o pretérito
criminoso? Desculparás, fraternalmente, sem qualquer sombra de hesitação, a
todos aqueles que te desejam o mal? Auxiliarás o inimigo?

O enfermo dirigiu ao preposto celeste um olhar de terrível angústia, e
porque nada respondesse, o mensageiro continuou interrogando:

– Perdoarás sempre, esquecendo ingratidões, injúrias e pedradas?

Recomendarás os teus adversários à bênção do Todo Poderoso, reconhecendo
que eles são mais infelizes que tu mesmo, pela ignorância coque
testemunham?

Exercerás a piedade, beneficiando as mãos que te ferem e olvidarás, sem
esforço, a boca que calunia?


Compelido pelas forças insofreáveis da consciência, o enfermo respondeu,
sem trair a verdade:

– Infelizmente, ainda não posso...

– Não emitirás pensamentos desarmônicos, ante a felicidade do próximo? –
indagou o emissário, afável e benevolente – partilharás a alegria do
vizinho e a prosperidade do amigo, como se te pertencessem também? Ajudarás
ao irmão mais feliz, na consolidação da ventura que lhe coroa a existência?


O mendigo da saúde recordou suas lutas interiores, junto daqueles que
lhe pareciam mais venturosos, e respondeu, sincero:

– Não posso ainda...

– Terás bastante disposição – prosseguiu afetuosamente o interlocutor –
para manter viva a própria esperança? Compreendendo a paciência de Deus,
que nos aguarda a iluminação, há milênios incontáveis, decidir-te-ás a
esperar, sem revolta, o entendimento dos teus irmãos de luta, por alguns
anos? Saberás calar a desesperação, a fim de auxiliar em nome do Pai
Altíssimo, mobilizando as forcas que te foram confiadas?


O desventurado suspirou e disse com tristeza:

– Ainda não me é possível proceder assim...

Após intervalo mais longo, o Anjo voltou a interrogar:

– Cultivaras o silêncio, quando a leviandade e a calúnia espalharem
palavras loucas em torno de teu coração? Defenderás a saúde, evitando as
reações invisíveis de pessoas que poderias ofender com as falsas e
delituosas apreciações verbais?


– Ainda não sigo semelhante caminho! – exclamou o infortunado,

– Poderás viver – continuava o mensageiro – no legítimo respeito à
Natureza, conservando o teu vaso carnal de manifestações na sublime posição
de equilíbrio, através da temperança, e cumprindo com fidelidade o programa
de serviço, em beneficio de ti mesmo e dos semelhantes? Experimentas o
prazer de ser útil, sinceramente despreocupado das atitudes alheias de
gratidão ou recompensa?


– Ainda não! – murmurou o interpelado em tom angustioso.

O emissário envolveu o infeliz num olhar de compaixão infinita e
acrescentou:

– Oh! meu amigo, ainda é cedo para deprecares o socorro dos mensageiros
da saúde! Se ainda não sabes viver, perdoar, esperar, compreender, ajudar e
servir, de acordo com a Vontade do Altíssimo, ainda lutarás com a
enfermidade, por muito tempo. Por enquanto, não peças vantagens que não
saberias receber!

Roga ao Senhor te conceda a energia necessária para que te afeiçoes à
lei do equilíbrio e às exigências da reflexão!


Em seguida, o emissário endereçou-lhe carinhoso gesto de adeus. O
infeliz, entretanto, buscando retê-la, exclamou em soluços:

– Oh! enviado do Céu, confiarei em Jesus!

O Anjo contemplou-o, bondoso, e respondeu ternamente:

– Sim, eu sei. Isto, porém, não basta.
É necessário que Jesus também possa confiar em ti...
E afastou-se, para dar conta de sua missão, nas esferas mais altas.
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Irmão X
Chico Xavier
 




 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

PERANTE A FELICIDADE


O problema da felicidade está sempre condicionada ao foro íntimo.

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E porque, ainda mesmo nos assuntos mais transcendentes, não podemos prescindir da simplicidade, em auxílio à nossa argumentação, invocamos a natureza, em cujos degraus evolutivos, é possível observar as crisálidas de consciência nas limitações relativas a que se ajustam.

*

Vemos que cada ser nos círculos inferiores à escola humana, possui as alegrias que lhe são próprias.

Para o corvo, a felicidade é a penetração nos detritos.

Para a serpente, é a absorção do veneno com que se fortalece na defensiva.

Para a coruja é a excursão nas trevas.

Para a lesma é a ociosidade incessante.

Para a andorinha é o culto da primavera onde a primavera fulgure.

Para a fonte é o serviço a todos.

Para a árvore é a incansável beneficência.

Para o sol é o privilegio de servir em luminosa doação de si mesmo.

*

Cada espírito, qual acontece aos elementos mais simples, demora-se mais ou menos na atitude mental que se lhe afigura como sendo a aspiração satisfeita.

*

Para muitos, a felicidade é a imersão na preguiça e no ódio, na discórdia e na crueldade, na penúria e na ignorância, no desalento e na rebeldia.

Entretanto, para as almas acordadas na Revelação do Cristo, a felicidade é a construção de si mesmas para a comunhão ideal com Deus.

*

Se já despertaste para a verdade, aceita o trabalho e a renúncia, as aflições e as penas da estância física por abençoado material de tua própria edificação.

*

E, aprendendo e servindo infatigavelmente, sem qualquer inventário de sacrifício e sem qualquer preocupação pelo tempo adequado ao reajuste, conseguirás o equilíbrio interior, tecendo com a própria luta, as asas com que livrarás nos cimos da vida, em pleno triunfo.
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Emmanuel
Chico Xavier
 


 

domingo, 18 de outubro de 2015

NO EXAME DOS VIVOS MORTOS



No movimento da vida entre as criaturas na Terra, muitos homens caminham mortos, embora mergulhados na vida.

O sensual é um vivo — amortalhado na carne.

O mentiroso é um vivo — morrendo na fantasia.

O orgulho é um vivo — sepulto na ilusão.

O hipócrita é um vivo — enjaulado na impostura.

O egoísta é um vivo — encarcerado na concha de mármore da solidão.

O descrente é um vivo — alucinado pelo ceticismo.

O avaro é um vivo — enclausurado no cofre asfixiante de valores mortos.

O perdulário é um vivo — esvaindo-se nos excessos embriagadores de insensatez.

O ingrato é um vivo — emparedado na cela morbífica do individualismo.

O crente, cuja mente está cheia de luz,e as mãos vazias de feitos, é um vivo — parasitando no veículo da fé morta.

É necessário cuidado com a vida que se leva, porque a vida levará todos para o encontro com a consciência.

Vivos-mortos e mortos-vivos se misturam no trânsito da carne para o inevitável encontro consigo mesmos.

Indispensável que a autocrítica funcione como advertência naqueles que desejam alçar a mente às Esferas Mais Altas da vida, para que possam identificar como viver, o que fazem na vida e em que posição nela se encontram.

Recordemos, assim, a assertiva do Senhor: "deixai aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos".

Morte e vida são somente estações vibratórias para quem está na morte exaltando a vida e de quem está na vida demorando-se na morte.
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Marco Prisco
Divaldo P. Franco