sábado, 13 de junho de 2020

Cuidado


Aprende com as lições da vida, mas, principalmente, com as tuas próprias experiências, confiando menos nos cantos das sereias, que seduzem arrastando para os abismos.

Se o ébrio deseja liberar-se do alcoolismo, encontra com mais facilidade quem lhe sirva um novo trago, ao invés de quem lhe dê um pão.

Se o fumante quer abandonar o tabagismo, a ironia dos amigos tenta ridicularizá-lo, insistindo com ele para que continue envenenando-se.

Se o toxicômano faz esforço para deixar a droga, o traficante ameaça-o e chantageia-o.

Se o delinquente de qualquer matiz intenta a reabilitação, enxameiam ao seu lado os que conspiram contra o seu esforço.

Tem, pois, cuidado, e mantém-te sadio, física e moralmente.
🌼🌷🌼
FRANCO, Divaldo Pereira. Vida Feliz. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 18.ed. LEAL, 2015. Capítulo 155.







MENSAGEM DO ESE:

Perdão das ofensas

Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-eis, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem percutir a inteligência e mais alto falar ao coração. Confrontai essas palavras de misericórdia com a oração tão simples, tão resumida e tão grande em suas aspirações, que ensinou a seus discípulos, e o mesmo pensamento se vos deparará sempre. Ele, o justo por excelência, responde a Pedro: perdoarás, mas ilimitadamente; perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias; serás brando e humilde de coração, sem medir a tua mansuetude; farás, enfim, o que desejas que o Pai celestial por ti faça. Não está ele a te perdoar freqüentemente? Conta porventura as vezes que o seu perdão desce a te apagar as faltas?
Prestai, pois, ouvidos a essa resposta de Jesus e, como Pedro, aplicai-a a vós mesmos. Perdoai, usai de indulgência, sede caridosos, generosos, pródigos até do vosso amor. Dai, que o Senhor vos restituirá; perdoai, que o Senhor vos perdoará; abaixai-vos, que o Senhor vos elevará; humilhai-vos, que o Senhor fará vos assenteis à sua direita.
Ide, meus bem-amados, estudai e comentai estas palavras que vos dirijo da parte dAquele que, do alto dos esplendores celestes, vos tem sempre sob as suas vistas e prossegue com amor na tarefa ingrata a que deu começo, faz dezoito séculos. Perdoai aos vossos irmãos, como precisais que se vos perdoe.
Se seus atos pessoalmente vos prejudicaram, mais um motivo aí tendes para serdes indulgentes, porquanto o mérito do perdão é proporcionado à gravidade do mal. Nenhum merecimento teríeis em relevar os agravos dos vossos irmãos, desde que não passassem de simples arranhões.
Espíritas, jamais vos esqueçais de que, tanto por palavras, como por atos, o perdão das injúrias não deve ser um termo vão. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o. Olvidai o mal que vos hajam feito e não penseis senão numa coisa: no bem que podeis fazer. Aquele que enveredou por esse caminho não tem que se afastar daí, ainda que por pensamento, uma vez que sois responsáveis pelos vossos pensamentos, os quais todos Deus conhece. Cuidai, portanto, de os expungir de todo sentimento de rancor. Deus sabe o que demora no fundo do coração de cada um de seus filhos. Feliz, pois, daquele que pode todas as noites adormecer, dizendo: Nada tenho contra o meu próximo. — Simeão. (Bordéus, 1862.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 14.)


quinta-feira, 11 de junho de 2020

Confiemos no céu



O contato com o mundo espiritual é realmente fascinante.

Essa comunicação entre os dois lados da vida, que denominamos mortos e vivos, é intrigante.

Embora essa relação sempre tenha existido, foi a partir do século XIX, que foi melhor entendida.

Desde então, a mediunidade, faculdade que permite essa comunicação, ganhou caráter de fenômeno natural.

Quando conhecemos os recursos da mediunidade, sem dúvida, nos empolgamos, pelas possibilidades que possibilita.

Por causa disso, não são poucos aqueles que nela buscam a solução para suas dores e seus males.

Os recursos mediúnicos são bênçãos dos céus para alívio das provas e dificuldades que enfrentamos, enquanto no corpo físico.

Porém, não podemos ter a pretensão de comandar ou ditar as regras para tal recurso.

Também não nos cabe definir quando e como o amparo celestial, através da mediunidade, pode nos alcançar.

Existem pessoas que buscam, nas casas espíritas, cartas e comunicações de seus entes queridos que morreram.

Pretendem o consolo para sua saudade, através de uma carta psicografada ou de uma comunicação verbal, sem atentar que, muitas vezes, não é o momento adequado ou possível.

Outros buscam o imediato restabelecimento da saúde física, através da chamada mediunidade de cura.

Importante entendermos que nenhuma doença nos ocorre por castigo. Trata-se de instrumento da lei divina de correção de sentimentos e ideias equivocados, alimentados desde há muito em nossa alma.

Infelizmente, existem médiuns desavisados que se permitem fazer promessas disso ou daquilo.

Os resultados, por vezes, causam desilusão e descrença porque as manifestações dos Espíritos dependem da condição deles e sempre conforme a Vontade de Deus.

Não esqueçamos, no entanto, que a Providência Divina não deixa ninguém desamparado.

Ao buscarmos os recursos da mediunidade, aguardemos a resposta dos céus, sem a pretensão de que as nossas vontades devam, necessariamente serem atendidas, da forma que idealizamos.

Há muitas maneiras do Amparo Divino nos chegar e sempre na medida exata que precisamos.

Nem todos sabemos mas há reencontros e abraços durante o sono, através dos sonhos, nos quais as saudades são aplacadas e as esperanças nos são renovadas.

Muitas vezes não damos atenção a isso e, consequentemente, não nos permitimos sentir os benefícios alcançados.

Quanto às curas, elas nos chegam por caminhos inesperados, ao mesmo tempo que existem doenças que persistem pois nosso aprendizado assim o exige.

Se bem lermos os Evangelhos, vamos constatar que Jesus curou a muitos, não a todos os que encontrou em Seu caminho.

Sejamos prudentes. Os recursos da mediunidade seriamente exercida são de largo alcance.

No entanto, aguardemos que nos cheguem, de forma devida, conforme as determinações da Divindade.

Roguemos aos céus o amparo e alívio para nossas dores. A resposta sempre nos chegará ao coração, apontando os caminhos mais adequados para o calvário libertador, que nos cabe percorrer.

Confiemos em Deus.

🌷🌼🌷

por Momento Espírita 










MENSAGEM DO ESE:
A caridade material e a caridade moral 

“Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que quereríamos nos fizessem eles.” Toda a religião, toda a moral se acham encerradas nestes dois preceitos. Se fossem observados nesse mundo, todos seríeis felizes: não mais aí ódios, nem ressentimentos. Direi ainda: não mais pobreza, porquanto, do supérfluo da mesa de cada rico, muitos pobres se alimentariam e não mais veríeis, nos quarteirões sombrios onde habitei durante a minha última encarnação, pobres mulheres arrastando consigo miseráveis crianças a quem tudo faltava. Ricos! pensai nisto um pouco. Auxiliai os infelizes o melhor que puderdes. Dai, para que Deus, um dia, vos retribua o bem que houverdes feito, para que tenhais, ao sairdes do vosso invólucro terreno, um cortejo de Espíritos agradecidos, a receber-vos no limiar de um mundo mais ditoso. Se pudésseis saber da alegria que experimentei ao encontrar no Além aqueles a quem, na minha última existência, me fora dado servir!... Amai, portanto, o vosso próximo; amai-o como a vós mesmos, pois já sabeis, agora, que, repelindo um desgraçado, estareis, quiçá, afastando de vós um irmão, um pai, um amigo vosso de outrora. Se assim for, de que desespero não vos sentireis presa, ao reconhecê-lo no mundo dos Espíritos! Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a mais difícil de exercer-se. A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de ou trem é caridade moral. Essa caridade, no entanto, não deve obstar à outra. Tende, porém, cuidado, principalmente em não tratar com desprezo o vosso semelhante. Lembrai-vos de tudo o que já vos tenho dito: Tende presente sempre que, repelindo um pobre, talvez repilais um Espírito que vos foi caro e que, no momento, se encontra em posição inferior à vossa. Encontrei aqui um dos pobres da Terra, a quem, por felicidade, eu pudera auxiliar algumas vezes, e ao qual, a meu turno, tenho agora de implorar auxilio. Lembrai-vos de que Jesus disse que todos somos irmãos e pensai sempre nisso, antes de repelirdes o leproso ou o mendigo. Adeus: pensai nos que sofrem e orai.
– Irmã Rosália. (Paris, 1860.) 

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 9.) 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Os instrumentos da perfeição



Naquela noite, Simão Pedro trazia à conversação o espírito ralado por extremo desgosto.

Agastara-se com parentes descriteriosos e rudes.

Velho tio acusara-o de dilapidador dos bens da família e um primo ameaçara esbofeteá-lo na via pública.

Guardava, por isso, o semblante carregado e austero.

Quando o Mestre leu algumas frases dos Sagrados Escritos, o pescador desabafou. Descreveu o conflito com a parentela e Jesus o ouviu em silêncio.

Ao término do longo relatório afetivo, indagou o Senhor:

— E que fizeste, Simão, ante as arremetidas dos familiares incompreensivos?

— Sem dúvida, reagi como devia! — respondeu o apóstolo, veemente. — Coloquei cada um no lugar próprio. Anunciei, sem rebuços, as más qualidades de que são portadores. Meu tio é raro exemplar de sovinice e meu primo é mentiroso contumaz. Provei, perante numerosa assistência, que ambos são hipócritas, e não me arrependi do que fiz.

O Mestre refletiu por minutos longos e falou, compassivo:

— Pedro, que faz um carpinteiro na construção de uma casa?

— Naturalmente, trabalha — redarguiu o interpelado, irritadiço.

— Com quê? — tornou o Amigo Celeste, bem-humorado.

— Usando ferramentas.

Após a resposta breve de Simão, o Cristo continuou:

— As pessoas com as quais nascemos e vivemos na Terra são os primeiros e mais importantes instrumentos que recebemos do Pai, para a edificação do Reino do Céu em nós mesmos. Quando falhamos no aproveitamento deles, que constituem elementos de nossa melhoria, é quase impossível triunfar com recursos alheios, porque o Pai nos concede os problemas da vida, de acordo com a nossa capacidade de lhes dar solução. A ave é obrigada a fazer o ninho, mas não se lhe reclama outro serviço. A ovelha dará lã ao pastor; no entanto, ninguém lhe exige o agasalho pronto. Ao homem foram concedidas outras tarefas, quais sejam as do amor e da humildade, na ação inteligente e constante para o bem comum, a fim de que a paz e a felicidade não sejam mitos na Terra. Os parentes próximos, na maioria das vezes, são o martelo ou o serrote que podemos utilizar a benefício da construção do templo vivo e sublime, por intermédio do qual o Céu se manifestará em nossa alma. Enquanto o marceneiro usa as suas ferramentas, por fora, cabe-nos aproveitar as nossas, por dentro. Em todas as ocasiões, o ignorante representa para nós um campo de benemerência espiritual; o mau é desafio que nos põe a bondade à prova; o ingrato é um meio de exercitarmos o perdão; o doente é uma lição à nossa capacidade de socorrer. Aquele que bem se conduz, em nome do Pai, junto de familiares endurecidos ou indiferentes, prepara-se com rapidez para a glória do serviço à Humanidade, porque, se a paciência aprimora a vida, o tempo tudo transforma.

Calou-se Jesus e, talvez porque Pedro tivesse ainda os olhos indagadores, acrescentou serenamente:

— Se não ajudamos ao necessitado de perto, como auxiliaremos os aflitos, de longe? Se não amamos o irmão que respira conosco os mesmos ares, como nos consagraremos ao Pai que se encontra no Céu?

Depois destas perguntas, pairou na modesta sala de Cafarnaum expressivo silêncio que ninguém ousou interromper.
🌷🌼🌷
Neio Lúcio
Chico Xavier
Obra: Jesus no lar 





MENSAGEM DO ESE:

Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra

Aprendestes que foi dito: olho por olho e dente por dente. — Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal que vos queiram fazer; que se alguém vos bater na face direita, lhe apresenteis também a outra; — e que se alguém quiser pleitear contra vós, para vos tomar a túnica, também lhes entregueis o manto; — e que se alguém vos obrigar a caminhar mil passos com ele, caminheis mais dois mil. — Dai àquele que vos pedir e não repilais aquele que vos queira tomar emprestado. (S. MATEUS, cap. V, vv. 38 a 42.)
Os preconceitos do mundo sobre o que se convencionou chamar “ponto de honra” produzem essa suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e da exaltação da personalidade, que leva o homem a retribuir uma injúria com outra injúria, uma ofensa com outra, o que é tido como justiça por aquele cujo senso moral não se acha acima do nível das paixões terrenas. Por isso é que a lei mosaica prescrevia: olho por olho, dente por dente, de harmonia com a época em que Moisés vivia. Veio o Cristo e disse: Retribui o mal com o bem. E disse ainda: “Não resistais ao mal que vos queiram fazer; se alguém vos bater numa face, apresentai-lhe a outra.” Ao orgulhoso este ensino parecerá uma covardia, porquanto ele não compreende que haja mais coragem em suportar um insulto do que em tomar uma vingança, e não compreende, porque sua visão não pode ultrapassar o presente.
Dever-se-á, entretanto, tomar ao pé da letra aquele preceito? Tampouco quanto o outro que manda se arranque o olho, quando for causa de escândalo. Levado o ensino às suas últimas conseqüências, importaria ele em condenar toda repressão, mesmo legal, e deixar livre o campo aos maus, isentando-os de todo e qualquer motivo de temor. Se se lhes não pusesse um freio as agressões, bem depressa todos os bons seriam suas vítimas. O próprio instinto de conservação, que é uma lei da Natureza, obsta a que alguém estenda o pescoço ao assassino. Enunciando, pois, aquela máxima, não pretendeu Jesus interdizer toda defesa, mas condenar a vingança. Dizendo que apresentemos a outra face àquele que nos haja batido numa, disse, sob outra forma, que não se deve pagar o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que seja de molde a lhe abater o orgulho; que maior glória lhe advém de ser ofendido do que de ofender, de suportar pacientemente uma injustiça do que de praticar alguma; que mais vale ser enganado do que enganador, arruinado do que arruinar os outros. É, ao mesmo tempo, a condenação do duelo, que não passa de uma manifestação de orgulho. Somente a fé na vida futura e na justiça de Deus, que jamais deixa impune o mal, pode dar ao homem forças para suportar com paciência os golpes que lhe sejam desferidos nos interesses e no amor-próprio. Daí vem o repetirmos incessantemente: Lançai para diante o olhar; quanto mais vos elevardes pelo pensamento, acima da vida material, tanto menos vos magoarão as coisas da Terra.
🌼🌷🌼
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XII, itens 7 e 8.)



terça-feira, 9 de junho de 2020

Justiça e equilíbrio



Justiça e equilíbrio 
Em determinada passagem de Epístola, o Apóstolo Paulo afirma:

Pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará.

Habitualmente, se entende que somente após a vida terrestre faremos um balanço de nossas ações, recebendo a justa recompensa, seja paz ou desequilíbrio.
Ocorre que não é necessário morrer para perceber a atuação da lei das compensações.

Reparemos o cenário da luta vulgar na Terra.

Há homens que são indiferentes às dores do próximo.

Por seu turno, eles também recebem a indiferença quanto às dores que experimentam.

Muitos optam pelo afastamento do convívio social.

Para esses a solidão deprimente é a resposta ao mundo.

Alguns se permitem utilizar extrema severidade no trato com o semelhante.
Mas também são julgados pelos outros com rigor e aspereza.

Há quem pratique, em sociedade ou em família, a hostilidade e a aversão.
Naturalmente, encontra entre vizinhos e parentes, primordialmente, antipatia e desconfiança.

Entretanto, muitos optam por demonstrar carinho e respeito, mesmo por desconhecidos.

Esses gestos amigos granjeiam o concurso fraterno até de grupos anônimos que a todos cercam.

Pequeninas sementeiras de bondade geram abençoadas fontes de alegria.
O trabalho bem vivido produz o tesouro da competência.

Atitudes de compreensão e gentileza estabelecem solidariedade e respeito, junto a nós.

Otimismo e esperança, nobreza de caráter e puras intenções atraem preciosas oportunidades de serviço, em nosso favor.
Todo dia é tempo de semear.
Todo dia é tempo de colher.

Não é necessário atravessar as portas do túmulo para encontrar a justiça, face a face.
A justiça revela-se no cotidiano, nos princípios de causa e efeito, em todos os instantes de nossa vida.

A justiça Divina é, em última instância, uma lei de harmonia.

Deus criou o mundo com base em leis perfeitas, que regem a vida e a evolução das criaturas.

A energia que lançamos no mundo, seja de paz ou de desarmonia, nos pertence.
Ela até pode afetar momentaneamente os outros, mas sempre volta à origem, para quem a emitiu.

Esse raciocínio evidencia o equívoco de pretender que Deus castiga Suas criaturas.
É inconcebível imaginar Deus no papel de carrasco, sondando os atos de cada um de Seus filhos, para puni-los ao menor desvio.
Ele nos dá livre-arbítrio, a fim de que cresçamos em experiência, discernimento e compreensão.

Mas também nos dá responsabilidade por nossos atos, permitindo que experimentemos as consequências de todos eles.

Assim, se causamos desequilíbrio no Universo, fazendo mal a um semelhante, devemos restabelecer o equilíbrio original, reparando as consequências.

Nesse contexto, está inteiramente em nossas mãos optar pela paz ou pela discórdia, pela saúde ou pela doença.
Se tudo o que ofertamos ao mundo a nós retorna, é questão de bom senso adotarmos um padrão de conduta generoso e nobre.
A sementeira de ontem já foi lançada e hoje colhemos os seus frutos.

Não há como retornar sobre os próprios passos e desfazer o passado.

Mas o amanhã está inteiro por construir.
Optemos firmemente pelo bem, seguindo os exemplos do Cristo.

Bem rápido a vida nos dará frutos de paz e amor.

Afinal, como disse o Apóstolo, aquilo que o homem semear, isto também ceifará.
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Redação do Momento Espírita, com base
no cap. XXXIV do livro Segue-me!, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. O Clarim
-----------------------------------------------------------------------------------------FORMATAÇÃO E PESQUISA: MILTER – 07-06-2020






MENSAGEM DO ESE:


Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo

Jesus, tendo vindo às cercanias de Cesaréia de Filipe, interrogou assim seus discípulos: “Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?” — Eles lhe responderam: “Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas.” — Perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” — Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” — Replicou-lhe Jesus: “Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” (S. Mateus, cap. XVI, vv. 13 a 17; S. Marcos, cap. VIII, vv. 27 a 30.)
Nesse ínterim, Herodes, o Tetrarca, ouvira falar de tudo o que fazia Jesus e seu espírito se achava em suspenso — porque uns diziam que João Batista ressuscitara dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e outros que uns dos antigos profetas ressuscitara. — Disse então Herodes: “Mandei cortar a cabeça a João Batista; quem é então esse de quem ouço dizer tão grandes coisas?” E ardia por vê-lo. (S. Marcos, cap. VI, vv. 14 a 16; S. Lucas, cap. IX, vv. 7 a 9.)
(Após a transfiguração.) Seus discípulos então o interrogam desta forma: “Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?” — Jesus lhes respondeu: “É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: — mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.” — Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara. (S. Mateus, cap. XVII, vv. 10 a 13; — S. Marcos, cap. IX, vv. 11 a 13.)
A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As idéias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição dá idéia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos.
A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não ressuscitado.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 1 a 4.)



segunda-feira, 8 de junho de 2020

Tempos Novos



Alma querida, escuta!…

Um mundo diferente, às súbitas, se eleva

Do presente ao porvir… E, quase gênio alado,

O Homem percorre o Espaço e vence a força e a treva!…


O cérebro exalça ao sol da inteligência

E tateia o Universo, entre surpreso e aflito.

Deus permite às nações congregadas na Terra

Mais um passo de luz à frente do Infinito.


Mas, ouve e pensa!… Enquanto

O fórceps da Ciência arranca a Nova Era

Ao claustro do passado, ante a glória futura,

A construção do Amor anseia, sonha, espera…


Civilização refulge nas vanguardas,

Varre os pisos do Mar, ganha os vales da Lua;

No entanto, em toda a Terra, o sofrimento avança,

A discórdia se alastra, o ódio continua…


Louvemos com respeito a ideia resplendente

Que exalta a Evolução nos áureos tempos novos;

Atendamos, porém, à fé que nos convida

A resguardar, em paz, a elevação dos povos.


 Ao choque das paixões, Cristo ressurge e fala!…

— É a Verdade, o Roteiro, a Direção Segura,

E chama-nos, de volta, à estrada redentora,

Na pessoa do irmão que a sombra desfigura!


Espalhemos os bens que o Senhor nos empresta

Do tesouro imortal de nossa excelsa herança:

Auxílio, compreensão, beneficência, apoio,

Refúgio, compaixão, alegria, esperança!…

Onde a penúria chora e a revolta esbraveja,

Onde o mal se amontoa e a aflição nos espia,

Conduzamos o pão, a veste, a luz, o amparo,

O verbo que restaura, a bênção que alivia…


Alma querida, escuta!… O progresso, por vezes,

Lembra granizo e fogo, em tormentas no ar!…

Mas Jesus vem conosco e nos pede a caminho:

Dar, entender, servir, recompor, trabalhar…
🌼🌷🌼
Maria Dolores
Chico Xavier







MENSAGEM DO ESE:

Destino da Terra e causas das misérias humanas

6. Admira-se de encontrar sobre a Terra tanta maldade e más paixões,
tantas misérias e enfermidades de toda a sorte, concluindo-se quão
deplorável é a espécie humana. Esse julgamento provém de um ponto de
vista limitado, e que dá uma falsa ideia do conjunto. É preciso considerar
que, na Terra, não se encontra toda a Humanidade, mas apenas uma
pequena fração dela. Na verdade, a espécie humana compreende todos os
seres dotados de razão que povoam os inumeráveis mundos do Universo.
Ora, o que é a população da Terra diante da população total desses mundos?
Bem menos que a de um vilarejo em relação à de um grande império. A
condição material e moral da Humanidade terrena nada tem de espantosa,
se pensarmos nos destinos da Terra e na natureza de sua população.

7. Faríamos uma ideia bem falsa dos habitantes de uma grande
cidade, se a julgássemos pela população dos bairros mais pobres e
sórdidos. Num hospital, só vemos doentes e estropiados. Numa prisão,
vemos todas as torpezas, todos os vícios reunidos; nas regiões insalubres,
a maior parte dos habitantes são pálidos, fracos e doentes. Do mesmo
modo, se considerarmos a Terra como um arrabalde, um hospital, uma
penitenciária, um pantanal – pois ela é, muitas vezes, tudo isso a um só
tempo – compreenderemos porque as aflições sobrepujam os prazeres,
pois não se enviam aos hospitais as pessoas sadias, nem às casas de
correção aqueles que não cometeram crimes, porque nem os hospitais
nem as casas de correção são lugares prazerosos. Assim como, numa
cidade, toda a população não está nos hospitais ou nas prisões, assim
toda a Humanidade não se encontra na Terra. Da mesma forma como
saímos do hospital quando estamos curados, e da prisão quando a pena
é cumprida, o homem deixa a Terra para mundos mais felizes, quando
cura de suas enfermidades morais.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

domingo, 7 de junho de 2020

Valores Ocultos


Mostra-se a 
 vida terrestre plena de oportunidades para o aperfeiçoamento íntimo da criatura, no entanto, até agora são ainda raros aqueles que percebem semelhantes ocasiões.

Tempos difíceis: trechos de caminho, nos quais a paciência e o devotamento ao trabalho podem ser mais facilmente instalados nos recessos do espírito

Enfermidade longa: curso aberto às aquisições de humildade e autocontrole.

Provações em pessoas queridas: horas valiosas que nos possibilitam mais amplos recursos no aprendizado da compreensão e do relacionamento.

Ofensas e prejuízos: momentos de elevada significação para nós todos, especialmente quando no Plano Físico, em que somos chamados, não apenas a perdoar, mas igualmente a refletir, quanto às nossas próprias deficiências, através das quais, muitos de nós, somos ainda suscetíveis de ferir ao próximo, embora, na maioria das vezes, impensadamente.

Tentações: minutos destacados para aulas de resistência ao desequilíbrio.

Propensão ao desânimo: instantes destinados ao desafio que verte de nós mesmos, concitando-nos ao esforço máximo, a fim de levantar a própria vontade ao nível de nossas responsabilidades e obrigações.

Erros e desacertos: momentos indicados à prática positiva de discernimento e auto-reajuste.

Afastamento de criaturas amadas: ocasiões em que nos reconhecemos induzidos a demonstrar se amamos realmente aqueles a quem consagramos atenção e carinho ou se o nosso bem-querer resulta de mero capricho.

Solicitações e apelos: parcelas de tempo, nas quais a vida nos pede notícias de nossas aplicações ao entendimento e ao espírito de serviço, à abnegação e à caridade.

Perturbações ambiente: quadro de ensino em que se nos faculta assinalar como vamos seguindo, nas trilhas da existência, em matéria de paz.

São estas algumas das situações impregnadas de valores ocultos, sempre dos mais importantes para o burilamento da alma, no educandário do mundo.

Entretanto, empreendemos unicamente a exposição delas, porquanto em lhes reconhecendo a complexidade, sabemos todos que aproveitá-las ou não depende da atitude e da escolha de cada um de nós.
 🌼🌷🌼
Emmanuel - Do livro: Atenção, Médium: Francisco Cândido Xavier





MENSAGEM DO ESE:

Fazer o bem sem ostentação

Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. — Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. — Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; — a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 1 a 4.)

Tendo Jesus descido do monte, grande multidão o seguiu. Ao mesmo tempo, um leproso veio ao seu encontro e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, poderás curar-me. — Jesus, estendendo a mão, o tocou e disse: Quero-o, fica curado; no mesmo instante desapareceu a lepra. — Disse-lhe então Jesus: abstém-te de falar disto a quem quer que seja; mas, vai mostrar-te aos sacerdotes e oferece o dom prescrito por Moisés, a fim de que lhes sirva de prova. (S. MATEUS, cap. VIII, vv. 1 a 4.)
Em fazer o bem sem ostentação há grande mérito; ainda mais meritório é ocultar a mão que dá; constitui marca incontestável de grande superioridade moral, porquanto, para encarar as coisas de mais alto do que o faz o vulgo, mister se torna abstrair da vida presente e identificar-se com a vida futura; numa palavra, colocar-se acima da Humanidade, para renunciar à satisfação que advém do testemunho dos homens e esperar a aprovação de Deus. Aquele que prefere ao de Deus o sufrágio dos homens prova que mais fé deposita nestes do que na Divindade e que mais valor dá à vida presente do que à futura. Se diz o contrário, procede como se não cresse no que diz.
Quantos há que só dão na esperança de que o que recebe irá bradar por toda a parte o benefício recebido! Quantos os que, de público, dão grandes somas e que, entretanto, às ocultas, não dariam uma só moeda! Foi por isso que Jesus declarou: “Os que fazem o bem ostentosamente já receberam sua recompensa.” Com efeito, aquele que procura a sua própria glorificação na Terra, pelo bem que pratica, já se pagou a si mesmo; Deus nada mais lhe deve; só lhe resta receber a punição do seu orgulho.

Não saber a mão esquerda o que dá a mão direita é uma imagem que caracteriza admiravelmente a beneficência modesta. Mas, se há a modéstia real, também há a falsa modéstia, o simulacro da modéstia. Há pessoas que ocultam a mão que dá, tendo, porém, o cuidado de deixar aparecer um pedacinho, olhando em volta para verificar se alguém não o terá visto ocultá-la. Indigna paródia das máximas do Cristo! Se os benfeitores orgulhosos são depreciados entre os homens, que não será perante Deus? Também esses já receberam na Terra sua recompensa. Foram vistos; estão satisfeitos por terem sido vistos. É tudo o que terão.

E qual poderá ser a recompensa do que faz pesar os seus benefícios sobre aquele que os recebe, que lhe impõe, de certo modo, testemunhos de reconhecimento, que lhe faz sentir a sua posição, exaltando o preço dos sacrifícios a que se vota para beneficiá-lo? Oh! para esse, nem mesmo a recompensa terrestre existe, porquanto ele se vê privado da grata satisfação de ouvir bendizer-lhe do nome e é esse o primeiro castigo do seu orgulho.

As lágrimas que seca por vaidade, em vez de subirem ao Céu, recaíram sobre o coração do aflito e o ulceraram. Do bem que praticou nenhum proveito lhe resulta, pois que ele o deplora, e todo benefício deplorado é moeda falsa e sem valor.
A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito. Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a suscetibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o benefício, sem que seu amor-próprio se ressinta e salvaguardando-lhe a dignidade de homem, porquanto aceitar um serviço é coisa bem diversa de receber uma esmola. Ora, converter em esmola o serviço, pela maneira de prestá-lo, é humilhar o que o recebe, e, em humilhar a outrem, há sempre orgulho e maldade. A verdadeira caridade, ao contrário, é delicada e engenhosa no dissimular o benefício, no evitar até as simples aparências capazes de melindrar, dado que todo atrito moral aumenta o sofrimento que se origina da necessidade. Ela sabe encontrar palavras brandas e afáveis que colocam o beneficiado à vontade em presença do benfeitor, ao passo que a caridade orgulhosa o esmaga. A verdadeira generosidade adquire toda a sublimidade, quando o benfeitor, invertendo os papéis, acha meios de figurar como beneficiado diante daquele a quem presta serviço. Eis o que significam estas palavras: “Não saiba a mão esquerda o que dá a direita.”

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, itens 1 a 3.)