sábado, 24 de julho de 2021

Reflete


Ante as provas difíceis,
Jamais te desesperes.

A tempestade agora
É o ar limpo depois.

A pedra é pedra bruta,
Sem o buril que a fere.

 Silencia, trabalha
E o melhor chegará.

Se dispões de uma vela
Podes banir a sombra.

 Não há mal que te alcance,
Se confias em Deus.
🌿🌷🌿
Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Deus sempre
🌿🌷🌿




🌿🌷🌿 

MENSAGEM DO ESE:

O mandamento maior

Mas, os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos saduceus, se reuniram; e um deles, que era doutor da lei, foi propor-lhe esta questão, para o tentar: — Mestre, qual o grande mandamento da lei? — Jesus lhe respondeu: Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. — Esse o maior e o primeiro mandamento. — E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. — Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos. 
(S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)

Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a da perdição. Este princípio se acha formulado nos seguintes precisos termos: “Amarás a Deus de toda a tua alma e a teu próximo como a ti mesmo; toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” 

E, para que não haja equívoco sobre a interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta: “E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro”, isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV, itens 4 e 5.)

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Proteção


Duas horas de fria madrugada num hotel pequeno de rodovia.

O cavalheiro chegou apressado e pediu a chave do aposento em que se instalara durante o dia.

Inexplicavelmente, a chave desaparecera, e o interessado se confiou à exasperação.

Gritou. Acusou empregados.

A gerência interferiu com gentileza.

Outro quarto lhe foi entregue. O homem, porém, declarou que deixara junto ao leito grande soma de dinheiro e exigiu fosse a porta arrombada.

Depois de muita crítica, em que ameaçava a casa com denúncia à polícia, concordou em ocupar um aposento vizinho.

Somente pela manhã, ao sol muito alto, a fechadura foi quebrada. E só então o inconformado hóspede, ao retirar o dinheiro, verificou que sob o travesseiro se ocultava enorme escorpião.
🌷🌿🌷
XAVIER, Francisco Cândido. Endereços de Paz. Pelo Espírito André Luiz. CEU.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Como perdoar


Na maioria dos casos, o impositivo do perdão surge entre nós e os companheiros de nossa intimidade, quando o suco adocicado da confiança se nos azeda
no coração.

Isso acontece porque, geralmente, as mágoas mais profundas repontam entre os Espíritos vinculados uns aos outros na esteira da convivência.

Quando nossas relações adoeçam, no intercâmbio com determinados amigos que, segundo a nossa opinião pessoal, se transfiguram em nossos opositores,
perguntemo-nos com sinceridade: “como perdoar, se perdoar não se resume à questão
de lábios e sim a problema que afeta os mais íntimos mecanismos do sentimento?”.

Feito isso, demo-nos pressa em reconhecer que as criaturas em desacerto pertencem a Deus e não a nós; que também temos erros a corrigir e reajustes em andamento; que não é justo retê-las em nossos pontos de vista, quando estão, qual nos acontece, sob os desígnios da Divina Sabedoria que mais convém a cada um, nas trilhas do burilamento e do progresso. 

Em seguida, recordemos as bênçãos de que semelhantes criaturas nos terão enriquecido no passado e conservemo-las em nosso culto de gratidão, conforme a vida nos preceitua.

Lembremo-nos também de que Deus já lhes terá concedido novas oportunidades de ação e elevação em outros setores de serviço e que será desarrazoado de nossa parte manter processos de queixa contra elas, no tribunal da vida, quando o próprio Deus não lhes sonega Amor e Confiança.

Quando te entregares realmente a Deus, a Deus entregando os teus adversários como autênticos irmãos teus, - tão necessitados do Amparo Divino quanto nós mesmos, penetrarás a verdadeira significação das palavras de Cristo: “Pai, perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”, reconciliando-te com a vida e com a tua própria alma.

Então, saberás oscular de novo a face de quem te ofendeu, e quem te ofendeu
encontrará Deus contigo e te dirá com a mais pura alegria no coração: “bendito sejas...”.
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Emmanuel 
Chico Xavier 
Obra: Alma e Coração
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MENSAGEM DO ESE:

Os tormentos voluntários

Vive o homem incessantemente em busca da felicidade, que também incessantemente lhe foge, porque felicidade sem mescla não se encontra na Terra. Entretanto, mau grado às vicissitudes que formam o cortejo inevitável da vida terrena, poderia ele, pelo menos, gozar de relativa felicidade, se não a procurasse nas coisas perecíveis e sujeitas às mesmas vicissitudes, isto é, nos gozos materiais em vez de a procurar nos gozos da alma, que são um prelibar dos gozos celestes, imperecíveis; em vez de procurar a paz do coração, única felicidade real neste mundo, ele se mostra ávido de tudo que o agitará e turbará, e, coisa singular! o homem, como que de intento, cria para si tormentos que está nas suas mãos evitar.
Haverá maiores do que os que derivam da inveja e do ciúme? Para o invejoso e o ciumento, não há repouso; estão perpetuamente febricitantes. O que não têm e os outros possuem lhes causa insônias. Dão-lhes vertigem os êxitos de seus rivais; toda a emulação, para eles, se resume em eclipsar os que lhes estão próximos, toda a alegria em excitar, nos que se lhes assemelham pela insensatez, a raiva do ciúme que os devora. Pobres insensatos, com efeito, que não imaginam sequer que, amanhã talvez, terão de largar todas essas frioleiras cuja cobiça lhes envenena a vida! Não é a eles, decerto, que se aplicam estas palavras: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados”, visto que as suas preocupações não são aquelas que têm no céu as compensações merecidas.

Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é. Esse é sempre rico, porquanto, se olha para baixo de si e não para, cima, vê sempre criaturas que têm menos do que ele. É calmo, porque não cria para si necessidades quiméricas. E não será uma felicidade a calma, em meio das tempestades da vida?

— Fénelon. (Lião, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 23.)
 
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Sempre o Melhor



Em todos os caminhos da vida, encontrarás obstáculos a superar. Se assim não fosse, como provarias a ti mesmo a sinceridade de teus propósitos de renovação?
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Aceita as dificuldades com paciência, procurando guardar contigo as lições de que se façam portadoras.
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Com todos temos algo de bom para aprender e em tudo temos alguma cousa de útil para assimilar.
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Nada acontece por acaso e, embora te pareca o contrário, até mesmo o mal permanece a serviço do bem.
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A resignação tem o poder de anular o impacto do sofrimento.
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Se recebes criticas ou injúrias, não te aflijas pela resposta verbal aos teus adversários. Muitas vezes, os que nos acusam desejam apenas distrair-nos a atenção do trabalho a que nos dedicamos, fazendo-nos perder preciosos minutos em contendas estéreis.
*
Centraliza-te no dever a cumprir, refletindo que toda semente exige tempo para germinar.
*
Toda vitória se fundamenta na perseverança e sem espirito de sacrifício ninguém concretiza os seus ideais.
*
Busca na oração coragem para superar os percalços exteriores da marcha e humildade para vencer os entraves do teu mundo interior.
*
Aceita os outros como são a fim de que te aceitem como és, porquanto, de todos os patrimônios da vida, nenhum se compara a paz de quem procurar fazer sempre o melhor, embora consciente de que esse melhor ainda deixe muito a desejar.
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Pelo Espírito André Luiz
XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A.. Brilhe Vossa Luz. Espíritos Diversos. IDE.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Dinamismo


O homem que amplia as suas percepções espirituais aprofunda-se no conhecimento de si, e vice-versa.

A ação leva ao desenvolvimento da sensibilidade, e a sensibilidade desenvolvida pede mais efetiva ação.

Oração sem ação é sinônimo de fé sem obras.

A Criação Divina é o Pensamento do Criador em eterna atividade.

Quem pensa e não concretiza o que pensa sufoca em si o dom de criar.

A morte é ausência de dinamismo.

O Conhecimento é incompatível com o estado de inércia.

Tudo que cessa de produzir entra em colapso.

A água represada vira lama e, depois, se petrifica.

Quanto mais vida, mais ação, e quanto mais ação, vida mais farta e plena.
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Livro: Os 3 Passos do Autoconhecimento
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José
LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo
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MENSAGEM DO ESE:

A ingratidão dos filhos e os laços de família (III)

Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade. Com efeito, quantos há que, em vez de resistirem aos maus pendores, se comprazem neles. A esses ficam reservados o pranto e os gemidos em existências posteriores. Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés. As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus. É um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo que vos proporciona de vencerdes, a fim de vos deferir o prêmio da vitória. Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes no mundo dos Espíritos, sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da refrega.
De todas as provas, as mais duras são as que afetam o coração. Um, que suporta com coragem a miséria e as privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras domésticas, pungido da ingratidão dos seus. Oh! que pungente angústia essa! Mas, em tais circunstâncias, que mais pode, eficazmente, restabelecer a coragem moral, do que o conhecimento das causas do mal e a certeza de que, se bem haja prolongados despedaçamentos dalma, não há desesperos eternos, porque não é possível seja da vontade de Deus que a sua criatura sofra indefinidamente? Que de mais reconfortante, de mais animador do que a idéia que de cada um dos seus esforços é que depende abreviar o sofrimento, mediante a destruição, em si, das causas do mal? Para isso, porém, preciso se faz que o homem não retenha na Terra o olhar e só veja uma existência; que se eleve, a pairar no infinito do passado e do futuro. Então, a justiça infinita de Deus se vos patenteia, e esperais com paciência, porque explicável se vos torna o que na Terra vos parecia verdadeiras monstruosidades. As feridas que aí se vos abrem, passais a considerá-las simples arranhaduras. Nesse golpe de vista lançado sobre o conjunto, os laços de família se vos apresentam sob seu aspecto real. Já não vedes, a ligar-lhes os membros, apenas os frágeis laços da matéria; vedes, sim, os laços duradouros do Espírito, que se perpetuam e consolidam com o depurarem-se, em vez de se quebrarem por efeito da reencarnação.

Formam famílias os Espíritos que a analogia dos gostos, a identidade do progresso moral e a afeição induzem a reunir-se. Esses mesmos Espíritos, em suas migrações terrenas, se buscam, para se gruparem, como o fazem no espaço, originando-se daí as famílias unidas e homogêneas. Se, nas suas peregrinações, acontece ficarem temporariamente separados, mais tarde tornam a encontrar-se, venturosos pelos novos progressos que realizaram. Mas, como não lhes cumpre trabalhar apenas para si, permite Deus que Espíritos menos adiantados encarnem entre eles, a fim de receberem conselhos e bons exemplos, a bem de seu progresso. Esses Espíritos se tornam, por vezes, causa de perturbação no meio daqueles outros, o que constitui para estes a prova e a tarefa a desempenhar.

Acolhei-os, portanto, como irmãos; auxiliai-os, e depois, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará por haver salvo alguns náufragos que, a seu turno, poderão salvar outros.

— Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9.)

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Apatia Espiritual


Se te sentes envolver por um processo de apatia espiritual que te consome as melhores energias, fazendo-te desalentar diante das obrigações cotidianas, não te entregues a semelhante estado d’alma na expectativa de que alguém possa subtrair-te a ele sem contar com o teu esforço.

Quem se rende à depressão sem lutar contra ela dificilmente conseguirá libertar-se de seus tentáculos.

Para que uma força se anule, é necessário que se lhe oponha uma força contrária, da mesma intensidade.

Se desejas combater a tristeza, alegra-te.

Se queres vencer os pensamentos sombrios que te povoam a mente, ocupa o teu cérebro com ideias nobres.

O único remédio de prescrição eficaz contra a apatia espiritual é o trabalho, especialmente o trabalho desinteressado em favor dos semelhantes.

Não esperes pelo fortalecimento físico a fim de te fortaleceres moralmente, porque, não raro, o abatimento orgânico é consequência de tua prostração espiritual diante da vida.

Levanta-te em espírito e, contigo, o teu corpo haverá de soerguer-se.

Os outros poderão sempre orientar-te e estender-te as mãos, mas, se não manejares a tua própria vontade no âmago do ser, permanecerás no chão a que, voluntariamente, te arrojaste, vencido pelo peso imaginário de tuas aflições.

Ora e confia em Deus mas, sobretudo, derrama o suor do trabalho digno, desentorpecendo a alma na alegria de ser útil à vida que espera, em toda parte, pelo concurso de tuas mãos.
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Irmão José
Carlos Baccelli
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Antes Do Berço


Antes do berço, na Espiritualidade, examinando suas próprias necessidades de aperfeiçoamento terá você pedido:

A deficiência corpórea que induza à elevação de sentimentos;

a enfermidade de longa duração, capaz de educar-lhe os impulsos;

essa ou aquela lesão física que favoreça os exercícios de disciplina;

determinada mutilação que lhe iniba o arrastamento à agressividade exagerada;

o complexo psicológico que lhe renove as idéias;

o lar amargo onde possa aprender quanto vale a afeição;

o traço de prova que lhe impõe obstáculos no grupo social, a fim de esquecer inquietações de orgulho;

o reencontro com os adversários do passado, então na forma de parentes difíceis, atendendo resgate de antigos débitos;

a impossibilidade temporária para a obtenção de um título acadêmico, de modo a frenar-se contra desmandos intelectuais;

internação passageira em ambiente de pauperismo, de maneira a desenvolver a própria habilitação no trabalho pessoal.

Aceite as dificuldades e desafios da existência, porque, na maioria das circunstâncias, são respostas da Providência Divina aos nossos anseios de reajuste e sublimação.
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XAVIER, Francisco Cândido. Respostas da Vida. Pelo Espírito André Luiz. IDEAL. Capítulo 14.

quarta-feira, 21 de julho de 2021

PARENTES DIFÍCEIS

 
Os problemas mais difíceis de redenção de nossas vidas se encontram em nossos lares, junto aos familiares difíceis, incompreensíveis e revoltados.

Mas, todo sacrifício que fizermos para suportá-los, para ajudá-los, para compreendê-los e perdoá-los, terá valido a pena.

Os parentes difíceis e as criaturas rebeldes que cruzam os nossos caminhos, que nos fazem chorar, refletir e meditar, são também os fatores que mais nos fazem evoluir.

Não esqueçamos jamais as lições do Cristo, do amor, do perdão e da compreensão.

Se estivermos fortalecidos na família, será mais fácil alcançar o nosso progresso, o nosso aperfeiçoamento e os nossos objetivos.

Que a luz de Nosso Senhor possa nos iluminar e nos amparar.
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Agnelo Morato
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Aceite os parentes difíceis na base da generosidade e da compreensão, na certeza de que as Leis de Deus não nos enlaçam uns com os outros sem causa justa.
*
O parente-problema é sempre um teste com que se nos examina a evolução espiritual.
*
Muitas vezes a criatura complicada que se nos agrega à família, traz consigo as marcas de sofrimento ou deficiências que lhe foram impostas por nós mesmos em passadas reencarnações.
*
Não exija dos familiares diferentes de você um comportamento igual ao seu, porquanto cada um de nós se caracteriza pelas vantagens ou prejuízos que acumulamos na própria alma.
*
Não tente descartar dos parentes difíceis com internações desnecessárias em casas de repouso, à custa de dinheiro, porque a desvinculação real virá nos processos da natureza, quando você houver alcançado a quitação dos próprios débitos ante a Vida Maior.
*
Nas provações e conflitos do lar terrestre, quase sempre, estamos pagando pelo sistema de prestações, certa dívidas contraídas por atacado.
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Livro: Sinal Verde
André Luiz
Chico Xavier
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Temas de Crítica



Procure silenciar onde você não possa prestar auxílio.
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A vida dos outros, qual se afirma na expressão, é realmente dos outros e não nossa.
*
Devo compreender que o erro de outrem, hoje, talvez será o meu amanhã, já que nas trilhas evolutivas da Terra todos somos ainda portadores da natureza humana.
*
O tempo que se emprega na crítica pode ser usado em construção.
*
Toda vez que criticamos alguém, estamos moralmente na obrigação de fazer melhor que esse alguém a tarefa em pauta.
*
Anote: em qualquer tempo e situação os pontos de vista e as oportunidades, os recursos e os interesses, o sentimento e a educação dos outros são sempre muito diversos dos seus.
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Criticar não resolve, porque o trabalho da criatura é que lhe determina o valor.
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Quem ama ajuda e desculpa sempre.
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Não condene, abençoe.
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Lembre-se: por vezes, basta apenas um martelo para arrasar aquilo que os séculos construíram.
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XAVIER, Francisco Cândido. Sinal Verde. Pelo Espírito André Luiz. CEC. Capítulo 36.
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MENSAGEM DO ESE:

Os órfãos

Meus irmãos, amai os órfãos. Se soubésseis quanto é triste ser só e abandonado, sobretudo na infância! Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a servir-lhes de pais. Que divina caridade amparar uma pobre criaturinha abandonada, evitar que sofra fome e frio, dirigir-lhe a alma, a fim de que não desgarre para o vício! Agrada a Deus quem estende a mão a uma criança abandonada, porque compreende e pratica a sua lei. Ponderai também que muitas vezes a criança que socorreis vos foi cara noutra encarnação, caso em que, se pudésseis lembrar-vos, já não estaríeis praticando a caridade, mas cumprindo um dever. Assim, pois, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa caridade: não, porém, a essa caridade que magoa o coração, não a essa esmola que queima a mão em que cai, pois freqüentemente bem amargos são os vossos óbolos! Quantas vezes seriam eles recusados, se na choupana a enfermidade e a miséria não os estivessem esperando! Dai delicadamente, juntai ao benefício que fizerdes o mais precioso de todos os benefícios: o de uma boa palavra, de uma carícia, de um sorriso amistoso. Evitai esse ar de proteção, que eqüivale a revolver a lâmina no coração que sangra e considerai que, fazendo o bem, trabalhais por vós mesmos e pelos vossos.

 — Um Espírito familiar. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 18.) 

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AS PROVAS RUDES


“As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus.” – (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XIV – Honrai a vosso pai e a vossa mãe.)

A noite mais escura é o berço da alvorada.

Sob o calor do fogo, o barro se aprimora.

Na cova em que perece é que a semente germina.

Depois de forte canícula, desaba a tempestade.

O extremo de uma estrada é o começo de outra.

O abismo mais profundo termina em terra firme.

Atingindo o seu ápice, toda dor começa a decrescer.

Para o espírito, as provas mais rudes são as que lhe prenunciam o fim do sofrimento.

Está escrito: “Acaso tenho eu prazer na morte do perverso? diz o Senhor Deus; não desejo eu antes que ele se converta dos seus caminhos, e viva?”

Assim, se consideras que muito estejas sofrendo, não te desalentes.

Resigna-te e espera um pouco mais, que a extinção do mal que há muito te atormenta está prestes a se dar.

Forças invisíveis permanecem trabalhando o pensamento do teu algoz, e, logo, o ânimo com que ele te persegue haverá de arrefecer.

Os maiores obstáculos que te impedem seguir caminhada também estão sujeitos à lei do desgaste, e não resistirão à ação avassaladora do tempo.

Justo quando mais se agrava é que todo problema pede imediata solução.

É o quadro clínico do paciente que determina a conveniência, ou não, de uma intervenção cirúrgica.

Por sobre a Terra, onde até mesmo a alegria é transitória, não há ninguém que se esgote derramando lágrimas.

Carrega, pois, a tua cruz um pouco mais adiante.

Na véspera de vencer, não desistas de lutar.

Por mais intrincado seja, todo labirinto tem uma porta de saída.

Não há êxito algum que não tenha sido antecedido por alguma espécie de fracasso.

Confia que, entre um minuto e outro, Deus pode converter o universo de tua desdita em felicidade.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli – do livro “Vinde a Mim”)

terça-feira, 20 de julho de 2021

Conclusões da Vida


Diante dos problemas e obstáculos do cotidiano, convém estabelecer, de quando a quando pelo menos, ligeira pausa para pensar, de maneira a observarmos o rendimento das horas que a vida nos atribui, no território do tempo.

E se no curso de nossas reflexões ponderarmos:

no montante das bênçãos que temos recebido;

nas vantagens que usufruímos em confronto com as lutas e contratempos que assinalam milhares de irmãos na retaguarda;

nos resultados contraproducentes da irritação;

no caráter destrutivo de quaisquer manifestações de rebeldia ou azedume;

no lado escuro das reclamações;

no peso morto das aflições sem proveito;

nas calamidades da violência;

nos prejuízos do desânimo;

nas lições que podemos extrair das provas dignamente atravessadas;

na importância da indulgência;

nos donativos de calma e bondade que os outros aguardam de nós, a fim de consolidarem a própria segurança;

no poder da gentileza para construir a benemerência e o respeito em torno de nossa vida;

no alto significado da compreensão e da tolerância que nos decidamos a exercitar a benefício de nós mesmos;

e nos testemunhos de amor e cooperação de que somos capazes para contribuir com os Mensageiros do Cristo na preservação da paz e do bem sobre a Terra;

decerto que, acima de quaisquer desgostos e insucessos, saberíamos colocar a luz da esperança com o privilégio do trabalho, sem nos afastarmos da paciência, hora alguma.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Encontro de Paz 
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MENSAGEM DO ESE:

Salvação dos ricos

Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon. (S. LUCAS, cap. XVI, v. 13.)

Então, aproximou-se dele um mancebo e disse: Bom mestre, que bem devo fazer para adquirir a vida eterna? — Respondeu Jesus: Por que me chamas bom? Bom, só Deus o é. Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos. — Que mandamentos? retrucou o mancebo. Disse Jesus: Não matarás; não cometerás adultério; não furtarás; não darás testemunho falso. — Honra a teu pai e a tua mãe e ama a teu próximo como a ti mesmo.

O moço lhe replicou: Tenho guardado todos esses mandamentos desde que cheguei à mocidade. Que é o que ainda me falta? — Disse Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.

Ouvindo essas palavras, o moço se foi todo tristonho, porque possuía grandes haveres. 

— Jesus disse então a seus discípulos: Digo-vos em verdade que bem difícil é que um rico entre no reino dos céus. — Ainda uma vez vos digo: É mais fácil que um camelo passe pelo buraco de uma agulha, do que entrar um rico no reino dos céus. (S. MATEUS, cap. XIX, vv. 16 a 24. — S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 18 a 25. — S. MARCOS, cap. X, vv. 17 a 25.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, itens 1 e 2.)

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Reclamações


Aprendamos a evitar reclamações para não agravar dificuldades.

Perante situações em que a corregenda se faça realmente necessária, entregue as circunstâncias aos responsáveis pela orientação delas, que sabem quando e como intervir.

Se você achou o ponto nevrálgico de alguma crise, terá encontrado o lugar onde o proveito geral lhe pede auxílio.

Procurando retificar algum erro, vale mais o seu conhecimento do bem que o seu conhecimento do mal.

Resguardando a harmonia de todos, imagine-se na condição da pessoa em que você pretende colocar o seu problema.

Reflita nas tribulações que provavelmente estará atravessando a criatura a quem você deseja apresentar a sua crítica.

A sua reclamação não lhe trará vantagem alguma.

Azedume para com as pessoas das quais você espera cooperação e serviço é o modo mais seguro de preveni-las contra o seu próprio interesse.

Qualquer pessoa, quando cultive a paz, pode retirar-se em paz do lugar onde se julgue em desarmonia ou desapreço.

Experimente desculpar sempre, porquanto aquilo que nos parece falha nos outros, pode surgir por falha igualmente em nós e, em se tratando em desculpar, se hoje podemos dar, chegará sempre para cada um de nós o dia de receber.
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XAVIER, Francisco Cândido. Respostas da Vida. Pelo Espírito André Luiz. IDEAL. Capítulo 36.



segunda-feira, 19 de julho de 2021

EXISTÊNCIAS SEM PROVEITO


“... da mesma maneira que, na vida humana, há dias infrutíferos, na do espírito há existências corpóreas sem proveito, porque ele não soube conduzi-las.”

(comentário efetuado por Allan Kardec
à questão 191a de O Livro dos Espíritos)

De fato, existem espíritos que pouco ou quase nada avançam de uma existência para outra. São aqueles que nunca se preocuparam com o sentido da Vida e não se detiveram a meditar em sua transcendência.

Espíritos que jamais indagaram de si, do seu comprometimento com a Criação, colocando-se, diante dela, apenas e tão somente na condição de desfrutadores.

Quantos são os que passam pelo mundo sem verter sequer uma gota de suor em prol da coletividade? Quantos os que não se consentem inspirar por um ideal superior, consumindo o tempo entre a ociosidade e a indiferença?

Quantos os que se dispõem a colher o que não semearam?...

Por esse motivo, e outros mais, o progresso do espírito, por vezes, se revela tão lento, dando azo àqueles que, se opondo à Reencarnação, argumentam que, caso semelhante tese fosse autêntica, dentro do contexto da História a evolução do homem já teria logrado alcançar diferente patamar.

A questão, porém, é que o ser, no curto espaço de uma única existência, não se integraliza e, na maioria, o progresso é mais aparente do que real. Quantos, por exemplo, se fixam em pontos de vista equivocados, que defendem apaixonadamente sem se tornarem receptivos a sementes de novas ideias? Quantos criam quase inexpugnáveis mecanismos de defesa, apenas com o propósito de não serem incomodados?...

Acreditemos: não fosse o indispensável concurso do sofrimento, espíritos há que atravessariam a eternidade sem se moverem do próprio lugar!... Se a morte não os sequestrasse às ilusões acalentadas e a reencarnação não os induzisse a trilhar novos caminhos, confrontado-se com situações totalmente inesperadas, haveriam de se insensibilizar indefinidamente e argumento algum os convenceria quanto à necessidade de mudança.

Consideremos, ainda, os incontáveis espíritos que, durante séculos, se perdem no labirinto do fanatismo e do preconceito, do qual, intencionalmente, não desejam sair, a fim de que não tenham que assumir as consequências de seus erros e demandas, predispondo-se ao penoso empreendimento de reformular antigas e arraigadas concepções.
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Livro: Andai Enquanto Tendes Luz
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier
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MENSAGEM DO ESE:

O suicídio e a loucura (III)

O Espiritismo ainda produz, sob esse aspecto, outro resultado igualmente positivo e talvez mais decisivo. Apresenta-nos os próprios suicidas a informar-nos da situação desgraçada em que se encontram e a provar que ninguém viola impunemente a lei de Deus, que proíbe ao homem encurtar a sua vida. Entre os suicidas, alguns há cujos sofrimentos, nem por serem temporários e não eternos, não são menos terríveis e de natureza a fazer refletir os que porventura pensam em daqui sair, antes que Deus o haja ordenado.

O espírita, tem assim, vários motivos a contrapor à idéia do suicídio: a certeza de uma vida futura, em que, sabe-o ele, será tanto mais ditoso, quanto mais inditoso e resignado haja sido na Terra: a certeza de que, abreviando seus dias, chega, precisamente, a resultado oposto ao que esperava; que se liberta de um mal, para incorrer num mal pior, mais longo e mais terrível; que se engana, imaginando que, com o matar-se, vai mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo a que no outro mundo ele se reúna aos que foram objeto de suas afeições e aos quais esperava encontrar; donde a conseqüência de que o suicídio, só lhe trazendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses. Por isso mesmo, considerável já é o número dos que têm sido, pelo Espiritismo, obstados de suicidar-se, podendo daí concluir-se que, quando todos os homens forem espiritas, deixará de haver suicídios conscientes. Comparando-se, então, os resultados que as doutrinas materialistas produzem com os que decorrem da Doutrina Espírita, somente do ponto de vista do suicídio, forçoso será reconhecer que, enquanto a lógica das primeiras a ele conduz, a da outra o evita, fato que a experiência confirma.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 17.)

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Cobrando débito antigo



Noras cruéis, genros brutos,
Pai tirânico e violento,
São contas do crediário
Resgatado a sofrimento...


Rusgas, brigas e desgostos
Espinheirais do passado,
Pagamento a prestações
De culpas por atacado...


Nossos erros de outras eras,
Ódio, inveja, tentação,
Retornam pela família
Na lei da reencarnação.


Quem amou, quem deu de si,
Sobe de altura e lugar,
Quem fez sofrer vem sofrer,
Quem bateu vem apanhar.


Quem dos outros fez capacho,
Cria resgate severo,
Quem foge ao próprio dever
Vem de novo á estaca zero.


Parentela é escola santa
Sempre que a vemos daqui,
Cada qual encontra em casa
Aquilo que fez de si.


Ame, perdoe, sirva e ajude
Quanto ao mais, meu caro irmão
Se você sofre em família,
Não reclame, aguente, João.
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Cornélio Pires
Médium: Francisco Cândido Xavier
Obra: Retratos da Vida


domingo, 18 de julho de 2021

VELHAS FERIDAS


Quando te dispuseres ao diálogo com alguém, não lhe remexas em velhas feridas, recordando episódios desagradáveis de que ele foi protagonista.

Evita causar-lhe constrangimentos, rememorando acontecimentos infelizes que, de maneira direta ou indireta, o envolveram.

A caridade do esquecimento, em relação às faltas alheias, é virtude em que mais devemos nos empenhar para colocar em prática.

Se a própria Lei Divina, a fim de que possamos reerguer-nos para a Vida, nos concede a bênção do olvido, em relação aos erros cometidos no passado, por que haveríamos de negar a mesma oportunidade aos nossos irmãos que caíram?

Em qualquer circunstância, nos valermos das mazelas alheias como trunfo ou objeto de chantagem, para nos colocarmos em situação de superioridade e privilégio, é pôr à mostra uma das piores características de nossa personalidade.
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Irmão José
 (psic. Carlos Baccelli - 
do livro "Pai, Perdoa-lhes!")
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MENSAGEM DO ESE:

Preces pelos doentes

As doenças fazem parte das provas e das vicissitudes da vida terrena; são inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda ordem semeiam em nós germens malsãos, às vezes hereditários. Nos mundos mais adiantados, física ou moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos material, não está sujeito às mesmas enfermidades e o corpo não é minado surdamente pelo corrosivo das paixões. (Cap. III, n° 9.) Temos, assim, de nos resignar às conseqüências do meio onde nos coloca a nossa inferioridade, até que mereçamos passar a outro. Isso, no entanto, não é de molde a impedir que, esperando tal se dê, façamos o que de nós depende para melhorar as nossas condições atuais. Se, porém, mau grado aos nossos esforços, não o conseguirmos, o Espiritismo nos ensina a suportar com resignação os nossos passageiros males.

Se Deus não houvesse querido que os sofrimentos corporais se dissipassem ou abrandassem em certos casos, não houvera posto ao nosso alcance meios de cura. A esse respeito, a sua solicitude, em conformidade com o instinto de conservação, indica que é dever nosso procurar esses meios e aplicá-los.
A par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a influência da prece. (Ver, no Cap. XXVI, a notícia sobre a mediunidade curadora.)

Prece (Para ser dita pelo doente) — Senhor, pois que és todo justiça, a enfermidade que te aprouve mandar-me necessariamente eu a merecia, visto que nunca impões sofrimento algum sem causa. Confio-me, para minha cura, à tua infinita misericórdia. Se for do teu agrado restituir-me a saúde, bendito seja o teu santo nome. Se, ao contrário, me cumpre sofrer mais, bendito seja ele do mesmo modo. Submeto-me, sem queixas, aos teus sábios desígnios, porquanto o que fazes só pode ter por fim o bem das tuas criaturas.
Dá, ó meu Deus, que esta enfermidade seja para mim um aviso salutar e me leve a refletir sobre a minha conduta. Aceito-a como uma expiação do passado e como uma prova para a minha fé e a minha submissão à tua santa vontade.

Prece (Pelo doente) — Meu Deus, são impenetráveis os teus desígnios e na tua sabedoria entendeste de afligir a N... pela enfermidade. Lança, eu te suplico, um olhar de compaixão sobre os seus sofrimentos e digna-te de pôr-lhes termo.
Bons Espíritos, ministros do Onipotente, secundai, eu vos peço, o meu desejo de aliviá-lo; encaminhai o meu pensamento, a fim de que vá derramar um bálsamo salutar em seu corpo e a consolação em sua alma.
Inspirai-lhe a paciência e a submissão à vontade de Deus; dai-lhe a força de suportar suas dores com resignação cristã, a fim de que não perca o fruto desta prova.

Prece (Para ser dita pelo médium curador) — Meu Deus, se te dignas servir-te de mim, indigno como sou, poderei curar esta enfermidade, se assim o quiseres, porque em ti deposito fé. Mas, sem ti, nada posso. Permite que os bons Espíritos me cumulem de seus fluidos benéficos, a fim de que eu os transmita a esse doente, e livra-me de toda idéia de orgulho e de egoísmo que lhes pudesse alterar a pureza.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, itens 77 a 80.).

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Morte Silenciosa


Todos os dias, enquanto nos hospitais e clínicas particulares, inúmeros médicos e enfermeiros lutam pela vida dos seus pacientes, muitas outras vidas são destroçadas.

E suas mortes não constam das manchetes retumbantes, nem nos noticiários da televisão. Passam anônimas.

Na verdade, poucos são os que se dão conta de que elas ocorrem. Falamos dos seres que não chegaram a nascer. Suas vidas são ceifadas como se arranca dos canteiros a erva daninha.

Bocas são silenciadas antes de se abrirem para o primeiro gemido. Mãos que poderiam acariciar, braços que se preparavam para as trocas dos carinhos foram simplesmente destruídos.

Pernas e pés que ainda não se firmaram para andar, correr, saltar, não o farão jamais.

São embriões e fetos, seres vivos, todos os dias jogados à vala da indiferença.

Sim. São muitos os motivos que levam alguém a abortar o fruto das suas entranhas. Desespero, aflição, ignorância, comodismo, problemas financeiros e familiares, entre outros.

Nada que o justifique, prosseguindo a ser crime perante a Lei Divina que, desde os dias do Decálogo, prescreve não matar.

Percebemos que, enquanto crescem os movimentos ecológicos, de alerta ao respeito pela natureza, à Terra em que vivemos; enquanto os grupos de apoio à fauna e à flora se multiplicam, poucos são os que se erguem para falar em nome desses pequenos seres que têm seus corpos destruídos, antes de virem à luz.

E são seres humanos, com a única diferença de não possuírem ainda um documento de cidadania.

Quando deixaremos de ser tão insensíveis aos problemas alheios e nos envolveremos, batalhando pela vida?

Quantos de nós sabemos das intenções de abortamento de uma amiga, uma colega de trabalho, parente ou familiar e nada fazemos, com a desculpa de que cada qual é dono de sua própria vida?

Para quem sabe e não esclarece, nada faz por evitar o crime, há também culpa por omissão.

Quanta vez a criatura que se decide pelo abortamento, o faz porque não encontrou em seu caminho uma mão que lhe detivesse a tentativa, uma voz que lhe falasse acerca da vida em geração em seu ventre, como um filho de Deus!

Sempre se constituirá em infanticídio o aborto delituoso.

Um covarde processo de que se utilizam uns tantos para fugir à responsabilidade, incorrendo em grave falta.

Se puderes, luta pela vida desses pequeninos! Se, eventualmente, já cometeste o abortamento alguma vez, volta-te para esses outros pequenos que vivem na terra, ao abandono e ampara a um deles.

Doa do teu amor, porque bem poderá acontecer que Deus, em Sua infinita misericórdia, dessa forma te permitirá reencontrar o Espírito que te estava destinado para filho do coração.

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Mesmo quando aceito e tornado legal nos estatutos humanos, o abortamento fere violentamente as Leis Divinas, continuando a ser crime para quem o pratica ou para quem a ele se submete.

O único tipo de abortamento permitido pela Lei Divina é o terapêutico. Isto quer dizer, sacrificar-se o bebê para salvar a vida da mãe.
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Redação do Momento Espírita.. Disponível no livro Momento Espírita, v. 7, ed. FEP. Em 19.05.2008.