sábado, 30 de junho de 2018

Dons



“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do Alto.” — (TIAGO, capítulo 1, versículo 17.)

Certificando-se o homem de que coisa alguma possui de bom, sem que Deus lho conceda, a vida na Terra ganhará novos rumos.

Diz a sabedoria, desde a antiguidade: — Faze de tua parte e o Senhor te ajudará. Reconhecendo o elevado teor da exortação, somos compelidos a reconhecer que, na própria aquisição de títulos profissionais, o homem é o filho que se esforça, durante alguns anos, para que o Pai lhe confira um certificado de competência, através dos professores humanos.

Qual ocorre no patrimônio das realizações materiais, acontece no círculo das edificações do espírito.

Indiscutivelmente, toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm de Deus.

Entretanto, para recebermos o benefício, faz-se preciso “bater” à porta para que ela se nos abra, segundo a recomendação evangélica.

Queres o dom de curar? Começa amando os doentes, interessando-te pela solução de suas necessidades.

Queres o dom de ensinar? Faze-te amigo dos que ministram o conhecimento em nome do Senhor, através das obras e das palavras edificantes.

Esperas o dom da virtude? Disciplina-te.

Pretendes falar com acerto? Aprende a calar no momento oportuno.

Desejas acesso aos círculos sagrados do Cristo? Aproxima-te dEle, não só pela conversação elevada, mas também por atitudes de sacrifício, como foram as de sua vida.

As qualidades excelentes são dons que procedem de Deus; entretanto, cada qual tem a porta respectiva e pede uma chave diferente.
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EMMANUEL
(psic. Chico Xavier – do livro: ‘Caminho, Verdade e Vida’) 


MENSAGEM DO ESE:
O jugo leve

Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (S. MATEUS, cap. XI, vv. 28 a 30.)

Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei.”  

Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, itens 1 e 2.)


sexta-feira, 29 de junho de 2018

ALEGRE-SE COM SUAS CONQUISTAS




Não deixe de comemorar as suas vitórias, mesmo as mais pequeninas.

A vida não é só feita de lutas, mas também da celebração das nossas conquistas.

O prazer da vitória nos estimula a novos empreendimentos.

O atleta se esforça sonhando com a medalha olímpica.

O artista burila seus talentos em busca da consagração pública. O professor se esmera para que os alunos adquiram novos conhecimentos. Todos, de alguma forma, esperam o resultado de seus esforços. Deixar de reconhecer nossas conquistas pode causar a sensação de que nadamos muito e acabamos morrendo na praia.

A pessoa feliz não olha tanto para as suas derrotas, como nas suas vitórias, pois assim jamais esquecerá que, apesar das suas limitações tão naturais, tem talento suficiente para corrigir, recomeçar e brilhar cada vez mais.

Cada vez que a sensação de fracasso visitá-lo, recorde-se, logo, de que você é um espírito em aprendizado e que, mesmo não sabendo tudo, já foi capaz de superar outras adversidades e de alcançar muitas outras vitórias significativas.

Dê importância às pequenas conquistas diárias, celebre-as, contente-se, pois saiba que elas o conduzirão aos grandes feitos.

Toda grande caminhada é feita de pequeninos passos.

Sempre que possível, dê-se um presente para marcar positivamente suas realizações. Não importa o valor do objeto, mas o significado amoroso do gesto. Se você é capaz de dar muitos presentes à pessoa que ama, por que não pode fazer isso por você também?

Essa singela atitude será um poderoso sinal para o universo de que você é uma pessoa que tem muito valor.

E a prosperidade, material e espiritual, está à procura de pessoas valorosas.
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JOSÉ CARLOS DE LUCCA



MENSAGEM DO ESE: 
Não vos afadigueis pela posse do ouro

Não vos afadigueis por possuir ouro, ou prata, ou qualquer outra moeda em vossos bolsos. — Não prepareis saco para a viagem, nem dois fatos, nem calçados, nem cajados, porquanto aquele que trabalha merece sustentado. 

Ao entrardes em qualquer cidade ou aldeia, procurai saber quem é digno de vos hospedar e ficai na sua casa até que partais de novo. — Entrando na casa, saudai-a assim: Que a paz seja nesta casa. Se a casa for digna disso, a vossa paz virá sobre ela; se não o for, a vossa paz voltará para vós.
Quando alguém não vos queira receber, nem escutar, sacudi, ao sairdes dessa casa ou cidade, a poeira dos vossos pés. — Digo-vos, em verdade: no dia do juízo, Sodoma e Gomorra serão tratadas menos rigorosamente do que essa cidade. (S. MATEUS, cap. X, vv. 9 a 15.)

Naquela época, nada tinham de estranhável essas palavras que Jesus dirigiu a seus apóstolos, quando os mandou, pela primeira vez, anunciar a boa-nova. Estavam de acordo com os costumes patriarcais do Oriente, onde o viajor encontrava sempre acolhida na tenda. Mas, então, os viajantes eram raros. Entre os povos modernos, o desenvolvimento da circulação houve de criar costumes novos. Os dos tempos antigos somente se conservam em países longínquos, onde ainda não penetrou o grande movimento. Se Jesus voltasse hoje, já não poderia dizer a seus aposto-los: “Ponde-vos a caminho sem provisões.” 

A par do sentido próprio, essas palavras guardam um sentido moral muito profundo. Proferindo-as, ensinava Jesus a seus discípulos que confiassem na Providência. Ao demais, eles, nada tendo, não despertariam a cobiça nos que os recebessem. Era um meio de distinguirem dos egoístas os caridosos. Por isso foi que lhes disse: “Procurai saber quem é digno de vos hospedar” ou: quem é bastante humano para agasalhar o viajante que não tem com que pagar, porquanto esses são dignos de escutar as vossas palavras; pela caridade deles é que os reconhecereis. 

Quanto aos que não os quisessem receber, nem ouvir, recomendou ele porventura aos apóstolos que os amaldiçoassem, que se lhes impusessem, que usassem de violência e de constrangimento para os converterem? Não; mandou, pura e simplesmente, que se fossem embora, à procura de pessoas de boa vontade.
O mesmo diz hoje o Espiritismo a seus adeptos: não violenteis nenhuma consciência; a ninguém forceis para que deixe a sua crença, a fim de adotar a vossa; não anatematizeis os que não pensem como vós; acolhei os que venham ter convosco e deixai tranqüilos os que vos repelem. Lembrai-vos das palavras do Cristo. Outrora, o céu era tomado com violência; hoje o é pela brandura.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 9 a 11.)



quinta-feira, 28 de junho de 2018

COMPROMISSO CONSIGO



Esteja comprometido com seus objetivos.

Se você não for fiel a eles, por certo acabará traído pela própria negligência.

Sem empenho diário, suas metas poderão ser valiosas mas não passarão de simples empolgação adolescente.

Fracasso é o nome que muitas vezes se dá às tentativas descompromissadas.

Estarmos comprometidos é mergulhar fundo em nossas realizações e permanecer firmes em nosso alvo, mesmo quando surgirem as adversidades.

Sem comprometimento, você desistirá ao encontrar a primeira barreira.

O compromisso envolve a certeza de que você chegará ao resultado desejado, e isso lhe dará a força necessária para superar quaisquer obstáculos.

Se você está comprometido num relacionamento com uma pessoa a quem ama, você não a deixaria somente porque ela está doente. 

Você fará qualquer coisa para que ela se recupere.

Assim também são os seus sonhos, eles somente não morrerão se você estiver disposto a enfrentar qualquer dificuldade para torná-los realidade.

Sempre pagamos caro demais quando somos infiéis aos sonhos que acalentam a nossa alma.

E o nome dessa moeda tão comum em nossos dias se chama frustração.

Sem comprometimento com as aspirações da nossa alma, tudo não passará de meras intenções que nos darão sempre o que têm dado: nada. 
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José C.De Lucca 




MENSAGEM DO ESE:
Os últimos serão os primeiros

O obreiro da última hora tem direito ao salário, mas é preciso que a sua boa-vontade o haja conservado à disposição daquele que o tinha de empregar e que o seu retardamento não seja fruto da preguiça ou da má-vontade. Tem ele direito ao salário, porque desde a alvorada esperava com impaciência aquele que por fim o chamaria para o trabalho. Laborioso, apenas lhe faltava o labor.

Se, porém, se houvesse negado ao trabalho a qualquer hora do dia; se houvesse dito: “tenhamos paciência, o repouso me é agradável; quando soar a última hora é que será tempo de pensar no salário do dia; que necessidade tenho de me incomodar por um patrão a quem não conheço e não estimo! quanto mais tarde, melhor”; esse tal, meus amigos, não teria tido o salário do obreiro, mas o da preguiça.

Que dizer, então, daquele que, em vez de apenas se conservar inativo, haja empregado as horas destinadas ao labor do dia em praticar atos culposos; que haja blasfemado de Deus, derramado o sangue de seus irmãos, lançado a perturbação nas famílias, arruinado os que nele confiaram, abusado da inocência, que, enfim, se haja cevado em todas as ignominias da Humanidade? Que será desse? Bastar-lhe-á dizer à última hora: Senhor, empreguei mal o meu tempo; toma-me até ao fim do dia, para que eu execute um pouco, embora bem pouco, da minha tarefa, e dá-me o salário do trabalhador de boa vontade? Não, não; o Senhor lhe dirá: “Não tenho presentemente trabalho para te dar; malbarataste o teu tempo; esqueceste o que havias aprendido; já não sabes trabalhar na minha vinha. Recomeça, portanto, a aprender e, quando te achares mais bem disposto, vem ter comigo e eu te franquearei o meu vasto campo, onde poderás trabalhar a qualquer hora do dia.

Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer. Todos viestes quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que quisésseis penetrar nela! Eis-vos no momento de embolsar o salário; empregai bem a hora que vos resta e não esqueçais nunca que a vossa existência, por longa que vos pareça, mais não é do que um instante fugitivo na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade.

 — Constantino, Espírito Protetor. (Bordéus, 1863.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XX, item 2.)



quarta-feira, 27 de junho de 2018

Saber e Fazer



“Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 13, versículo 17.)

Entre saber e fazer existe singular diferença. Quase todos sabem, poucos fazem. Todas as seitas religiosas, de modo geral, somente ensinam o que constitui o bem. Todas possuem serventuários, crentes e propagandistas, mas os apóstolos de cada uma escasseiam cada vez mais.

Há sempre vozes habilitadas a indicar os caminhos. É a palavra dos que sabem.

Raras criaturas penetram valorosamente a vereda, muita vez em silêncio, abandonadas e incompreendidas. É o esforço supremo dos que fazem.

Jesus compreendeu a indecisão dos filhos da Terra e, transmitindo-lhes a palavra da verdade e da vida, fez a exemplificação máxima, através de sacrifícios culminantes.

A existência de uma teoria elevada envolve a necessidade de experiência e trabalho. Se a ação edificante fosse desnecessária, a mais humilde tese do bem deixaria de existir por inútil.

João assinalou a lição do Mestre com sabedoria. Demonstra o versículo que somente os que concretizam os ensinamentos do Senhor podem ser bem-aventurados.

Aí reside, no campo do serviço cristão, a diferença entre a cultura e a prática, entre saber e fazer.
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EMMANUEL  
CHICO XAVIER




MENSAGEM DO ESE: 
Abandonar pai, mãe e filhos

Aquele que houver deixado, pelo meu nome, sua casa, os seus irmãos, ou suas irmãs, ou seu pai, ou sua mãe, ou sua mulher, ou seus filhos, ou suas terras, receberá o cêntuplo de tudo isso e terá por herança a vida eterna. (S. MATEUS, cap. XIX, v. 29.) 

Então, disse-lhe Pedro: Quanto a nós, vês que tudo deixamos e te seguimos. — Jesus lhe observou: Digo-vos, em verdade, que ninguém deixará, pelo reino de Deus, sua casa, ou seu pai, ou sua mãe, ou seus irmãos, ou sua mulher, ou seus filhos — que não receba, já neste mundo, muito mais, e no século vindouro a vida eterna. (S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 28 a 30.) 

Disse-lhe outro: Senhor, eu te seguirei; mas, permite que, antes, disponha do que tenho em minha casa. — Jesus lhe respondeu: Quem quer que, tendo posto a mão na charrua, olhar para trás, não esta apto para o reino de Deus. (S. LUCAS, cap. IX, vv. 61 e 62.)

Sem discutir as palavras, deve-se aqui procurar o pensamento, que era, evidentemente, este: “Os interesses da vida futura prevalecem sobre todos os interesses e todas as considerações humanas”, porque esse pensamento está de acordo com a substância da doutrina de Jesus, ao passo que a idéia de uma renunciação à família seria a negação dessa doutrina.

Não temos, aliás, sob as vistas a aplicação dessas máximas no sacrifício dos interesses e das afeições de família aos da Pátria? Censura-se, porventura, aquele que deixa seu pai, sua mãe, seus irmãos, sua mulher, seus filhos, para marchar em defesa do seu país? Não se lhe reconhece, ao contrário, grande mérito em arrancar-se às doçuras do lar doméstico, aos liames da amizade, para cumprir um dever? É que, então, há deveres que sobrelevam a outros deveres. Não impõe a lei à filha a obrigação de deixar os pais, para acompanhar o esposo? Formigam no mundo os casos em que são necessárias as mais penosas separações. Nem por isso, entretanto, as afeições se rompem. O afastamento não diminui o respeito, nem a solicitude do filho para com os pais, nem a ternura destes para com aquele. Vê-se, portanto, que, mesmo tomadas ao pé da letra, excetuado o termo odiar, aquelas palavras não seriam uma negação do mandamento que prescreve ao homem honrar a seu pai e a sua mãe, nem do afeto paternal; com mais forte razão, não o seriam, se tomadas segundo o espírito. Tinham elas por fim mostrar, mediante uma hipérbole, quão imperioso é para a criatura o dever de ocupar-se com a vida futura. Aliás, pouco chocantes haviam de ser para um povo e numa época em que, como conseqüência dos costumes, os laços de família eram menos fortes, do que no seio de uma civilização moral mais avançada. Esses laços, mais fracos nos povos primitivos, fortalecem-se com o desenvolvimento da sensibilidade e do senso moral. A própria separação é necessária ao progresso. 

Assim as famílias como as raças se abastardam, desde que se não entrecruzem, se não enxertem umas nas outras. É essa uma lei da Natureza, tanto no interesse do progresso moral, quanto no do progresso físico.

Aqui, as coisas são consideradas apenas do ponto de vista terreno. O Espiritismo no-las faz ver de mais alto, mostrando serem os do Espírito e não os do corpo os verdadeiros laços de afeição; que aqueles laços não se quebram pela separação, nem mesmo pela morte do corpo; que se robustecem na vida espiritual, pela depuração do Espírito, verdade consoladora da qual grande força haurem as criaturas, para suportarem as vicissitudes da vida.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIII, itens 4 a 6.)



terça-feira, 26 de junho de 2018

COMBATA À TRISTEZA



Essa tristeza inexplicável que insiste em acompanhá-lo é um sinal de alarme exigindo pronta intervenção de nossa parte.

Talvez seja falta de contentamento com as bênçãos que a vida já lhe concedeu.

A ingratidão nos deixa freqüentemente prisioneiros do azedume e do mal-humor.

Se você insiste em ver o que lhe falta, e no mais das vezes o que lhe falta é o de que você não necessita, jamais terá tempo para agradecer o que Deus achou justo para você viver feliz hoje.

Se você não tem o que gosta, saiba que a alegria nasce quando aprendemos a gostar do que temos.

É possível também que esteja lhe faltando a alegria que vem do próximo.

Vivemos em regime de permutas constantes.

Da mesma forma que precisamos do trabalho alheio, carecemos também de experimentar o sorriso que alguém nos endereça, uma palavra de agradecimento por um favor prestado, uma oração que alguém faça por nossa intenção em razão de um simples gesto de carinho.

Quando enxugamos as lágrimas de alguém, Deus enxugará as nossas. Quando fazemos alguém sorrir, Deus sorrirá conosco.

Quando damos um simples passo com um irmão em dificuldade, Deus caminhará conosco por longas estradas.

Quando vamos ao encontro da dor alheia, a alegria de Deus nos arrancará a tristeza do peito.

Não é errado sentir tristeza. O problema é ficar triste pelo resto da vida.

A natureza se revela em ciclos que se renovam de tempos em tempos. As estações do ano também se revezam periodicamente.

Será que o seu inverno já não chegou ao fim? Será que já não secou a fonte das lágrimas que você insiste tanto em derramar?

Será que a primaverá não está batendo à sua porta? 
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JOSÉ CARLOS DE LUCCA 




MENSAGEM DO ESE:
A paciência


A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu.
Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência. 

A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.

Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. 

— Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 7.)





segunda-feira, 25 de junho de 2018

NÃO PROCURE PROBLEMAS ONDE NÃO TEM



Às vezes a gente desperdiça tempo e a oportunidade de vivenciar bons momentos ao problematizar uma situação com questões que ainda não são de fato um problema constatado. 

Às vezes a gente sofre antecipadamente, por algo desfavorável que não temos a certeza se vai acontecer ou não. 

Estamos tão acostumados a nos confrontarmos frequentemente com contextos permeados de obstáculos, problemas, e dificuldades, que quando vivenciamos uma situação ou fase que ainda não apresenta um dilema para se combater, a gente procura imaginar possíveis problemas futuros, já trazendo o peso dessas "futuras preocupações" para o nosso momento do agora. 

E então sofremos por circunstâncias que de fato nem ocorreram ainda, e que talvez nem ocorram, mas, pelo indiscernimento de nossos pensamentos, nos angustiamos e nos preocupamos antes do tempo, precipitadamente, deixando até de aproveitar mais as oportunidades do momento presente. 

É realmente importante estarmos preparados para possíveis problemas que surgirem diante de nosso caminho e de nossas projeções. 

Porém, não podemos deixar que algo que estejamos vivenciando seja contaminado por esses problemas que ainda são apenas especulações de nossos próprios pensamentos e do nosso medo sobre as etapas que ainda virão. 

Saibamos aproveitar o agora, saibamos explorar as possibilidades de cada experiência, sem nos preocuparmos com o que ainda não aconteceu, pois o tempo é tão rápido quanto as oportunidades que passam por nós. 

Por isso, deixemos para viver cada alegria e cada problema em seus respectivos dias. O dia de amanhã é incerto, e o que se tem para hoje é o que se deve viver no agora.

A palavra para hoje é APROVEITE. 
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(Mariana Helena de Jesus) 



MENSAGEM DO ESE:
Parábola do semeador

Naquele mesmo dia, tendo saído de casa, Jesus sentou-se à borda do mar; — em torno dele logo reuniu-se grande multidão de gente; pelo que entrou numa barca, onde sentou-se, permanecendo na margem todo o povo. — Disse então muitas coisas por parábolas, falando-lhes assim:

Aquele que semeia saiu a semear; — e, semeando, uma parte da semente caiu ao longo do caminho e os pássaros do céu vieram e a comeram. — Outra parte caiu em lugares pedregosos onde não havia muita terra; as sementes logo brotaram, porque carecia de profundidade a terra onde haviam caído. — Mas, levantando-se, o sol as queimou e, como não tinham raízes, secaram. — Outra parte caiu entre espinheiros e estes, crescendo, as abafaram. Outra, finalmente, caiu em terra boa e produziu frutos, dando algumas sementes cem por um, outras sessenta e outras trinta. — Ouça quem tem ouvidos de ouvir. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 1 a 9.) 

Escutai, pois, vós outros a parábola do semeador. — Quem quer que escuta a palavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe fora semeado no coração. Esse é o que recebeu a semente ao longo do caminho. — Aquele que recebe a semente em meio das pedras é o que escuta a palavra e que a recebe com alegria no primeiro momento. — Mas, não tendo nele raízes, dura apenas algum tempo. Em sobrevindo reveses e perseguições por causa da palavra, tira ele daí motivo de escândalo e de queda. — Aquele que recebe a semente entre espinheiros é o que ouve a palavra; mas, em quem, logo, os cuidados deste século e a ilusão das riquezas abafam aquela palavra e a tornam infrutífera. — Aquele, porém, que recebe a semente em boa terra é o que escuta a palavra, que lhe presta atenção e em quem ela produz frutos, dando cem ou sessenta, ou trinta por um. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 18 a 23.)
A parábola do semeador exprime perfeitamente os matizes existentes na maneira de serem utilizados os ensinos do Evangelho. Quantas pessoas há, com efeito, para as quais não passa ele de letra morta e que, como a semente caída sobre pedregulhos, nenhum fruto dá! 
Não menos justa aplicação encontra ela nas diferentes categorias espíritas. Não se acham simbolizados nela os que apenas atentam nos fenômenos materiais e nenhuma conseqüência tiram deles, porque neles mais não vêem do que fatos curiosos? Os que apenas se preocupam com o lado brilhante das comunicações dos Espíritos, pelas quais só se interessam quando lhes satisfazem à imaginação, e que, depois de as terem ouvido, se conservam tão frios e indiferentes quanto eram? Os que reconhecem muito bons os conselhos e os admiram, mas para serem aplicados aos outros e não a si próprios? Aqueles, finalmente, para os quais essas instruções são como a semente que cai em terra boa e dá frutos?



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, itens 5 e 6.)



domingo, 24 de junho de 2018

TAREFAS DO AMOR


Antes de examinar a nossa condição de espíritos devedores, na esfera da consangüinidade, vejamos o lar enobrecido em sua função de oficina do amor.

Para isso, é importante figurar o teu próprio sonho de felicidade para além da experiência terrestre.

Se houvesses de partir agora, ao chamado da desencarnação, decerto rogarias para teu imediato proveito o céu do retorno aos entes amados.

Quem não terá, enquanto na Terra, residindo para lá das fronteiras da morte, um coração materno, um pai amigo, um irmão ou um companheiro?

Quem de nós não sentirá saudades de alguém, até que nos reunamos todos no doce país da União Sem Adeus? E muitos de nós, quando nos desenfaixamos do corpo denso, somos carinhosamente acolhidos pela dedicação dos que nos precederam, apesar dos desequilíbrios que demonstremos, para a devida restauração em bases de amor.

Assim também, os seres queridos do Plano Espiritual, quando necessitam do regresso ao plano físico, ansiando a conquista de paz e reajustamento, escolhem o nosso clima doméstico para as temporadas de serviço regenerativo ou reequilibrante de que sejam carecedores, atendendo sempre aos imperativos do amor que nos associam.

Se guardas no lar alguém que te enternece pela enfermidade ou provação que apresente, não julgues teus cuidados à conta de culpa e resgate, mas, sim, desenvolve-os por tributo de reconhecimento e carinho, em favor daquele coração faminto de harmonia consigo mesmo que te procurou a companhia, em nome do afeto milenário que a ele te junge desde outras eras.

Lembra-te de que o débito da ternura e da gratidão jamais termina.

Teu lar é um ponto bendito do Universo em que te é possível exercer todas as formas de abnegação a benefício dos outros e de ti mesmo, perante Deus. Pensa nisso e o amor te iluminará.
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  Emmanuel  
Chico Xavier 




MENSAGEM DO ESE:
Os superiores e os inferiores

A autoridade, tanto quanto a riqueza, é uma delegação de que terá de prestar contas aquele que se ache dela investido. Não julgueis que lhe seja ela conferida para lhe proporcionar o vão prazer de mandar; nem, conforme o supõe a maioria dos potentados da Terra, como um direito, uma propriedade. Deus, aliás, lhes prova constantemente que não é nem uma nem outra coisa, pois que deles a retira quando lhe apraz. Se fosse um privilégio inerente às suas personalidades, seria inalienável. A ninguém cabe dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem seu consentimento. Deus confere a autoridade a título de missão, ou de prova, quando o entende, e a retira quando julga conveniente. 

Quem quer que seja depositário de autoridade, seja qual for a sua extensão, desde a do senhor sobre o seu servo, até a do soberano sobre o seu povo, não deve olvidar que tem almas a seu cargo; que responderá pela boa ou má diretriz que dê aos seus subordinados e que sobre ele recairão as faltas que estes cometam, os vícios a que sejam arrastados em conseqüência dessa diretriz ou dos maus exemplos, do mesmo modo que colherá os frutos da solicitude que empregar para os conduzir ao bem. Todo homem tem na Terra uma missão, grande ou pequena; qualquer que ela seja, sempre lhe é dada para o bem; falseá-la em seu princípio é, pois, falir ao seu desempenho.

Assim como pergunta ao rico: “Que fizeste da riqueza que nas tuas mãos devera ser um manancial a espalhar a fecundidade ao teu derredor”, também Deus inquirirá daquele que disponha de alguma autoridade: “Que uso fizeste dessa autoridade? Que males evitaste? Que progresso facultaste? Se te dei subordinados, não foi para que os fizesses escravos da tua vontade, nem instrumentos dóceis aos teus caprichos ou à tua cupidez; fiz-te forte e confiei-te os que eram fracos, para que os amparasses e ajudasses a subir ao meu seio.” 

O superior, que se ache compenetrado das palavras do Cristo, a nenhum despreza dos que lhe estejam submetidos, porque sabe que as distinções sociais não prevalecem às vistas de Deus. Ensina-lhe o Espiritismo que, se eles hoje lhe obedecem, talvez já lhe tenham dado ordens, ou poderão dar-lhas mais tarde, e que ele então será tratado conforme os haja tratado, quando sobre eles exercia autoridade.

Mas, se o superior tem deveres a cumprir, o inferior, de seu lado, também os tem e não menos sagrados. Se for espírita, sua consciência ainda mais imperiosamente lhe dirá que não pode considerar-se dispensado de cumpri-los, nem mesmo quando o seu chefe deixe de dar cumprimento aos que lhe correm, porquanto sabe muito bem não ser lícito retribuir o mal com o mal e que as faltas de uns não justificam as de outrem. Se a sua posição lhe acarreta sofrimentos, reconhecerá que sem dúvida os mereceu, porque, provavelmente, abusou outrora da autoridade que tinha, cabendo-lhe, portanto, experimentar a seu turno o que fizera sofressem os outros. Se se vê forçado a suportar essa posição, por não encontrar outra melhor, o Espiritismo lhe ensina a resignar-se, como constituindo isso uma prova para a sua humildade, necessária ao seu adiantamento. Sua crença lhe orienta a conduta e o induz a proceder como quereria que seus subordinados procedessem para com ele, caso fosse o chefe. Por isso mesmo, mais escrupuloso se mostra no cumprimento de suas obrigações, pois compreende que toda negligência no trabalho que lhe está determinado redunda em prejuízo para aquele que o remunera e a quem deve ele o seu tempo e os seus esforços. Numa palavra: solicita-o o sentimento do dever, oriundo da sua fé, e a certeza de que todo afastamento do caminho reto implica uma dívida que, cedo ou tarde, terá de pagar.

 — François-Nicolas-Madeleine, Cardeal Morlot. (Paris, 1863.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 9.)