O alvião do progresso dilacera a paisagem para infundir-lhe vida nova.
O martelo esmigalha a pedra para desencarcerar-lhe o espírito de utilidade e beleza.
Que seria de nós outros se falhassem a lição e o sofrimento, nossos beneméritos libertadores?
Rejubila-te, assim, em face das lutas que te visitam o coração.
No clima torturado de um forno, o vaso adquire poder e resistência, sem os quais nunca se habilitaria às glórias do serviço.
Quem goza, despreocupado, na vestimenta da carne, costuma encontrar a realidade em forma de monstro que persegue a vida, todavia, quem aprende na rude escola dos obstáculos, mais tarde surpreende, feliz, a fonte divina da Vida Abundante.
O curso primário da experiência iluminativa reclama flores de consolação, em todas as circunstâncias, mas o aprendiz que avança na senda de paz, da sabedoria, compreende o mistério da dor e aspira a posição do fruto que beneficia a todos, inspirando-se nos elevados propósitos da Providência Inexaurível e reconhecendo que a colaboração diligente com o Mestre é a radiosa meta dos discípulos acordados e vigilantes.
Necessário confiar para merecer confiança, dar para receber, auxiliar para ser auxiliado.
A Lei é tão segura para aquele que cerra aos outros as portas do socorro fraterno, quão generosa para quem estende o coração repleto de amor, no serviço aos semelhantes.
Cada Espírito, qual ocorre a cada mundo, possui existência própria, peculiaridades que lhe são inerentes e eflúvios diferenciados entre si.
Por agora, meu amigo, emergindo laboriosamente da selva dos impulsos, caminhamos na direção do Divino, à maneira da corrente de água viva, no rumo do oceano.
Imprescindível não fugir ao movimento incessante, centralizando-nos no objetivo.
Toda vacilação é demora.
Toda retenção na angústia é estacionamento ruinoso.
15 Toda fuga é permanência no vale sombrio.
E para que a ação esteja revestida de mérito e santidade, o trabalho no bem com a sublimação da inteligência ser-nos-á testemunho de cada instante.
Dormimos, através dos séculos sucessivos, nas impressões primitivistas da carne, à maneira do seixo incrustado na serrania agreste; agora, na grande espiral de nossa ascensão, atormentados pelas exigências do Plano inferior e constrangidos pelas determinações das Esferas mais altas, cabe-nos aprender, aplicar, avançar e subir, auxiliando a todos, por intermédio das possibilidades com que a experiência nos felicita.
Certamente, a vitória permanece, ainda, infinitamente distante. A nossa hora, portanto, só admite uma conclusão — lutar ou perder.
Para o viajor da verdade, estes dois verbos assume significação luminosa e terrível.
Lutar é perseverar no posto de trabalho que o Senhor nos confia, superando todas as inibições com esquecimento de todo o mal e valorização de todo o bem.
Perder é recuar com indefinível adiamento da realização divina a que nos propomos atingir.
O Todo-Compassivo, porém, sustentar-nos-á na vanguarda, mantendo-nos em ligação com os seus infinitos recursos, se agirmos até o fim, dentro da lealdade aos seus desígnios.
Ser fiel à mais elevada manifestação do Senhor, suscetível de ser recolhida por nossa consciência, conduzindo-nos de conformidade com os princípios mais nobres, impressos em nosso ser, é impositivo natural da tarefa que nos compete, no plano de trabalho em que fomos situados.
Não dispomos, em razão disso, de outra mensagem mais eloquente de amor a dirigir-te, além do “não temas” ( † ) que o Amigo Celeste nos endereçou, há quase vinte séculos.
Prossigamos à frente, dilatando a nossa capacidade receptiva para que a influência superior encontre mais acentuada ressonância em nossa cooperação individual, na obra do todo.
Na estrada de purificação em que nos regozijamos, presentemente, o discípulo mais feliz é aquele que se sente defrontado pelas maiores oportunidades de servir à elevação dos outros, ainda mesmo com absoluto sacrifício de si próprio, à maneira da lâmpada que se consome para iluminar.
O aprendiz de Jesus que ama e auxilia, esclarece e perdoa, guardando a visão da eternidade, é a garantia da regeneração do mundo.
Afeiçoemo-nos, assim, invariavelmente, aos imperativos do Mestre e o Mestre atender-nos-á as necessidades. Cogitemos dos interesses do Senhor e o Senhor cogitará de nossos interesses.
E que o amor seja o nosso tesouro de bênçãos vivas, congregando-nos cada vez mais intensamente no serviço glorioso do Cristo, mantendo-nos em sublimada comunhão espiritual, embora a diversidade dos Círculos de aprendizado em que nos encontramos, são os votos do meu coração, hoje e sempre.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Excursão de paz
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03 de maio
Se a sua atitude é positiva, você consegue enxergar muito além do que está na superfície.
Perceba suas necessidades claramente, tenha a certeza que elas serão supridas e dê graças por isso.
Nunca deixe de agradecer.
A lei da gratidão é uma lei espiritual fundamental.
Você consegue ser realmente grato por tudo?
Você consegue ver o melhor em toda situação?
Eu quero que você ponha esta lei em prática cada vez mais, especialmente quando se deparar com uma situação difícil.
Encare-a de frente e honestamente, depois examine-a de todos os ângulos possíveis; quando terminar, você vai descobrir que a sua maneira de encará-la mudou totalmente.
O que a princípio parecia um desastre, agora é uma oportunidade e basta você decidir extrair o melhor de toda esta situação para que esta oportunidade se transforme num sucesso.
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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:
A afabilidade e a doçura
A benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são as formas de manifestar-se. Entretanto, nem sempre há que fiar nas aparências. A educação e a freqüentação do mundo podem dar ao homem o verniz dessas qualidades. Quantos há cuja fingida bonomia não passa de máscara para o exterior, de uma roupagem cujo talhe primoroso dissimula as deformidades interiores! O mundo está cheio dessas criaturas que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno; que são brandas, desde que nada as agaste, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, de ouro quando falam pela frente, se muda em dardo peçonhento, quando estão por detrás.
A essa classe também pertencem esses homens, de exterior benigno, que, tiranos domésticos, fazem que suas famílias e seus subordinados lhes sofram o peso do orgulho e do despotismo, como a quererem desforrar-se do constrangimento que, fora de casa, se impõem a si mesmos. Não se atrevendo a usar de autoridade para com os estranhos, que os chamariam à ordem, acham que pelo menos devem fazer-se temidos daqueles que lhes não podem resistir. Envaidecem-se de poderem dizer: “Aqui mando e sou obedecido”, sem lhes ocorrer que poderiam acrescentar: “E sou detestado.”
Não basta que dos lábios manem leite e mel. Se o coração de modo algum lhes está associado, só há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade. Esse, ao demais, sabe que se, pelas aparências, se consegue enganar os homens, a Deus ninguém engana.
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— Lázaro. (Paris, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 6.)
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Morre lentamente
Morre lentamente quem não sorri para uma nova manhã, quem esqueceu de olhar as estrelas na noite anterior e quem não se encanta com a grandiosidade da natureza à sua volta.
Morre lentamente quem não encontra graça em si mesmo, quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão seu guru, ou sua única companhia.
Morre lentamente quem não toma iniciativa alguma quando está infeliz com seu trabalho, quem não arrisca nem um pouco que seja, para ir atrás de um sonho.
Morre lentamente quem passa os dias se queixando de sua má sorte ou da chuva incessante ou do sol intenso.
Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, quem não pergunta sobre um assunto que desconhece, ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Morre lentamente quem não mais agradece a Deus pelos filhos que lhe deu, ou pelos pais que o receberam neste mundo.
Morre lentamente quem não retribui o sorriso de um bebezinho, e quem não acha fascinante a forma pela qual chegamos todos a este mundo.
Morre lentamente quem não abraça, quem não beija, quem não expressa carinho de alguma forma – mesmo que através de um olhar.
Morre lentamente quem é adepto de expressões como Este mundo não tem jeito mesmo, ou A coisa está cada dia pior.
Morre lentamente quem se desespera com a perda de um amor, e não consegue perceber que há muitos que podem ser amados por nós, e muitos que podem nos amar profundamente.
Morre, sem perceber, dia após dia, quem não se dedica à felicidade de alguém, quem não se doa, quem não divide o que tem - material e espiritualmente – com outras pessoas.
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Vivo para que o sol tenha sentido, e é minha luminiscência que ele espelha e devolve ao orbe, agradecido.
Vivo para que a chuva lave o ar, e leve volte ao éter com meu perfume elegante, de árvore vigorosa de seiva sã.
Vivo para que o amor tenha vazão, e não deseje razão – pois de condição o amar não precisa.
Vivo para florescer outros jardins, e sem perceber o meu se abarrota de lírios, ciclames, girassóis...
Vivo cada dia como se fosse cada dia. Nem o último nem o primeiro - o único.
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Redação do Momento Espírita
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