sábado, 5 de outubro de 2019

Joio



“Deixai crescer ambos juntos até à ceifa e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar.” – Jesus. (Mateus, 13:30.)

Quando Jesus recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, não quis senão demonstrar a sublime tolerância celeste, no quadro das experiências da vida.

O Mestre nunca subtraiu as oportunidades de crescimento e santificação do homem e, nesse sentido, o próprio mal, oriundo das paixões menos dignas, é pacientemente examinado por seu infinito amor, sem ser destruído de pronto.

Importa considerar, portanto, que o joio não cresce por relaxamento do Lavrador Divino, mas sim porque o otimismo do Celeste Semeador nunca perde a esperança na vitória final do bem.

O campo do Cristo é região de atividade incessante e intensa. Tarefas espantosas mobilizam falanges heroicas; contudo, apesar da dedicação e da vigilância dos trabalhadores, o joio surge, ameaçando o serviço.

Jesus, porém, manda aplicar processos defensivos com base na iluminação e na misericórdia. O tempo e a bênção do Senhor agem devagarinho e os propósitos inferiores se transubstanciam.

O homem comum ainda não dispõe de visão adequada para identificar a obra renovadora. Muitas plantas espinhosas ou estéreis são modificadas em sua natureza essencial pelos filtros amorosos do Administrador da Seara, que usa afeições novas, situações diferentes, estímulos inesperados ou responsabilidades ternas que falem ao coração; entretanto, se chega a época da ceifa, depois do tempo de expectativa e observação, faz-se então necessária a eliminação do joio em molhos.

A colheita não é igual para todas as sementes da terra. Cada espécie tem o seu dia, a sua estação.

Eis por que, aparecendo o tempo justo, de cada homem e de cada coletividade exige-se a extinção do joio, quando os processos transformadores de Jesus foram recebidos em vão. Nesse instante, vemos a individualidade ou o povo a se agitarem através de aflições e hecatombes diversas, em gritos de alarme e socorro, como se estivessem nas sombras de naufrágio inexorável. No entanto, verifica-se apenas a destruição de nossas aquisições ruinosas ou inúteis. E, em vista do joio ser atado, aos molhos, uma dor nunca vem sozinha.
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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)



MENSAGEM DO ESE:

Necessidade da encarnação

É um castigo a encarnação e somente os Espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la?

A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. Mas, a encarnação para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo. — São Luís. (Paris, 1859.)

NOTA. — Uma comparação vulgar fará se compreenda melhor essa diferença. O escolar não chega aos estudos superiores da Ciência, senão depois de haver percorrido a série das classes que até lá o conduzirão. Essas classes, qualquer que seja o trabalho que exijam, são um meio de o estudante alcançar o fim e não um castigo que se lhe inflige. Se ele é esforçado, abrevia o caminho, no qual, então, menos espinhos encontra. Outro tanto não sucede àquele a quem a negligência e a preguiça obrigam a passar duplamente por certas classes. Não é o trabalho da classe que constitui a punição; esta se acha na obrigação de recomeçar o mesmo trabalho.

Assim acontece com o homem na Terra. Para o Espírito do selvagem, que está apenas no início da vida espiritual, a encarnação é um meio de ele desenvolver a sua inteligência; contudo, para o homem esclarecido, em quem o senso moral se acha largamente desenvolvido e que é obrigado a percorrer de novo as etapas de uma vida corpórea cheia de angústias, quando já poderia ter chegado ao fim, é um castigo, pela necessidade em que se vê de prolongar sua permanência em mundos inferiores e desgraçados. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente pelo seu progresso moral, além de abreviar o tempo da encarnação material, pode também transpor de uma só vez os degraus intermédios que o separam dos mundos superiores.

Não poderiam os Espíritos encarnar uma única vez em determinado globo e preencher em esferas diferentes suas diferentes existências? Semelhante modo de ver só seria admissível se, na Terra, todos os homens estivessem exatamente no mesmo nível intelectual e moral. As diferenças que há entre eles, desde o selvagem ao homem civilizado, mostram quais os degraus que têm de subir. A encarnação, aliás, precisa ter um fim útil. Ora, qual seria o das encarnações efêmeras das crianças que morrem em tenra idade? Teriam sofrido sem proveito para si, nem para outrem. Deus, cujas leis todas são soberanamente sábias, nada faz de inútil. Pela reencarnação no mesmo globo, quis ele que os mesmos Espíritos, pondo-se novamente em contacto, tivessem ensejo de reparar seus danos recíprocos. Por meio das suas relações anteriores, quis, além disso, estabelecer sobre base espiritual os laços de família e apoiar numa lei natural os princípios da solidariedade, da fraternidade e da igualdade. – Allan Kardec.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 25 e 26.)

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Área Perigosa



O problema do julgamento das aparências, das atitudes do próximo e da pessoa em si mesma é sempre um cometimento ingrato, para quem se coloca na condição de juiz.

Exceção feita aos nobres togados pelas leis de cada país, encarregados da delicada quão difícil tarefa de exercerem a Justiça entre os homens, a fim de preservarem a ordem, a moral e a dignidade humana, pois a ninguém mais compete à insensata posição de julgador.

As ocorrências observadas são sempre resultado de acontecimentos desconhecidos.

Julgar um sucesso, quando este eclode, tomando uma posição apriorística, não deixa de ser precipitação em área perigosa.

Quem julga naturalmente se crê em condição de absolver, quanto de condenar.

Para tal cometimento ser-lhe-iam necessárias estrutura moral e autoridade, decorrentes de uma vivência exemplar.

Os dados de que se dispõem nos julgamentos das atitudes alheias são sempre deficientes, e a alta carga emocional da simpatia ou antipatia pessoal responde pela apreciação do que se examina com benignidade ou rudeza.

O erro é sempre desvio de rota.

Dependendo da pessoa que nele incide, há que se considerar fatores que escapam, de natureza sócio psicológica, econômica, moral, espiritual.

Quando explode uma situação ou alguém delinque, justo que se tenham em mente as raízes do problema que estruge, lamentável.

Atitude ideal será sempre a do amor.

A mulher adúltera, apresentada a Jesus pelo farisaísmo hipócrita, antes que uma pecadora era vítima em si mesma, que derrapara na insensatez por vários motivos que a infelicitavam…

A traição de Judas resultou de ser ele um Espírito débil e obsesso que, inobstante o carinho do Mestre, não conseguiu vencer a própria pusilanimidade.

A dúvida contumaz de Tomé decorria da fragilidade dos seus valores espirituais em torno da reflexão e da fé.

Não foram julgados pelo Senhor, antes amados e ajudados com carinho, a fim de que não voltassem a reincidir, sendo outras vezes infelizes infelicitadores.

Os julgamentos sobre o comportamento do próximo, antes de pretenderem ajudar, degeneram na maledicência que pretendem denegrir.

Não há lugar para essa situação perniciosa no coração do discípulo do Cristo.

O que vês suceder nem sempre é conforme se te ocorre.
Não precipites, portanto, apontamentos.

Melhor será que concedas um crédito de confiança e tenhas em bom conceito quem não os merece, pois que, se te defraudar a si mesmo se engana, do que negando oportunidade e ajuda a quem te parece sem valor, no entanto, é credor de confiança e respeito.

Quanto possas, evita que o julgamento dos pérfidos te apresente uma imagem negativa do teu irmão, desconhecido, armando-te contra ele.

Acautela-te daqueles cuja boca vã somente te envenena o coração e te perturba a mente, técnicos em acusações, pessimismos e acrimônias, muitas vezes disfarçados, habilmente sutis, mas, de qualquer forma, cruéis, perniciosos.

Não julgues e sê generosos com todos, embora a recíproca não te seja outorgada.

Área perigosa, a do julgamento.

Unge-te de amor pelos ingratos, os fracos, os caídos, os delinquentes, os desditosos, os perversos, nossos irmãos necessitados de fraternidade, pois que com a medida com que os julgares, assim também serás julgado e como os receberes também Nosso Pai de misericórdia te receberá.
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Divaldo Pereira Franco
Joanna de Ângelis 
Obra: Oferenda 





MENSAGEM DO ESE:

Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará (II)

Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito.
Em virtude desse princípio é que os Espíritos não acorrem a poupar o homem ao trabalho das pesquisas, trazendo-lhe, já feitas e prontas a ser utilizadas, descobertas e invenções, de modo a não ter ele mais do que tomar o que lhe ponham nas mãos, sem o incômodo, sequer, de abaixar-se para apanhar, nem mesmo o de pensar. Se assim fosse, o mais preguiçoso poderia enriquecer-se e o mais ignorante tornar-se sábio à custa de nada e ambos se atribuírem o mérito do que não fizeram. Não, os Espíritos não vêm isentar o homem da lei do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Anda e chegarás. Toparás com pedras; olha e afasta-as tu mesmo. Nós te daremos a força necessária, se a quiseres empregar. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVI, nº 291 e seguintes.)

Do ponto de vista moral, essas palavras de Jesus significam: Pedi a luz que vos clareie o caminho e ela vos será dada; pedi forças para resistirdes ao mal e as tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles virão acompanhar-vos e, como o anjo de Tobias, vos guiarão; pedi bons conselhos e eles não vos serão jamais recusados; batei à nossa porta e ela se vos abrirá; mas, pedi sinceramente, com fé, confiança e fervor; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças e as quedas que derdes serão o castigo do vosso orgulho. Tal o sentido das palavras: buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 3 a 5.)



quinta-feira, 3 de outubro de 2019

COMO COOPERAS?




“Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o espírito que provém de Deus.” 
– Paulo. (I Coríntios, 2:12.)

Lendo a afirmativa de Paulo, reconhecemos que, em todos os tempos, o discípulo sincero do Evangelho é defrontado pelo grande conflito entre as sugestões da região inferior e as inspirações das esferas superiores da vida.

O “espírito do mundo” é o acervo de todas as nossas ações delituosas, em séculos de experiências incessantes; o “espírito que provém de Deus” é o constante apelo das Forças do Bem, que nos renovam a oportunidade de progredir cada dia, a fim de descobrirmos a glória eterna a que a Infinita Bondade nos destinou.

Deus é o Pai da Criação.

Tudo, fundamentalmente, pertence a Ele.

Todo campo de trabalho é do Senhor, todo serviço que se fizer será entregue ao Senhor, mas nem todas as ações que se processam na atividade comum provêm do Senhor.

Coexistem nas oficinas terrestres, quaisquer que sejam, a criação divina e a colaboração humana. E cooperadores surgem que se valem da mordomia para exercer a dominação cruel, que se aproveitam da inteligência para intensificar a ignorância alheia ou que estimam a enxada prestimosa, não para cultivar o campo, mas para utilizá-la no crime.

O cientista, no conforto do laboratório, e o marinheiro rude, sob a tempestade, estão trabalhando para o Senhor; entretanto, para a felicidade de cada um, é importante saber como estão trabalhando.

Lembremo-nos de que há serviço divino dentro de nós e fora de nós. A favor de nossa própria redenção, é justo indagar se estamos cooperando com o espírito inferior que nos dominava até ontem ou se já nos afeiçoamos ao espírito renovador do Eterno Pai.
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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)



MENSAGEM DO ESE:

Dai a César o que é de César

Os fariseus, tendo-se retirado, entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias palavras. — Mandaram então seus discípulos, em companhia dos herodianos, dizer-lhe: Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus pela verdade, sem levares em conta a quem quer que seja, porque, nos homens, não consideras as pessoas. Dize-nos, pois, qual a tua opinião sobre isto: É-nos permitido pagar ou deixar de pagar a César o tributo?
Jesus, porém, que lhes conhecia a malícia, respondeu:
Hipócritas, por que me tentais? Apresentai-me uma das moedas que se dão em pagamento do tributo. E, tendo-lhe eles apresentado um denário, perguntou Jesus: De quem são esta imagem e esta inscrição? — De César, responderam eles. Então, observou-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Ouvindo-o falar dessa maneira, admiraram-se eles da sua resposta e, deixando-o, se retiraram. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 15 a 22. — S. MARCOS, cap. XII, vv. 13 a 17.)
A questão proposta a Jesus era motivada pela circunstância de que os judeus, abominando o tributo que os romanos lhes impunham, haviam feito do pagamento desse tributo uma questão religiosa. Numeroso partido se fundara contra o imposto. O pagamento deste constituía, pois, entre eles, uma irritante questão de atualidade, sem o que nenhum senso teria a pergunta feita a Jesus: “É-nos lícito pagar ou deixar de pagar a César o tributo?” Havia nessa pergunta uma armadilha. Contavam os que a formularam poder, conforme a resposta, excitar contra ele a autoridade romana, ou os judeus dissidentes. Mas “Jesus, que lhes conhecia a malícia”, contornou a dificuldade, dando-lhes uma lição de justiça, com o dizer que a cada um seja dado o que lhe é devido.
Esta sentença: “Dai a César o que é de César”, não deve, entretanto, ser entendida de modo restritivo e absoluto. Como em todos os ensinos de Jesus, há nela um princípio geral, resumido sob forma prática e usual e deduzido de uma circunstância particular. Esse princípio é conseqüente daquele segundo o qual devemos proceder para com os outros como queiramos que os outros procedam para conosco. Ele condena todo prejuízo material e moral que se possa causar a outrem, toda postergação de seus interesses. Prescreve o respeito aos direitos de cada um, como cada um deseja que se respeitem os seus. Estende-se mesmo aos deveres contraídos para com a família, a sociedade, a autoridade, tanto quanto para com os indivíduos em geral.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, itens 5 a 7.) 


quarta-feira, 2 de outubro de 2019

PAZ DO MUNDO E PAZ DO CRISTO  




“A paz vos deixo, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá.” 
– Jesus. (João, 14:27.)

É indispensável não confundir a paz do mundo com a paz do Cristo.

A calma do plano inferior pode não passar de estacionamento.

A serenidade das esferas mais altas significa trabalho divino, a caminho da Luz Imortal.

O mundo consegue proporcionar muitos acordos e arranjos nesse terreno, mas somente o Senhor pode outorgar ao espírito a paz verdadeira.

Nos círculos da carne, a paz das nações costuma representar o silêncio provisório das baionetas; a dos abastados inconscientes é a preguiça improdutiva e incapaz; a dos que se revoltam, no quadro de lutas necessárias, é a manifestação do desespero doentio; a dos ociosos sistemáticos é a fuga ao trabalho; a dos arbitrários é a satisfação dos próprios caprichos; a dos vaidosos é o aplauso da ignorância; a dos vingativos é a destruição dos adversários; a dos maus é a vitória da crueldade; a dos negociantes sagazes é a exploração inferior; a dos que se agarram às sensações de baixo teor é a viciação dos sentidos; a dos comilões é o repasto opulento do estômago, embora haja fome espiritual no coração.

Há muitos ímpios, caluniadores, criminosos e indiferentes que desfrutam a paz do mundo. Sentem-se triunfantes, venturosos e dominadores no século. A ignorância endinheirada, a vaidade bem vestida e a preguiça inteligente sempre dirão que seguem muito bem.

Não te esqueças, contudo, de que a paz do mundo pode ser, muitas vezes, o sono enfermiço da alma. Busca, desse modo, aquela paz do Senhor, paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada, portas a dentro do espírito, no campo da consciência e no santuário do coração.
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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)




MENSAGEM DO ESE:
Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra

Aprendestes que foi dito: olho por olho e dente por dente. — Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal que vos queiram fazer; que se alguém vos bater na face direita, lhe apresenteis também a outra; — e que se alguém quiser pleitear contra vós, para vos tomar a túnica, também lhes entregueis o manto; — e que se alguém vos obrigar a caminhar mil passos com ele, caminheis mais dois mil. — Dai àquele que vos pedir e não repilais aquele que vos queira tomar emprestado. (S. MATEUS, cap. V, vv. 38 a 42.)

Os preconceitos do mundo sobre o que se convencionou chamar “ponto de honra” produzem essa suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e da exaltação da personalidade, que leva o homem a retribuir uma injúria com outra injúria, uma ofensa com outra, o que é tido como justiça por aquele cujo senso moral não se acha acima do nível das paixões terrenas. Por isso é que a lei mosaica prescrevia: olho por olho, dente por dente, de harmonia com a época em que Moisés vivia. Veio o Cristo e disse: Retribui o mal com o bem. E disse ainda: “Não resistais ao mal que vos queiram fazer; se alguém vos bater numa face, apresentai-lhe a outra.” Ao orgulhoso este ensino parecerá uma covardia, porquanto ele não compreende que haja mais coragem em suportar um insulto do que em tomar uma vingança, e não compreende, porque sua visão não pode ultrapassar o presente.

Dever-se-á, entretanto, tomar ao pé da letra aquele preceito? Tampouco quanto o outro que manda se arranque o olho, quando for causa de escândalo. Levado o ensino às suas últimas conseqüências, importaria ele em condenar toda repressão, mesmo legal, e deixar livre o campo aos maus, isentando-os de todo e qualquer motivo de temor. Se se lhes não pusesse um freio as agressões, bem depressa todos os bons seriam suas vítimas. O próprio instinto de conservação, que é uma lei da Natureza, obsta a que alguém estenda o pescoço ao assassino. Enunciando, pois, aquela máxima, não pretendeu Jesus interdizer toda defesa, mas condenar a vingança. Dizendo que apresentemos a outra face àquele que nos haja batido numa, disse, sob outra forma, que não se deve pagar o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que seja de molde a lhe abater o orgulho; que maior glória lhe advém de ser ofendido do que de ofender, de suportar pacientemente uma injustiça do que de praticar alguma; que mais vale ser enganado do que enganador, arruinado do que arruinar os outros. É, ao mesmo tempo, a condenação do duelo, que não passa de uma manifestação de orgulho. Somente a fé na vida futura e na justiça de Deus, que jamais deixa impune o mal, pode dar ao homem forças para suportar com paciência os golpes que lhe sejam desferidos nos interesses e no amor-próprio. Daí vem o repetirmos incessantemente: Lançai para diante o olhar; quanto mais vos elevardes pelo pensamento, acima da vida material, tanto menos vos magoarão as coisas da Terra.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XII, itens 7 e 8.)

terça-feira, 1 de outubro de 2019

RENDIMENTO


Leve auxílio que estendas:
Mais apoio a servir-te.

A esperança que espalhas
É uma estrela a esperar-te.

Dor que tires dos outros,
Prova de que te afastas.

Doar felicidade
É retratá-la em nós.

Olha a semente humilde
E a colheita dos frutos.

Todo bem rende o bem
Pelas contas de Deus.
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Livro: Migalha
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel
UEM – União Espírita Mineira  






MENSAGEM DO ESE:

V – Cuidar do Corpo e do Espírito

GEORGES

Espírito Protetor, Paris, 1863

11 – Consistirá a perfeição espiritual na maceração do corpo? Para resolver esta questão, apóio-me em princípios elementares, e começo por demonstrar a necessidade de cuidar do corpo, que, segundo as alternativas de saúde e doença, influi sobre a alma de maneira muito importante, pois temos de considerá-la como prisioneira na carne. Para que esta prisioneira possa viver, movimentar-se, e até mesmo conceber a ilusão da liberdade, o corpo deve estar são, disposto e vigoroso. Estabeleçamos uma comparação: eis que ambos se encontram em perfeito estado; que devem fazer para manter o equilíbrio entre as suas aptidões e as suas necessidades tão diferentes? O embate entre eles parece inevitável, e difícil chegar-se ao segredo do equilíbrio.

Dois sistemas se defrontam neste caso: o dos ascetas, que desejam abater o corpo, e o dos materialistas, que querem diminuir a alma. Duas violências, quase tão insensata um quanto a outra. Ao lado dessas duas correntes, fervilha a multidão dos indiferentes, que, sem convicção nem paixão, amam com tibieza e gozam com parcimônia. Onde, pois, a ciência de viver? Em parte alguma. E esse grande problema ficaria inteiramente por resolver, se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, para demonstrar-lhes as relações existentes entre o corpo e a alma, e dizer-lhes que, desde que são reciprocamente necessários, é indispensável cuidar de ambos.

Amai, pois, a vossa alma, mas cuidai também do corpo, instrumento da alma; desconhecer as necessidades que lhe são peculiares por força da própria natureza, é desconhecer as leis de Deus. Não o castigueis pelas faltas que o vosso livre arbítrio o fez cometer, e pelas quais ele é tão responsável como o cavalo mal dirigido o é, pelos acidentes que causa. Sereis por acaso mais perfeitos, se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, menos orgulhosos e mais caridosos? Não, a perfeição não está nisso, mas inteiramente nas reformas a que submeterdes o vosso Espírito. Dobrai-o, subjugai-o, humilhai-o, mortificai-o: é esse o meio de o tornar mais dócil à vontade de Deus, e o único que conduz à perfeição.
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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

CONQUISTANDO A SERENIDADE




Você já conhecia a prece da serenidade? É uma das orações mais difundidas pelo mundo, cuja autoria é atribuída ao teólogo americano Reinold Niebuhr, produzindo muitos benefícios àqueles que assimilaram o seu elevado significado moral e psicológico. É claro que essa prece não tem nenhuma conotação mágica; nada de palavras cabalísticas portadoras de uma suposta força mística. A forma não é nada, o pensamento é tudo. No entanto, pode-se assimilar o elevado propósito moral de uma oração e, neste particular, a prece da serenidade nos convida a preciosas reflexões. Vamos a elas. Em primeiro lugar, o autor da rogativa propõe o seguinte:

“Deus, conceda-me coragem para mudar o que eu não posso mudar...”

Inicialmente, a prece nos convida a pedir coragem. Para quê? Para que possamos mudar aquilo que nos cabe mudar. Muitas vezes, a solução para as nossas dificuldades está em nossas mãos, não nas mãos de Deus, nem nas do padre, do pastor, do médium, dos espíritos, etc. Deus nunca fará a parte que nos cabe. Um professor não fará a prova no lugar do aluno; nem o médico tomará o remédio no lugar do paciente.
Nas situações em que já sabemos o que fazer, Deus não põe a mão.

Eu conheço uma pessoa que reza, há pelos menos trinta anos, pedindo a Deus que lhe tire o vício do tabaco. E por que Deus não tira? Porque essa tarefa compete à pessoa.

Deus não vai tirar o cigarro da boca do fumante; tampouco o copo de bebida da boca do alcoólatra. São tarefas intransferíveis. Ninguém poderá alegar ignorância quanto aos prejudiciais efeitos do tabaco e do álcool. Então, como já sabemos o que fazer, Deus deixa que nós tomemos a atitude, respeitando o nosso livre arbítrio.

Isso não quer dizer que Deus abandonou os viciados, nem tampouco que nos abandona nos momentos de dificuldades. O Pai, por intermédio dos Espíritos do Bem, sempre estará oferecendo a ajuda necessária através, por exemplos, de sugestões de amigos encarnados e desencarnados a respeito das mudanças que devemos fazer. É um amigo que dá um conselho, a mulher que insistentemente lhe pede para parar de fumar, um livro que lhe chega às mãos, um sonho de advertência; enfim, inúmeras dicas que a Vida está lhe dando para que você realize as mudanças necessárias. E quando tomamos a atitude de renovação, somos apoiados pela Vida, a fim de que as mudanças sejam duradouras.

Quando você toma a atitude para o bem, o universo todo conspira a seu favor.

Já pensou nas mudanças que está precisando realizar? Examine com calma. Verifique quais as decisões que você talvez esteja adiando, esperando que Deus ou alguém faça a parte que é de sua responsabilidade. É preciso tomar atitudes necessárias para que as mudanças ocorram, seja no plano profissional, familiar ou pessoal. Adiar essas decisões acarretará ainda mais ansiedade e sofrimento.

A segunda parte da prece diz o seguinte:

“Conceda-me serenidade para aceitar o que eu não posso mudar...”

Quanta sabedoria há neste pensamento. De fato, se por um lado muitas soluções estão em nossas mãos, outras tantas independem da nossa vontade ou de nossa atuação concreta. Em algumas situações, só Deus poderá alterar o curso dos acontecimentos. Lembro-me de um caso narrado pelo dr. Norman Vicente Peale, uma das maiores autoridades religiosas dos Estados Unidos. Ele conta que certa noite foi procurado por um casal de médicos, cuja a filha estava gravemente enferma, vítima de crupe, uma doença que atinge a laringite e pode causar asfixia e morte. A medicina já havia retirado as esperanças de cura. Esperava-se a morte da criança, e seus pais, ateus, procuraram o dr. Norman, como último recurso. Dirigindo-se à residência do casal, o famoso pregador encontra a menina ardendo de febre, prostrada. Mas, confiante nos desígnios superiores, o dr Norman pronuncia sentida oração. Ele narra que entrou num clima de profundo êxtase espiritual e não sabe dizer por quanto tempo ficou mergulhado na prece. Só se deu conta que, ao despertar, o dia amanhecia e que a menina já estava sem febre, dando sinais evidentes de recuperação. Os pais estavam maravilhados, pois como médicos viram a filha sair das sombras da morte e recuperar a vida, ficando completamente curada em poucos dias.

 Ficou a sublime lição:

Quando nada podemos fazer, Deus pode.

E Deus sempre fará o melhor por nós. Ele sempre atua quando não sabemos o que fazer ou quando já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance. Victor Hugo teve o ensejo de escrever:

“Quando tiver feito tudo o que for possível, deite-se e vá dormir. Deus está acordado.”

E você, prezado amigo, tem entregue a Deus os seus insolúveis problemas? Tem confiado na Divina Providência, naquele Poder Infinito que tudo pode? Neste instante, proponho a você que abra seu coração, solte o nó da gravata, ponha-se diante de Deus e sinta que Ele o ama. Proponho que você escreva numa folha de papel os insolúveis problemas que o atormentam, colocando-os nas mãos do Criador para a solução mais adequada. Depois, pare de se preocupar com essas questões, pois Deus está cuidando do assunto.

Isso proporcionará muita paz ao seu coração.

Será que o amigo percebeu por que essa oração foi denominada de prece a serenidade? A razão é simples. Nós só conquistaremos a paz quando estivermos fazendo aquilo que nos compete fazer. Enquanto adirmos, não teremos paz, pois o problema continua conosco. E se nada nos é possível fazer, a nossa parte vem da atitude de entrega ao Criador, que tudo sabe e tudo pode. Em regra, ficamos nervosos preocupados e ansiosos porque fazemos exatamente o contrário.

Naquilo que podemos fazer, esperamos que Deus ou as pessoas façam por nós. E naquilo que só Deus pode fazer, queremos agir por nossa própria conta, caindo em verdadeiro desespero em vista da inutilidade de nossas condutas.

É por isso que a prece termina com um pedido significativo:

Senhor, dai-me sabedoria para distinguir uma situação da outra.

“Saber a nossa parte e fazer. Saber a parte de Deus e esperar. Eis a expressão da serenidade.”

Vamos tentar?
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(José Carlos de Lucca)
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PESQUISA E FORMATAÇÃO: MILTER-29-09-2019



MENSAGEM DO ESE:

Conhece-se a árvore pelo fruto

A árvore que produz maus frutos não é boa e a árvore que produz bons frutos não é má; — porquanto, cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. Não se colhem figos nos espinheiros, nem cachos de uvas nas sarças. — O homem de bem tira boas coisas do bom tesouro do seu coração e o mau tira-as más do mau tesouro do seu coração; porquanto, a boca fala do de que está cheio o coração. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 43 a 45.)
Guardai-vos dos falsos profetas que vêm ter convosco cobertos de peles de ovelha e que por dentro são lobos rapaces. Conhecê-lo-eis pelos seus frutos. Podem colher-se uvas nos espinheiros ou figos nas sarças? — Assim, toda árvore boa produz bons frutos e toda árvore má produz maus frutos. — Uma árvore boa não pode produzir frutos maus e uma árvore má não pode produzir frutos bons. — Toda árvore que não produz bons frutos será cortada e lançada ao fogo. — Conhecê-la-eis, pois, pelos seus frutos. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 15 a 20.)
Tende cuidado para que alguém não vos seduza; — porque muitos virão em meu nome, dizendo: “Eu sou o Cristo”, e seduzirão a muitos.
Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas; — e porque abundará a iniqüidade, a caridade de muitos esfriará. — Mas aquele que perseverar até o fim se salvará.
Então, se alguém vos disser: O Cristo está aqui, ou está ali, não acrediteis absolutamente; — porquanto falsos Cristos e falsos profetas se levantarão que farão grandes prodígios e coisas de espantar, ao ponto de seduzirem, se fosse possível, os próprios escolhidos. (S. MATEUS, cap. XXIV, vv. 4, 5, 11 a 13, 23, e 24; S. MARCOS, cap. XIII, vv. 5, 6, 21 e 22.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXI, itens 1 a 3.)



domingo, 29 de setembro de 2019

ESPIRITISMO E NÓS


Se o doente solicita receita e não aplica o remédio...

Se o aluno fichado na escola não lhe frequenta as aulas...

Se o viajante necessita chegar à estação, com passagem adquirida, e não toma o comboio...

Se o lavrador inicia a plantação e larga o trabalho à conta do vento...

Não culpe o médico, não acuse o professor, não reprove a condução, nem malsine a terra.

Assim também o Espiritismo, junto de nós, quando lhe conhecemos os sagrados objetivos, sob a direção de Jesus.

Se nos reconhecemos necessitados de melhoria, se aspiramos à luz, se temos sede de paz, se queremos felicidade e não nos dispomos a usá-lo em nós, por instrumento da própria renovação, não nos queixemos senão de nós mesmos.
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Albino Teixeira
Livro: Caminho Espírita
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos
IDE - Instituto de Difusão Espírita 







MENSAGEM DO ESE:

Missão do homem inteligente na Terra


Não vos ensoberbeçais do que sabeis, porquanto esse saber tem limites muito estreitos no mundo em que habitais. Suponhamos sejais sumidades em inteligência neste planeta: nenhum direito tendes de envaidecer-vos. Se Deus, em seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, é que quer a utilizeis para o bem de todos; é uma missão que vos dá, pondo-vos nas mãos o instrumento com que podeis desenvolver, por vossa vez, as inteligências retardatárias e conduzi-las a ele. A natureza do instrumento não está a indicar a que utilização deve prestar-se? A enxada que o jardineiro entrega a seu ajudante não mostra a este último que lhe cumpre cavar a terra? Que diríeis, se esse ajudante, em vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir o seu patrão? Diríeis que é horrível e que ele merece expulso.

Pois bem: não se dá o mesmo com aquele que se serve da sua inteligência para destruir a idéia de Deus e da Providência entre seus irmãos? Não levanta ele contra o seu senhor a enxada que lhe foi confiada para arrotear o terreno? Tem ele direito ao salário prometido? Não merece, ao contrário, ser expulso do jardim? Sê-lo-á, não duvideis, e atravessará existências miseráveis e cheias de humilhações, até que se curve diante dAquele a quem tudo deve.

A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance. Infelizmente, muitos a tornam instrumento de orgulho e de perdição contra si mesmos. O homem abusa da inteligência como de todas as suas outras faculdades e, no entanto, não lhe faltam ensinamentos que o advirtam de que uma poderosa mão pode retirar o que lhe concedeu. 

— Ferdinando, Espírito protetor. (Bordéus, 1862.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 13.)