sábado, 14 de janeiro de 2012

RESPONSABILIDADE NO MATRIMÔNIO











Interrogam, muitos discípulos de Evangelho: 
não é mais lícito o desquite ou o divórcio, em considerando os graves problemas conjugais, à manutenção de um matrimônio que culmine em tragédia? Não será mais conveniente uma separação, desde que a desinteligência se instalou, ao prosseguimento de uma vida impossível? 
Não têm direito, ambos os cônjuges, a diversa tentativa de felicidade, ao lado de outrem, já que se não entendem?

E muitas outras inquirições surgem, procurando respostas honestas para o problema que dia-a-dia mais se agrava e avulta.

Inicialmente, deve ser examinado que o matrimônio em linhas gerais é uma experiência de reequilíbrio das almas no orçamento familiar. 


Oportunidade de edificação sob a bênção da prole --- e, quando fatores naturais coercitivos a impedem, justo se faz abrir os braços do amor espiritual às crianças que gravitavam ao abandono --- para amadurecer emoções, corrigindo sensações e aprendendo fraternidade.

Não poucas vezes os nubentes, mal preparados para o consórcio matrimonial, dele esperam tudo, guindados ao paraíso da fantasia, esquecidos de que esse é um sério compromisso, e todo compromisso exige responsabilidades recíprocas a benefício dos resultados que se deseja colimar.


A “lua de mel” é imagem rica de ilusão, porquanto, no período primeiro do matrimônio, nascem traumas e desajustes, inquietações e receios, frustrações e revoltas, que despercebidos, quase a princípio, espocam mais tarde em surdas guerrilhas ou batalhas lamentáveis no lar, em que o ódio e o ciúme explodem, descontrolados, impondo soluções, sem dúvida, que sejam menos danosas do que as trágicas.


Todavia, há que meditar, no que concerne aos compromissos de qualquer natureza, que a sua interrupção, somente adia a data da justa quitação. 


No casamento, não raro, o adiamento promove o ressurgir do pagamento em circunstâncias mais dolorosas no futuro em que, a pesadas renúncias e a fortes lágrimas, somente, se consegue a solução.

* - * -

Indispensável que para o êxito matrimonial sejam exercitadas singelas diretrizes de comportamento amoroso.


Há alguns sinais de alarme que podem informar a situação de dificuldade antes de agravar a união conjugal:

. silêncios injustificáveis quando os esposos estão juntos;
. tédio inexplicável ante a presença do companheiro ou da companheira;
. ira disfarçada quando o consorte ou a consorte emite uma opinião;
. saturação dos temas habituais, versados em casa, fugindo para intérminas leituras de jornais ou
inacabáveis novelas de televisão;
. irritabilidade contumaz sempre que se avizinha do lar;
. desinteresse pelos problemas do outro;
. falta de intercâmbio de opiniões;
. atritos contínuos que ateiam fagulhas de irascibilidade, capazes de provocar incêndios em forma de agressão desta ou daquela maneira...
E muitos outros mais.

* - * - *

Antes que as dificuldades abram distâncias e os espinhos da incompreensão produzam feridas, justo que se assumam atitudes de lealdade, fazendo um exame das ocorrências e tomando-se providências para sanar os males em pauta.


Assim, a honestidade lavrada na sensatez, que manda “abrir-se o coração” um para com o outro, consegue corrigir as deficiências e reorganizar o panorama afetivo.


É natural que ocorram desacertos. Ao invés, porém, de separação, reajustamento.


A questão não é de uma “nova busca” mas de redescobrimento do que já possui.


Antes da decisão precipitada, ceder cada um, no que lhe concerne, a benefício dos dois.


Se o companheiro se desloca, lentamente, da família, refaça a esposa o lar, tentando nova fórmula de reconquista e tranquilidade.


Se a companheira se afasta, afetuosamente, pela irritação ou pelo ciúme, tolere o esposo, conferindo-lhe confiança e renovação de idéias.


O cansaço, o cotidiano, a apatia são elementos constritivos da felicidade.


Nesse sentido, o cultivo dos ideais nobilitantes consegue estreitar os laços do afeto e os objetivos superiores unem os corações, penetrando-os de tal forma, que os dois se fazem um, a serviço do bem. 

E em tal particular, o Espiritismo --- a Doutrina do Amor e da Caridade por excelência --- consegue renovar o entusiasmo das criaturas, já que desloca o indivíduo de si mesmo, ajuda-o na luta contra o egoísmo e concita-o à responsabilidade ante as leis da vida, impulsionando-o ao labor incessante em prol do próximo. E esse próximo mais próximo dele é o esposo ou a esposa, junto a quem assumiu espontaneamente o dever de amar, respeitar e servir.

Assim, considerando, o Espiritismo, mediante o seu programa de ideal cristão, é senda redentora para os desajustados e ponte de união para os cônjuges, em árduas lutas, mas que não encontraram a paz.
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Joanna de Ângelis
Divaldo Pereira Franco

Receita de Paz


Ora com mais confiança em Deus.

Trabalha um tanto mais.

Serve com mais alegria.

Age mais caridosamente.

Desculpa as faltas alheias com mais compaixão pelos ofensores.

Usa mais calma, particularmente nas horas difíceis.

Tolera, com mais paciência, as situações desagradáveis.

Coloca mais gentileza no trato pessoal.

Emprega mais serenidade na travessia de qualquer provação.

E, assim, com a bênção de Deus, encontrarás mais segurança e paz, nas estradas do tempo, garantindo-te o êxito preciso nos deveres de cada dia, a caminho da vida maior.
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Emmanuel




sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

PARA NÃO SER INFELIZ:


É bastante comum reclamarmos do sofrimento ou das dores que nos atingem.
Contudo, muitas vezes, tais condições são provocadas por nós mesmos.

De um modo geral, costumamos aumentar nossa dor e sofrimento sendo exageradamente sensíveis.

Assim, reagimos muito mal a fatos insignificantes e, por vezes, levamos as coisas para o lado pessoal.

À conta disso, muitas irritações no dia a dia, podem se acumular de modo a representar uma importante fonte de sofrimento.

É uma tendência a estreitar nosso campo de visão psicológica, interpretando ou confundindo tudo o que ocorre em termos do seu impacto sobre nós.


Conta-se que dois amigos foram a um restaurante para jantar. Eles não tinham nada importante para fazer em seguida.
Podiam comer com calma, conversar, demorar-se o quanto desejassem. Nenhum compromisso, naquele dia, os aguardava. A noite poderia ser encerrada a hora que desejassem.
Com esse espírito é que fizeram seu pedido e aguardaram que os pratos solicitados chegassem.
O serviço do restaurante acabou por se revelar extremamente lento, e um dos senhores começou a reclamar:
 “o garçom parece uma lesma! Onde é que ele pensa que está? Acho que está fazendo isso de propósito.”

E assim foi durante todo o jantar. Uma ladainha de reclamações.
Reclamou da comida, da louça, dos talheres e de todos os detalhes que descobriu não lhe agradarem.
Ao final da refeição, o garçom chegou e lhes ofereceu duas sobremesas, a título de cortesia.
“É como uma compensação”, disse gentil, "pela demora do serviço.
Estamos com falta de pessoal, hoje. Houve um falecimento na família de um dos cozinheiros, e ele não veio trabalhar.
Além disso, um dos auxiliares avisou que estava doente, na última hora. Espero que a demora não lhes tenha causado nenhum aborrecimento.”

Enquanto o garçom se afastava, o homem descontente resmungou entre os dentes, deixando escapar a sua irritação: “mesmo assim, nunca mais vou voltar aqui.”

Este é um pequeno exemplo de como contribuímos para nosso próprio sofrimento.

Levando a questão para o lado pessoal, como se tudo fosse feito de propósito contra nós; imaginando que as pessoas e o mundo giram em torno de nós, nos tornamos infelizes.

No caso apresentado, o resultado foi uma refeição desagradável para ambos.

E com grandes possibilidades de, por causa da irritação, terem problemas de saúde, na sequência. A comida ingerida lhes fazer mal.

Além, é claro, do aborrecimento, do desconforto, ante tanta reclamação. E tudo podia ter sido resolvido de forma tão fácil, com um pouco de paciência e tolerância.

Convenhamos, ainda, que se a pessoa olhasse ao redor e tivesse um mínimo de sensibilidade, teria podido constatar que havia falta de pessoal, que os que estavam trabalhando se esforçavam ao máximo.

Isso, se não olhasse somente para si mesmo.

Jacques Lusseyran, cego desde os oito anos de idade, foi fundador de um grupo de resistência na segunda guerra mundial.
Acabou sendo capturado pelos alemães e encarcerado em um campo de concentração.
Mais tarde, quando relatou as suas experiências no campo de prisioneiros, afirmou:

 “Percebi que a infelicidade chega a cada um de nós porque acreditamos ser o centro do universo. Porque temos a triste convicção de que só nós sofremos de forma insuportável. A infelicidade é sempre se sentir cativo na própria pele, no próprio cérebro.”

Pensemos nisso.
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Equipe de Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Retalhos




Conta-nos Malba Tahan, num dos seus formosos apólogos, como um homem que, tendo tido em suas mãos, por alguns minutos, o “Livro do Destino”, podendo destarte fazer-se rico e venturoso, ainda perdeu essa excepcional oportunidade que se lhe oferecera para o conseguir.

É que, ao se ver de posse do precioso livro, dispondo de tempo suficiente para escrever na página de sua vida tudo quanto desejasse para o seu bem-estar, esse homem, ao lembrar-se dos seus inimigos, tão preocupado ficou em fazer-lhes mal, que o tempo se escoou, surpreendendo-o esquecido de fazer o bem a si próprio.

Essa estorieta retrata, com muita fidelidade, o que acontece a muitos: semeiam o infortúnio, mas não colhem a menor parcela de felicidade.

* * *

O homem, em seus anseios de progresso, em sua luta diuturna pela aquisição de novas e melhores expressões de vida, muito há conseguido.

Devassou o globo.

Conquistou os elementos.

Subjugou as potências cegas que o oprimiam de todo lado, fazendo-as trabalhar para ele.

Desbravou florestas virgens, saneou pauis infectos, transformando-os em metrópoles hodiernas.

Coalhou os oceanos de cidades flutuantes.

Povoou os ares de gigantes metálicos.

Encurtou distâncias.

Ligou continentes.

Desenvolveu-se nas artes.

Engrandeceu-se nas ciências.

Realizou pesquisas, fez experiências de toda ordem, inventou instrumentos e aparelhos que são portentos de engenho e de técnica.

Cercou o lar de todo o conforto, concebeu meios rápidos, cômodos e seguros para locomover-se no exercício de suas atividades multiformes, criou mil e uma maravilhas para a distração dos seus sentidos, nas horas de lazer...

Todavia, com tudo isso, ainda vive sem sossego, ainda sofre, ainda chora, e é infeliz! Por quê?

É porque ele não se deu conta de que, acima de sua vontade, que julga onipotente, há leis divinas, tão rigorosas e matematicamente certas em seus efeitos, como as da Física, etc., às quais ainda tem de aprender a observar, a cumprir.

É porque ele não realizou, a par de seu desenvolvimento intelectual, um correspondente aperfeiçoamento moral ou espiritual, conditio sine qua non ( condição sem a qual não pode deixar de ser) para que haja paz nos corações e harmonia na face da Terra, cessando de vez os eternos conflitos entre os indivíduos, as classes e as nações.

É porque ele, que desvendou quase todos os mistérios da natureza, apreendendo o mecanismo das forças que nela atuam, ainda não se conhece a si próprio, no que “é” de mais essencial. Ainda não descobriu dentro de si mesmo, aquela partícula imponderável e indestrutível, cujo todo é — Deus!

* * *

Há pessoas que sofrem uma espécie de frustração, sentindo-se permanente insatisfeitas, apenas porque não sabem o que fazer de suas horas vazias...

Não fossem elas tão egoístas, não vivessem tão alheias e indiferentes ao mundo que as cerca, e notariam quanto bem poderiam realizar em favor do próximo e... de si mesmas.

Aqui, um doente carecido de uma palavra de conforto e de encorajamento..

Ali, um incompreendido a necessitar de um gesto de simpatia e de solidariedade...

Acolá, um aflito, em favor do qual uma prece sincera faria tanto bem...

E por toda. parte. a melancólica velhice, clamando, suspirando por um pouco de afeto e de calor humano...

E crianças, órfãs ou enjeitadas, ávidas por uma guloseima, por um modesto brinquedinho, mas principalmente por um afago ou um sorriso de ternura...

Que de males, dores e feridas podem ser curados ou amenizados com o bálsamo miraculoso do amor, transfundido em forma de atenção, bondade e carinho!
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Rodolfo Calligaris
(Revista Reformador de junho de 1971)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Escolha a sua desculpa para não ser feliz

Estamos no "supermercado das lamentações" e aqui você encontra prateleiras recheadas de ofertas, desculpas e mais desculpas como as mais vendidas:

-"Sou infeliz porque meu marido não gosta mais de mim."

- “Não dá para ser feliz com este chefe que eu tenho.”

- "Depois que arrumou uma namorada, meu filho não me ama mais como antigamente."

- "Acho que meu namorado não gosta mais de mim ,já não me trata como antes..."

Em super oferta, em até 10 vezes no cartão, a campeã de vendas:

-"Meus pais não me entendem, por isso sofro demais."

Mas, tem mais, aproveite o "bacião de ofertas":

-"Não consigo firmar nenhum relacionamento, o problema deve ser comigo."

-"Minha saúde vive debilitada desde que me separei."

Quer levar alguma desculpa em oferta?
Ou quem sabe quer aproveitar e descobrir o óbvio: 

Sua felicidade está nas suas mãos.

Ninguém pode decidir por você, por isso o médico pergunta para você onde dói, ao invés de tentar descobrir por adivinhações.

Vai, crie coragem e assuma as suas deficiências pare de jogar a culpa das suas frustrações nos outros. Procure dentro de você a libertação das possibilidades que habitam em você e acabe descobrindo essa verdade:

-Todo mundo tem um dom, um talento!

Então, é só aplicar-se naquilo que você tem de melhor. 

Não precisa inventar nada, nem fantasiar, nem querer ser o que você não é. 

Faça direitinho o básico, e alimente-se dos bons pensamentos, das boas energias, espelhe-se nas pessoas de sucesso, mas não se compare, você é único, e isso é muito bom, pois o mundo precisa de pessoas como você, que sabem fazer o que você faz.
Mesmo que você não acredite que fazer crochê vale a pena, varrer rua bem varrida é uma maravilha, aquele bolo de fubá que só você faz, aquela planilha no Excel que você simplificou, aquela cirurgia que você reinventou, e qualquer coisa que você faça com amor.

Por falar em amor, quanto você se ama?

Se você ainda está procurando culpados pelo seu fracasso, pela sua infelicidade, pode apostar que você não se ama o suficiente, pois aquele que descobre o amor próprio consegue amar o próximo, o distante, o longínquo e qualquer outra pessoa.

Chega de desculpas, a vida pede uma atitude, não uma desculpa.

Ame-se, encontre-se e seja feliz!
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Paulo Roberto Gaefke


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

AMOR A DOIS


O amor é assunto sagrado para os homens, tanto quanto é o instinto de vida para os animais e a lei para as coisas que nos servem. Ninguém vive sem amar. As criaturas têm carência de afetividade, tanto ou muito mais que de alimento para o corpo físico, pois ele é alimento dos mais qualificados para a alma.

No entanto, as suas divisões são inúmeras, de acordo com as necessidades.

Aqui, tratamos mais acentuadamente do amor a dois. É justo que esse amor seja um pouco diferente do amor universalizado, do amor de pais com filhos e filhos com pais, do amor às plantas e do amor aos animais. E, assim, sucessivamente.

No amor a dois, tem que existir um pouco de egoísmo, mas aquele tão fraco que perde seu significado comum, porque cede um pouco para o dever.

Assemelha-se, nesse caso, à água para matar a sede:
 quente, é insuportável; solidificada, não serve; fria, é adequada. 

No amor a dois, tem de haver um pouco de ciúme, mas aquele que não escandaliza, que não se faz acompanhar pelo ódio e pela vingança, que não maltrata, que não perturba. 
Aquele em que a ponderação faz perder a ferocidade e alivia a tensão, sendo, apenas, vigilância. 
Ele é como todos os alimentos:
 com excesso, fazem-nos mal. 
Todos os venenos são medicamentos, muitas vezes indispensáveis, dependendo da dosagem que se toma.

Não pode existir amor no lar, quando os dois não querem amor e terminou o interesse de um pelo outro.
 O mais evoluído tem a grande saída da renúncia, desde que essa renúncia não esteja salpicada do insulto, das reclamações, das vibrações de rancor, alimentando a vingança enjaulada no coração, para que um dia solte a fera, a devorar a pequena paz que ainda reste.

Essa renúncia também passa a perder o seu nome sagrado e toma a forma de egoísmo prepotente.

É bom que nos certifiquemos de uma coisa: estamos, encarnados e desencarnados, viajando na Terra, fazendo um curso nela. E ainda não é tempo de gozarmos a felicidade que, por enquanto, não construímos.

Podereis encontrar em vossa esposa uma inimiga do passado, pessoa a quem deveis bastante, ou por quem tenhais sido prejudicado.

Reunidos como cônjuges em um lar, é a melhor oportunidade de saldardes as dívidas, tranquilizando as consciências.

O vosso dever é fazer a vossa parte.
 Sendo amado ou não, amai com sinceridade. 
Se o vosso amor está mal interpretado pela vossa companheira, modificai-o de modo a agradá-la.
 Ele é qual o líquido que toma a forma da vasilha.
 E, se as bênçãos de Deus vos deu uma esposa, ou um esposo, coerente em tudo que se refere à vida a dois, aperfeiçoai esse amor, purificai-o, fazendo dos corações reatores divinos, para que possais, em outra dimensão, estendê-los aos filhos, parentes e companheiros, e por vezes à humanidade. 

Ganhai tempo, pelo tempo que vos deram e enriqueçais no beneplácito do amor, compreendendo que somente ele libera as criaturas da prisão da ignorância.
Não exijais compreensão da pessoa que vive convosco.
 Emprestai a vossa. Em todos os lances da vida, o exemplo é nota harmoniosa em qualquer instrumento humano.
 Sede útil à pessoa que amais sem quererdes anunciar vossos feitos, procurando gratidão. 
Isso é troca que não condiz com a caridade. 
Não vos impacienteis de trabalhar em silêncio, em favor dos outros, principalmente de quem vos pertence pelo amor. Nada que se faz fica escondido. No entanto, se tilintar o gazofilácio da vaidade, podereis perder o vosso trabalho valioso, porque desfigurais a dignidade da beneficência.
Se ainda temeis fazer o bem, sem que os outros saibam, é porque não confiais nos preceitos do Mestre, nas leis de Deus. 
Tende fé, meu filho, alimentai a confiança, e nunca percais a alegria de ser útil, principalmente àqueles que vivem convosco. 
O amor a dois, quando correspondido e firmado pelo tempo, é a porta pela qual poderemos entrar para a verdadeira felicidade do futuro. É ele que carimba o nosso amor para a universalidade.
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Miramez
 João Nunes Maia

SENTIMENTOS E EMOÇÕES




“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” – Paulo (Romanos, 12:21) 

Educa, filho meu, os teus sentimentos e as tuas emoções para que consigas agir na vida de modo mais brando, sem te entregares a atitudes desvairadas que, de alguma forma, possam demonstrar desequilíbrio interior.

Canaliza os teus sentimentos pela fonte do amor, a fim de que, em sintonia com os bons pensamentos, eles possam levar-te a realizar algo de concreto em favor do bem do próximo. 

Sentimentos de tristeza geram atitudes negativas de egoísmo ou de insulamento. 

Sentimentos de alegria tornam a vida mais amena, levando-te a agir com bondade perante aqueles que te cercam. 

Controlando as tuas emoções, não te entregarás a atitudes perigosas e extremistas e que te levem a agir sem pensar. Controlar, porém, não significa reprimir e sim, educar, para não retribuíres o mal com o mal, com manifestações de ódio ou desejos de vingança. 

É natural que todos nós externemos as nossas emoções diante das situações inusitadas da vida. Porém, se soubermos educá-las, jamais permitiremos que as nossas emoções nos levem a praticar atos inconsequentes e dos quais possa gerar algum remorso. 

Emoções negativas e desequilibradas revelam embrutecimento da alma. 

Contudo, emocionar-se perante acontecimentos dolorosos na vida de outros irmãos ou diante de pequeninos gestos de amor que nos sensibilizem o coração, demonstra crescimento interior. 

Unindo os bons pensamentos às emoções construtivas, muito poderemos realizar no campo do bem, permitindo-nos levar alegria, paz e esperança aos corações aflitos e desiludidos. 

E, relembrando o Apóstolo Paulo, “Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”, faze com que os teus sentimentos e emoções se transformem em realizações belas e nobres e que te engrandeçam aos olhos do Mestre Jesus. 
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Irmã Maria do Rosário 








domingo, 8 de janeiro de 2012

Vontade de Evoluir





Senhor Deus!

Dá-me mais instrução espiritual, mais meios de quebrar as correntes que me prendem ao atraso, a uma visão estreita de mim mesmo e do mundo.

Tenho essa necessidade porque hoje vejo quanta luz poderia ter e ainda não tenho, quanta alegria poderia sentir e ainda não sinto, quanta sabedoria e amor ainda não adquiri.

Põe em minhas mãos, ó Deus, um arado poderoso que revolva as terras endurecidas da minha vida. Dá-me uma força de vontade que mude a minha maneira de ser, remova os pensamentos acanhados, oriente minha emotividade e me facilite usar os pendores do espírito para o bem e a sabedoria. Abre-me os olhos para a vida, a luz, as grandezas e belezas que Tu tens.

Ao pensar dessa forma, ao me ligar a Ti, nesta prece, começam a surgir as mudanças agradáveis que me levam a ter melhor idéia de mim mesmo e maior liberdade interior. Rendo-te graças por isso.

Obrigado, Deus, muito obrigado!

Assim seja!

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Do livro: Fala com Deus
Autor: Lourival Lopes

APRENDA A CALAR...



Há muita necessidade de silêncio nos dias atuais...

As pessoas ansiosas por se fazer ouvir, falam cada vez mais alto, como se isso bastasse para que os outros as escutassem.

Em restaurantes, shoppings, filas, salas de espera, salões de beleza, aeroportos, se ouvem os falatórios. E, para aumentar o ruído, em alguns lugares tem um som ambiente mais alto ainda...

E, quando não se tem alguém para falar, o celular serve. A pessoa faz uma ligação e se esquece de que está dividindo o ambiente com outros indivíduos, que não estão interessados no seu assunto.

É impressionante como as pessoas falam muito, e falam alto...

Além de ser um grande desrespeito aos ouvidos alheios, essa gritaria torna impossível um diálogo entre pessoas de voz moderada, nesses ambientes comuns.

Mas não é só a falta de silêncio exterior que assola muitas pessoas hoje em dia. É também a falta de silêncio interior.

Poucos indivíduos ouvem a própria voz e analisam seus pensamentos antes de exteriorizá-los.

O hábito de meditar antes de expor uma opinião ou um julgamento, é muito pouco cultivado em nossa sociedade.

E isso tem sido motivo de desarmonia e intrigas, de mal-entendidos e hostilidades.

Saber calar, saber ouvir, ser senhor de suas palavras e de seus sentimentos é um desafio que merece ser pensado.

Talvez, foi por ter percebido essa necessidade em nosso meio, que um Espírito amigo nos trouxe a seguinte mensagem:

Aprenda a silenciar a palavra que sai gritada de seus lábios, ferindo a sensibilidade alheia e lhe deixando à mercê das companhias inferiores.

Aprenda a calar...

Aprenda a silenciar a palavra suave, mas cheia de ironia, que sai de sua boca ridicularizando, humilhando a quem se dirige e que lhe intoxica, provocando a dor de estômago, as náuseas ou a enxaqueca.

Aprenda a calar...

Aprenda a silenciar o murmúrio que sai entre dentes, destilando raiva e rancor e atingindo o alvo, que fere como punhal, ao tempo que lhe fragiliza a ponto de não se reconhecer, de se assustar consigo mesmo.

Aprenda a calar...

Aprenda a calar o pensamento cruel que lhe passa na mente e que, por invigilância, nele você se detém mais do que deveria. Você se assustaria se pudesse ver sua máscara espiritual distorcida.

Aprenda a calar...

Aprenda a calar o julgamento que extrapola o que vê e o que sabe, levando-o a conjeturar sobre o outro, o que não sabe e não viu, plasmando idéias infelizes que são aproveitadas pelos opositores daquele que é julgado.

Aprenda a calar...

Aprenda a calar todo e qualquer sentimento indigno, zelando pelas nascentes do seu coração, para que não macule e não seja maculado.

Aprenda a vigiar os sentimentos para que cada dia, mais atento e vigilante, saia da esfera mesquinha a que se aprisiona voluntariamente, e possa alçar voos mais altos e sublimes.

Aprenda a calar...

E, enquanto não consegue deixar de gritar, falar, murmurar, pensar cruelmente e julgar, insista em orar nesses momentos. Nem que as frases lhe pareçam desconexas e vazias de sentimento.

Insista na oração até que, um dia, orará não com palavras nem pensamentos, mas será sentimento por inteiro, amor, amor puro e verdadeiro em ação, dinâmico, envolvendo os outros e a si mesmo, verdadeiro discípulo que conseguirá ser.

Aprenda, definitivamente, a calar!

Redação do Momento Espírita, com base em mensagem
do Espírito Stephano psicografada por Marie-Chantal Dufour
Eisenbach, na Sociedade Espírita Renovação, em 14/03/2005.